Questões de Português - Coesão e coerência para Concurso

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Q409159 Português
De elemento capaz de desvirtuar, ao lado da música e do cinema americanos, o estilo de vida e a língua pátria, o futebol acabou servindo como um instrumento básico de reflexão sobre o Brasil. (2º parágrafo)

Uma redação alternativa para o segmento acima, em que se mantêm a correção, a lógica e, em linhas gerais, o sentido original, está em:
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Q408436 Português
O cego de Ipanema

Caminha depressa e ritmado, a cabeça balançando no alto, como um instrumento, a captar os ruídos, os perigos, as ameaças da Terra. Os cegos, habitantes de mundo esquemático, sabem aonde ir, desconhecendo as nossas incertezas e perplexidades. Sua bengala bate na calçada com um barulho seco e compassado, investigando o mundo geométrico. A cidade é um vasto diagrama, de que ele conhece as distâncias, as curvas, os ângulos. Sua vida é uma série de operações matemáticas, enquanto a nossa costuma ser uma improvisação constante, uma tonteira, um desvario. Sua sobrevivência é um cálculo.

Um dia eu o vi em um momento particular de mansidão e ternura. Um rapaz que limpava um cadillac sobre o passeio deixou que ele apalpasse todo o carro. Suas mãos percorreram o para-lama, o painel, os faróis, os frisos. Seu rosto se iluminava, deslumbrado, como se seus olhos vissem pela primeira vez uma grande cachoeira, o mar de encontro aos rochedos, uma tempestade, uma bela mulher.

(Paulo Mendes Campos. O amor acaba. São Paulo: Companhia das Letras, 2013, p. 31)

Está clara e correta a redação deste livre comentário sobre o texto:
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Q406564 Português


Erros médicos ou erros pacientes? 
Stephen Kanitz 

      De tempos em tempos, um médico comete um erro ao tratar uma personalidade famosa. O médico é massacrado em público, condenado e julgado muito antes do julgamento legal, por pessoas que não estudaram Direito nem processo jurídico.
      Mas por que ninguém comenta os famosos Erros Pacientes?
      Pacientes, o que quer dizer isso?
      É assustador que ninguém tenha ouvido um termo desses. Erros Pacientes é o contrário de Erros Médicos. São os erros que nós cometemos, e aí sobra para o médico.
      O fulano fuma a vida inteira, não faz exercícios, come como um cavalo, e aí tem uma complicação médica na mesa de operação, e sobra para o médico. Uma operação que ele tiraria de letra vira uma complicação. E se ele erra na complicação, quem é o culpado? Se não fosse a complicação, ele não teria errado. Se você não comesse como um cavalo, você estaria vivo, nada a ver com a incapacidade do médico de se sair bem na “complicação”.
      Quantas vezes já vi paciente escolher médico com base no preço? Isso mesmo, o médico mais barato, sem verificar antecedentes, muito menos diploma. E aí, espera que o médico mais barato tenha os mesmos índices de acerto que o médico caro, e que atende a metade dos pacientes do que o médico mais barato.
      Isto não é um erro? Um erro sim, só QUE dessa vez do paciente. Menos do que 0,1% das famílias brasileiras deixa R$ 30.000,00 guardado na gaveta para uma eventualidade médica grave.
      A sociedade e o próprio governo vivem reduzindo as prestações dos seguros saúdes, e quem sai prejudicado são os médicos, laboratórios, e pasmem - os próprios pacientes.
      Você tem de ser o primeiro a se preocupar para que o seu médico não cometa erros. Cuidando da sua própria saúde. Por exemplo, reduzindo stress, gordura, fazendo exercícios físicos, mantendo seu corpo em forma, reduzindo as suas chances de precisar de um médico.
      Muitos médicos erram porque são mal pagos. Por isso, a maioria dos médicos cuida do dobro de pacientes do que deveria. Sem tempo para estudar, nem de acompanhar você de perto. Mas ninguém quer pagar o dobro. O responsável final pela sua saúde e da sua família é você, não o seu médico.
      Eu possuía uma cópia do Nelsons Pediatrics com o qual eu conferia os diagnósticos do nosso pediatra. Ele já sabia da minha auditoria e, ao sair, dizia, “pode consultar das páginas 456 até a 470”, numa boa.
      Errar é humano, e você depende do seu médico para corrigir os seus erros.
      Cuide bem dele para que ele não cometa um erro cuidando de você.  

Disponível em: http://blog.kanitz.com.br/erros-medicos-ou-erros-pacientes/ (Adaptado) Acesso em: 17 ago. 2013.


Em “Eu possuía uma cópia do Nelsons Pediatrics com o qual eu conferia os diagnósticos do nosso pediatra.”, com o qual refere-se a
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Q406562 Português


Erros médicos ou erros pacientes? 
Stephen Kanitz 

      De tempos em tempos, um médico comete um erro ao tratar uma personalidade famosa. O médico é massacrado em público, condenado e julgado muito antes do julgamento legal, por pessoas que não estudaram Direito nem processo jurídico.
      Mas por que ninguém comenta os famosos Erros Pacientes?
      Pacientes, o que quer dizer isso?
      É assustador que ninguém tenha ouvido um termo desses. Erros Pacientes é o contrário de Erros Médicos. São os erros que nós cometemos, e aí sobra para o médico.
      O fulano fuma a vida inteira, não faz exercícios, come como um cavalo, e aí tem uma complicação médica na mesa de operação, e sobra para o médico. Uma operação que ele tiraria de letra vira uma complicação. E se ele erra na complicação, quem é o culpado? Se não fosse a complicação, ele não teria errado. Se você não comesse como um cavalo, você estaria vivo, nada a ver com a incapacidade do médico de se sair bem na “complicação”.
      Quantas vezes já vi paciente escolher médico com base no preço? Isso mesmo, o médico mais barato, sem verificar antecedentes, muito menos diploma. E aí, espera que o médico mais barato tenha os mesmos índices de acerto que o médico caro, e que atende a metade dos pacientes do que o médico mais barato.
      Isto não é um erro? Um erro sim, só QUE dessa vez do paciente. Menos do que 0,1% das famílias brasileiras deixa R$ 30.000,00 guardado na gaveta para uma eventualidade médica grave.
      A sociedade e o próprio governo vivem reduzindo as prestações dos seguros saúdes, e quem sai prejudicado são os médicos, laboratórios, e pasmem - os próprios pacientes.
      Você tem de ser o primeiro a se preocupar para que o seu médico não cometa erros. Cuidando da sua própria saúde. Por exemplo, reduzindo stress, gordura, fazendo exercícios físicos, mantendo seu corpo em forma, reduzindo as suas chances de precisar de um médico.
      Muitos médicos erram porque são mal pagos. Por isso, a maioria dos médicos cuida do dobro de pacientes do que deveria. Sem tempo para estudar, nem de acompanhar você de perto. Mas ninguém quer pagar o dobro. O responsável final pela sua saúde e da sua família é você, não o seu médico.
      Eu possuía uma cópia do Nelsons Pediatrics com o qual eu conferia os diagnósticos do nosso pediatra. Ele já sabia da minha auditoria e, ao sair, dizia, “pode consultar das páginas 456 até a 470”, numa boa.
      Errar é humano, e você depende do seu médico para corrigir os seus erros.
      Cuide bem dele para que ele não cometa um erro cuidando de você.  

Disponível em: http://blog.kanitz.com.br/erros-medicos-ou-erros-pacientes/ (Adaptado) Acesso em: 17 ago. 2013.


Em “Pacientes, o que quer dizer isso?”, o pronome “isso” refere-se a
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Q406405 Português
No segundo parágrafo, o fragmento “[região do cérebro que a processa]” corresponde a um comentário acessório no qual o pronome “a” resgata o seguinte termo:
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Q406399 Português
Em “Quem nunca usou essas expressões para traduzir uma emoção?“, o pronome em destaque cumpre papel coesivo no texto uma vez que:
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Q405882 Português
Julgue o seguinte item, relativo à ideia e ao aspecto semântico do texto apresentado.

O pronome “ele” (l.14) retoma o antecedente “semelhante recurso” (l.13), que, por sua vez, remete à expressão “subjugação das tribos miaotse” (l.11).
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Q405878 Português
Julgue o seguinte item, relativo à ideia e ao aspecto semântico do texto apresentado.

Sem prejuízo da correção gramatical e da coerência textual, o último período do texto poderia ser reescrito da seguinte forma: Por meio das fundações de cidades no Império Romano, estabeleceram-se fronteiras econômicas no tempo e no espaço. Tais fronteiras, mais tarde, seriam as fronteiras do mundo que exibiria a herança da cultura clássica.
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Q405871 Português
No que se refere às ideias e aos aspectos linguísticos do texto acima, julgue o item seguinte.

As expressões “processo histórico” e “colonização europeia da Amazônia”, ambas na linha 4, e o pronome relativo “que” (l.5) estão relacionadas sob o ponto de vista da referência semântica.
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Q405561 Português
Para um texto alcançar seus objetivos comunicativos, as ideias apresentadas precisam seguir determinada ordem.
Antes de considerar o surgimento de novas modalidades de melhoramento cognitivo nos últimos anos (3º parágrafo), o texto refere-se
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Ano: 2014 Banca: FGV Órgão: BNB Prova: FGV - 2014 - BNB - Analista Bancário |
Q405170 Português
                                SEM SOLUÇÃO
                Carlos Heitor Cony - Folha de São Paulo

        Foi melancólico o 1º de Maio deste ano. Não tivemos a tragédia do Rio centro, que até hoje não foi bem explicada e, para todos os efeitos, marcou o início do fim da ditadura militar.
         Tampouco ressuscitamos o entusiasmo das festividades, os desfiles e a tradicional arenga de um ditador que, durante anos, começava seus discursos com o famoso mantra: "Trabalhadores do Brasil".
         De qualquer forma, era um pretexto para os governos de plantão forçarem um clima de conciliação nacional, o salário mínimo era aumentado e, nos teatros da praça Tiradentes, havia sempre uma apoteose patriótica com os grandes nomes do rebolado agitando bandeirinhas nacionais. Nos rádios, a trilha musical era dos brados e hinos militares, na base do "avante camaradas".
         Este ano, a tônica foram as vaias que os camaradas deram às autoridades federais, estaduais e municipais. Com os suculentos escândalos (mensalão, Petrobrás e outros menos votados), as manifestações contra os 12 anos de PT, que começaram no ano passado, só não tiveram maior destaque porque a mídia deu preferência mais que merecida aos 20 anos da morte do nosso maior ídolo esportivo.
         Depois de Ayrton Senna, o prestígio de nossas cores está em baixa, a menos que Paulo Coelho ganhe antecipadamente o Nobel de Literatura e Roberto Carlos dê um show no Teatro alla Scala, em Milão, ou no Covent Garden, em Londres.
        Sim, teremos uma Copa do Mundo para exorcizar o gol de Alcides Gighia, na Copa de 1950, mas há presságios sinistros de grandes manifestações contra o governo e a FIFA, que de repente tornou-se a besta negra da nossa soberania.
         A única solução para tantos infortúnios seria convidar o papa Francisco para apitar a final do Mundial, desde que Sua Santidade não roube a favor da Argentina.



Em todos os segmentos abaixo ocorre uma citação de dois ou três elementos; o segmento em que a troca de posição desses elementos sublinhados traria incoerência ao texto é:
Alternativas
Ano: 2014 Banca: FGV Órgão: BNB Prova: FGV - 2014 - BNB - Analista Bancário |
Q405168 Português
                                SEM SOLUÇÃO
                Carlos Heitor Cony - Folha de São Paulo

        Foi melancólico o 1º de Maio deste ano. Não tivemos a tragédia do Rio centro, que até hoje não foi bem explicada e, para todos os efeitos, marcou o início do fim da ditadura militar.
         Tampouco ressuscitamos o entusiasmo das festividades, os desfiles e a tradicional arenga de um ditador que, durante anos, começava seus discursos com o famoso mantra: "Trabalhadores do Brasil".
         De qualquer forma, era um pretexto para os governos de plantão forçarem um clima de conciliação nacional, o salário mínimo era aumentado e, nos teatros da praça Tiradentes, havia sempre uma apoteose patriótica com os grandes nomes do rebolado agitando bandeirinhas nacionais. Nos rádios, a trilha musical era dos brados e hinos militares, na base do "avante camaradas".
         Este ano, a tônica foram as vaias que os camaradas deram às autoridades federais, estaduais e municipais. Com os suculentos escândalos (mensalão, Petrobrás e outros menos votados), as manifestações contra os 12 anos de PT, que começaram no ano passado, só não tiveram maior destaque porque a mídia deu preferência mais que merecida aos 20 anos da morte do nosso maior ídolo esportivo.
         Depois de Ayrton Senna, o prestígio de nossas cores está em baixa, a menos que Paulo Coelho ganhe antecipadamente o Nobel de Literatura e Roberto Carlos dê um show no Teatro alla Scala, em Milão, ou no Covent Garden, em Londres.
        Sim, teremos uma Copa do Mundo para exorcizar o gol de Alcides Gighia, na Copa de 1950, mas há presságios sinistros de grandes manifestações contra o governo e a FIFA, que de repente tornou-se a besta negra da nossa soberania.
         A única solução para tantos infortúnios seria convidar o papa Francisco para apitar a final do Mundial, desde que Sua Santidade não roube a favor da Argentina.



“A única solução para tantos infortúnios...”; entre os “infortúnios” referidos, está presente:
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Q404623 Português
Acerca das relações morfossintáticas e quanto aos mecanismos de coesão utilizados no texto, assinale a alternativa correta.
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Q404579 Português
Alarmismo ambiental e consumo

Maílson da Nóbrega

   1.§ Muitos previram o fim do mundo nos últimos 200 anos. Thomas Malthus (1766-1834) falava em risco de catástrofe humana. Para ele, como a população crescia em progressão geométrica e a produção de alimentos em progressão aritmética, a fome se alastraria. Assim, para controlar a expansão demográfica, Malthus defendia a abstinência sexual e a negação de assistência à população em hospitais e asilos. O risco foi superado pela tecnologia, que aumentou a produtividade agrícola. 
    2.§ Hoje, o alarmismo vem de ambientalistas radicais. A catástrofe decorreria do aquecimento global causado basicamente pelo homem, via emissões de dióxido de carbono. Em 2006, o governo britânico divulgou relatório de grande repercussão, preparado por sir Nicholas Stern, assessor do primeiro-ministro Tony Blair. Stern buscava alertar os que reconheciam tal aquecimento, mas julgavam que seria um desperdício enfrentá-lo. O relatório mereceu dura resposta de Nigel Lawson, ex-ministro de Energia e da Fazenda de Margaret Thatcher, hoje no grupo dos “céticos”, isto é, os que duvidam dos ambientalistas. No livro An Appeal to Reason (2008), Lawson atribuiu objetivos políticos ao documento, que não teria mérito nas conclusões nem nos argumentos. 
   3.§ Lawson afirma que o aquecimento não tem aumentado desde a virada do século e que são comuns oscilações da temperatura mundial. Há 400 anos, o esfriamento conhecido como “pequena era do gelo” fazia o Rio Tâmisa congelar no inverno. Mil anos atrás, bem antes da industrialização — que se diz ser a origem da mudança climática —, houve um “aquecimento medieval”, com temperaturas tão altas quanto as atuais. “Muito antes, no Império Romano, o mundo era provavelmente mais quente”, assinala. De fato, sempre me chamou atenção o modo de vestir de gregos e romanos, que aparecem em roupas leves em pinturas da Grécia e da Roma antigas. Nunca vi um deles metido em pesados agasalhos como os de hoje. 
   4.§ Entre Malthus e os ambientalistas, surgiram outros alarmistas. Em 1968, saiu o livro The Population Bomb, do biologista americano Paul Ehrlich, no qual o autor sustentava que o tamanho excessivo da população constituiria ameaça à sobrevivência da humanidade e do meio ambiente. Em 1972, o Clube de Roma propôs o “crescimento zero” como forma de enfrentar a exaustão rápida de recursos naturais. Ehrlich defendia a redução do crescimento populacional; o Clube de Roma, a paralisia do crescimento econômico. Nenhum dos dois estava certo. 
   5.§ Em artigo na última edição da revista Foreign Affairs, Bjom Lomborg, destacado “cético”, prova o enorme fracasso das previsões catastróficas do Clube de Roma. Dizia-se que em uma geração se esgotariam as reservas de alumínio, cobre, ouro, chumbo, mercúrio, molibdênio, gás natural, petróleo, estanho, tungstênio e zinco. As de mercúrio, então sob forte demanda, durariam apenas treze anos. Acontece que a inovação tecnológica permitiu substituir o mercúrio em baterias e outras aplicações. Seu consumo caiu 98%; o preço, 90%. As reservas dos demais metais aumentaram e outras inovações reduziram sua demanda. O colapso não ocorreu. 
  6.§ Como o Clube de Roma pode ter errado tanto? Segundo Lomborg, seus membros desprezaram o talento e a engenhosidade do ser humano e “sua capacidade de descobrir e inovar”. Se as sugestões tivessem sido acatadas, meio bilhão de chineses, indianos e outros teriam continuado muito pobres. Lomborg poderia ter afirmado que o Brasil estaria mais desigual e não haveria a ascensão da classe C. 
   7.§ Apesar de tais lições, volta-se a falar em limites físicos do planeta. Na linha do Clube de Roma, defende-se o estancamento da expansão baseada no consumo de bens materiais. Se fosse assim, inúmeros países seriam congelados em seu estado atual, sem poder reduzir a pobreza nem promover o bem-estar. 
   8.§ Mesmo que o homem não seja a causa básica do aquecimento, é preciso não correr riscos e apoiar medidas para conter as emissões. Mas também resistir a ideias de frear o consumo. Além de injusta, a medida exigiria um impossível grau de coordenação e renúncia ou um inconcebível comando autoritário. Desprezaria, ademais, a capacidade do homem de se adaptar a novas e desafiantes situações.

Revista Veja, edição 2.285. p. 24.
Assinale a alternativa em que a expressão destacada NÃO foi empregada para retomar outra expressão.
Alternativas
Q404578 Português
Alarmismo ambiental e consumo

Maílson da Nóbrega

   1.§ Muitos previram o fim do mundo nos últimos 200 anos. Thomas Malthus (1766-1834) falava em risco de catástrofe humana. Para ele, como a população crescia em progressão geométrica e a produção de alimentos em progressão aritmética, a fome se alastraria. Assim, para controlar a expansão demográfica, Malthus defendia a abstinência sexual e a negação de assistência à população em hospitais e asilos. O risco foi superado pela tecnologia, que aumentou a produtividade agrícola. 
    2.§ Hoje, o alarmismo vem de ambientalistas radicais. A catástrofe decorreria do aquecimento global causado basicamente pelo homem, via emissões de dióxido de carbono. Em 2006, o governo britânico divulgou relatório de grande repercussão, preparado por sir Nicholas Stern, assessor do primeiro-ministro Tony Blair. Stern buscava alertar os que reconheciam tal aquecimento, mas julgavam que seria um desperdício enfrentá-lo. O relatório mereceu dura resposta de Nigel Lawson, ex-ministro de Energia e da Fazenda de Margaret Thatcher, hoje no grupo dos “céticos”, isto é, os que duvidam dos ambientalistas. No livro An Appeal to Reason (2008), Lawson atribuiu objetivos políticos ao documento, que não teria mérito nas conclusões nem nos argumentos. 
   3.§ Lawson afirma que o aquecimento não tem aumentado desde a virada do século e que são comuns oscilações da temperatura mundial. Há 400 anos, o esfriamento conhecido como “pequena era do gelo” fazia o Rio Tâmisa congelar no inverno. Mil anos atrás, bem antes da industrialização — que se diz ser a origem da mudança climática —, houve um “aquecimento medieval”, com temperaturas tão altas quanto as atuais. “Muito antes, no Império Romano, o mundo era provavelmente mais quente”, assinala. De fato, sempre me chamou atenção o modo de vestir de gregos e romanos, que aparecem em roupas leves em pinturas da Grécia e da Roma antigas. Nunca vi um deles metido em pesados agasalhos como os de hoje. 
   4.§ Entre Malthus e os ambientalistas, surgiram outros alarmistas. Em 1968, saiu o livro The Population Bomb, do biologista americano Paul Ehrlich, no qual o autor sustentava que o tamanho excessivo da população constituiria ameaça à sobrevivência da humanidade e do meio ambiente. Em 1972, o Clube de Roma propôs o “crescimento zero” como forma de enfrentar a exaustão rápida de recursos naturais. Ehrlich defendia a redução do crescimento populacional; o Clube de Roma, a paralisia do crescimento econômico. Nenhum dos dois estava certo. 
   5.§ Em artigo na última edição da revista Foreign Affairs, Bjom Lomborg, destacado “cético”, prova o enorme fracasso das previsões catastróficas do Clube de Roma. Dizia-se que em uma geração se esgotariam as reservas de alumínio, cobre, ouro, chumbo, mercúrio, molibdênio, gás natural, petróleo, estanho, tungstênio e zinco. As de mercúrio, então sob forte demanda, durariam apenas treze anos. Acontece que a inovação tecnológica permitiu substituir o mercúrio em baterias e outras aplicações. Seu consumo caiu 98%; o preço, 90%. As reservas dos demais metais aumentaram e outras inovações reduziram sua demanda. O colapso não ocorreu. 
  6.§ Como o Clube de Roma pode ter errado tanto? Segundo Lomborg, seus membros desprezaram o talento e a engenhosidade do ser humano e “sua capacidade de descobrir e inovar”. Se as sugestões tivessem sido acatadas, meio bilhão de chineses, indianos e outros teriam continuado muito pobres. Lomborg poderia ter afirmado que o Brasil estaria mais desigual e não haveria a ascensão da classe C. 
   7.§ Apesar de tais lições, volta-se a falar em limites físicos do planeta. Na linha do Clube de Roma, defende-se o estancamento da expansão baseada no consumo de bens materiais. Se fosse assim, inúmeros países seriam congelados em seu estado atual, sem poder reduzir a pobreza nem promover o bem-estar. 
   8.§ Mesmo que o homem não seja a causa básica do aquecimento, é preciso não correr riscos e apoiar medidas para conter as emissões. Mas também resistir a ideias de frear o consumo. Além de injusta, a medida exigiria um impossível grau de coordenação e renúncia ou um inconcebível comando autoritário. Desprezaria, ademais, a capacidade do homem de se adaptar a novas e desafiantes situações.

Revista Veja, edição 2.285. p. 24.
Assinale a alternativa cuja expressão destacada NÃO remete a algo já mencionado no texto.
Alternativas
Q404389 Português

A respeito do texto, assinale a alternativa correta.
Alternativas
Q404334 Português
Atenção: As questões de números 12 a 14 referem-se ao texto abaixo.

imagem-002.jpg

O pronome grifado refere-se, no contexto, a
Alternativas
Q404064 Português

Com referência às estruturas linguísticas do texto, julgue o item seguinte.

O pronome “sua” (l. 23) remete ao termo “os dois profissionais” (l. 22), que, por sua vez, se refere conjuntamente a “O jornalista” (l. 13) e a “o pesquisador” (l. 18).
Alternativas
Q404057 Português

Julgue os itens que se seguem, relativos às estruturas linguísticas do texto.

Em “o cerca” (l. 4), o pronome “o”, que se refere ao termo “o homem” (l. 3), exerce a função de complemento da forma verbal “cerca”.
Alternativas
Q403981 Português
Para responder às questões de números 49 e 50, assinale a alternativa cuja frase está redigida com clareza e correção.
Alternativas
Respostas
3461: D
3462: C
3463: B
3464: A
3465: B
3466: A
3467: E
3468: C
3469: C
3470: C
3471: C
3472: D
3473: E
3474: D
3475: E
3476: D
3477: E
3478: C
3479: C
3480: D