Questões de Português - Coesão e coerência para Concurso
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Leia a charge para responder à questão.
(www.pinterest.com. Acessado em 17.10.2019)
O segmento em destaque em – .... fazermos de conta
que você me olha enquanto eu falo? – pode ser reescrito,
de acordo com o sentido e com a norma da regência, em:
Lá vem a “profeitura”
Por alguma razão, quando meninos falávamos (os da minha rua e cercanias) “profeitura”, em vez de prefeitura. Talvez o equívoco tenha sido motivado pelo medo: temíamos a passagem por nossa pracinha de uma caminhonete oficial do município que volta e meia levava nossa bola embora: era proibido jogar futebol ali. Era quando a gente gritava − “olha a profeitura!” − pra ver se ainda dava tempo de sair correndo e salvar nossa bola.
Logo aprendemos a palavra certa, mas daí não jogávamos mais bola na pracinha, nem tínhamos mais medo da chegada da “profeitura” − esta certamente ficara escondida no porão de algum castelo de monstros, pronta para fazer cumprir a lei, sair rápido da caminhonete e confiscar a bola de moleques teimosos.
As palavras não valem sempre pelo que são ou dizem, em seu real significado; valem também pela impressão que causam, e muitas só ganham intensidade na boca dos meninos que não conhecem bem todas elas e por isso inventam as que mais os impressionam.
(Dionísio Alvarenga, inédito)
Considere as seguintes orações:
I. Os meninos jogavam bola na pracinha.
II. Jogar bola na pracinha era proibido.
III. Os meninos temiam que a bola fosse confiscada.
Numa nova redação, essas orações integram-se com coerência e correção neste período único:
[Os padrinhos da ciência]
Estamos vivendo em uma era técnica. Muitas pessoas estão convencidas de que a ciência e a tecnologia encerram as respostas para todas as nossas perguntas. Nós apenas deveríamos deixar os cientistas e os técnicos prosseguirem com seu trabalho, e eles criarão o céu aqui na terra.
Mas a ciência não é algo que acontece em algum plano moral ou espiritual superior, acima do restante das atividades humanas. Como todas as outras partes da nossa cultura, é definida por interesses econômicos, políticos e religiosos.
A ciência é uma atividade muito cara. Um biólogo que procura entender o sistema imunológico humano necessita de laboratórios, substâncias químicas e microscópios eletrônicos, sem falar de assistentes de laboratórios. Tudo isso custa dinheiro. Ao longo dos últimos 500 anos, a ciência moderna alcançou maravilhas graças, em grande parte, à disposição de governos, negócios, fundações e doadores privados para destinar bilhões de dólares à pesquisa científica.
(Adaptado de: HARARI, Yuval Noah. Sapiens – Uma breve história da humanidade. Trad. Janaína Marcoantonio. Porto Alegre, LP&M, 2016, p. 281)
Nós apenas deveríamos deixar os cientistas e os técnicos prosseguirem com seu trabalho, e eles criarão o céu aqui na terra.
Uma nova, correta e coerente redação da frase acima, que se inicie pelo segmento Os cientistas e os técnicos criarão o céu aqui na terra, deverá ter como complementação
[Aprendizes da alegria]
Fico comovido toda vez que ouço o finalzinho da canção que o Chico Buarque escreveu para a filha recém-nascida, dizendo ser este o seu melhor desejo: “e que você seja da alegria sempre uma aprendiz”. Haverá coisa maior que se possa desejar?
A felicidade é voltar a ser criança. As crianças sabem muito bem disto: que o propósito maior da vida é o prazer. Santo Agostinho, de ortodoxia inquestionável, também sabia disso, e dizia que as coisas da vida se dividem em duas classes: coisas para serem usadas e coisas para serem usufruídas. As coisas para serem usadas são aquelas que não são um fim em si mesmas, como uma panela, um violão, um serrote.
Bom mesmo não é a panela, mas a moqueca que se cozinha nela. Moqueca é objeto de fruição; um pouquinho de felicidade. Bom mesmo não é o violão, mas a música que se toca nele. Pois a música é alegria, objeto de fruição. E bom mesmo não é o serrote, mas a casinha de boneca que se faz com ele, e que faz os olhos da menina brilharem. Felicidade são os olhos da menina...
O objetivo do trabalho não é a simples função do que constrói: o objetivo do trabalho é o prazer do jardim que se planta, a casa que se constrói ou o livro que se escreve. Pensamos que a felicidade é coisa grande, barulhenta, talvez inalcançável... Ao contrário: é discreta, silenciosa e frágil, como uma bolha de sabão. Ela se vai muito rápido, mas deixa a lição de que se podem soprar muitas outras.
(Adaptado de: ALVES, Rubem. Tempus fugit. São Paulo: Paulus, 1990, p. 41-43, passim)
Durante uma expedição no desfiladeiro subaquático de San Diego Trough, localizado nos Estados Unidos, o cientista Marc Meyers analisava os animais que vivem a cerca de 500 metros abaixo da superfície quando se deparou com exemplares de peixes-dragão.
Os segmentos abaixo dão continuidade a esse trecho inicial, mas estão fora de ordem. Numere os parênteses, identificando a sequência que dá lógica discursiva ao texto. ( ) Usando um microscópio eletrônico, foi possível identificar que os dentes eram compostos por colágeno e hidroxiapatita (o mesmo mineral de cálcio presente nos ossos e dentes humanos). ( ) Ao realizar uma observação mais cuidadosa, ele se surpreendeu: esses animais, que habitam águas oceânicas profundas, exibem dentes transparentes que são muito poderosos. ( ) “Esses animais ainda não foram investigados, mas suspeito que eles tenham uma estrutura similar”, contou ao jornal britânico The Guardian. ( ) Após coletar alguns animais da espécie e levá-los para um laboratório, o pesquisador constatou que os dentes dos peixe-dragão são quase duas vezes mais afiados que os de um tubarão. ( ) Meyers acredita que existe apenas um pequeno número de peixes que possuem dentes transparentes, como os grupos conhecidos como os Lophiiformes e os Sternoptychidae. (Adaptado de: https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Meio-Ambiente/noticia/2019/06/cientista-encontra-especie-de-peixe-com-dentes-transpa rentes-e-afiados.html)
Assinale a alternativa que apresenta a numeração correta dos parênteses, de cima para baixo.