Questões de Português - Colocação Pronominal para Concurso

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Q2114720 Português
Analise as orações com base nas regras de colocação pronominal.
1. Nenhuma coisa me faz rir! 2. Quem me enviou estas flores? 3. Se eu disser-te a verdade, você não acreditará!
Assinale a alternativa que indica todas as orações gramaticalmente corretas.
Alternativas
Q2111657 Português
Texto 2A2-I

      O justo se desvela no decorrer das lutas de libertação na história. O justo é um saber que se vai constituindo à medida que nossa consciência da história se aguça. Mas não basta a consciência da história, pois procurar a justiça é uma atitude ética — é uma escolha. Não podemos cair em uma visão automática da história, na qual nossa simples posição em dado estrato social nos leva necessariamente a pensar de certa forma, a valorizar em certa medida. Se aceitássemos essa visão, bastaria ficarmos quietos esperando que a história se fizesse de acordo com seus mecanismos. Mas o real é outro. A justiça está se fazendo pela organização popular, pelo aguçamento dos conflitos. E cada um de nós vislumbra o norte da justiça, por via da busca de uma visão coerente da história, aliada a uma prática e a uma análise rigorosa das circunstâncias presentemente vividas.
       A busca da justiça como virtude não é equidistante, não é neutra, não é equilibrada. Ela nos força, a cada momento, a tomar partido, a ser parcial, tendo a parcela maior dos seres humanos como fundamento. Ser justo é viver a virtude de tomar partido em busca do melhor, fundado na visão mais lúcida possível da história e na análise das circunstâncias maiores e menores que isso envolve. A justiça é uma virtude agente que se explicita na prática social comprometida. 


Roberto Aguiar. O que é justiça: uma abordagem dialética. Brasília:
Senado Federal. Conselho Editorial, 2020, p. 319-20 (com adaptações). 

Em relação a aspectos linguísticos do texto 2A2-I, julgue o item a seguir. 


No primeiro período do texto, a ênclise do pronome “se” à forma verbal “desvela”, escrevendo-se desvela-se, seria gramaticalmente correta. 

Alternativas
Q2111647 Português
Texto 2A1-I

     O ordenamento jurídico vem sendo confrontado com as inovações tecnológicas decorrentes da aplicação da inteligência artificial (IA) nos sistemas computacionais. Não apenas se vivencia uma ampliação do uso de sistemas lastreados em IA no cotidiano, como também se observa a existência de robôs com sistemas computacionais cada vez mais potentes, nos quais os algoritmos passam a decidir autonomamente, superando a programação original. Nesse contexto, um dos grandes desafios ético-jurídicos do uso massivo de sistemas de inteligência artificial é a questão da responsabilidade civil advinda de danos decorrentes de robôs inteligentes, uma vez que os sistemas delituais tradicionais são baseados na culpa e essa centralidade da culpa na responsabilidade civil se encontra desafiada pela realidade de sistemas de inteligência artificial.

       Perante a autonomia algorítmica na qual os sistemas de IA passam a decidir de forma diversa da programada, há uma dificuldade de diferenciar quais danos decorreram de erro humano e aqueles que derivaram de uma escolha equivocada realizada pelo próprio sistema ao agir de forma autônoma. O comportamento emergente da máquina, em função do processo de aprendizado profundo, sem receber qualquer controle da parte de um agente humano, torna difícil indicar quem seria o responsável pelo dano, uma vez que o processo decisório decorreu de um aprendizado automático que culminou com escolhas equivocadas realizadas pelo próprio sistema. Há evidentes situações em que se pode vislumbrar a existência de culpa do operador do sistema, como naquelas em que não foram realizadas atualizações de software ou, até mesmo, de quebra de deveres objetivos de cuidado, como falhas que permitem que hackers interfiram no sistema. Entretanto, excluídas essas situações, estará ausente o juízo de censura necessário para a responsabilização com base na culpa. 


B. L. da Anunciação Melo e H. Ribeiro Cardoso. Sistemas de inteligência
artificial e responsabilidade civil: uma análise da proposta europeia acerca
da atribuição de personalidade civil. In: Revista Brasileira de Direitos
Fundamentais & Justiça, 16(1), 2020, p. 93-4 (com adaptações). 
Tendo em vista as normas de colocação pronominal, julgue o item subsequente, relativos ao texto 2A1-I.
No trecho “Não apenas se vivencia” (segundo período do primeiro parágrafo), a ênclise do pronome “se” à forma verbal — não apenas vivencia-se — comprometeria a correção gramatical do texto. 
Alternativas
Q2111646 Português
Texto 2A1-I

     O ordenamento jurídico vem sendo confrontado com as inovações tecnológicas decorrentes da aplicação da inteligência artificial (IA) nos sistemas computacionais. Não apenas se vivencia uma ampliação do uso de sistemas lastreados em IA no cotidiano, como também se observa a existência de robôs com sistemas computacionais cada vez mais potentes, nos quais os algoritmos passam a decidir autonomamente, superando a programação original. Nesse contexto, um dos grandes desafios ético-jurídicos do uso massivo de sistemas de inteligência artificial é a questão da responsabilidade civil advinda de danos decorrentes de robôs inteligentes, uma vez que os sistemas delituais tradicionais são baseados na culpa e essa centralidade da culpa na responsabilidade civil se encontra desafiada pela realidade de sistemas de inteligência artificial.

       Perante a autonomia algorítmica na qual os sistemas de IA passam a decidir de forma diversa da programada, há uma dificuldade de diferenciar quais danos decorreram de erro humano e aqueles que derivaram de uma escolha equivocada realizada pelo próprio sistema ao agir de forma autônoma. O comportamento emergente da máquina, em função do processo de aprendizado profundo, sem receber qualquer controle da parte de um agente humano, torna difícil indicar quem seria o responsável pelo dano, uma vez que o processo decisório decorreu de um aprendizado automático que culminou com escolhas equivocadas realizadas pelo próprio sistema. Há evidentes situações em que se pode vislumbrar a existência de culpa do operador do sistema, como naquelas em que não foram realizadas atualizações de software ou, até mesmo, de quebra de deveres objetivos de cuidado, como falhas que permitem que hackers interfiram no sistema. Entretanto, excluídas essas situações, estará ausente o juízo de censura necessário para a responsabilização com base na culpa. 


B. L. da Anunciação Melo e H. Ribeiro Cardoso. Sistemas de inteligência
artificial e responsabilidade civil: uma análise da proposta europeia acerca
da atribuição de personalidade civil. In: Revista Brasileira de Direitos
Fundamentais & Justiça, 16(1), 2020, p. 93-4 (com adaptações). 
Tendo em vista as normas de colocação pronominal, julgue o item subsequente, relativos ao texto 2A1-I. 

No trecho “em que se pode vislumbrar” (penúltimo período do segundo parágrafo), a ênclise do pronome “se” ao verbo auxiliar da locução verbal — em que pode-se vislumbrar —preservaria a correção gramatical do texto.  
Alternativas
Q2110787 Português
Leia o texto para responder à questão.

Esforço global

   Em Seul, na Coreia do Sul, as latas de lixo pesam automaticamente a quantidade de comida ali jogada. Em Londres, mercados pararam de colocar datas de validade em frutas e legumes para diminuir a confusão sobre o que ainda pode ser consumido. A Califórnia agora exige que os supermercados distribuam – e não joguem fora – produtos que não foram vendidos, mas que estão bons para o consumo.
   Esses são exemplos de uma ampla gama de esforços que está sendo realizada mundialmente para enfrentar dois problemas urgentes: a fome e as mudanças climáticas.
   Em todo o mundo, o desperdício de alimentos é responsável por 8% a 10% das emissões globais de gases de efeito estufa, pelo menos o dobro das emissões da aviação. De acordo com estimativas da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, são alimentos suficientes para mais de 1 bilhão de pessoas.
  Todas essas iniciativas apontam para uma desconexão no sistema global moderno: muitos alimentos são produzidos, mas não consumidos, mesmo enquanto pessoas passam fome.
   Jogar fora as safras que foram plantadas, regadas, colhidas, embaladas e transportadas é um problema relativamente novo na história da humanidade. Durante séculos, as pessoas usaram tudo o que podiam: o caule de uma bananeira, cascas de vegetais, uma cenoura que crescia retorcida no subsolo. Hoje, 31% dos alimentos cultivados, transportados ou vendidos são desperdiçados.
   Para Dana Gunders, diretora da ReFED, Ong focada na redução do desperdício de alimentos, “É melhor não produzir o que você sabe que não será consumido. Para fazer isso, é preciso redesenhar os sistemas. O que não é tão fácil quanto jogar sobras em uma caixa de compostagem”.

(Somini Sengupta. https://www.estadao.com.br/sustentabilidade/ por-dentro-do-esforco-global-para-manter-alimentos-perfeitamenteconsumiveis-fora-do-lixao/ Tradução de Lívia Bueloni Gonçalves. Publicado em 22.10.2022. Adaptado)
Considere as frases.

•  Em Seul, os alimentos são pesados nas latas de lixo depois que os moradores ali ________.
•  Hoje, a fome e as mudanças climáticas são os maiores problemas da humanidade, tanto que ______ na busca por um equilíbrio global.
•  É inconcebível que haja pessoas passando fome, portanto medidas que _______ são sempre bem- -vindas.


De acordo com a norma-padrão de emprego e de colocação dos pronomes, as lacunas das frases devem ser preenchidas, respectivamente, por:
Alternativas
Q2110618 Português
Leia o texto para responder à questão.

   15 DE JUNHO … Fui comprar carne, pão e sabão. Parei na banca de jornaes. Li que uma senhora e três filho havia suicidado por encontrar dificuldade de viver. (…) A mulher que suicidou-se não tinha alma de favelado, que quando tem fome recorre ao lixo, cata verduras nas feiras, pedem esmola e assim vão vivendo. (…) Pobre mulher! Quem sabe se de há muito ela vem pensando em eliminar-se, porque as mães tem muito dó dos filhos. Mas é uma vergonha para uma nação. Uma pessoa matar-se porque passa fome. E a pior coisa para uma mãe é ouvir esta sinfonia:
   – Mamãe eu quero pão! Mamãe, eu estou com fome! Penso: será que ela procurou a Legião Brasileira ou Serviço Social? Ela devia ir nos palacios falar com os manda chuva.
   A noticia do jornal deixou-me nervosa. Passei o dia chingando os politicos, porque eu também quando não tenho nada para dar aos meus filhos fico quase louca.

(Carolina Maria de Jesus, Quarto de Despejo – Diário de uma Favelada)
Assinale a alternativa em que a colocação pronominal atende à norma-padrão.
Alternativas
Q2109871 Português
Assinale a alternativa em que a frase redigida está em conformidade com a norma-padrão de colocação pronominal da língua portuguesa.
Alternativas
Q2107232 Português
O fim do mundo

A primeira vez que ouvi falar no fim do mundo, o mundo para mim não tinha nenhum sentido, ainda; de modo que não me interessava nem o seu começo nem o seu fim. Lembro-me, porém, vagamente, de umas mulheres nervosas que choravam, meio desgrenhadas, e aludiam a um cometa que andava pelo céu, responsável pelo acontecimento que elas tanto temiam. Nada disso se entendia comigo: o mundo era delas, o cometa era para elas: nós, crianças, existíamos apenas para brincar com as flores da goiabeira e as cores do tapete. Mas, uma noite, levantaram-me da cama, enrolada num lençol, e, estremunhada, levaram-me à janela para me apresentarem à força ao temível cometa. Aquilo que até então não me interessava nada, que nem vencia a preguiça dos meus olhos pareceu-me, de repente, maravilhoso. Era um pavão branco, pousado no ar, por cima dos telhados? Era uma noiva, que caminhava pela noite, sozinha, ao encontro da sua festa? Gostei muito do cometa. Devia sempre haver um cometa no céu, como há lua, sol, estrelas. Por que as pessoas andavam tão apavoradas? A mim não me causava medo nenhum. Ora, o cometa desapareceu, aqueles que choravam enxugaram os olhos, o mundo não se acabou, talvez eu tenha ficado um pouco triste – mas que importância tem a tristeza das crianças? Passou-se muito tempo. Aprendi muitas coisas, entre as quais o suposto sentido do mundo. Não duvido de que o mundo tenha sentido. Deve ter mesmo muitos, inúmeros, pois em redor de mim as pessoas mais ilustres e sabedoras fazem cada coisa que bem se vê haver um sentido do mundo peculiar a cada um. Dizem que o mundo termina em fevereiro próximo. Ninguém fala em cometa, e é pena, porque eu gostaria de tornar a ver um cometa, para verificar se a lembrança que conservo dessa imagem do céu é verdadeira ou inventada pelo sono dos meus olhos naquela noite já muito antiga. O mundo vai acabar, e certamente saberemos qual era o seu verdadeiro sentido. Se valeu a pena que uns trabalhassem tanto e outros tão pouco. Por que fomos tão sinceros ou tão hipócritas, tão falsos e tão leais. Por que pensamos tanto em nós mesmos ou só nos outros. Por que fizemos voto de pobreza ou assaltamos os cofres públicos – além dos particulares. Por que mentimos tanto, com palavras tão judiciosas. Tudo isso saberemos e muito mais do que cabe enumerar numa crônica. Se o fim do mundo for mesmo em fevereiro, convém pensarmos desde já se utilizamos este dom de viver da maneira mais digna. Em muitos pontos da terra há pessoas, neste momento, pedindo a Deus – dono de todos os mundos – que trate com benignidade as criaturas que se preparam para encerrar a sua carreira mortal. Há mesmo alguns místicos – segundo leio – que, na Índia, lançam flores ao fogo, num rito de adoração. Enquanto isso, os planetas assumem os lugares que lhes competem, na ordem do universo, neste universo de enigmas a que estamos ligados e no qual por vezes nos arrogamos posições que não temos – insignificantes que somos, na tremenda grandiosidade total. Ainda há uns dias a reflexão e o arrependimento: por que não os utilizaremos? Se o fim do mundo não for em fevereiro, todos teremos fim, em qualquer mês…
Cecília Meireles
Quanto à colocação pronominal, no trecho “Mas, uma noite, levantaram-me da cama, enrolada num lençol, e, estremunhada, levaram-me à janela para me apresentarem à força ao temível cometa.” observam-se, respectivamente:
Alternativas
Q2104126 Português
Assinale a alternativa que está de acordo com a norma- -padrão de colocação pronominal. 
Alternativas
Q2103695 Português
Assinale a alternativa redigida em concordância com a norma-padrão de colocação pronominal.
Alternativas
Q2103549 Português
Leia o texto, para responder a questão.

Dentro de um abraço

    Onde é que você gostaria de estar agora, neste exato momento?

    Fico pensando nos lugares paradisíacos onde já estive, e que não me custaria nada repisar: num determinado restaurante de uma ilha grega, em diversas praias do Brasil e do mundo, na casa de bons amigos, em algum vilarejo europeu, numa estrada bela e vazia, no meio de um show espetacular, numa sala de cinema assistindo à estreia de um filme muito esperado e, principalmente, no meu quarto e na minha cama, que nenhum hotel cinco estrelas consegue superar – a intimidade da gente é irreproduzível.

    Posso também listar os lugares onde não gostaria de estar: num leito de hospital, numa fila de banco, numa reunião de condomínio, presa num elevador, em meio a um trânsito congestionado, numa cadeira de dentista.

    E então? Somando os prós e os contras, as boas e más ações, onde, afinal, é o melhor lugar do mundo?

    Meu palpite: dentro de um abraço.

    Que lugar melhor para uma criança, para um idoso, para uma mulher apaixonada, para um adolescente com medo, para um doente, para alguém solitário? Dentro de um abraço é sempre quente, é sempre seguro. Dentro de um abraço não se ouve o tique-taque dos relógios e, se faltar luz, tanto melhor. Tudo o que se pensa e sofre, dentro de um abraço se dissolve.

     Que lugar melhor para um recém-nascido, para um recém-chegado, para um recém-demitido, para um recém- -contratado? Dentro de um abraço nenhuma situação é incerta, o futuro não amedronta, estacionamos confortavelmente em meio ao paraíso.

    O rosto contra o peito de quem o abraça, as batidas do coração dele e as suas, o silêncio que sempre se faz durante esse envolvimento físico: nada há para se reivindicar ou agradecer, dentro de um abraço voz nenhuma se faz necessária, está tudo dito.         
(Martha Medeiros, Feliz por nada. Adaptado)
A frase do texto em que o pronome destacado pode ser colocado também depois do verbo é:
Alternativas
Q2097905 Português
Sobre a colocação pronominal, conforme a norma culta da língua portuguesa, assinale a que melhor está empregado o pronome. 
Alternativas
Q2097110 Português
Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do texto está citado na questão.

O que leio nas redes
Por Lau Siqueira



(Disponível em: https://cronicascariocas.com/colunas/o-que-leio-nas-redes/ – texto adaptado especialmente para esta prova).

No trecho “Pessoas que me fazem pensar”, o pronome oblíquo foi empregado procliticamente. Considerando as regras de colocação pronominal, assinale a alternativa na qual a próclise tenha sido empregada INCORRETAMENTE.
Alternativas
Q2084602 Português

Texto 2 


Relações de poder e decisão: conflitos entre médicos e administradores hospitalares 

      


RAM, Rev. Adm. Mackenzie 11 (6) • Disponível em: https://doi.org/10.1590/S1678- 69712010000600004

No trecho “Seu corpo diretivo e clínico é constituído por médicos que usualmente têm dificuldade de aceitar” a forma “que” em destaque é utilizada como:
Alternativas
Q2077725 Português

A importância do servidor público 


Por Augusto Dourado (especialista em RH)


texto_1 .png (379×580) 


Internet: <www.servidores.rhbahia.ba.gov.br> (com adaptações).

Considerando o texto e suas estruturas gramaticais, julgue o item.

Caso o pronome “se”, usado no início do segundo parágrafo, estivesse posposto ao verbo a que se relaciona, haveria incorreção quanto à colocação pronominal. 

Alternativas
Q2075990 Português
Considere as sentenças a seguir:
1. Ele nos oferece o resultado de toda uma vida dedicada à ciência. 1(a). Ele oferece-nos os resultados de toda uma vida dedicada à ciência. 2. Rodrigues nos lembra que o isolamento é um ato de amor. 2(a). Rodrigues lembra-nos que o isolamento é um ato de amor.
Sobre elas, é CORRETO o que se afirma em:
Alternativas
Q2075180 Português
A difícil tarefa de resumir 2022

A difícil tarefa de resumir 2022 A tradição cultivada pela língua inglesa de eleger a “palavra do ano” às vésperas do Natal tem menos passado do que se imagina. Também pode não ter muito futuro. Há indícios de que a conversa pública antes mediada pela imprensa, e hoje cada vez mais abrigada em redes sociais, está caminhando para se tornar menos verbal.
Não que estejamos prestes a abrir mão da palavra. Ocorre que ela parece perder prestígio como unidade de pensamento, nomeadora de realidades, para virar coadjuvante de imagens e memes, bordão, hashtag. É o que se deduz dos caminhos tomados pelo dicionário Oxford, que, desde 2004, produz uma das mais aguardadas escolhas de palavra do ano.
Neste 2022, o gigante lexicográfico terceirizou a eleição, anteriormente a cargo de um grupo de especialistas, para os leitores que votam online. Se isso já seria passível de crítica como uma renúncia ao espírito crítico (palavra) em prol do populismo digital (meme), vale observar as três candidatas ao título que o Oxford pré-selecionou. Só uma é um vocábulo propriamente dito: metaverso, neologismo velho de algumas décadas que significa universo virtual. A palavra ganhou novo fôlego com o reposicionamento estratégico do Facebook, rebatizado Meta há pouco mais de um ano. As outras candidatas são uma hashtag de apoio político “IStandWith”, algo como “euestoucom” — e uma expressão meio trivial e meio obscura que, usada pela atriz ítaloamericana Julia Fox, viralizou este ano: “goblin mode”.
Se você nunca ouviu falar nisso, não se preocupe: por que deveria? “Modo duende” (em tradução literal) é um estado de espírito em que se “rejeitam as expectativas que a sociedade deposita sobre nós, em favor de fazer o que se quiser”. Palavras do Oxford. Uau.
Não chega a ser uma guinada brusca em direção à banalidade. Lançado em 1884, o vetusto Oxford vem fazendo força para rejuvenescer: em 2015, escolheu como palavra do ano uma não palavra, o emoji que chora de tanto rir.
A preocupação em não perder o pulso das coisas é louvável, mas quando o mais importante dicionário da língua inglesa dá sinais de se curvar à demagogia das redes, como não imaginar que as “palavras do ano” têm seus dias contados?
Uma sociedade de estudos linguísticos da Alemanha — então Ocidental— leva o crédito de ter criado esse tipo de eleição, em 1971. Era a princípio um exercício acadêmico de monitoramento vocabular, nada que encantasse o público leigo.
A língua inglesa aderiu à novidade nos anos 1990. Desde então, em versão pop, escolher palavras que carimbem anos — às vezes por serem novidades e outras por serem, apesar de antigas, emblemáticas do momento—virou atrativo midiático, pauta obrigatória de todo dezembro, como as retrospectivas. Embora haja tentativas esparsas, o Brasil nunca embarcou de verdade na moda, e agora pode ser tarde. Ou não? Mesmo na defensiva, há sinais de que a palavra resiste a conceder a derrota.
Recentemente, o dicionário Merriam-Webster anunciou “gaslighting” como vocábulo do ano. Em geral usado no Brasil sem tradução, o termo designa um conjunto de técnicas de manipulação psicológica individual ou coletiva. 
O gaslighting leva suas vítimas a duvidar do próprio juízo, embaralhando verdade e mentira. Às vezes, gente assim manipulada chega a acreditar que pen drives entregues em mãos são o último grito da tecnologia.
A palavra está viva, apesar de tudo.
Sérgio Rodrigues
Folha de São Paulo, 01/12/2022
“Apreocupação em não perder o pulso das coisas é louvável” (6º parágrafo). A expressão “o pulso” está adequadamente substituída por um pronome em: 
Alternativas
Q2074411 Português

Milly Lacombe

Minhas duas primeiras memórias de infância envolvem meu pai.

    Na primeira delas, estou em seus ombros, no meio de uma multidão que cantava, pulava e festejava. Enrolados em uma bandeira do Brasil que minha mãe havia feito na máquina de costura, que ficava no mesmo quarto da TV em branco e preto. Eu tinha três anos, ele tinha 43. A seleção tinha acabado de ser tricampeã mundial de futebol e meu pai e eu celebrávamos no meio de outras centenas de pessoas na rua General Glicério, em Laranjeiras, no Rio.

    Na segunda memória, estou subindo com ele a rampa do Maracanã. Eu tinha um pouco mais que três anos, mas não muito mais. Lembro-me da mão dele segurando a minha, lembro-me de olhar para cima e vê-lo ali sorrindo para mim. Lembro-me das pessoas passando em volta, apressadas e felizes. Lembro-me das camisas e bandeiras misturadas: vermelho e preto em alguns; verde, branco e grená em outros. Ele e eu fazíamos parte desse segundo grupo de pessoas. Na minha outra mão, uma almofadinha com as cores do Fluminense, feita por minha mãe na máquina de costura que ficava no mesmo quarto da TV branco e preta. A almofadinha era uma solução à dureza do concreto da arquibancada.

    Subindo a rampa, lembro-me de ver, lá bem longe e já no topo, uma abertura para o céu. Era para lá que caminhávamos, meu pai e eu, de mãos dadas. O que haveria ali além do céu? Depois de uma subida, bastante longa para um pequeno corpo que ainda não tinha feito cinco anos, lembro-me de conhecer o que, anos depois, entenderia ser o êxtase que vem com a experiência do sagrado. Ao final da rampa, uma abertura para um campo verde, de marcas brancas e milhares de pessoas cantando ao redor.

    Capturada pela imensidão do momento, outra vez olhei para cima e vi meu pai. Ele sorria e não se movia, como quem sabe que seria importante me deixar ali um pouco, apenas sentindo a grandeza do momento, apenas absorvendo uma experiência inaugural de amor e paixão. Depois de um tempo, ele me pegou no colo e subimos os degraus da arquibancada, sendo abençoados por um tanto de pó de arroz a cada passo. Não me lembro de mais nada.

    Não me lembro do placar, não me lembro do que aconteceu em campo, não me lembro do que comemos, nem dos sorvetes que não pedi. Lembro-me apenas das sensações e das emoções daquele dia. Mas, mais que qualquer coisa, lembro-me da mão de meu pai na minha. Se fechar os olhos, posso sentir a temperatura e a textura de sua mão na minha. Se fechar os olhos, sinto outra vez a exata pressão que a mão dele fazia na minha, todas as vezes que andávamos assim pelas ruas, e sinto a segurança que aquelas mãos me davam.

    Meu pai não está mais aqui, mas a sensação de sua mão na minha está. Pouca coisa, aliás, se manteve presente além dessa sensação. Talvez apenas a emoção de subir uma rampa cujo final é um campo de futebol onde dois times se enfrentarão. O caminho do sagrado, do final de um período escuro, frio e penoso que se abre para uma imensidão de luzes, sonhos e possibilidades.

    Anos depois, eu conduziria meu sobrinho pela mesma rampa, mas agora interpretando o papel feito por meu pai.

    O que é a vida se não esse contínuo trocar de lugares e essa perpétua caminhada que pode nos levar a encontros grandiosos? Não muita coisa, eu acho. Um passo atrás do outro, uma batalha atrás da outra. Conquistas, fracassos. Vitórias, derrotas. Dias bons, dias ruins. Partidas, chegadas. E lá vamos nós outra vez.

Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/nosso-estranhoamor/2022/11/[...].shtml (Adaptado) Acesso em: 30 dez. 2022.

A posição do pronome oblíquo destacado é facultativa em: 
Alternativas
Q2070731 Português
EDUCAÇÃO AMBIENTAL PREPARA A
SOCIEDADE PARA OS DILEMAS DO
DESENVOLVIMENTO

Entrevista com Dal Marcondes para a 66ª edição da
Revista Virtual Educação Ambiental em Ação



Bere Adams
– Prezado Dal Marcondes, é uma grande honra tê-lo como o nosso entrevistado. A sua contribuição será ímpar para todos, e certamente poderemos aprender muito a partir da sua vasta experiência. Muito obrigada por aceitar o nosso convite. Normalmente começo as minhas entrevistas perguntando: como o tema meio ambiente entrou em sua vida? Algo aconteceu que despertou o seu interesse? Conta pra gente como foi o seu ingresso nesta temática tão importante e essencial que é meio ambiente.

Dal Marcondes – Minha relação com o meio ambiente é uma paixão antiga. Quando eu era criança, meus pais saíram de São Paulo e fomos morar em uma cidade no interior de Goiás. Lá aprendi a nadar em rio, andar a cavalo, comer fruta no pé. Depois, em 1974 fui para a Amazônia e me embrenhei na floresta, no Pará e no Maranhão. Até então, era uma relação idílica. Quando voltei para São Paulo, fui estudar jornalismo, me tornei repórter e editor de economia. Foi quando compreendi que as questões ambientais são essencialmente dilemas econômicos. Todos os problemas socioambientais que enfrentamos no dia a dia têm origem em decisões de caráter estritamente econômico.

Bere Adams – Qual é, para você, a importância da informação ambiental para lidarmos com os desafios ambientais que se apresentam?

Dal Marcondes – Informação, jornalismo independente e de qualidade são fundamentais para o desenvolvimento de uma sociedade, de um país e para a qualidade de vida no planeta. O cuidado que se deve ter é não confundir ser um jornalista ambiental com ser um militante ambiental. O jornalista trabalha com dados, fatos, informações e pluralismo de opiniões. O militante trabalha com causa.


Adaptado de: https://envolverde.com.br/educacao-ambiental-
prepara-a-sociedade-para-os-dilemas-do-desenvolvimento/. Acesso
em: 07 jun. 2022.
Considerando o vocabulário empregado no texto, assinale a alternativa correta.
Alternativas
Q2069323 Português
Assinale a alternativa em que os pronomes pessoais foram empregados corretamente.
Alternativas
Respostas
141: C
142: C
143: C
144: E
145: C
146: A
147: E
148: A
149: A
150: D
151: C
152: E
153: D
154: C
155: C
156: A
157: A
158: A
159: A
160: D