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Doenças crônicas mentem
Percepções inadequadas de enfermidades
silenciosas podem trazer danos
Julio Abramczyk
A percepção inadequada pelos pacientes de uma doença crônica que atinge de 2% a 4% dos adultos nos Estados
Unidos e no Reino Unido é o tema de editorial da revista The
Lancet Rheumatology deste mês.
O editorial aborda o desafio da doença denominada gota,
inflamação nas articulações causada por depósitos de cristais de urato produzidos pelo organismo do paciente.
As taxas de prescrição de remédios para manter níveis
normais do ácido úrico no sangue são baixas, assim como a
adesão dos pacientes ao remédio.
A adesão à terapia, principalmente quando a doença parece inativa, diz o editorial, é influenciada pelo grau de confiança do doente em seu médico, que deve insistir na manutenção do tratamento mesmo na ausência de dor.
A crise de gota, desencadeada por dor no local da inflamação, interfere na ação da articulação e diminui a qualidade
de vida do paciente.
No Brasil, V. Feijó Azevedo e colaboradores da Universidade Federal do Paraná abordam, na Revista Brasileira de
Reumatologia, a importância da campanha “Sua gota mente”.
Eles afirmam que, apesar do tratamento nas crises dolorosas com anti-inflamatórios acabar momentaneamente com
a dor, os cristais de urato responsáveis pela dor continuam
presentes. E, a longo prazo, podem provocar tofos e graves
danos nas articulações.
Também assinalam a importância de os médicos contribuírem para o conhecimento do paciente sobre a doença
para bons resultados a longo prazo.
(Julio Abramczyk, Doenças crônicas mentem,
Folha de S.Paulo, 25.10.2019. Acesso em 04.11.2019)