Questões de Português - Colocação Pronominal para Concurso
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Faz alguns anos que um grupo de amigos se reúne comigo para ler poesia. Numa dessas reuniões nos deparamos com esta afirmação de Gandhi: “Eu nunca acreditei que a sobrevivência fosse um valor último. A vida, para ser bela, deve estar cercada de vontade, de bondade e de liberdade. Essas são coisas pelas quais vale a pena morrer”. Essas palavras provocaram um silêncio meditativo, até que um dos membros do grupo, que se chama Canoeiros, sugeriu que fizéssemos um exercício espiritual. Um joguinho de “faz de conta”. “Vamos fazer de conta que sabemos que temos apenas um ano a mais de vida. Como é que viveremos sabendo que o tempo é curto?”
A consciência da morte nos dá uma maravilhosa lucidez. D. Juan, o bruxo do livro de Carlos Castañeda, Viagem a Ixtlan, advertia seu discípulo: “Essa bem pode ser a sua última batalha sobre a terra”. Sim, bem pode ser. Somente os tolos pensam de outra forma. E se ela pode ser a última batalha, que seja uma batalha que valha a pena. E, com isso, nos libertamos de uma infinidade de coisas ptolas e mesquinhas que permitimos se aninhem em nossos pensamentos e coração. Resta então a pergunta: “O que é o essencial?”. Um conhecido meu, ao saber que tinha um câncer no cérebro e que lhe restavam não mais que seis meses de vida, começou uma vida nova. As etiquetas sociais não mais faziam sentido. Passou a receber somente as pessoas que desejava receber, os amigos, com quem podia compartilhar seus sentimentos. Eliot se refere a um tempo em que ficamos livres da compulsão prática – fazer, fazer, fazer. Não havia mais nada a fazer. Era hora de se entregar inteiramente ao deleite da vida: ver os cenários que ele amava, ouvir as músicas que lhe davam prazer, ler os textos antigos que o haviam alimentado.
O fato é que, sem que o saibamos, todos nós estamos enfermos de morte e é preciso viver a vida com sabedoria para que ela, a vida, não seja estragada pela loucura que nos cerca.
(Rubem Alves. Variações sobre o prazer: Santo Agostinho, Nietzsche, Marx e Babette. São Paulo, Editora Planeta do Brasil, 2011. Adaptado)
( ) Abrace-me!
( ) Nunca me deixe.
( ) Espero que você me dê uma boa notícia.
Leia o texto para responder à questão.
Apostas contra depressão e fobias
A realidade virtual, conhecida pelo uso na indústria de games, tem sido cada vez mais utilizada para recriar situações de trauma ou medo e, assim, permitir que o paciente seja exposto a uma situação de risco, de forma controlada e com auxílio profissional. Medo de avião, pavor de aranhas ou insetos e fobia de lugares fechados são alguns dos problemas na mira.
Para isso, programadores de games têm sido contratados por médicos e psicólogos para criar os cenários para pacientes interagirem com as situações que os aterrorizam.
Em clínica especializada em realidade virtual, em São Paulo, uma equipe de programadores trabalhou, com detalhamento impressionante, nas versões mais recentes das experiências de imersão. No cenário de fobia de aranha, o paciente não só observa o comportamento do animal como pode interagir usando as próprias mãos, inseridas no cenário por meio de um sensor. No cenário da fobia de avião, a imersão é ainda maior. Além dos óculos de realidade virtual, há duas poltronas de avião posicionadas sobre uma plataforma móvel que simula os vários momentos – decolagem, pouso e turbulências.
Antes mesmo de “entrar” na aeronave, o paciente em tratamento passa, dentro da experiência de realidade virtual, por check-in, raios X e fila de embarque. Em todas as situações, ele tem os batimentos cardíacos e a respiração monitorados constantemente pela equipe de psicólogos.
Segundo o psicólogo Cristiano Nabuco, professor do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (USP) e chefe da clínica, a abordagem é eficaz visto que trabalha três dimensões: pensamento, emoção e comportamento. “Para quem tem medo de avião, não adianta você só trazer estatísticas.”
O especialista explica que, ainda que o paciente tenha consciência de que aquela é uma simulação, o cérebro acaba “sendo enganado”.
Já a realidade virtual aliada ao tratamento com choques elétricos tem sido estudada para casos como os de dependência química, manias e compulsões. O tratamento com choques elétricos no cérebro nada tem a ver com as terapias obsoletas praticadas nos antigos manicômios.
Hoje, a corrente elétrica é usada em baixíssima intensidade, de forma não invasiva, para estimular ou inibir áreas do cérebro afetadas por alguns transtornos. Estudos publicados em renomadas revistas médicas já comprovaram a eficácia do tratamento para pacientes com depressão grave que não demonstravam uma boa resposta aos remédios. Nos últimos anos, a técnica começou a ser estudada também para condições de dependência química, autismo, transtorno obsessivo- -compulsivo e compulsão alimentar.
Para os especialistas, evidentemente tanto a realidade virtual quanto a estimulação transcraniana são parte do tratamento e precisam ser associadas a psicoterapias e a medicações.
(Fabiana Cambricoli. O Estado de S. Paulo, 08.09.2019. Adaptado)
• A realidade virtual é muito conhecida na indústria de games e, agora, profissionais têm usado a realidade virtual na área da medicina. • Técnicas de computação permitem criar cenários fictícios, e médicos e psicólogos usam esses cenários para ajudar pacientes. • A aplicação de choques elétricos em pacientes, antes condenada, hoje ajuda pacientes a superar traumas.
De acordo com a norma-padrão de emprego e colocação dos pronomes, os trechos destacados podem ser substituídos, respectivamente, por
Leia a tira para responder à questão.
Leia o texto abaixo e responda ao que se pede.