Questões de Português - Concordância verbal, Concordância nominal para Concurso

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Q427834 Português
Com base nos aspectos linguísticos do texto, julgue os itens que se seguem.

A forma verbal “importam” (l.7) foi empregada no plural por concordar com “o homem moderno” (l.1), expressão de sentido coletivo a que se refere o sujeito da oração em que essa forma verbal ocorre.
Alternativas
Q427446 Português


Acredite, progredimos sim




Faz hoje exatos 50 anos do chamado Comício da Central do Brasil, que funcionou como acelerador para a conspiração já em andamento que acabaria por depor o presidente constitucional João Belchior Marques Goulart, apenas 18 dias depois.

É bom olhar para trás para verificar que, pelo menos no terreno institucional, o país progrediu bastante desde que chegou ao fim o ciclo militar, há 29 anos. É um dado positivo em uma nação com tão formidável coleção de problemas e atraso em tantas áreas como o Brasil.

Ajuda-memória: o comício foi organizado pelo governo Goulart. Havia uma profusão de bandeiras vermelhas pedindo a legalização do ainda banido Partido Comunista Brasileiro, o que era o mesmo que acenar para o conservadorismo civil e militar com o pano vermelho com que se atiça o touro na arena.

Se fosse pouco, havia também faixas cobrando a reforma agrária, anátema para os poderosos latifundiários e seus representantes no mundo político.

Para completar, Jango aproveitou o comício para assinar dois decretos, ambos tomados como “comunizantes" pelos seus adversários: o que desapropriava refinarias que ainda não eram da Petrobrás e o que declarava de utilidade pública para fins de desapropriação terras rurais subutilizadas.

Na visão dos conspiradores, eram dois claros atentados à propriedade privada e, como tais, provas adicionais de que o governo preparava a comunização do país.

Cinquenta anos depois, é um tremendo progresso, do qual talvez nem nos damos conta, o fato de que bandeiras vermelhas - ou azuis ou amarelas ou verdes ou brancas ou pretas - podem ser tranquilamente exibidas em atos públicos sem que se considere estar ameaçada a ordem estabelecida.

Reforma agrária deixou de ser um anátema, e a desapropriação de terras ociosas é comum mesmo em governos que a esquerda considera de direita ou conservadores.

Continua, é verdade, a batalha ideológica entre ruralistas e o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, mas ela se dá no campo das ideias, sem que se chame a tropa para resolvê-la. Pena que ainda continuemos primitivos o suficiente para que haja mortes no campo (além de trabalho escravo), mas, de todo modo, ninguém pensa em chamar o Exército por causa dessa carência.

Nos quase 30 anos transcorridos desde o fim do ciclo militar, foi possível, dentro da mais absoluta ordem e legalidade, promover o impeachment de um presidente, ao contrário do ocorrido em 1964, ano em que Jango foi impedido à força de exercer o poder.

Votei pela primeira vez para presidente em 1989, quando já tinha 46 anos. Meus filhos também votaram pela primeira vez naquela ocasião, o que significa que uma geração inteira teve capada parte essencial de sua cidadania durante tempo demais.

Hoje, votar para residente é tão rotineiro que ficou até meio monótono. Democracia é assim mesmo.

Pena que esse avanço institucional inegável não tenha sido acompanhado por qualidade das instituições. Espero que esse novo passo não leve 50 anos.

(Clovis Rossi, Folha de São Paulo, 13/03/2014)





Faz hoje exatos 50 anos”; “há 29 anos”. Sobre as estruturas gramaticais dessas duas frases do texto, assinale a afirmativa correta.
Alternativas
Q426624 Português
A concordância realizou-se adequadamente em qual alternativa?
Alternativas
Ano: 2014 Banca: FCC Órgão: AL-PE Prova: FCC - 2014 - AL-PE - Agente Legislativo |
Q425042 Português
O período redigido com lógica, clareza e correção é:
Alternativas
Q424678 Português
A concordância verbal está usada de acordo com a norma-padrão da Língua Portuguesa no verbo destacado em:
Alternativas
Ano: 2014 Banca: FGV Órgão: AL-BA Prova: FGV - 2014 - AL-BA - Auditor |
Q424064 Português
                    Sai a energia limpa, entra o pré-sal 

     Vivemos um tempo em que o fantasma do apagão assombra o já inseguro, pouco competitivo e bamboleante setor industrial brasileiro. Pouco a pouco esse fantasma começa também a assustar os incautos cidadãos comuns de nosso país.

     Por um lado, o Brasil possui uma das matrizes elétricas consideradas uma das mais limpas do mundo. Entre 80% e 90%da nossa geração elétrica vêm de fontes renováveis. Segundo o Relatório de Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil – da Agência Nacional de Águas – o país tem cerca de mil empreendimentos hidrelétricos, sendo que mais de 400 deles são pequenas centrais hidrelétricas.

     Por outro lado, se olharmos nossa matriz energética como um todo, veremos que estamos muito longe de sermos exemplo na área de energias limpas.Mais de 52% da energia que move o Brasil vêm do petróleo e seus derivados, empurrando a energia hidrelétrica para um modesto terceiro lugar, com apenas 13% do total, ficando também atrás da energia gerada através da cana (álcool +biomassa, com 19,3%).

     Se você vivia no país antes de 2007, deve ter lido ou ouvido falar que o Estado brasileiro estava investindo pesadamente em biocombustíveis e em fontes energéticas renováveis e limpas.Pelo discurso oficial, o Brasil se tornaria a potência energética limpa do terceiro milênio e um país exportador dessas tecnologias.

     Mas em 2007, Deus – talvez por ser brasileiro – resolveu dar uma mãozinha e nos deu de presente o pré‐sal, rapidamente vendido (sem trocadilhos) como a redenção de todos os nossos problemas. O que se viu a partir daí foi uma verdadeira batalha política entre os estados “com pré‐sal” e os estados “sem pré‐sal”pelos royalties do tesouro recém‐descoberto.

     A face menos perceptível desse fenômeno foi que, como mágica, sumiram os projetos de desenvolvimento tecnológico e de inovação para aprimoramento e popularização de fontes energéticas limpas.

     (....) É muito triste constatar que vivemos em um país de discursos, sem nenhum planejamento estratégico para a área de energia e, pior, que o Brasil fez uma clara opção pelo caminho da poluição e da ineficiência energética.

     Quanto ao fantasma do apagão, justiça seja feita, o Estado brasileiro tem feito sua parte para espantá‐lo definitivamente.Mas, como não há planejamento, faz isso como pode, rezando todos os dias – e com muita fé – para que São Pedro mande o único antídoto que pode, de fato, impedir que esse espectro da falta de planejamento provoque um colapso energético no país: a chuva.

          

                             (José Roberto Borghetti Antonio OstrenskyO Globo, 27/03/2014) 

Entre 80% e 90% da nossa energia vêm de fontes renováveis”. Nessa frase a concordância verbal é feita no plural, por fazer concordar o verbo (vêm) com o número da porcentagem.
Assinale a opção que indica a frase em que a concordância está incorreta.
Alternativas
Ano: 2014 Banca: FUNCAB Órgão: PRF Prova: FUNCAB - 2014 - PRF - Agente Administrativo - 02 |
Q422044 Português
                           O jovem policial
Eu estava botando gasolina no tanque do meu carro e do meu lado estavam dois carros da Brigada Militar. Dois policiais falavam  com alguém do posto. Um terceiro, bem junto da minha janela, de costas para mim, portava uma arma grande, que na minha  ignorância acho que poderia ser um fuzil ou uma metralhadora. Estava ali, sozinho, e comecei a observá-lo sem que me notasse. Tenso, alerta, consciente de sua missão, olhava para os lados empunhando a sua arma com o cano voltado para baixo. Seu rosto era jovem, tão jovem que me comovi. Podia ser meu filho.  Mais: podia ser meu neto. Estava tão concentrado no seu dever  tão alerta na sua posição, que fiquei imaginando se, ou quando  ele poderia levar um tiro de algum bandido. Poderia ficar lesado  gravemente. Poderia morrer. Por mim, por você, por um de nós  em qualquer parte do Brasil, não importa que nome se dê a sua  corporação, nem se é da guarda estadual, municipal ou federal . Esses jovens se expõem por nós. Morrem por nós. Tentam, num país tão confuso, proteger o cidadão. A gente realmente pensa nisso? Uma vez ao dia, uma vez por semana, uma vez ao mês? 

[...]

                   (Lya Luft.Revista Veia, n° 2044, 23/01/2008. Fragmento.)

Tendo em vista o enunciado “Estava tão concentrado no seu dever, tão alerta na sua posição, que fiquei imaginando se, ou quando, ele poderia levar um tiro de algum bandido.", analise as afirmativas a seguir.

I Se a frase fosse passada para o plural, a concordância da palavra ALERTA deveria ser feita, também, no plural.
II. A palavra CONCENTRADO está no masculino, pois concorda com ELE (elíptico na oração a que pertence).
III. A palavra QUE introduz uma oração subordinada substantiva objetiva direta.

Estárão)correta(s) somente a(s)afirmativa(s):
Alternativas
Ano: 2014 Banca: FUMARC Órgão: PC-MG Prova: FUMARC - 2014 - PC-MG - Investigador de Policia |
Q421847 Português
TEXTO 1: Leia com atenção o texto a seguir, para resolver a questão.

O ato de ler e sua importância: vivências e exigências
Anderson Fávero


      Saber ler é, além de uma exigência da sociedade moderna, uma dinâmica experiência existencial. Contudo, há uma importante diferença entre saber ler e a prática efetiva da leitura: a efetiva leitura vai além do texto verbal e começa - na palavra-mundo - antes mesmo do contato com ele.
      Referindo-nos tão somente ao texto verbal, o ato de ler está invariavelmente relacionado ao processo de escrita, e o leitor, na maioria das vezes, é visto como um mero agente “decodifcador” de letras, num gesto simples e puramente mecânico de decifração de sinais e códigos. Porém, esse posicionamento submisso frente à decifração de signos linguísticos e à desenfreada recepção de informações não confere, a quem quer que seja, a qualidade e a competência de leitor, tal como hoje as entendemos ou o entendemos. Ao contrário, uma patente passividade leitora vem fazendo com que muitos assumam, cada vez mais, uma postura suscetível e vulnerável a quaisquer práticas ou intenções de dominação e/ou manipulação.
      Para que ocorra, então, uma prática concreta de libertação, a compreensão das mais diversas linguagens, expressões e formas simbólicas, configuradas quer por palavras, quer por imagens, exige de qualquer leitor, hoje, um caráter reflexivo e um papel mais do que ativo. Essa constante “atuação” se faz necessária para que haja a produção de múltiplas possibilidades de leitura e para que essas se multipliquem e se tornem novas a cada experiência de “confronto” e de interação textual, levando em consideração a surpreendente diversidade de fenômenos que podem, enfim, ser chamados de texto. Assim, apreciações interpretativas, críticas e sensíveis por parte dos leitores tornam-se, cada vez mais, componentes ativos na (e para a) consolidação de qualquer leitura.
      Sendo assim, abdicar de posições e posturas “inertes” é uma das características que permitem ao leitor proficiente ser levado em conta como parte integrante não só do ato da leitura, mas também dos textos. Uma leitura eficiente pressupõe sucessivos instantes de construção e de desconstrução de significados, ou seja, momentos de preenchimento de espaços vazios ou em branco dos textos, abertos a várias
interpretações. Além disso, essa eficaz leitura deve ser entendida como um momento de apropriação e incorporação de saberes, bem como de participação afetiva e efetiva numa realidade (quase sempre) alheia. 
      A predisposição e a empatia do leitor para entregar-se ao universo apresentado no texto, para mergulhar e se aprofundar nas entrelinhas e nos subentendidos são, também, fundamentais para uma leitura polivalente, multidirecional e aberta à flexibilidade. Todo texto é plural, assim como os sentidos e os significados desse texto. Basta que o leitor esteja atento a todas as peculiaridades textuais e que associe ou atribua a elas significância por meio do que está explícito e, principalmente, implícito. Nenhuma leitura deve ser compreendida como um processo e/ou um ato estático; deve, sim, ser enxergada através de diversos ângulos, como uma atividade instigante e doadora de significação. [...]
      A formação de um leitor deve valer-se de vivências sistemáticas de leitura, carregadas de significados e de sentidos que contribuam para o ser/estar no mundo, numa perspectiva de interação entre o mundo do leitor e o do autor do texto (ou da obra); deve envolver práticas sociais em que o indivíduo sinta a necessidade de ler. E deve, ainda, fazer do ato de ler um momento de apropriação de saberes, de conhecimento de
si e do mundo e, sempre que possível, um momento de puro prazer.


Disponível em: http://www.cruzeirodosul.inf.br/materia/453769/o-ato-de-ler-e-sua-importancia-vivencias-e-exigencias Acesso em: dez./2013. 

Assim, apreciações interpretativas, críticas e sensíveis por parte dos leitores tornam-se, cada vez mais, componentes ativos na (e para a) consolidação de qualquer leitura.” (Linhas 21-22)
Sobre a Concordância Verbal do período acima, é CORRETO afirmar:
Alternativas
Q421125 Português
Leia as tirinhas e assinale a alternativa cujas palavras com­pletam, correta e respectivamente, as lacunas.

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Alternativas
Q421123 Português
Leia trechos da entrevista do pianista João Carlos Martins ao jornal O Estado de S.Paulo para responder a questão.

De pianista _____ maestro, o músico aprendeu com os desafios, sem deixar morrer seu amor pela arte erudita.

Que valores nortearam a sua vida para que o senhor conseguisse lidar com as más notícias que recebeu e superá-las?

Um percalço físico pode _______ ____ depressão ou _____ reflexão. Se você refletir com a razão e com o coração, tendo como meta a palavra esperança, o percalço poderá ser um estímulo para o sucesso. Embora eu prefira não usar a palavra su­cesso, tenho certeza _______ a palavra superação ajudará pessoas que estejam enfrentando adversidades em suas vidas.

Assinale a alternativa cujas palavras completam, correta e respectivamente, as lacunas do texto.
Alternativas
Q420820 Português


Em relação ao texto acima, julgue o item a seguir.
O trecho “O aumento da frequência (...) afirmam há anos” (L.9-12) poderia ser corretamente reescrito da seguinte maneira: Faz anos que os cientistas vêm afirmando que o aumento da frequência dos eventos extremos é o principal sintoma das mudanças climáticas — que vão muito além do calor.
Alternativas
Q420818 Português


Em relação ao texto acima, julgue o item a seguir.
A substituição da forma verbal “haverá” (L.5) por existirá não prejudicaria nem o sentido nem a correção gramatical do texto.
Alternativas
Q420817 Português


Em relação ao texto acima, julgue o item a seguir.
No trecho “dissipam-se para latitudes mais baixas” (L.21), a partícula “se” tem função apassivadora.
Alternativas
Ano: 2014 Banca: ACAFE Órgão: PC-SC Prova: ACAFE - 2014 - PC-SC - Agente de Polícia |
Q420653 Português
Complete as lacunas com os verbos, tempos e modos indicados entre parênteses, fazendo a devida concordância.

• O juiz agrário ainda não_________no conflito porque surgiram fatos novos de ontem para hoje. (intervir - pretérito perfeito do indicativo)
• Uns poucos convidados___________-se com os vídeos postados no facebook. (entreter - pretérito imperfeito do indicativo)
• Representantes do PCRT somente serão aceitos na composição da chapa quando se _________ de criticar a atual diretoria do clube (abster-se - futuro do subjuntivo)

A seqüência correta, de cima para baixo, é:
Alternativas
Q420227 Português
Leia a charge para responder a questão.

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Assinale a alternativa correta quanto à concordância, de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa.
Alternativas
Q420021 Português
Assinale a alternativa em que a concordância está de acordo com a norma-­padrão da língua portuguesa.
Alternativas
Q419956 Português
                                         Velhas cartas

       “Você nunca saberá o bem que sua carta me fez...” Sinto um choque ao ler esta carta antiga que encontro em um maço de outras. Vejo a data, e então me lembro onde estava quando a recebi. Não me lembro é do que escrevi que fez tanto bem a uma pessoa. Passo os olhos por essas linhas antigas, elas dão notícias de amigos, contam uma ou outra coisa do Rio e tenho curiosidade de ver como ela se despedia de mim. É do jeito mais simples: “A saudade de...”
      Agora folheio outras cartas de amigos e amigas; são quase todas de apenas dois ou três anos atrás. Mas como isso está longe! Sinto-me um pouco humilhado, pensando como certas pessoas me eram necessárias e agora nem existiriam mais na minha lembrança se eu não encontrasse essas linhas rabiscadas em Londres ou na Suíça. “Cheguei neste instante; é a primeira coisa que faço, como prometi, escrever para você, mesmo porque durante a viagem pensei demais em você...”
      Isto soa absurdo a dois anos e meio de distância. Não faço a menor ideia do paradeiro dessa mulher de letra redonda; ela, com certeza, mal se lembrará do meu nome. E esse casal, santo Deus, como era amigo: fazíamos planos de viajar juntos pela Itália; os dias que tínhamos passado juntos eram “inesquecíveis”.
      E esse amigo como era amigo! Entretanto, nenhum de nós dois se lembrou mais de procurar o outro. (...) As cartas mais queridas, as que eram boas ou ruins demais, eu as rasguei há muito. Não guardo um documento sequer das pessoas que mais me afligiram e mais me fizeram feliz. Ficaram apenas, dessa época, essas cartas que na ocasião tive pena de rasgar e depois não me lembrei de deitar fora. A maioria eu guardei para responder depois, e nunca o fiz. Mas também escrevi muitas cartas e nem todas tiveram resposta
.

                    (BRAGA, Rubem. 200 crônicas escolhidas. Rio de Janeiro: Record, 1978. p. 271/272)


As normas de concordância verbal e nominal estão plenamente observadas na frase:
Alternativas
Q419949 Português
                                  Nosso jeitinho

      Um amigo meu, estrangeiro, já há uns seis anos morando no Brasil, lembrava-me outro dia qual fora sua principal dificuldade - entre várias - de se adaptar aos nossos costumes. “Certamente foi lidar com o tal do jeitinho”, explicou. “Custei a entender que aqui no Brasil nada está perdido, nenhum impasse é definitivo: sempre haverá como se dar um jeitinho em tudo, desde fazer o motor do carro velho funcionar com um pedaço de arame até conseguir que o primo do amigo do chefe da seção regional da Secretaria de Alimentos convença este último a influenciar o Diretor no despacho de um processo”.
      Meu amigo estrangeiro estava, como se vê, reconhecendo a nossa “informalidade” - que é o nome chique do tal do jeitinho. O sistema - também batizado pelos sociólogos como o do “favor” - não deixa de ser simpático, embora esteja longe de ser justo. Os beneficiados nunca reclamam, e os que jamais foram morrem de inveja e mantêm esperanças. Até o poeta Drummond tratou da questão no poema “Explicação”, em que diz a certa altura: “E no fim dá certo”. Essa conclusão aponta para uma espécie de providencialismo místico, contrapartida divina do jeitinho: tudo se há de arranjar, porque Deus é brasileiro. Entre a piada e a seriedade, muita gente segue contando com nosso modo tão jeitoso de viver.
      É possível que os tempos modernos tenham começado a desfavorecer a solução do jeitinho: a informatização de tudo, a rapidez da mídia, a divulgação instantânea nas redes sociais, tudo se encaminha para alguma transparência, que é a inimiga mortal da informalidade. Tudo se documenta, se registra, se formaliza de algum modo - e o jeitinho passa a ser facilmente desmascarado, comprometido o seu anonimato e perdendo força aquela simpática clandestinidade que sempre o protegeu. Mas há ainda muita gente que acha que nós, os brasileiros, com nossa indiscutível criatividade, daremos um jeito de contornar esse problema. Meu amigo estrangeiro, por exemplo, não perdeu a esperança
.

                           (Abelardo Trabulsi, inédito)

O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se de modo a concordar com o termo sublinhado na frase:
Alternativas
Q417286 Português
Leia o texto para responder à questão.

                                Fôlego e Classe

        Muita gente me pergunta: mas o que vai você fazer no futebol? Divertir-me, digo a uns. Viver, digo a outros. E sofrer, diriam os meus correligionários flamengos. Na verdade, uma partida de futebol é mais alguma coisa que um bater de bola, que uma disputa de pontapés. Os espanhóis fizeram de suas touradas espécie de retrato psicológico de um povo. Ligaram-se com tanta alma, com tanto corpo aos espetáculos selvagens que com eles explicam mais a Espanha que com livros de sociólogos. Os que falam de barbarismo em relação às matanças de touros são os mesmos que falam de estupidez em relação a uma partida de futebol. E então generalizam: é o momento da falta de espírito admirar-se com o que homens fazem com os pés. Ironizam os
que vão passar duas horas vendo as bicicletas de um Leônidas, as “tiradas” de um Domingos. Para esta gente tudo isso não passa de uma degradação. No entanto, há uma grandeza no futebol. Não é ele só o espetáculo que nos absorve, que nos embriaga, que nos arrasa, muitas vezes, os nervos. Há na batalha dos vinte e dois homens em campo uma verdadeira exibição da diversidade da natureza humana submetida a um comando, ao desejo de vitória. Os que estão de fora gritando, vociferando, uivando de ódio e de alegria, não percebem que os heróis estão dando mais alguma coisa que pontapés, cargas de corpos; estão usando a cabeça, o cérebro, a inteligência. Para que eles vençam se faz preciso um domínio completo de todos os impulsos que o homem que é lobo seja menos lobo, que os instintos devoradores se mantenham em mordaça.[...]
        Mas, mais do que os homens que lutam no gramado, há o espetáculo dos que trepam nas arquibancadas, dos que se acomodam nas cadeiras de pistas. Nunca vi tanta semelhança entre tanta gente. Todos os setenta mil espectadores que enchem um “Fla-Flu” se parecem, jogam os mesmos insultos, dão os mesmos gritos. Neste sentido, o futebol é como o carnaval, um agente de confraternidade. Liga os homens no amor e no ódio. [...]

(José Lins do Rego. www.fliporto.net. Adaptado. Acessado em 10.04.2014)
Assinale a alternativa cuja frase está correta quanto à concordância nominal e verbal.
Alternativas
Q417126 Português
Fora de foco 

      Deve-se ao desenvolvimento de remédios e terapias, a partir de experimentos científicos em laboratórios com o uso de animais, parcela considerável do exponencial aumento da expectativa e da qualidade de vida em todo o mundo. É extensa a lista de doenças que, tidas como incuráveis até o início do século passado e que levavam à morte prematura ou provocavam sequelas irreversíveis, hoje podem ser combatidas com quase absoluta perspectiva de cura.
      Embora, por óbvio, o homem ainda seja vítima de diversos tipos de moléstias para as quais a medicina ainda não encontrou lenitivos, a descoberta em alta escala de novos medicamentos, particularmente no último século, legou à Humanidade doses substanciais de fármacos, de tal forma que se tornou impensável viver sem eles à disposição em hospitais, clínicas e farmácias.
      A legítima busca do homem por descobertas que o desassombrem do fantasma de doenças que podem ser combatidas com remédios e, em última instância, pelo aumento da expectativa de vida está na base da discussão sobre o emprego de animais em experimentos científicos. Usá-los ou não é um falso dilema, a começar pelo fato de que, se não todos, mas grande parte daqueles que combatem o emprego de cobaias em laboratórios em algum momento já se beneficiou da prescrição de medicamentos que não teriam sido desenvolvidos sem os experimentos nas salas de pesquisa.
      É inegável que a opção pelo emprego de animais no desenvolvimento de fármacos implica uma discussão ética. Mas a questão não é se o homem deve ou não recorrer a cobaias; cientistas de todo o mundo, inclusive de países com pesquisas e indústria farmacêutica mais avançadas que o Brasil, são unânimes em considerar que a ciência ainda não pode prescindir totalmente dos testes com organismos vivos, em razão da impossibilidade de se reproduzir em laboratório toda a complexidade das cadeias de células. A discussão que cabe é em relação à escala do uso de animais, ou seja, até que ponto eles podem ser substituídos por meios de pesquisas artificiais, e que protocolo seguir para que, a eles recorrendo, lhes seja garantido o pressuposto da redução (ou mesmo eliminação) do sofrimento físico.

(O Globo, 21/11/2013)

“É inegável que a opção pelo emprego de animais no desenvolvimento de fármacos implica uma discussão ética. Mas a questão não é se o homem deve ou não recorrer a cobaias; cientistas de todo o mundo, inclusive de países com pesquisas e indústria farmacêutica mais avançadas que o Brasil, são unânimes em considerar que a ciência ainda não pode prescindir totalmente dos testes com organismos vivos, em razão da impossibilidade de se reproduzir em laboratório toda a complexidade das cadeias de células”.

Sobre a concordância nominal e verbal desse segmento do texto, é correto afirmar que
Alternativas
Respostas
2301: E
2302: C
2303: C
2304: E
2305: A
2306: D
2307: D
2308: A
2309: A
2310: C
2311: C
2312: E
2313: C
2314: A
2315: B
2316: B
2317: B
2318: D
2319: A
2320: C