Questões de Português - Crase para Concurso
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(Maurício de Sousa. Chico Bento: histórias de pescador. Porto Alegre, L&PM, 2016. Adaptado)
Ricardo Young – Quem não enxerga a importância da sustentabilidade corre um sério risco de obsolescência intelectual e analfabetismo em relação ao seu tempo. E não se trata de ser ou não ser lucrativo. A responsabilidade social tem a ver com a capacidade de permanecer ou não no mercado. Em uma empresa socialmente responsável, pode-se catalisar a inteligência instalada e lhe dar uma direção e um sentido. Isso fortalece a empresa, torna-a mais competitiva, aumenta a autoestima e a dedicação dos funcionários, amplia o sentimento de pertencimento — a vida das pessoas, em vez de ser ameaçada pelo trabalho, é fortalecida por ele. Essas empresas têm melhores condições de desempenho e, portanto, de prolongar sua vida.
Ricardo Young. Revista Planeta, out./2009, p. 10 (com adaptações).
A partir da organização das estruturas linguísticas e das ideias do texto, julgue o item.
A função exercida pelo pronome “lhe” (linha.9) estaria correta e coerentemente desempenhada pelo pronome ela, desde que fosse usada também a preposição a, o que resultaria em crase, com a seguinte redação: dar à ela uma direção.
À margem do rio, nos fundos do mercado de peixe, ergue-se o velho ingazeiro – ali os bêbados são felizes. A população considera-os animais sagrados, ________ às suas necessidades de cachaça e pirão. No trivial contentam-se com as sobras do mercado.
Quando ronca a barriga, ao ponto de perturbar a sesta, saem do abrigo e, arrastando os pesados pés, atiram-se à luta pela vida. Enterram-se no mangue até os joelhos na caça ao caranguejo ou, tromba vermelha no ar, espiam a queda dos ingás maduros.
Elefantes malferidos coçam as perebas, sem nenhuma queixa, escarrapachados .............. raízes que servem de cama e cadeira. Bebem e beliscam pedacinho de peixe. Cada um tem o seu lugar, gentilmente avisam:
– Não use a raiz do Pedro. – Foi embora, sentiu que ia se apagar e caiu fora. Eu gritei: Vai na frente, Pedro, deixa a porta aberta. à flor do lodo borbulha o mangue – os passos de um gigante perdido? João dispõe no braseiro o peixe embrulhado em folha de bananeira. – O Cai N’água trouxe as minhocas? – Sabia não? – Agora mesmo ele... – Entregou a lata e disse: Jonas, vai dar pescadinha da boa.
Chega de outras margens um elefante moribundo.
– Amigo, venha com a gente.
Uma raiz no ingazeiro, o rabo de peixe, a caneca de pinga.
No silêncio o bzzz dos pernilongos ________ o posto de cada um, assombrados com o mistério da noite, o farol piscando ..... alto do morro.
Distrai-se um deles a enterrar o dedo no tornozelo inchado. Puxando os pés de paquiderme, afasta-se entre adeuses em voz baixa – ninguém perturbe os dorminhocos. Esses, quando acordam, não perguntam aonde foi o ausente. E, se indagassem, para levar-lhe margaridas do banhado, quem saberia responder? A você o caminho se revela na hora da morte.
A viração da tarde assanha as varejeiras grudadas ..... seus pés disformes. Nas folhas do ingazeiro reluzem lambaris prateados – ao eco da queda dos frutos os bêbados erguem-se com dificuldade e os disputam rolando no pó. O vencedor descasca o ingá, chupa de olho guloso a fava adocicada. Jamais correu sangue no cemitério, a faquinha na cinta é para _________ peixe. E, os brigões, incapazes de se moverem, basta xingarem-se à distância.
Eles que suportam o delírio, a peste, o fel na língua, o mormaço, as câimbras de sangue, berram de ódio contra os pardais, que se aninham entre as folhas e, antes de dormir, lhes cospem na cabeça – o seu pipiar irrequieto envenena a modorra.
Da margem contemplam os pescadores mergulhando os remos.
– Um peixinho aí, compadre?
O pescador atira o peixe desprezado no fundo da canoa. – Por que você bebe, Papa-Isca? – Maldição de mãe, uai. – O Chico não quer peixe? – Tadinho, a barriga-d’água.
Sem pressa, aparta-se dos companheiros cochilando à margem, esquecidos de enfiar a minhoca no anzol.
Cuspindo na água o caroço preto do ingá, os outros não o interrogam: as presas de marfim que indicam o caminho são garrafas vazias. Chico perde-se no cemitério sagrado, as carcaças de pés grotescos surgindo ao luar.
TREVISAN, Dalton. Cemitério de elefantes. In: Primeiro livro de contos. 1. ed. Rio de Janeiro, Record, s. d., p. 28-31.
Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas de linhas pontilhadas no texto:
Em “... os homens já estão se equiparando às mulheres...” (4º§), o sinal indicativo da crase ocorre pela mesma razão que em:
Leia o texto para responder à questão.
Comunhão
Os verdadeiros poetas não leem os outros poetas. O
verdadeiros poetas leem os pequenos anúncios dos jornais.
(Mario Quintana. Sapato florido. São Paulo, Globo, 2005, p. 64)
Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas do texto a seguir.
______ poesia de Mario Quintana encanta os leitores devido ___ uma espontaneidade marcante, que se combina _____ uma ironia sutil e bem-humorada.
L. R. Paranhos et al. Implicações éticas e legais do marketing na
Odontologia. In: RSBO – Revista Sul Brasileira de Odontologia,
v. 8, n.º 2, p. 219‐24, 2011 (com adaptações).
No que concerne à estruturação linguístico‐gramatical do texto, julgue o item.
A supressão do acento indicativo de crase em “às”
(linha 23) mantém a correção gramatical e os sentidos
originais do texto.
Julgue o item no que se refere às estruturas linguístico‐gramaticais do texto.
Mantém a correção gramatical a inserção de acento grave indicativo de crase no “a” que integra o segmento
“para dar lugar a” (linha 13).
Leia a tira para responder à questão.
(André Dahmer. Malvados – número 1555. www.malvados.com.br)
Leia a tirinha a seguir.
Disponível em: <https://tinyurl.com/yy8j9nwl>. Acesso em: 25 abr. 2019.
A respeito do uso da crase nesse texto, é incorreto afirmar:
Leia o texto para responder à questão.
Ensino com diretriz
Está quase pronto o documento que definirá o padrão nacional para o que crianças e jovens devem aprender até o 9o ano do ensino fundamental. Trata-se da quarta versão da Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
Caso aprovada até janeiro, a diretriz deve começar a ser implementada nos próximos dois anos.
A BNCC define conteúdos a serem estudados e competências e habilidades que os alunos devem demonstrar a cada passo da vida escolar. Soa como obviedade, mas não existe norma válida em todo o país que estabeleça de modo preciso a progressão do ensino e o que se deve esperar como resultado.
Note-se ainda que a base curricular não especifica como alcançar seus objetivos – isso será papel dos currículos a serem elaborados por estados e municípios, que podem fazer acréscimos conforme necessidades regionais.
A existência de um padrão pode permitir a correção de desigualdades do aprendizado e avaliações melhores. A partir de um limiar mediano de clareza, inteligência pedagógica e pragmatismo, qualquer modelo é melhor do que nenhum. Nesse aspecto, a nova versão da BNCC está perto de merecer nota de aprovação.
O programa ainda se mostra extenso em demasia, não muito diferente do que se viu nas escolas das últimas décadas, quando raramente foi cumprido. O excesso de assuntos dificulta abordagens mais aprofundadas e criativas.
A BNCC lembra a Constituição de 1988. Detalhista, arrojada e generosa, mas de difícil aplicação imediata e integral. É indiscutível, de todo modo, a urgência de pôr em prática esse plano que pode oferecer educação decente e igualitária às crianças.
(Editorial. Folha de S.Paulo, 10.12.2017. Adaptado)
Leia as frases:
• Com a BNCC, busca-se chegar _________ um modo preciso de progressão do ensino.
• A BNCC assemelha-se_________Constituição de 1988: detalhista, arrojada e generosa.
• Desigualdades do aprendizado podem ser corrigidas _________partir da existência de um padrão.
• Estados e municípios se dedicarão_________elaboração de seus respectivos currículos.
De acordo com a norma-padrão, as lacunas devem ser preenchidas, correta e respectivamente, com:
Uma declaração política que definiu uma geração, uma epifania de paz, três caóticos dias que transformaram a história da música: os símbolos que cercam Woodstock são muitos, e às vezes é difícil separar o mito da realidade. O festival tem um peso cultural significativo, mas o legado de meio milhão de jovens festejando na chuva é menos sentido como uma subcultura revolucionária e mais como um clichê da cultura pop.
Em 1969, a sociedade americana estava se recuperando de vários acontecimentos, entre eles os protestos contra a guerra do Vietnã, os distúrbios raciais e os assassinatos de figuras como Martin Luther King e Robert Kennedy, o que implicitamente colocou a paz e o amor de Woodstock como antídoto contra a raiva. “O estado de ânimo no país era um pouco como hoje. Havia uma sensação de violência, de verdadeiro ódio e divisão”, disse Martha Bayles, acadêmica do Boston College.
Apesar de o Woodstock ter incluído canções de protesto, Bayles descartou a noção popular de que o festival foi político, o que considera um “mal-entendido”. “Nem o movimento contra a guerra, nem o movimento do poder negro… ninguém desse lado viu o Woodstock como algo além de uma piada”. “Foi visto pela militância política mais rígida como algo bobo e autoindulgente”.
A artista mais ativa politicamente do evento foi Joan Baez, que recorda Woodstock como “um festival de alegria”. Os três dias “foram algo importante, mas não uma revolução”, disse ao jornal The New York Times. “Uma revolução ou mesmo uma mudança social não acontecem sem a vontade de correr riscos. E o único risco em Woodstock era não ser convidado para o evento”, afirmou.
(“Cinco décadas depois de Woodstock, ainda é difícil separar o mito da realidade”. AFP, https://gauchazh.clicrbs.com.br, 14.08.2019. Adaptado)
O legado de meio milhão de jovens festejando em meio ____chuva é menos relacionado _____ uma subcultura revolucionária e mais ___ um clichê da cultura pop.
Considerando as regras de emprego do sinal indicativo de crase, assinale a alternativa que preenche correta e respectivamente as lacunas da frase.
(Ciça, Pagando o pato, Coleção L&PM Pocket, vol. 551, pág 11)