Questões de Concurso Sobre crase em português

Foram encontradas 6.587 questões

Q1906769 Português

        Como o uso da bicicleta pode transformar as cidades


        “Toda semana a gente se reunia em uma pedalada para tomar as ruas da cidade, exigindo que o poder público prestasse atenção em nós, deixasse de investir tanto na mobilidade para carros e passasse a priorizar as bicicletas”. O discurso pode soar como se fosse de um jovem cicloativista, mas foi feito por um planejador urbano que hoje já beira os 80 anos. A cidade - Copenhague, na Dinamarca - onde Jan Gehl precisou brigar por melhores condições para pedalar, não está nem perto do topo no ranking de piores trânsitos do mundo.

        A capital dinamarquesa disputa com Amsterdã, na Holanda, o posto de melhor cidade para pedalar no mundo. Não por acaso, as duas também sempre aparecem entre as vencedoras dos estudos de melhores cidades para se viver no mundo. “Há uma relação entre cidades seguras e convidativas para pedalar e a qualidade de vida de quem mora nelas”, afirma Jan Gehl. Segundo ele, quando a bicicleta é usada por uma considerável parte da população como meio de transporte, a cidade fica mais silenciosa, menos poluída, os tempos de deslocamento diminuem e os gastos com saúde pública são menores.

        “Copenhague e Amsterdã são casos especiais, pois havia, nas duas cidades, uma enorme quantidade de ciclistas nos anos 30”, conta Jeff Risom, urbanista novaiorquino que hoje trabalha no Gehl Architects, na capital dinamarquesa. “Mas, ____ partir da década de 1950, as bicicletas praticamente desapareceram das vias, e as cidades foram pouco ____ pouco sendo tomadas pelos carros”, conta ele. Com a indústria automobilística despontando e a produção em alta escala de carros, o planejamento urbano passou a se guiar por essa máquina, e as cidades foram sendo construídas e adaptadas para serem percorridas em alta velocidade.

        Qualquer iniciativa contrária ao avanço automobilístico era taxada de retrógrada. Não é à toa que, em 1961, a manchete do The Copenhagen Post tenha sido “Não somos italianos, mas sim dinamarqueses, e precisamos dos nossos carros!”. Depois de 50 anos, após a construção de ruas para pedestres em Copenhagen, em 2012, a manchete do The Copenhagen Post era “Strøget: 50 anos de efervescência no maior complexo de ruas de pedestres da Europa”.

super.abril.com.br ... - adaptado.

Assinalar a alternativa que preenche as lacunas do texto CORRETAMENTE:
Alternativas
Q1906677 Português
Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do texto estão citados na questão.

Como a integridade pode te ajudar a realizar teus sonhos.

Por Danilo España




(Disponível em: https://exame.com/colunistas/o-que-te-motiva/ − texto adaptado especialmente
para esta prova).
Considerando o emprego do acento indicativo de crase, assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas tracejadas nas linhas 11, 19 e 38.
Alternativas
Q1906436 Português
Quanto à crase, complete as lacunas de acordo com a norma padrão da língua: A vereadora quis passar ___ colegas ___ informação de que havia um número de pessoas prontas ___ dedicar-se ___ palestras. A opção que preenche corretamente é a: 
Alternativas
Q1905643 Português
“[...] a existência de conflitos chega a ser 50% menor que nas demais organizações.” (https://www.em.com.br)
O “a” empregado na frase acima, imediatamente depois do verbo “chegar”, deverá receber o sinal indicativo de crase, caso o segmento grifado seja substituído por: 
Alternativas
Q1905641 Português

Assinale a alternativa que preenche corretamente os espaços.

Posso informar ______ senhores ______ ninguém, nesta seção, aludiu ______ greves.

Alternativas
Q1905626 Português

Leia o texto a seguir para responder à questão


TEXTO I

Erros e adequação de linguagem - Como evitar o preconceito linguístico?


Jorge Viana de Moraes, Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação.


O filósofo Spinoza escreveu: "Tenho-me esforçado por não rir das ações humanas, por não deplorá-las nem odiá-las, mas por entendê-las." (apud BAGNO, Marcos. Preconceito linguístico).


Diante desse convidativo pensamento do excomungado filósofo racionalista, cabe-nos uma profunda reflexão quando, ao nos referimos às variedades linguísticas de uma determinada língua - neste caso, as variações de uso da língua portuguesa - as tratamos, muitas vezes, sob o signo do erro.

Precisamente em função disso, seria bom esclarecer que há certas afirmações equivocadas, que ainda são bastante usuais para avaliar o desempenho linguístico em geral dos falantes das variantes não-padrão da língua. Afirmações que, além de equivocadas, não são politicamente corretas e, por isso, devem ser evitadas.

Sendo a língua uma realidade essencialmente variável, em princípio não há formas ou expressões intrinsecamente erradas. Há, na verdade, variações. Assim, caberia a todo falante dessa língua adequar seu discurso a determinadas situações linguísticas de uso, que fossem necessárias à comunicação urgente e eficaz, seja ela culta ou não.

Portanto, dentro dessas variações (desde a norma padrão até a forma mais coloquial possível) há defeitos - e não erros - que deveriam ser observados e reparados. De modo que, quando falamos em linguagem coloquial, soa-nos que esta atua como um termômetro social, que mede o quanto um falante está socialmente mais ou menos afastado de uma elite social, falante de um português padrão culto.

Ora, isso não passa, no mínimo, do desconhecimento de qualquer análise de caráter sociolinguístico. Em princípio, mesmo nos falantes que usualmente utilizam, na maior parte do tempo, a chamada variante padrão, percebe-se também em suas falas a utilização da variante coloquial como forma de expressão. 

 Nossos discursos não são tão puros assim, de tal forma que, ao falarmos, fazemos separações rigorosas daquilo que é formal do que não é formal. Ademais, devemos atentar para as diferenças existentes entre as modalidades falada e escrita da língua. Essas diferenças devem ser estabelecidas e mostradas a todos, de maneira clara e objetiva, quando se aborda o assunto língua.

A partir dessas observações, usar conceitos como adequação e inadequação, dependendo, é claro, da situação comunicativa em que o falante / escritor está inserido, seria mais proveitoso e menos preconceituoso.

Não podemos incidir no mesmo equívoco que algumas pessoas cometem - em manuais, gramáticas ou livros didáticos - quando comparam a variante padrão, escrita, da língua, com a variante não-padrão, falada, se valendo dos mais arraigados e difundidos preconceitos linguísticos contra os falantes dessas variantes não-padrão, dizendo que estes não conhecem a própria língua, pelo fato de "maltratarem-na", "errarem-na" etc.

Tal comportamento explica-se pelo fato de essas pessoas (que atuam praticamente como verdadeiras donas da língua) perceberem a língua como um bloco monolítico, com uma única possibilidade de realização, e que está estática, tal como uma língua morta. E que qualquer manifestação linguística que não siga os padrões do passado (normalmente literários, que são legitimados pelas gramáticas normativas) é traduzida em erro.

Marcos Bagno mostra-nos exatamente isso, quando afirma: "O preconceito linguístico está ligado, em boa medida, à confusão que foi criada, no curso da história, entre língua e gramática normativa. Nossa tarefa mais urgente é desfazer essa confusão. Uma receita de bolo não é um bolo, o molde de um vestido não é um vestido, um mapa-múndi não é o mundo. [...] Também a gramática não é a língua".

Além do mais, o preconceito linguístico está intimamente relacionado à imagem que cada um dos falantes tem do outro, e não necessariamente sobre o grau de conhecimento efetivo que estes falantes têm do padrão culto da língua.

Sobre isso, Marli Quadros Leite afirma o seguinte: "O preconceito decorre de incompatibilidades entre a pessoa e o ato que ela executa, ou, ao contrário, entre o ato e a pessoa, incluído aí o discurso. Isso quer dizer, se se tiver uma ideia favorável de uma pessoa, tudo o que ele fizer ou disser pode ser aceito, mesmo se o que disser ou fizer for errado, falso ou impreciso. Inversamente, se se tiver uma ideia desfavorável sobre alguém, tudo o que ela disser ou fizer pode ser rejeitado, mesmo se disser verdades ou se se comportar corretamente." Diante desses esclarecimentos, é fundamental que todos os falantes, sabendo exatamente das diferenças acima citadas, ao falarem linguisticamente em errado / certo, atentem para a existência das variações aqui esclarecidas e comecem a tomar a devida cautela quanto ao uso desses referidos conceitos (certo / errado), que, quando mal empregados, acabam por gerar pré-conceitos não somente nas já referidas gramáticas, manuais ou livros didáticos, mas principalmente em nossos mais variados discursos.

https://educacao.uol.com.br

“Além do mais, o preconceito linguístico está intimamente relacionado à imagem que cada um dos falantes tem do outro [...].” 12º§ No que se refere ao uso ou não do sinal indicativo de crase, a alternativa que apresenta uma adaptação correta do trecho acima é:
Alternativas
Q1904945 Português

Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo. O destaque ao longo do texto está citado na questão.


Considerando o emprego do acento indicativo de crase, assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas das linhas 15, 36 e 44.
Alternativas
Q1904094 Português

Leia o artigo a seguir, extraído do Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990.)


“Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.”

Disponível em: https://www.unicef.org/brazil/estatuto-da-crianca-e-doadolescente.


O acento indicativo de crase empregado em diversas passagens desse trecho se deve à exigência da preposição A por parte da: 

Alternativas
Q1904039 Português
Assinale a alternativa em que a ocorrência da crase está de acordo com a norma padrão da língua portuguesa.
Alternativas
Q1903997 Português
Leia o texto, para responder a questão.

Direto da Zona Fantasma

    Leio que a TV a cabo será o novo telefone fixo. Má notícia para os que, como eu, ainda veem nela uma alternativa aos programas de auditório que infestam a TV aberta. O telefone fixo, por sua vez, já é um fóssil paleozoico contemporâneo.            
    Nada como o avanço da tecnologia para redefinir as relações sociais. Há décadas na praça, acumulei uma razoável quantidade de amigos com quem continuei mais ou menos em contato pelos canais convencionais – telefone, e-mail, telegrama, uma ou outra carta e, em caso de viagem, o querido cartão postal. Mas todos esses amigos devem ter se mudado para a Zona Fantasma, porque telegramas, cartas e cartões postais são coisas que não recebo há 20 anos. E só agora me dou conta de que também não os envio, donde, para eles, já devo ter sido despachado, idem, para a Zona Fantasma.
    Estamos aprendendo a dispensar coisas que até há pouco eram corriqueiras no cotidiano. Faz tempo que, por falta de ofertas, não compro um CD ou DVD. Por sorte, ainda tenho milhares, mas não sei até quando existirá equipamento para tocá-los.
    Há pouco, na rua, perguntei as horas a uma jovem com um relógio de pulso. Em vez de consultá-lo, ela tirou do bolso um celular e olhou para a tela. Eram 9h30. Seu relógio deve estar na categoria de seus brincos e pulseiras.

(Ruy Castro. https://www1.folha.uol.com.br/colunas/ruycastro/2022/01/ direto-da-zona-fantasma.shtml/. 30.01.2022. Adaptado)
Assinale a alternativa em que, na frase redigida a partir do texto, o uso do acento indicativo da crase está em conformidade com a norma-padrão.
Alternativas
Q1903807 Português

Leia: 


Imagem associada para resolução da questão

Fonte: https://www.comunicaquemuda.com.br/procura-se-um-cerebro/


Um cartaz com a imagem de um cérebro (perdido numa festa em algum sábado ____ noite) ilustra com humor a campanha de prevenção ____ drogas da Above The Influence (Partnership for a Drug-Free America). Além de lembrar que quem abusa de álcool ou usa drogas compromete ____ saúde e ____ funções cerebrais, a peça divulga o telefone da entidade, em Nova York. A criação é da agência Vigilante.


Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas do texto: 



Alternativas
Q1903732 Português

Leia o texto abaixo para responder à questão.


   Não importa onde você parou, em que momento da vida você cansou. Recomeçar é dar uma nova chance a si mesmo, é renovar as esperanças na vida e, o mais importante, acreditar em você de novo. Sofreu muito nesse período? Foi aprendizado. Chorou muito? Foi limpeza da alma. Ficou com raiva das pessoas? Foi para perdoá-las um dia.

   Sentiu-se só por diversas vezes? É porque fechaste a porta até para os anjos. Acreditou que tudo estava perdido? Era o início da tua melhora. Pois é … agora é hora de reiniciar, de pensar na luz, de encontrar prazer nas coisas simples de novo. Um corte de cabelo arrojado diferente, um novo curso, ou aquele velho desejo de aprender a pintar, desenhar ou qualquer outra coisa. Olha quanto desafio, quanta coisa nova nesse mundão de meu Deus te esperando …

   Onde você quer chegar? Alto? Sonhe alto! Queira o melhor do melhor. Queira coisas boas para a vida. Pensando assim, trazemos para nós aquilo que desejamos. Se pensamos pequeno, coisas pequenas teremos. Já se desejarmos fortemente o melhor e, principalmente, lutarmos pelo melhor, o melhor vai se instalar na nossa vida. E é hoje o dia da faxina mental.


(ANDRADE, Carlos Drummond. Faxina na alma. Crônicas. Adaptado).

As frases abaixo são transcrições livres do texto. De acordo com a norma-padrão da Língua Portuguesa e quanto ao uso da crase, assinale a alternativa correta.
Alternativas
Q1902927 Português
Assinale a alternativa verdadeira quanto ao fenômeno da crase.  
Alternativas
Q1902678 Português
Texto CB1A1-I

    Não é preciso temer as máquinas, à maneira do Exterminador do futuro, para se preocupar com a sobrevivência da democracia em um mundo dominado pela inteligência artificial (IA). No fim das contas, a democracia sempre teve como alicerces os pressupostos de que nosso conhecimento do mundo é imperfeito e incompleto; de que não há resposta definitiva para grande parte das questões políticas; e de que é sobretudo por meio da deliberação e do debate que expressamos nossa aprovação e nosso descontentamento.

Em certo sentido, o sistema democrático tem se mostrado capaz de aproveitar nossas imperfeições da melhor maneira: uma vez que de fato não sabemos tudo, e tampouco podemos testar empiricamente todas as nossas suposições teóricas, estabelecemos certa margem de manobra democrática, uma folga política, em nossas instituições, a fim de evitar sermos arrastados pelos vínculos do fanatismo e do perfeccionismo.

     Agora, novas melhorias na IA, viabilizadas por operações massivas de coleta de dados, aperfeiçoadas ao máximo por grupos digitais, contribuíram para a retomada de uma velha corrente positivista do pensamento político. Extremamente tecnocrata em seu âmago, essa corrente sustenta que a democracia talvez tenha tido sua época, mas que hoje, com tantos dados à nossa disposição, afinal estamos prestes a automatizar e simplificar muitas daquelas imperfeições que teriam sido — deliberadamente — incorporadas ao sistema político.

     Dessa forma, podemos delegar cada vez mais tarefas a algoritmos que, avaliando os resultados de tarefas anteriores e quaisquer alterações nas predileções individuais e nas curvas de indiferença, se reajustariam e revisariam suas regras de funcionamento. Alguns intelectuais proeminentes do Vale do Silício até exaltam o surgimento de uma “regulação algorítmica”, celebrando-a como uma alternativa poderosa à aparentemente ineficaz regulação normal.

Evgeny Morozov. Big Tech. A ascensão dos dados e a morte da política.
São Paulo: Ubu Editora, 2018, p. 138-139 (com adaptações).

Com relação a aspectos linguísticos do texto CB1A1-I, julgue o seguinte item.


No primeiro período do primeiro parágrafo, o emprego do sinal indicativo de crase no vocábulo “à” é facultativo. 

Alternativas
Q1901799 Português

Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do texto estão citados na questão.



(Disponível em: https://climainfo.org.br/2022/11/22 – texto especialmente adaptado para esta prova). 

Quanto ao emprego da crase, assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas pontilhadas das linhas 09, 20, 29, 30 e 41.
Alternativas
Q1901559 Português
Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do texto estão citados na questão. 

Como seriam as coisas se a humanidade tratasse
a mudança climática como uma emergência real

Por Jason Hickel




(Disponível em: https://climainfo.org.br/2022/11/22 – texto especialmente adaptado para esta prova).
Quanto ao emprego da crase, assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas pontilhadas das linhas 09, 20, 29, 30 e 41. 
Alternativas
Q1901299 Português
Assinale a alternativa na qual o sinal indicativo de crase está corretamente empregado.
Alternativas
Q1901176 Português

TEXTO 1 


Brasil, país-planeta

Ultimamente, tenho pensado muito – não só com a cabeça, mas também com o coração – no papel planetário do Brasil. Isso pode parecer estranho, quando se considera o ponto baixíssimo em que nos encontramos, dentro e fora de casa. Reconheço que é mesmo estranho. Mas nosso país, leitor, tem que pensar grande. Estou exagerando? Não creio. Bem sei que toda vez que o Brasil procura se comportar à altura da sua dimensão e do seu potencial, ergue-se, sinistro, o coro das vozes discordantes, céticas ou derrotistas. Denuncia-se, muito mais dentro do que fora do país, não raro com agressividade, a suposta megalomania de projetos nacionais brasileiros.

Ora, ora, francamente! Megalomania? Ao contrário! O brasileiro sofre de nanomania. Exatamente isto: nanomania, mania de ser pequeno. O nosso problema nunca foi uma suposta mania de grandeza. Aliás, nem tem cabimento falar nisso. O Brasil é grande – objetivamente falando. Nem precisamos, portanto, ter mania de ser o que já somos. O que nos falta, claro, é a dimensão subjetiva da grandeza, a autoconfiança que transforma a grandeza objetiva, factual, em uma realidade completa.

Aponto, incansável e obsessivamente, para o óbvio ululante: o Brasil é um dos gigantes do mundo. Temos o quinto maior território, a sexta maior população e a oitava economia do planeta. O Brasil faz parte de um grupo de apenas cinco países, junto com os Estados Unidos, a China, a Índia e a Rússia, que integram as listas das dez maiores nações em termos de PIB, extensão geográfica e habitantes. Esses dados de tão óbvios nem precisariam ser mencionados, muito menos insistentemente. É a nossa nanomania que torna a insistência inescapável, ou pelo menos desculpável.

Eis o que eu realmente quero dizer: ao Brasil está reservado um destino planetário e, por isso, não podemos pensar apenas em nós mesmos e nossos vizinhos próximos. Messiânico? Que seja. Mas tento explicar. Começo pelo quadro mundial. Há um vácuo escandaloso no planeta. Nenhuma das principais potências, apesar dos seus méritos, consegue oferecer uma visão de mundo convincente.

A Europa, por exemplo, é uma maravilha. Quanta cultura, história, beleza e variedade! E, no entanto, envelheceu. Não tem mais o mesmo vigor, nem a mesma criatividade. Enquanto em países como o Brasil tudo está por se fazer, na Europa o peso do passado esmaga as gerações presentes. Preconceituosa e fechada, a Europa sequer se interessa, realmente, pelo resto do mundo. Defensiva e agarrada a suas conquistas e seus privilégios, pouco oferece, pouco inventa em benefício dos outros. Os Estados Unidos são inegavelmente uma grande nação, que já deu e ainda dará muito para o desenvolvimento da civilização. Sem ter cultura e história tão antigas e tão ricas quanto as da Europa, os americanos compartilham com os europeus valores, tradições, princípios. E, também, alguns receios fundamentais. Temem o fim da hegemonia duramente conquistada no século XX. Lidam mal com a perda gradual de expressão econômica e demográfica, em face da ascensão dos países de economia emergente, especialmente a China.

E a China? Os chineses, assim como os europeus e americanos, têm qualidades – e não são poucas. São notáveis a sua disciplina, a capacidade de trabalho, dedicação, o sentido de coletividade e o patriotismo. Os chineses se orgulham, com toda razão, do sucesso estrondoso do país ao longo das mesmas quatro décadas em que grande parte do Ocidente empacou no atoleiro neoliberal. No entanto, apesar de algumas iniciativas de impacto, notadamente a Rota da Seda, como ainda é estreita e pouco criativa a agenda internacional da China!

Como fica então o nosso país nesse quadro internacional? Pois bem, prepare-se, querido leitor, para uma declaração bombástica: o Brasil destina-se, por sua própria história e formação, a exercer um papel singular, a trazer uma mensagem de esperança, generosidade e união para o planeta inteiro. São notórias as grandes qualidades do brasileiro em comparação com outros povos – vivacidade, alegria, cordialidade, afetuosidade, doçura, criatividade, capacidade de inventar e improvisar, entre outras. Desde 2015, e sobretudo desde 2019, fomos jogados na negação disso tudo. O brasileiro já nem se reconhece mais. Mas não é em alguns poucos anos que se consegue destruir o espírito de um povo. E é justamente desse espírito que o planeta está precisando, urgentemente, para fazer face a suas crises econômicas, sociais, climáticas e de saúde pública.

Nem preciso frisar que esse papel internacional do Brasil depende da retomada de um projeto nacional de desenvolvimento, que começa com o resgate do próprio povo brasileiro, resgate que precisa ser consubstanciado na geração de empregos e oportunidades e na luta contra a desigualdade, a pobreza e a injustiça dentro do País. Esse resgate tem que tomar a forma de uma verdadeira ofensiva, um movimento em marcha forçada, concentrado no tempo e apoiado em nossas experiências bem-sucedidas na área social. Mas o ponto que queria frisar hoje é que o nosso projeto nacional de desenvolvimento não poderá ser apenas nacional, estreito e egoísta. Nacional, sim, mas não apenas nacional. Brasileiro, sim, mas não fechado e excludente. O projeto brasileiro haverá de ser nacional e universal ao mesmo tempo. É o nosso destino.

A quem duvide disso tudo e queira desqualificar o que estou dizendo como mero delírio, utopia ou devaneio tenho apenas o seguinte a dizer: o Brasil já mostrou, na prática, insisto, que tem condições de caminhar nessa direção. O Brasil fez muito mais no campo internacional. Muitas das nossas iniciativas ainda não frutificaram ou ficaram pelo caminho depois que o Brasil mergulhou na sua crise política e econômica. Estávamos apenas começando e cometemos, certamente, muitos erros. Mas ninguém estranhava que o Brasil estivesse presente e atuante em quase todas as grandes questões internacionais. É o que se espera de um país-gigante como o nosso.

Retomar o papel planetário do Brasil é retomar um projeto de gerações anteriores de brasileiros que souberam pensar grande. Entendo perfeitamente que afirmações como as que fiz possam despertar desconfiança e ceticismo. Sofremos e estamos sofrendo muito, eu sei. A destruição foi grande – e ela continua. Mas sobrevivemos e estamos nos preparando para dar a volta por cima. Em retrospecto, nossos tormentos recentes e atuais serão lembrados, acredito, como a provação que tivemos que atravessar para nos preparar melhor e de forma mais profunda para o papel planetário a que estamos destinados.

Paulo Nogueira Batista Jr. Disponível em: https://www.jb.com.br/pais/opiniao/artigos/2021/07/1031761-brasil-pais-planeta-ou-saudades-do-futuro.html. Acesso em 03.jan.2022. Adaptado.

Assinale a alternativa na qual o sinal indicativo de crase atende às normas gramaticais vigentes.
Alternativas
Q1900889 Português
Há certas definições que parecem desnecessárias. História é um termo com o qual convivemos diariamente desde a infância. A maior parte das pessoas ..I.. quem se fizer a pergunta “O que é história?” se considerará em condições de respondê-la. Mas, ao tentar uma resposta, a pessoa se enrolará, não chegando ..II.. nenhuma definição precisa, ou dirá, com certo desinteresse, refletindo um consenso mais ou menos geral: “A história é o que já aconteceu ..III.. muito tempo”.
(Adaptado de: BORGES, Vavy Pacheco. O que é história? São Paulo: Brasiliense, 2013, p. 7)


As lacunas I, II e III devem ser preenchidas, respectivamente, por: 
Alternativas
Q1900493 Português
Leia o texto abaixo para responder à questão.

   Quando alguém lhe disser que você não sabe o que diz, o melhor é concordar. Eu concordo sempre, pois também conheço as armadilhas que as palavras montam.
   Por exemplo, quando digo que determinado acontecimento foi auspicioso, estou a falar em pássaros. A palavra auspício vem da expressão latina “avis spicium”, ou seja, contemplar as aves, por causa de um antigo método de prever o futuro. Se digo que montei um alarme residencial, revelo o meu caráter belicista, pois a palavra alarme deriva da locução italiana “all’arme”, que é um apelo às armas. 
  A expressão que, sem o sabermos, mais nos ensina é o “pomo da discórdia”. Quando descobri que a palavra pomo designa um fruto, a minha vida mudou. Nos restaurantes, na hora da sobremesa, pergunto sempre se há pomos. Os empregados, em regra, ficam alarmados. O que não auspicia nada de bom para a minha refeição. 
   O “pomo da discórdia” original era uma maçã. Eris, a deusa da discórdia, não foi convidada para o casamento de Peleu e Tétis. Mesmo assim, apareceu na boda e deixou uma maçã de ouro com uma nota: “Para a mais bela da festa”.
   As deusas Hera, Atena e Afrodite pediram a Zeus que decidisse qual delas era a mais bela. Zeus entregou a missão a Páris. Para convencer Páris a dar-lhe o prêmio, cada deusa prometeu-lhe um presente. Hera disse que o faria rei da Europa e da Ásia, Atena ofereceu-lhe sabedoria, e Afrodite jurou entregar-lhe o amor de Helena de Troia.
   Páris deu a vitória a Afrodite, seduziu Helena e deu origem a uma guerra de dez anos. É uma história estranha por várias razões: não ser convidado para casamento é uma benção e, no entanto, Eris ficou magoada; três deusas competem por uma maçã de ouro, uma peça de decoração brega que não fica bem em casa nenhuma. Zeus, mesmo sendo o todo-poderoso, sabe que não é prudente ser jurado em concursos de beleza. Páris, podendo escolher capacidades que lhe garantiriam várias mulheres, opta por ter apenas uma. 
   Pessoalmente, discordo do pomo da discórdia.

(PEREIRA, Ricardo Araújo. O pomo da discórdia. Folha de São Paulo,
09.02.2020. Adaptado).

De acordo com a norma-padrão da Língua Portuguesa e quanto ao uso da crase, assinale a alternativa correta.
Alternativas
Respostas
2061: B
2062: A
2063: C
2064: C
2065: E
2066: D
2067: E
2068: E
2069: B
2070: B
2071: C
2072: D
2073: A
2074: E
2075: A
2076: A
2077: A
2078: D
2079: D
2080: B