Questões de Concurso
Sobre crase em português
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Quanto à correção gramatical e à coerência das substituições propostas para vocábulos e trechos destacados do texto, julgue o item.
“ao comportamento suicida” (linhas 24 e 25) por à
prática do suicídio
“ ________ medida que o tempo passa, ficamos mais conscientes. Saímos ______ tarde. Essa é _______ casa do Jorge.”
Nessa frase há dois casos de emprego correto do acento grave indicativo da crase. Assinale a opção que indica a frase em que esse acento está empregado incorretamente.
TEXTO I
São Demasiado Pobres os Nossos Ricos
A maior desgraça de uma nação pobre é que, em vez de produzir riqueza, produz ricos. Mas ricos sem riqueza. Na realidade, melhor seria chamá-los não de ricos, mas de endinheirados. Rico é quem possui meios de produção. Rico é quem gera dinheiro e dá emprego. Endinheirado é quem simplesmente tem dinheiro. Ou que pensa que tem. Porque, na realidade, o dinheiro é que o tem a ele.
A verdade é esta: são demasiado pobres os nossos «ricos». Aquilo que têm, não detêm. Pior: aquilo que exibem como seu, é propriedade de outros. É produto de roubo e de negociatas. Não podem, porém, estes nossos endinheirados usufruir em tranquilidade de tudo quanto roubaram. Vivem na obsessão de poderem ser roubados. Necessitavam de forças policiais à altura. Mas forças policiais à altura acabariam por lançá-los a eles próprios na cadeia. Necessitavam de uma ordem social em que houvesse poucas razões para a criminalidade. Mas se eles enriqueceram foi graças a essa mesma desordem.
O maior sonho dos nossos novos-ricos é, afinal, muito pequenito: um carro de luxo, umas efêmeras cintilâncias. Mas a luxuosa viatura não pode sonhar muito, sacudida pelos buracos das avenidas. O Mercedes e o BMW não podem fazer inteiro uso dos seus brilhos, ocupados que estão em se esquivar entre chapas, muito convexos e estradas muito côncavas. A existência de estradas boas dependeria de outro tipo de riqueza. Uma riqueza que servisse a cidade. E a riqueza dos nossos novos-ricos nasceu de um movimento contrário: do empobrecimento da cidade e da sociedade.
As casas de luxo dos nossos falsos ricos são menos para serem habitadas do que para serem vistas. Fizeram-se para os olhos de quem passa. Mas ao exibirem-se, assim, cheias de folhos e chibantices, acabam atraindo alheias cobiças. Por mais guardas que tenham à porta, os nossos pobres-ricos não afastam o receio das invejas e dos feitiços que essas invejas convocam. O fausto das residências não os torna imunes. Pobres dos nossos riquinhos!
São como a cerveja tirada à pressão. São feitos num instante, mas a maior parte é só espuma. O que resta de verdadeiro é mais o copo que o conteúdo. Podiam criar gado ou vegetais. Mas não. Em vez disso, os nossos endinheirados feitos sob pressão criam amantes. Mas as amantes (e/ou os amantes) têm um grave inconveniente: necessitam de ser sustentadas com dispendiosos mimos. O maior inconveniente é ainda a ausência de garantia do produto. A amante de um pode ser, amanhã, amante de outro. O coração do criador de amantes não tem sossego: quem traiu sabe que pode ser traído.
Mia Couto, in 'Pensatempos'
http://www.citador.pt/textos/sao-demasiado-pobres-os-nossosricos-mia-couto..
Assim como essa, outras locuções adverbiais femininas também recebem crase. Assinale a alternativa em que a crase ocorreu por se tratar de uma locução adverbial feminina.
Assinale a alternativa que preenche as lacunas do texto a seguir, observando a norma-padrão de emprego do sinal indicativo de crase.
Conquistas da tecnologia estendem-se ____ toda a humanidade, que se beneficia delas sem se dar conta do quanto foi investido _____ fim de disponibilizá-la _____ população.
Furto em Flor
Furtei uma flor daquele jardim. O porteiro do edifício cochilava e eu furtei a flor.
Trouxe-a para casa e coloquei-a no copo com água. Logo senti que ela não estava feliz. O copo destina-se a beber, e flor não é para ser bebida.
Passei-a para o vaso, e notei que ela me agradecia, revelando melhor sua delicada composição. Quantas novidades há numa flor, se a contemplarmos bem. Sendo autor do furto, eu assumira a obrigação de conservá-la. Renovei a água do vaso, mas a flor empalidecia. Temi por sua vida. Não adiantava restituí-la ao jardim. Nem apelar para o médico de flores. Eu a furtara, eu a via morrer.
Já murcha, e com a cor particular da morte, peguei-a docemente e fui depositá-la no jardim onde desabrochara. O porteiro estava atento e repreendeu-me:
— Que ideia a sua vir jogar lixo de sua casa neste jardim!
(ANDRADE, Carlos Drummond de. Contos Plausíveis.
In: ANDRADE, Carlos Drummond de. Prosa e Poesia, 8. ed.
Rio de Janeiro: Nova Aguiar, 1992. p. 1266.
Considere a frase:
O porteiro assistia _____ toda a cena, sem perceber minha culpa, meu desejo de retornar a flor _____ lugar no qual ela desabrochara e do qual ____ furtei.
Em conformidade com a norma-padrão, as lacunas do texto devem ser preenchidas, respectivamente, por:
Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo texto estão citados na questão.
Como cuidar melhor de si mesmo (e dos outros)
Por Anna Rachel Ferreira
(Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/19676/como-cuidar-melhor-de-si-mesmo-e-dos-outros?utm_source=lp#_=_ – texto adaptado especialmente para esta prova).
Obs.: As questões se apoiam em frases do discurso
publicitário ou de propaganda.
“Pedimos desculpas às esposas americanas. ABC apresenta o futebol das segundas-feiras à noite.”
Assinale a opção que indica a frase em que o acento está empregado corretamente.
Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo.
Ri-se da cicatriz quem nunca foi ferido
(Disponível em https://www.contioutra.com/ri-se-da-cicatriz-quem-nunca-foi-ferido/ - texto
adaptado especialmente para esta prova.)
Texto para a questão.
Internet: <medicina.ufmg.br> (com adaptações).
“[...] – bastante frequente à medida que se envelhece – [...]” (linha 9).
Assinale a alternativa que justifica CORRETAMENTE o emprego do acento grave indicador de crase no trecho:
Com base nas regras de crase, analise os trechos a seguir:
I- Ele saiu __ francesa.
II- Ela deu __ luz ontem na maternidade.
Assinale a alternativa que preenche CORRETAMENTE as lacunas:
Considere a tira para responder à questão.
(Bill Watterson. O Estado de S. Paulo, 07.12.2019.)