Questões de Concurso
Sobre crase em português
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Considerando aspectos linguísticos do texto, julgue o item que se segue.
Estaria mantida a correção gramatical do texto caso o
segmento “entender a narrativa desses pacientes”
(linha 24) fosse reescrita como entender à narrativa
desses pacientes, dado o caráter opcional do emprego
do acento grave indicativo de crase nesse caso.
Em entrevista exclusiva à Revista GLOBO RURAL, a deputada federal Tereza Cristina, que assume em janeiro o Ministério da Agricultura, disse que não se pode associar a imagem do produtor brasileiro ao desmatamento e à destruição da Amazônia. “O produtor rural não faz isto. Quem faz isso são pessoas que estão na ilegalidade. São bandidos que estão lá para roubar a floresta, para não pagar imposto. Essa não é uma característica do produtor brasileiro”, disse a futura ministra.
Disponível em:<https://revistagloborural.globo.com/Noticias/Politica/noticia/2018/11/quem-desmata-amazonia-sao-bandidos-da-floresta-e-nao-o-produtor-diz-tereza-cristina.html>
Preencha as lacunas com: a – à – as – ás, e assinale a alternativa sequencialmente correta.
I. Quero presentear __ alguns amigos.
II. Estou-me referindo __ mesma pessoa.
III. __ aeromoça chegou __ terra de seus pais.
IV. Vou __ Florença ___escondidas.
Com base no texto, julgue o item a seguir.
No período “E lá na frente tem uma revolução à espera”
(linha 36), se o sinal indicativo de crase fosse suprimido,
o sentido e a correção do texto seriam prejudicados.
Considerando os aspectos linguísticos do texto, julgue o próximo item.
Se o pronome possessivo sua fosse introduzido antes da
palavra “prática”, em “graças à prática de exercícios”
(linha 35), o sinal indicativo de crase não deveria ser
empregado.
Em ensaio, a jornalista Alice Fishburn comenta sua decisão de consagrar um ano _____ leitura exclusiva de mulheres. A sua iniciativa ganhou corpo _____ partir da observação do sistema de pontuação que seu irmão mais novo havia criado para se motivar _____ ler mulheres e outras minorias.
Segundo a autora, as regras do irmão funcionavam da seguinte forma: “Pela leitura de uma mulher, ele receberia um ponto. Por cada escritor vivo, outro ponto. Se a mulher estivesse viva, ele receberia dois pontos, enquanto a leitura de um autor falecido lhe custaria igual pontuação. Seu objetivo era conseguir manter um total acumulado de zero ou superar essa pontuação. Mas, para isso, ele sentia dificuldades”.
Impressionada com tamanha disciplina, Fishburn, que se define feminista, viu-se obrigada _____ confrontar a precariedade das suas próprias estantes, questionando quão difícil seria, em nossa época, ter notícias do trabalho de escritoras antigas e contemporâneas.
Ela surpreendeu-se ao constatar que, apesar de todo o seu feminismo, a sua lista de leituras do ano anterior resumia-se _____ títulos de “literatura vitoriana e testosterona”.
(Disponível em:https://www1.folha.uol.com.br/colunas/juliana-de-albuquerque/2019/03/por-que-ler-mulheres.shtml, acesso em 13, mar. 2019.)
Chega-se mais Facilmente a Marte...
[...]
Neste meio século não parece que os governos tenham feito pelos direitos humanos tudo aquilo a que moralmente estavam obrigados. As injustiças multiplicam-se, as desigualdades agravam-se, a ignorância cresce, a miséria alastra. A mesma esquizofrênica humanidade capaz de enviar instrumentos ____ um planeta para estudar ____composição das suas rochas, assiste indiferente ____morte de milhões de pessoas pela fome. Chega-se mais facilmente a Marte do que ao nosso próprio semelhante. [...]
Trecho do discurso de José Saramago ao receber o Prêmio Nobel de Literatura, 11 de dezembro de 1998. Disponível em: <http://www.jornaldepoesia.jor.br/1saramago6.html> . Acesso em: 22 set. 2015.
Considerando o emprego do acento grave, assinale a alternativa que preenche corretamente os espaços.
Internet:www.planalto.gov.br3
Com relação aos aspectos linguísticos do texto e às ideias nele expressas, julgue o item subsequente.
O uso do sinal indicativo de crase em “à proposta
pedagógica da escola” (linhas 6 e 7) é equivocado, já que
uma escola pode ter mais de uma proposta pedagógica,
o que obrigaria a redação do trecho à construção da
ideia de indefinição, sem artigo feminino precedendo
“proposta pedagógica”.
Dadas as orações,
I. Perguntei àquele garoto se gostaria de estudar em outro turno.
II. Normalmente, não gosto de ir à reuniões.
III. Passarei aqui à uma hora qualquer para te levar ao shopping.
IV. Minha encomenda chegou à uma hora da tarde do dia cinco de maio de 2004.
verifica-se que estão corretas quanto ao emprego do acento grave apenas
Pedro Nava expõe lado humano da medicina
MOACYR SCLIAR
Estudante de medicina, assisti em Porto Alegre a uma conferência de um então famoso reumatologista, o doutor Pedro Nava (1903-1984).
Àquela altura eu já escrevia, e julgava-me razoavelmente familiarizado com a literatura brasileira. Mas eu não conhecia Nava como escritor. Explicável: era o típico poeta bissexto. Publicava raramente, ainda que tivesse estreado em 1924 com os modernistas mineiros e ainda que Pablo Neruda tivesse considerado o seu "Defunto" ("Meus amigos, tenham pena/ senão do morto, ao menos dos sapatos do morto/ dos seus incríveis, patéticos/ sapatos pretos de verniz") o maior poema da língua portuguesa.
Agora, o sobrinho de Pedro Nava, o também médico Paulo Penido, reúne, em "O Anfiteatro", textos sobre medicina, na maioria extraídos da obra memorialística de Nava, que aliás fazia uma diferença entre memorialista ("conta o que quer") e historiador ("deve contar o que sabe "). Mas, sendo memorialista, Nava é também historiador, não só porque alude a episódios como a Revolução de 1932, como também porque suas memórias evocam a trajetória da medicina ao longo de boa parte do século 20, graças a uma abrangente experiência, iniciada no interior de Minas: "Clínico de roça, fui médico, operador e parteiro (...). Entrei em todas as casas, desde a choça do sertão e do barraco dos morros aos solares dos ricos e aos palácios presidenciais. Vi todas as agonias da carne e da alma. Todas as misérias do pobre corpo humano". Descreve depois as aventuras do dr. Egon (que, como o nome sugere, funciona como alter ego), o atendimento realizado em condições precárias: para fazer um parto, o médico precisa primeiro remover folhas de urucum colocadas na vagina da parturiente; para atender um enfermo, retira o cataplasma de bosta de vaca nele colocado. E os desafios são grandes, nesta área de doenças endêmicas, em que a malária é frequente.
Mais tarde, Pedro Nava se muda para o Rio, torna-se chefe da Policlínica Central (o "Anfiteatro" do título é o lugar onde ele organizava as reuniões clínicas). Médicos-escritores não são figuras raras na história da medicina: foi o caso de Rabelais, de Anton Tchekov, de Conan Doyle, de Miguel Torga, de Jorge de Lima, de Guimarães Rosa. Também não são raras obras literárias sobre médicos e pacientes, como "A Montanha Mágica", de Thomas Mann, ou "O Alienista", de Machado de Assis . Pedro Nava inscreve-se assim numa tradição ilustre - e necessária, numa época em que os aspectos tecnológicos da medicina se acentuam cada vez mais, em detrimento do lado humanístico. Muitas faculdades de medicina estão, por isso, estimulando seus alunos a ampliar sua cultura literária, dentro do que se cham a "humanidades médicas". "O médico", diz Nava, "precisa duma grande curiosidade de si mesmo e de suas reações diante das doenças e dos doentes". Para esta curiosidade, para esse interesse, "O Anfiteatro" é uma bela resposta.
https://www1 .folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq2109200218.htm
Observe o emprego do acento grave indicador de crase no trecho a seguir:
“Àquela altura eu já escrevia, e julgava-me razoavelmente familiarizado com a literatura brasileira.”
Ele foi, também, corretamente usado em:
Com relação aos aspectos linguísticos desse texto, julgue o item a seguir.
A retirada do sinal indicativo de crase em “às gargalhadas”
(l.7) preservaria os sentidos e a correção gramatical do texto.