Questões de Concurso
Sobre crase em português
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A crise que o país atravessa desde a eclosão dos primeiros protestos contra o aumento das passagens de ônibus têm três componentes articulados:
1 – A sociedade quer transporte, saúde e educação de qualidade, pois ela paga caro por isso, por meio de impostos, e não recebe em troca serviços públicos à altura. Simples assim. A sociedade não pediu nas ruas reforma política, nem plebiscito para eliminar suplente de senador.
2 – A sociedade quer o fim da impunidade,pois está cansada de ver corruptos soltos debochando de quem é honesto, mesmo depois de condenados. Acrescentar o adjetivo hediondo à corrupção de pouco adianta se deputados e ministros continuam usando aviões da FAB para passear e se criminosos estão soltos, alguns até ocupando cargos de liderança ou participando de comissões no Congresso.
3 – A sociedade quer estabilidade econômica: para a percepção do cidadão comum, os 20 centavos pesaram como mais um sinal de que a economia está saindo do controle. A percepção do aumento da inflação é crescente em todas as classes sociais; em última análise, este será o fator determinante dos rumos da crise a médio prazo, já que não há discurso ou propaganda que camufle a corrosão do poder de compra das pessoas, sobretudo daquelas recentemente incorporadas à economia formal.
Esses problemas não são de agora, nem responsabilidade exclusiva dos últimos governos. Mas o que se espera de quem está no poder é que compreenda que a melhor maneira de reconquistar o apoio perdido é dar respostas concretas e rápidas às demandas feitas nas ruas ( e não às questões que ninguém fez).
(Adaptado. Luciano Trigo, O Globo, 11-7-2013)
A intensa chuva de granizo que caiu sobre a cidade na tarde de domingo (18) deixou a cidade em estado de atenção, que durou até as 17h35. Segundo o Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE), as chuvas foram mais intensas nas zonas Sul e Oeste, mas moradores da zona Leste também registraram o fenômeno climático. Placas de gelo formadas . no chão chamaram a atenção dos paulistanos, que postaram fotos da neve cobrindo as ruas nas redes sociais. No bairro da Aclimação, no centro, a Rua Pedra Azul amanheceu coberta por gelo nesta segunda-feira (19). (Fonte: http:/ /vejasp.abril.com.br)
Leia a frase: "...que durou até as 17h35."
Justifica-se a ausência de crase porque:
“Se seu chuveiro for aquecido a gás, os primeiros minutos até a água esquentar consomem 15 litros”. Essa frase do texto 5 possui uma inadequação, que é:
Para atingir sua expressão fontana Miró precisava de esquecer os traços e as doutrinas que aprendera nos livros.
Desejava atingir a pureza de não saber mais nada. Fazia um ritual para atingir essa pureza: ia ao fundo do quintal à busca de uma árvore.
E ali, ao pé da árvore, enterrava de vez tudo aquilo que havia aprendido nos livros. Depois depositava sobre o enterro uma nobre mijada florestal. Sobre o enterro nasciam borboletas, restos de insetos, cascas de cigarra etc.
A partir dos restos Miró iniciava a sua engenharia de cores. Muitas vezes chegava a iluminuras a partir de um dejeto de mosca deixado na tela.
Sua expressão fontana se iniciava naquela mancha escura. O escuro o iluminava.
(Manoel de Barros. Poesia completa. São Paulo: Leya, 2010, p. 385)
Considere os trechos:
• Para atingir sua expressão fontana
• Desejava atingir a pureza de não saber mais nada.
• Fazia um ritual para atingir essa pureza...
Substituindo-se a forma verbal atingir por chegar – preservando-se os termos em destaque e sem realizar qualquer outra alteração nos trechos – tem-se, respectivamente e de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa:
A pobreza leva a loucura
Estudos estabelecem relação direta entre a desigualdade social e a incidência de doenças mentais nos desassistidos.
Na Londres do século XIX, Charlie Chaplin viveu uma infância atormentada pela pobreza e pelo declínio mental de sua mãe em meio a miséria. Embora evidências recentes sugiram que a “loucura” de Hannah Chaplin tenha sido causada pela sífilis, o ícone do cinema mudo registrou em sua autobiograia que os problemas mentais da matriarca decorreram do fato de ela passar fome para alimentar os filhos.
Marque a alternativa em que ocorre, em todos os casos, o emprego correto da crase:
* enganada.** blefe, em inglês.
Leia, atentamente, o trecho adiante, colhido no Relatório de 11 de janeiro de 1930, e responda a questão proposta:
“Não me resolveria, é claro, a pôr em prática no segundo ano de administração a eqüidade que torna o imposto suportável. Adotei-a logo no começo. A receita em 1928 cresceu bastante. E se não chegou à soma agora alcançada, é que me foram indispensáveis alguns meses para corrigir irregularidades muito sérias, prejudiciais à arrecadação.”
Assinale a alternativa que reproduz a redação do trecho selecionado, “atualizada” de acordo com as novas regras estabelecidas pelo Acordo Ortográico da Língua Portuguesa, aprovado em dezembro de 1990, em Lisboa, e adotado no Brasil por meio do Decreto Legislativo n° 54, de 1995, no que se refere à acentuação gráica, aos empregos do trema e da crase.
Um dos sentimentos mais deprimentes em nossa nacionalidade é o de que criminosos ficam impunes. Temos esta sensação a respeito de praticamente tudo. Políticos não pagam por atos de corrupção, até mesmo quando transmitidos com áudio e vídeo para o país inteiro. Em algum momento se dirá que as provas foram colhidas de maneira ilegal. A propósito, foi por essa razão que o SupremoTribunal Federal absolveu o ex-presidente Collor, que tinha sido condenado pelo Senado à perda do cargo mas não foi punido na Justiça pelos crimes de que era acusado. Certamente é por isso que há, no Brasil uma desconfiança tão grande em relação aos homens públicos: imagina-se que não pagarão pelo mal que uns deles fazem.
Mas essa convicção não diz respeito apenas ao andar de cima. Há um consenso tácito de que os, vamos chamá-los assim, do andar de baixo, não devem ser punidos quando violam a lei. Encontram- se atenuantes . Não tiveram oportunidades na vida. São pobres. É complicado penalizá-los. E por aí se acaba chegando a uma anistia branca paramuitos praticantes de atos ilícitos, que causaram mal à sociedade, mas não são castigados.
O curioso, porém, está na passagem da indignação à impunidade. Duas ou três vezes por semana nos indignamos. Um senador que bradava contra a corrupção é pego fazendo lobby para um suspeito de crimes. Um bêbado praticamente mata um homem que teria dirigido gracinhas a sua companheira. Um residenciável guia sem habilitação. São atos que revoltam. Durante horas ou dias, são trending topics em nossa conversação e governamnosso imaginário. Mas, depois, cai tudo no esquecimento – ou é tudo perdoado. Não se paga pelo que se fez. O estoque de fatos que nos indignam se renova o tempo todo, mas sem que mudem as coisas.
Muitas pessoas estão convencidas de que o Brasil se notabiliza pela impunidade, sobretudo, dos homens públicos. Entendo que não é bem isso. Primeiro, tambémhá os impunes de que se tempena. A impunidade beneficia quem tem muito poder e quem não tem nenhum. Segundo, não é só mpunidade. Nossa característica não é a mera mpunidade. É uma impunidade que se segue à ndignação. Esta é intensa. A imprensa nos serve matéria cotidiana para nos indignarmos. Às vezes, até nos revoltamos sem razão. Certas informações, apressadas, levam a opinião pública a condenar nocentes. Mas tais casos parecem constituir uma minoria. O problema é que, depois, a indignação se arrefece ou entra em cena algo que torna inviável o astigo. Ou seja, nossa indignação é inútil. Os sentimentos de revolta não resultam em grande coisa.
Mas o que foram as grandes revoluções que mudaram o mundo – a Inglesa de 1688, a Americana de 1776, a Francesa de 1789, a Russa de 1917 – senão um sentimento de indignação, de revolta, de “basta”, que conseguiu traduzir-se em atos de milhares oumilhões de pessoas e, depois, conquistar o poder? Ou seja, há casos em que a indignação traz resultados. E não precisamos chegar a fazer uma revolução para que nossos indignados mudem o mundo ou, pelomenos, omundo à sua, à nossa volta. Para isso, é preciso, porém, mudar a atitude. Amera indignação é improdutiva. Não gera ações. Resulta em desânimo. Uma das expressões mais lamentáveis a esse respeito é que “só no Brasil” acontece determinado absurdo. O que, por sinal, não é verdade. Tudo de ruimque temos também acontece em algum outro lugar. Os Estados Unidos conheceram enorme fraude eleitoral em 2000, levando à posse do candidato presidencial derrotado nas urnas,George Bush. Fraude tamanha não ocorre no Brasil desde 1930.Mas, por issomesmo, é preciso enxergar as coisas bem, ver o que realmente acontece. E, depois, agir para mudar. O que significa juntar-se a outras pessoas. Solitária, uma andorinha não faz o verão.
(RIBEIRO, Renato Janine. Rev. Filosofia : nº 71, junho 2012, p. 8.)
Hoje, existem cerca de cinco supervulcões no mundo. Um dos menores consegue alcançar 240 mil km cúbi- cos (quase a Itália inteira) só com a lava. A fumaça alcançaria mais. Juntos, os cinco conseguiriam torrar uma grande parcela da população mundial, e ainda espalhariam fumaça letal aos montes. Isso sem falar que a fumaça ainda iria cobrir o céu da Terra por muito tempo, impedindo o sol de chegar às matas, matando tudo à nossa volta.”
Victor Bianchin: Adapt. de 6 maneiras como o mundo pode realmente acabar no futuro. In: Mundo estranho. São Paulo: Abril, 21 dez. 2012.
OBS: Os números entre os parênteses nas questões indicam o parágrafo em que se encontram os fragmentos apresentados.
Assinale a alternativa correta.
(Folha de S.Paulo, 26.08.2014. Adaptado)
As lacunas do texto devem ser preenchidas, correta e respectivamente, com:
De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, as lacunas do enunciado devem ser preenchidas, respectivamente, com:
DAL MARCONDES, (Adalberto Marcondes). A negação do meio ambiente. Disponível em:
(Marguerite Yourcenar. De olhos abertos. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1983.)
Com base no trecho “[...] se conforma sem convicção a opiniões nas quais não acredita.”, é correto afirmar que
No período acima, empregou-se corretamente o acento grave para indicar o fenômeno da crase.
Assinale a alternativa em que o acento grave tenha sido empregado corretamente.
Li [...] que o filósofo americano Dan Dennett, responsável por respeitáveis teorias sobre evolução, está anunciando que a queda da rede mundial é questão de tempo e que, quando isso acontecer, a humanidade entrará em pânico e voltará à Idade da Pedra. Segundo ele, antes da internet havia mais clubes sociais, congregações, organizações de grupo, igrejas de toda espécie, o que aproximava núcleos de seres humanos para se protegerem uns aos outros.
Para início de conversa, devo confessar que não sou um grande consumidor de tecnologia em geral. Não que eu a subestime, ela é que me superestima – embora costume usar os aparelhos a nosso alcance, não tiro proveito de metade dos serviços e benfeitorias que me são oferecidos por computador, smartphone, iPad.
Esse desacerto coma tecnologia não significa desaprovação. Pelo contrário, me fascino e me emociono com o mundo que há de vir por aí através dela. Cada vez que meus netos (entre 8 e 12 anos de idade) me demonstram sua habilidade instintiva com a tecnologia, superando-me em larga escala no uso produtivo de artefatos eletrônicos e digitais, sinto-me a assistir um trailer do que será o futuro. A internet, que é para mim uma curiosidade próxima do milagre, é para eles o que foi a nossa cartilha. Ela é o abecedário de sua geração.
Outro dia, meu neto mais moço perguntou à mãe se era necessário casar para ter filhos. Embaraçada, minha nora respondeu que não sabia. Ele retrucou: “Então guga aí.” Até a minha geração, o mistério cuja resposta ele julga (ou sabe) encontrar-se no Google só podia ser decifrado bem depois, quando chegasse a adolescência ou até a maturidade.
Ao contrário do que afirmam os pessimistas, a geração de meus netos deverá ser mais sábia do que as que os antecederam. Não sei se o Google um dia vai nos ajudar a resolver nossas angústias de vida, nossas relações precárias conosco mesmos e com os outros. Mas não há dúvida de que ele pode vir a nos explicar muita coisa sobre nós, desvendar melhor o que nos disse gente como Freud ou Jung, Marx ouSartre. E tudo à distância de um dedo.
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O que mais me incomoda na rede em geral é o crescente desprestígio do corpo. Desde os anos de 1960, a humanidade vem fazendo uma revolução de descolonização do corpo, a vítima de uma repressão moral que nos fez tanto mal no passado. Agora, com a internet, o corpo está sendo exilado, é capaz de daqui a pouco não termos mais necessidade dele. Uma pena.
Mas a internet poderá intervir em breve na própria democracia, expandindo-a e fortalecendo-a. A crise de representatividade em que vivemos hoje (por lógica de interesses, burocracia, esperteza, corrupção) poderá vir a ser superada pelos diversos usos da rede, promovendo uma espécie de democracia digital com a participação de todos. Através dela, nós mesmos nos representaremos nas instâncias de poder.
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(DIEGUES, Cacá. : 03/05/2014.) O Globo: 03/05/2014.)
A Coca-Cola, maior fabricante mundial de refrigerantes, vai retirar um ingrediente que pode causar danos à saúde de algumas de suas marcas de refrigerantes, informou a BBC. A medida é uma resposta da companhia à uma petição on-line e ocorre num momento em que a indústria da alimentação como um todo está sob pressão de instituições médicas e grupos de consumidores, devido aos riscos à saúde de seus produtos.
O óleo vegetal bromado, ou OVB, é adicionado em refrigerantes de frutas da Coca-Cola, como a Fanta e o Powerade. A rival Pepsi foi mais rápida e eliminou o agente químico do Gatorade no ano passado; anunciou ainda que pretende eliminá-lo de todos os seus produtos. O OVB está presente em suas bebidas energéticas Mountain Dew e Amp Energy, vendidas nos Estados Unidos, informa a BBC.
O agente é usado como estabilizador nas bebidas com sabor de fruta, pois ajuda a evitar que os ingredientes se separem. Porém, segundo pesquisas médicas, o consumo (*) de refrigerantes contendo OVB está relacionado a efeitos nocivos à saúde, tais como perda de memória e problemas de pele e terminações nervosas.
Genericamente seguro.
Nos Estados Unidos, o OVB perdeu em 1970 o selo de "genericamente reconhecido como seguro" nas listas de ingredientes da US Food and Drug Administration (FDA, a agência reguladora das questões de saúde no país). Mesmo assim, foi permitido às (**) de bebidas usar o OVB em até um máximo de 15 partes por milhão. No Japão e na União Européia, o uso do agente como aditivo alimentar não é permitido.
Já os produtos da Coca-Cola no Brasil não utilizam óleo vegetal bromado. O uso da substância não está previsto pela legislação brasileira, de acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
[...]
(http://oglobo.globo.com/)
I. "uma resposta da companhia à uma petição on-line"
II. "ocorre num momento em que a indústria da alimentação como um todo está sob pressão"
III. "devido aos riscos à saúde"
Em relação ao uso do sinal indicativo de crase, estão corretas as passagens:
Como a tão malbaratada palavra “ética”, muito vocábulo per-
de seu sentido quando envereda por trilhas falsas. “Ética” desig-
nava comportamento, ou conjunto de regras, em geral não escri-
tas, que ditavam esse comportamento. Vivia-se a ética nos
tribunais, entre parlamentares, entre países amigos ou adversários,
e também nas relações cotidianas entre pessoas. O termo devia
ser comum entre nós, como água e pão. Comportamentos éticos
ou não éticos configuram nosso dia-a-dia na rua, na praia, no
trabalho, a começar pela família – onde aprendemos alguns con-
ceitos talvez nunca verbalizados, mas introjetados, que passam a
fazer parte de nós.
(Lya Luft. Veja, 30.11.2005)