Questões de Concurso
Sobre denotação e conotação em português
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O texto abaixo servirá de base para responder à questão.
Rodrigo Hübner Mendes *
*Mestre em gestão da diversidade humana pela Fundação Getúlio Vargas
Disponível em: https://www.uol.com.br/ecoa/colunas/rodrigo-mendes/2021/06/11/capacitismo-raro-em-nos so-vocabulario-comum-em-nossa-atitude.htm. Acesso em: 26 set. 2022. [Adaptado]
1. Uma doença grave o levou à morte.
2. Ela está muito aborrecida: isso é grave.
Assinale a opção em que os termos sublinhados estão corretamente analisados.
O homem que sabia javanês
Leia o texto abaixo e responda à questão.
Aconteceu em Natal
Sanderson Negreiros
O trânsito ontem à tarde na Rua João Pessoa estava uma delícia. Servido com caviar, batatinhas e molho pardo. Uma delícia de trânsito.
Às 16 horas em ponto, dei entrada com meu carango varonil na referida artéria. Por que as ruas chamavam-se antigamente de artérias? É porque nelas corria sangue, disse-me Vetusto, repórter policial, do tempo em que, ao morrer uma criança, escrevia-se: “Ontem, alou-se aos céus, a interessante garota”.
Cheguei no começo da João Pessoa e pensei com os três botões da minha camisa: vou provar a mim mesmo que sou edição modesta de Fittipaldi e atravessarei estas ruas em menos de meia hora. Não vos conto minha decepção: às 17h30 é que conseguia chegar no chamado Grande Ponto. E vos informo de minha epopeia, minha odisseia, minha ilíada.
Para passar ao largo do Centro Cearense, gastei 20 minutos. Havia carros por cima das calçadas, carros por cima dos outros e, num realismo fantástico, um Volks que tinha subido numa mangueira parnasiana.
Perguntareis: como isso é possível? Na Rua João Pessoa, depois das 4 da tarde, tudo é possível. Não sei ainda se tudo é permitido.
Pensei em Jean-Luc Godard, para filmar aquele apocalipse subdesenvolvido. Imprensara meu carango de tal maneira que fui jogado fora dele. Foi preciso o guarda para o caos, isto é, o trânsito; e dar vez aos meus direitos institucionais, dizendo-me: “O senhor pode voltar para o seu carro e assumir a direção”. Gostei e voltei.
Dei continuação ao fluxograma, ao esquema, ao organograma, ao... qualquer coisa de fila de carros que ia em demandada do Grande Ponto. De repente, aquele susto, inevitável: um corcel amarelo-hepatite ia por cima da parede. Como uma lagartixa profissional.
Depois de uma hora intensa de empurra-empurra, vi em minha frente uma camioneta parada, no meio da rua, que não era mais rua, mas um ringue. Fechei os olhos, e um sujeito gritou de trás: “Passe por cima. Passe por cima”.
Alguém botou um tobogã invertido e apenas liguei a primeira. Logo senti que havia ultrapassado mais um obstáculo olímpico.
A caminhada continuou. Quando atingi a possibilidade de passar em frente à APERN, uma mulher disse para mim: “Nunca me viu?”. Respondi: “Nunca. Never. A senhora pertence ao planeta Terra?”.
E segui em frente. Ia me esquecendo: nesse tempo todo, choveu cinco vezes e fez verão outras tantas. Ouvimos trovões pianíssimos, em fita gravada; e trovões reais, em alta fidelidade. Houve tempestade em curto circuito e tempestades que só conhecemos em filmes coloridos da Metro, como o que contava a queda de Roma.
O Grande Ponto era um mar de cabeças unânimes (perdoem a imagem). Um mar compacto; não havia brecha sequer para que alguém espirrasse sem atingir a moral do outro. Hippies, defensores da contracultura, ex-hippies, artistas pops, pintores ops, singulares personalidades que não pagam ainda o INPS.
E, diante de tal quadro, vi o impossível acontecer, pelo menos em Natal: um motorista impaciente levantou-se do seu carro e caminhou por cima das cabeças como pudesse se repetir a imagem do Evangelho: de Cristo andando sobre as águas.
- NEGREIROS, Sanderson. Aconteceu em Natal. In: SOBRAL, Gustavo; MACEDO, Helton Rubiano de (Orgs.).
Cinco cronistas da cidade. Natal: EDUFRN, 2017. p. 145-148.
Disponível em: https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/23773/1/Cinco%20cronistas%20da%20cidade.pdf.
Acesso em: 26 set. 2022.
Leia o texto para responder à questão.
Pizza, só de massa
Nós, brasileiros, criamos um hábito, nos 50 anos mais recentes, de dizer que um fato que teve um desdobramento indecente “acabou em pizza”. A expressão se popularizou, em grande parte, por causa de episódios envolvendo corrupção e desvio de conduta. Para tudo aquilo que nos causa a percepção de impunidade ─ não só, mas especialmente na vida pública ─, dizemos “ah, isso vai acabar em pizza”. Nós precisamos recusar essa ideia como algo normal em nosso cotidiano.
Muita gente imagina que a palavra “pizza” tenha origem no italiano, mas curiosamente ela vem do germânico antigo, que depois veio gerar o idioma alemão. No germânico antigo, bizzo significa “pedaço de pão”. Depois, houve a migração da palavra bizzo para a Itália, onde se transformou em “pizza” e daí foi para o mundo todo.
Migrou para nós, também, para a área da política, mas é preciso dar um basta e parar de dizer e admitir que tudo “vai acabar em pizza”. A pizza, que ganha aqui sentido figurado, significando malfeitoria, nós não devemos admitir em nosso cardápio.
(Mário Sérgio Cortella. Vamos pensar um pouco? São Paulo: Cortez, 2017. Adaptado)
I. Alguém atirou uma pedra na vidraça.
II. Você tem um coração de pedra!
III. Essa matéria é fogo.
IV. O fogo devastou a floresta.
Marque a alternativa que indica corretamente a classificação da linguagem utilizada em cada uma delas.
"Não sabia se seguia em frente ou voltava, mas a dúvida apertava o peito, e o silêncio da noite parecia lhe dar uma resposta."
Qual o tipo de linguagem predominante no texto?