Questões de Português - Dia-a-dia - dia a dia para Concurso
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Texto VI
Nossa Língua Portuguesa
Quando alguém fala com orgulho da garra da
agremiação por que torce, está-se utilizando, embora
já com uma derivação de significado, de um termo de
origem basca. Dos celtas herdamos as palavras carro,
5 cabana e cerveja. A brasa, que dominava a música
jovem dos anos sessenta, é de origem germânica,
assim como guerra e ganhar, o que prova que aqueles
bárbaros eram mesmo avançados. E é bem fácil
reconhecer a maioria das palavras árabes existentes
10 no nosso idioma por causa da presença, no início
delas, do artigo invariável al. Assim, alfazema, alfaiate,
alfange, azeite e açougue, onde o l do artigo foi assi-
milado pelas consoantes z e c.
A descoberta dessas influências faz parte do
15 estudo da nossa língua, hoje falada por mais de 180
milhões de pessoas.
Levada pelos conquistadores lusitanos, no
alvorecer da era moderna da história ocidental, ela
saiu da pequenina casa portuguesa e cruzou os
20 “mares nunca dantes navegados”, aportando em
terras longínquas de Ásia, África e América, onde veio
a adquirir novos matizes em contato com os idiomas
locais que iria sobrepujar. Atualmente seu domínio
abrange mais de 10.600.000 km2, ou seja, o equivalente
25 à sétima parte da Terra.
E dizer-se que tudo começou em eras
remotíssimas, numa parte da Itália, o Lácio, região
habitada por um povo de pastores, rude e prático, que
falava o Latim. Este, de simples dialeto que era então,
30 iria passar a língua principal da Península Itálica, à
medida que os romanos se expandiam e aprimoravam
sua cultura em contato com a grega. Dotados de um
agudíssimo tino político, legislativo e administrativo, os
latinos vão conquistar e governar, durante largo tempo,
35 um dos mais vastos impérios de que a História tem
notícia, no qual semearam, com mãos hábeis, seus
costumes e seu idioma. O nosso, oriundo do Latim,
começou a nascer quando, no século III a.C., levadas
pelas fúrias das Guerras Púnicas, as águias romanas
40 chegaram à Hispânia, e, dentro desta, à Lusitânia,
região correspondente à zona ocidental da Península
Ibérica e que abrangia a quase totalidade do Portugal
de hoje.
A realidade étnica e linguística da Hispânia era
45 das mais complexas antes da chegada dos romanos.
Bascos, iberos, tartéssios, lígures e celtas, como povos
que nela se fixaram em épocas e regiões distintas e
que ali terminaram por conviver, além de gregos e
fenícios que, como povos itinerantes, lá estabeleceram
50 suas colônias, eis a mistura de raças, costumes e
idiomas a que vão se sobrepor a cultura e a língua
latina. Esta era levada às regiões conquistadas não na
sua forma literária, escrita, mas pela boca do povo, na
sua forma popular.
55 À diferença do das pessoas, no registro dos
idiomas não há data precisa de nascimento, pois não
há linguista que possa fixar o momento do parto de uma
língua. Esta evolui paulatinamente com relação a um
idioma do qual se origina e do qual se diversifica em
60 sua fase originária, sem, no entanto, quebrar aquela
linha evolutiva que o mantém basicamente o mesmo,
apenas com fisionomia diversa, em cada etapa de sua
vida.
Daí o dever dizer-se, a bem da verdade
65 linguística, que a língua portuguesa é a fase atual
daquele Latim lusitânico que antes de ser Português
foi o Romanço lusitânico, nome que se dá ao idioma
falado naquela faixa de tempo em que o Latim come-
çou a diversificar-se inexoravelmente.
GUANABARA, Célia Therezinha O. Nossa Língua Portuguesa.
In: Enciclopédia Bloch, ano 1, no1, maio de 1967. (Adaptado)
O Latim introduzido pelos romanos, na Península Ibérica, constituiu a grande camada do vocabulário inicial do Português, influenciada pelo contato com outros povos. Assinale a alternativa que relaciona corretamente as contribuições linguísticas que concorreram para a formação do vocabulário da Língua Portuguesa.
Leia o texto abaixo e responda às questões propostas.
O mais traiçoeiro dos predadores .
asdasdO tigre-de-bengala, um dos símbolos tradicionais da India, está desaparecendo a um ritmo alarmante. Dos 40 000 espécimes que viviam nas florestas indianas há um século, hoje restam apenas 1 000. Na semana passada, noticiou-se que a segunda maior reserva natural da India, o Parque Nacional de Panna, não tem mais nenhum dos 24 tigres que abrigava até 2006. Em 2004, desapareceram os últimos tigres da maior das reservas indianas, o Parque Nacional de Sariska, e, segundo relatórios de organizações ambientais, o mesmo está acontecendo no parque de Sanjay. O motivo para o sumiço dos animais é um só — a ação implacável dos caçadores. Vender um tigre aos pedaços pode render até 50 000 dólares. O principal destino dos tigres mortos é a China, onde persiste o costume de usar partes de animais selvagens na medicina, a chamada opoterapia. Muitos chineses acreditam que os ossos dos tigres têm propriedades anti-inflamatórias e os testículos, servidos à mesa, seriam poderosos afrodisíacos. Os parques nacionais indianos foram criados nos anos 70 justamente com o objetivo de evitar a caça indiscriminada aos tigres. Durante um tempo, deu certo. Em uma década, a população de tigres saltou de 1 800 espécimes para 4 000. De lá para cá, porém, a sanha dos caçadores aumentou e o comércio de animais cresceu associado aos cartéis do tráfico de drogas.
asdasdDesde tempos ancestrais o homem teme os animais predadores. Ainda hoje há registros de ataques frequentes a humanos. Na Tanzânia, país onde vive o maior contingente de leões selvagens, mais de 500 pessoas foram devoradas por eles desde o início dos anos 90. Acredita-se que esses ataques ocorram por dois motivos: o avanço das populações sobre seu território e a redução do número de suas presas naturais, como gazelas e antílopes, em consequência da caça e da devastação da vegetação. Nenhum animal, porém, se compara ao ser humano na voracidade em caçar outras espécies, mesmo que elas se encontrem sob risco de desaparecer do planeta. “As principais causas da extinção de animais são direta ou indiretamente ligadas ao homem, como a destruição dos habitats, a introdução de espécies que desequilibram os ecossistemas e a caça”, disse a VEJA o biólogo equatoriano Arturo Mora, da Internacional Union for Conservation of Nature, sediada na Suíça.
asdasdAssim como os tigres indianos, outros animais selvagens de grande porte encontram-se ameaçados de extinção pela ação humana. Em 100 anos, a população de orangotangos foi reduzida em 91%. Os 30 000 espécimes que restam continuam a ser caçados e vendidos como alimento. A situação dos orangotangos tende a piorar — nos últimos vinte anos, 80% de seu habitat foi destruído. Os elefantes africanos não têm melhor sorte. Nos últimos sessenta anos, o número de espécimes foi reduzido de 5 milhões para 700 000. Nesse caso, a cobiça dos caçadores recai sobre as presas de marfim. Todo ano a organização ambiental World Wildlife Fund divulga uma lista dos principais animais ameaçados de extinção. Na lista de 2009, entre os mamíferos, figuram espécies de elefante, rinoceronte e urso. )
asdasdA escalada na eliminação de animais selvagens da Africa e da Ásia é, em parte, consequência da exploração econômica das regiões. A instalação de madeireiras, mineradoras e carvoarias nas selvas exige que se rasguem estradas para o escoamento da produção. Essas mesmas estradas servem para que os caçadores penetrem cada vez mais nas selvas em busca de suas presas. No caso dos parques nacionais, o problema é de outra ordem. Eles são feitos para preservar os animais e permitir que se reproduzam, mas os governos não conseguem controlar a ação dos caçadores, que muitas vezes contam com a conivência de guardas corruptos. Diante do desaparecimento dos tigres-de-bengala na reserva nacional de Panna, o ministro indiano das Florestas, Rajendra Shukla, se disse surpreso e anunciou uma investigação rigorosa para apurar o que aconteceu. Seja qual for o resultado da investigação, é certo que os tigres de Panna foram vítimas do mais traiçoeiro e contumaz dos predadores do planeta, o próprio homem.
Renata Moraes, VEJA. 29 de julho de 2009.
Assinale a opção que apresenta, respectivamente, os sinônimos das palavras grifadas nos trechos abaixo.
“a sanha dos caçadores aumentou...”
“foram vítimas do mais traiçoeiro e contumaz dos predadores do planeta, o próprio homem.”
“..contam com a conivência de guardas corruptos.”
TEXTO:
Água escassa e cara
O senso comum de que o Brasil é um país no qual a água é abundante e nunca vai faltar está caindo por terra. Certos de que o insumo está cada vez mais escasso, a União e os estados estão ampliando a cobrança pelo uso dos rios brasileiros, principalmente, no caso da indústria e do agronegócio, para racionalizar os recursos naturais.
Hoje, cerca de 20% do PIB brasileiro distribuídos por alguns estados, já incluíram a água em sua planilha de custos. Para o consumidor, a tendência será arcar com parte dessa conta, ainda que de forma indireta.
Essa medida visa apenas ao reforço do caixa, ela é orientada pela visão estratégica e de desenvolvimento sustentável nas regiões, Centro Sul e Nordeste, onde já há escassez desse recurso.
A maior quantidade do insumo está no Norte, onde se encontram 68% da água do país, mas apenas 7% da população. No Sul e no Sudeste, onde se concentram a maior produção econômica e 58% dos brasileiros, estão apenas 13% dos recursos hídricos.
Para responder a esse fenômeno, à medida que a cobrança se espalha, as empresas estão buscando formas de reduzir seu consumo. Levantamento feito pela Agência Nacional de Águas (ANA) estima que se reduziu em 20% o uso das águas das duas bacias nacionais onde já há cobrança.
O mais novo passo da cobrança foi dado na quinta-feira passada, quando cerca de 150 pessoas, entre empresários, agricultores, autoridades federais, estaduais e municipais se reuniram em Paracatu (MG), para discutir detalhes da cobrança do uso das águas da Bacia do São Francisco, maior rio brasileiro, que deve começar em 2009. Estima-se que serão arrecadados R$40 milhões por ano quando ela estiver plenamente implantada.
(O Globo -18/05/08 - Gustavo Paul (com adaptações))
NÃO há erro de grafia em:
Itália aposta no STF para extraditar Battisti
O governo da Itália decidiu considerar esgotadas todas as negociações com o Executivo brasileiro e apostar todas as suas fichas no Supremo Tribunal Federal para obter a extradição do terrorista Cesare Battisti, condenado à prisão perpétua pela Justiça italiana pelo assassinato de quatro pessoas.
Conforme a Folha apurou, a convocação do embaixador da Itália em Brasília, Michele Valensise, ocorreu com duas intenções. A primeira, para manifestar a “amargura” e a “decepção” pela decisão do governo brasileiro de conceder refúgio a Battisti. A outra foi operacional, para definir as formas de atuação junto ao STF.
Valensise chegou ontem a Roma e já se encontrou com o chanceler Franco Frattini para fazer um relato de seus contatos no Brasil e repassar as brechas que ainda existem para que Battisti seja extraditado.
O embaixador deverá ter novos encontros com autoridades do Executivo e do Judiciário italianos, mas a orientação do chanceler é que ele possa voltar a Brasília nos próximos dias.
Chamar o embaixador para consultas é, sob o ponto de vista diplomático, uma manifestação explícita de desagrado e de mal-estar. Apesar disso, a intenção da Presidência e da chancelaria italianas é concentrar suas críticas no ministro da Justiça, Tarso Genro, que decidiu pelo refúgio a Battisti, e assim mesmo reconhecer que, pela legislação brasileira, ele tinha de fato essa prerrogativa.
Na avaliação italiana, Tarso Genro não teria errado ao avocar para si a decisão, mas o mérito de sua medida tem de ser discutido. Pelos relatos levados pelo embaixador ao chanceler, não cabe ao STF julgar o mérito dos crimes cometidos por Battisti quando ele militava no PAC (Proletários Armados pelo Comunismo), mas cabem, sim, duas etapas de julgamento.
A primeira é se a concessão do refúgio com uma canetada do ministro elimina a análise do pedido de extradição feito pela Itália. Em caso afirmativo, o caso está encerrado e Battisti tem o direito de permanecer no Brasil. Em caso negativo, o STF deverá julgar a segunda fase, sobre a extradição em si.
O chanceler e o embaixador italianos repassaram o pedido e informaram ao seu governo que está “bem fundamentado, tem legitimidade” e, assim, boas chances de ser acatado pelo tribunal brasileiro.
Apesar da tensão, há duas manifestações distintas no governo e na chancelaria da Itália: uma para a opinião pública, dura e irritada contra o Brasil; a outra para Brasília, mais amena e política, justificando que a “dureza” é necessária para satisfazer a pressão interna. Tanto na avaliação do Planalto e do Itamaraty quanto na Embaixada da Itália em Brasília, um dos fatores para a atual crise tem sido o papel da imprensa, que, segundo os dois lados, tem atuado para “botar fogo” num clima já quente.
Uma das missões do embaixador é tentar apaziguar os ânimos. A ordem do presidente Lula aos ministros e assessores é silenciar sobre o assunto.
Ontem, Frattini afirmou a uma rádio italiana que “o Brasil é um país amigo da Itália e continuará sendo, mas a sua atitude neste caso não é aceitável. Iremos até o fim”. “Esperamos que o Brasil entenda as nossas razões”, disse o chanceler.
A Câmara dos Deputados da Itália aprovou ontem uma moção dos partidos governistas e de oposição exigindo que o Brasil revogue o refúgio.
Texto adaptado do jornal Folha de São Paulo, quinta-feira, 29 de janeiro de 2009. Brasil A7
Assinale a alternativa que apresenta uma palavra que teve sua grafia alterada conforme a Reforma Ortográfica da Língua Portuguesa.
Texto 2
A CIDADE (Chico Science)
Composição: João Higino Filho
O sol nasce e ilumina
As pedras evoluídas
Que cresceram com a força
De pedreiros suicidas
menos
Cavaleiros circulam
Vigiando as pessoas
Não importa se são ruins
Nem importa se são boas
E a cidade se apresenta
Centro das ambições
Para mendigos ou ricos
E outras armações
Coletivos, automóveis,
Motos e metrôs
Trabalhadores, patrões,
Policiais, camelôs
urubus
A cidade não pára
A cidade só cresce
O de cima sobe
anterior
E o de baixo desce
A cidade não pára
A cidade só cresce
O de cima sobe
E o de baixo desce
A cidade se encontra
Prostituída
Por aqueles que a usaram
Em busca de uma saída
Ilusora de pessoas
De outros lugares,
A cidade e sua fama
Vai além dos mares
E no meio da esperteza
Internacional
E a situação sempre mais ou menos
Sempre uns com mais e outros com
A cidade não pára
A cidade só cresce
O de cima sobre
E o de baixo desce
A cidade não pára
A cidade só cresce
O de cima sobe
E o de baixo desce
Eu vou fazer uma embolada
Um samba, um maracatu
Bom pra mim e bom pra tu
Pra gente sair da lama e enfrentar os
Num dia de sol, Recife acordou
Com a mesma fedentina do dia
Sobre o novo acordo ortográfico da Língua Portuguesa, marque a alternativa em que a palavra retirada do texto 2 teve a grafia modificada em virtude da eliminação do acento.