Questões de Português - Divisão Silábica para Concurso

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Q887332 Português

                                                  Insulto, logo existo

                                                                                                Leandro Karnal

                           No momento em que eu apenas uso o rótulo,

                              perco a chance de ver engenho e arte


      A crítica e o contraditório são fundamentais. Grande parte do avanço em liberdades individuais e nas ciências nasceu do questionamento de paradigmas. Sociedades abertas crescem mais do que sociedades fechadas. A base da democracia é a liberdade de expressão. Sem oposição, não existe liberdade.

      Uma crítica bem fundamentada destaca dados que um autor não percebeu. Um juízo ponderado é excelente. Mais de uma vez percebi que um olhar externo via melhor do que eu. Inexiste ser humano que não possa ser alvo de questionamento. Horácio garantia, com certa indignação, que até o hábil Homero poderia cochilar (QuandoquebonusdormitatHomerus - ArsPoetica, 359). A crítica pode nos despertar.

      Como saber se a avaliação é boa? Primeiro: ela mira no aperfeiçoamento do conhecimento e não em um ataque pessoal. A boa crítica indica aperfeiçoamento. Notamos, no arguidor sincero, uma diminuição da passionalidade. Refulgem argumentos e dados. Mínguam questões subjetivas. Há mais substantivos e menos adjetivos. Não digo o que eu faria ou o que eu sou. Indico apenas como algo pode ser melhor e a partir de quais critérios. Que argumentos estão bem fundamentados e quais poderiam ser revistos. Objetividade é um campo complexo em filosofia, mas, certamente, alguém babando e adjetivando foge um pouco do perfil objetivo.

      Duas coisas ajudam na empreitada. A primeira é conhecimento. Há um mínimo de formação. Não me refiro a títulos, mas à energia despendida em absorver conceitos. Nada posso dizer sobre aquilo do qual nada sei. Pouco posso dizer sobre o que escassamente domino. A segunda é a busca da impessoalidade. Critico não por causa da minha dor, da minha inveja, do meu espelho. Examino a obra em si, não a obra que eu gostaria de ter feito ou a que me incomoda pelo simples sucesso da sua existência. Critico o defeito e não a luz. [...]

Disponível em:<https://jomalggn.com.br/noticia/insulto-logo-existo-por-leandro-karnal>  . Acesso em: 11 dez. 2017.

Assinale a alternativa em que a divisão silábica de todas as palavras está correta
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Q887232 Português
A divisão silábica está correta, EXCETO em:
Alternativas
Q865862 Português

                                Internet e fraude


      Alguém duvida que a internet tenha mudado a vida das pessoas? Não, ninguém pode duvidar disso. A internet não é apenas um meio de comunicação ou de informação; é um jeito de viver, um novo jeito de viver, e a história do mundo vai se dividir em duas fases: AI (antes da Internet) e DI (depois da Internet).

      E ai do AI! A internet subverteu totalmente a milenar ideia de que os mais velhos detêm o conhecimento. Agora, são eles que têm de aprender com os jovens, e não o contrário. Um aprendizado que, aliás, funciona: num projeto conduzido nos Estados Unidos, adolescentes, orientados por professores de informática, prontificaram-se a dar aulas sobre computador e internet para pessoas de idade. Ficaram, os veteranos, melindrados com a situação? Nada disso. Antes do treinamento, só 5% sentiam-se à vontade com internet. Depois do treinamento, essa porcentagem subiu para 80%. O vovô pode, sim, aprender com os netos. Vale para computador, vale para celular, vale até para controle remoto.

      Mas há um lugar em que a internet está causando problemas: a sala de aula.

      No passado, era muito comum os professores pedirem aos alunos que preparassem, em casa, trabalhos sobre temas diversos. As pesquisas para isso eram feitas em bibliotecas ou em enciclopédias. No mínimo, os jovens tinham de copiar os textos. Agora eles simplesmente podem baixá-los da internet. E podem contar também com o auxílio de empresas especializadas, que elaboram até teses de mestrado e de doutorado. A frequência com que isso está acontecendo é muito grande; nos Estados Unidos, 50% dos alunos admitem que já recorreram a esse tipo de fraude. Por causa disso, surgiu uma nova especialidade, a detecção de fraudes, um método que conta até com um programa de computador, o Turnitin, capaz de identificar a cópia.

      Pergunta: será que isso vale a pena? Transformar os professores em êmulos da Polícia Federal será a solução do problema? Ou seria melhor pensar sobre as causas desse fenômeno?

      Em primeiro lugar, precisamos nos dar conta de que, como foi dito, copiar os alunos sempre copiaram, só que antes faziam isto à mão. Alguém alegará que dessa forma aprendiam alguma coisa, mas trata-se de uma afirmação questionável: copiar pode ser simplesmente uma coisa mecânica. O melhor é perguntar: qual deve, afinal, ser a característica de um trabalho de aluno? A mim a resposta parece óbvia. O trabalho do aluno, como o trabalho de qualquer pessoa – como este texto que vocês estão lendo –, deve refletir seu pensamento e suas emoções. Ou seja: o trabalho deve ser eminentemente pessoal. Deixem-me dar um exemplo tirado do ensino de medicina. Podemos pedir a um aluno que escreva sobre as relações médico-paciente, e aí, sem dúvida, ele encontrará na internet montes de textos copiáveis. Ou podemos pedir que descreva um episódio de sua própria vida: uma doença que teve e o papel que o médico desempenhou então, com sua avaliação a respeito. Aí não tem como colar. Só a autenticidade resolve. E essa autenticidade será extremamente educativa para o aluno.

      Ou seja: a internet nos ensina coisas, sim. Até quando temos de pensar a respeito das armadilhas da internet e de como evitá-las.

(SCLIAR, Moacyr. Do jeito que nós vivemos – Belo Horizonte: Editora Leitura, 2007.)

Observando as palavras


I. sub-ver-ter.

II. a-do-les-cen-tes.

III. ób-vi-o.


verifica-se que a separação das sílabas está correta apenas em

Alternativas
Q864174 Português

                         


                               O Rancho da Goiabada

                  Os bóias-frias quando tomam umas biritas

Espantando a tristeza

Sonham com bife-a-cavalo, batata-frita

E a sobremesa


É goiabada-cascão com muito queijo

Depois café, cigarro e um beijo

De uma mulata chamada Leonor ou Dagmar

Amar

O rádio-de-pilha, o fogão-jacaré, a marmita,

o domingo no bar

Onde tantos iguais se reúnem contando mentiras

Pra poder suportar


Ai, são pais-de-santo, paus-de-arara, são passistas

São flagelados, são pingentes, balconistas

Palhaços, marcianos, canibais, lírios, pirados

Dançando dormindo de olhos abertos à sombra da alegoria

Dos faraós embalsamados

                                                                                               Aldir Blanc, 1976.

No verso “Depois café, cigarro e um beijo”, a única palavra com três sílabas é:
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Q864164 Português

                               TEXTO 3


      O texto a seguir é reprodução do Manifesto “AÇÃO URGENTE: Protesto não é crime!”, promovido pela ANISTIA INTERNACIONAL BRASIL.


      “(...) O direito à liberdade de expressão e manifestação é um direito fundamental garantido na Constituição Brasileira. Este direito está sendo violado pela Polícia Militar do Estado de São Paulo, que tem seguido um padrão de repressão violenta e arbitrária aos protestos, com uso desnecessário e excessivo da força e das chamadas armas “menos letais” tais como bombas de gás lacrimogêneo, balas de borracha, bombas de efeito moral, e cassetetes. Diversas pessoas ficaram feridas. Também houve revistas aleatórias e detenções arbitrárias de manifestantes, que tiveram dificuldades para acessar seus advogados, em uma violação do direito à ampla defesa. (...)

      Protesto não é crime. É um direito humano.”

https://anistia.org.br/entre-em-acao/email/acao-urgente-diga-ao-governo-de-sao-paulo-que-protesto-nao-e-crime/

No trecho “Protesto não é crime. É um direito humano.”, a única palavra com duas sílabas é:
Alternativas
Respostas
671: D
672: D
673: D
674: B
675: E