Questões de Concurso
Sobre figuras de linguagem em português
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A interpretação de textos poéticos não requer análise do ritmo, da métrica ou das figuras de linguagem utilizadas pelo autor, bastando apenas compreender o significado literal das palavras. A análise poética é uma tarefa simples e objetiva, que não envolve a apreciação estética ou a compreensão do simbolismo presente no poema.
Atenção: Leia atentamente o texto a seguir e responda a questão.
As mãos
O mundo é mais fácil com ternura
Carlos Starling | 23/01/2024
Hoje ganhei de uma paciente um creme para as mãos. Junto havia um bilhetinho de agradecimento pelo sucesso obtido através de tratamento de uma situação complexa contra a qual lutava há mais de quatro anos.
O bilhete escrito em papel minúsculo e o simbolismo do creme para as mãos foram emocionantes.
Comecemos pela escrita com caneta esferográfica azul em espaço reduzido. Palavras de carinho com letras miúdas expressam gratidão do fundo da alma. Coisa de alguém que sofreu e não perdeu a esperança. Amor atomizado.
O creme é a expressão máxima de ternura para com as mãos ressecadas pelo álcool, que lhe deram alívio. Simboliza o fim da aspereza com que a vida lhe tratará até o controle de sua tormenta infecciosa. Felicidade compartilhava comigo. O meu ‘eu médico’, com 42 anos de trabalho, se sentiu acolhido e realizado.
O cuidado dela com as minhas mãos expressava a consciência máxima do respeito ao profissional que a atendera.
Ao longo de todos esses anos, já recebi presentes e carinho de inúmeros pacientes.
Durante o internato rural, em Jequitaí, Norte de Minas, um pescador, percebendo a minha total inabilidade para aquela atividade beira-rio, me presenteou com um belíssimo dourado. Mais tarde, celebrando o “meu” feito e contando estória de pescador, tomamos uma no bar da esquina. Ele confirmou a minha versão dos fatos.
Dias depois, fiz o parto de sua mulher. Nasceu uma linda menina, que hoje já deve ser mãe, e ele avô! Milagre dos peixes?! Claro que sim!
Vida que flui com carinho, como as águas do Jequitaí para o São Francisco e deste para o mar.
Outro presente inesquecível foi um cordeiro inteiro deixado dentro de uma megacaixa de isopor na portaria do hospital. O meu susto e do porteiro ao abrirmos a caixa foi enorme. Pensamos se tratar de um corpo. Era um corpo. Corpo de cordeiro, que pelo tamanho não havia geladeira que coubesse. Fui socorrido pelo superchefe Ivo Faria, que transformou o problema em prazerosa solução.
Na madrugada do meu dia de São Sebastião, ganhei um presente às avessas. A fiação do prédio onde fica o nosso centro de pesquisas foi furtada. Furto frequente em BH, que compromete a vida de muita gente.
No nosso caso, comprometeu um estoque de vacinas contra Covid-19, que estamos pesquisando em parceria com o CT-Vacinas da UFMG. Consequência grave, que atrasa todo esforço para nos tornarmos independentes na produção de vacinas. Ainda deve estar fresco na memória de todos o sufoco que passamos há cerca de três anos, quando os países produtores de vacinas reservaram os seus estoques para as suas próprias populações.
A pandemia de Covid-19 nos deu a oportunidade de enxergar um outro conceito de segurança nacional. Muito além de armas para proteger nossas fronteiras e território, precisamos de gente capacitada para fazer ciência e desenvolver insumos que protejam nossa população. [...]
As mãos que furtam fios nas madrugadas de BH certamente são estômagos vazios de uma complexa rede criminosa promovida pela desigualdade social. Coisa que só nossas mãos podem resolver.
Presentes às avessas também me emocionam. Flechas de São Sebastião.
STARLING, Carlos. As mãos. Estado de Minas, 23 de janeiro de 2024. Colunistas. Disponível em: https://www.em.com.br/colunistas/carlosstarling/2023/12/6668841-tretas-da-vida.html. Acesso em: 23 jan. 2024. Adaptado.
“A ciência me chama!”
Assinale a alternativa cuja classificação da figura de linguagem presente na fala da personagem Susanita está correta.
Não se assuste. Todo mundo, alguns pouco, outros mais, faz esse tipo de coisa. Mas, às vezes, o buraco é mais embaixo. E nós acabamos fazendo coisas que realmente nos machucam só para “pegar bem” com a galera. Não, não tem nada a ver com aquele papo de mãe sobre o problema de andar com más companhias. Segundo os psicanalistas, nós fazemos isso para sermos aceitos..
E, mais do que isso, para ter uma imagem boa diante dos outros. Isso porque a gente costuma usar os outros como espelho e, vez ou outra, cai no pensamento: “Se eles me acham legal, então eu sou legal”, “se eles me acham péssima, eu sou péssima”. Deu para entender?
(Disponível em: www.noticiasdatv.uol.com.br/noticia/televisao/plantao-da-globo-assusta-telespectadores-em
manha-de-domingo-essa-musica-mata-117205 – texto adaptado especialmente para esta prova).
( ) Metáfora: translação de significado motivada pelo emprego em solidariedades, em que os termos implicados pertencem a classes diferentes, mas pela combinação se percebem também com assimilados. Por exemplo: cabelos de neve, doces sonhos.
( ) Metonímia: translação de significado pela proximidade de ideias. Por exemplo: a nação (isto é, os componentes da nação); comi dois pratos (isto é, a porção da comida que dois pratos continham).
( ) Tanto a metáfora quanto a metonímia são figuras de pensamento, ou seja, em ambas há um novo matiz semântico que pode produzir alteração de forma.
A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:
(Disponível em: https://noticiasdatv.uol.com.br/noticia/filmes-na-tv/com-documentario-na-netflix-emicida-daaula-de-historia-em-forma-de-poesia-47442– texto adaptado especialmente para esta prova).