Questões de Concurso Sobre figuras de linguagem em português

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Q451089 Português
Maneira de amar

O jardineiro conversava com as flores, e elas se habituaram ao diálogo. Passava manhãs contando coisas a uma cravina ou escutando o que lhe confiava um gerânio. O girassol não ia muito com sua cara, ou porque não fosse homem bonito, ou porque os girassóis são orgulhosos de natureza.

Em vão o jardineiro tentava captar-lhe as graças, pois o girassol chegava a voltar-se contra a luz para não ver o rosto que lhe sorria. Era uma situação bastante embaraçosa, que as outras flores não comentavam. Nunca, entretanto, o jardineiro deixou de regar o pé de girassol e de renovar-lhe a terra, na ocasião devida.

O dono do jardim achou que seu empregado perdia muito tempo parado diante dos canteiros, aparentemente não fazendo coisa alguma. E mandou-o embora, depois de assinar a carteira de trabalho.

Depois que o jardineiro saiu, as flores ficaram tristes e censuravam-se porque não tinham induzido o girassol a mudar de atitude. A mais triste de todas era o girassol, que não se conformava com a ausência do homem. “Você o tratava mal, agora está arrependido?” “Não, respondeu, estou triste porque agora não posso tratá-lo mal. É a minha maneira de amar, ele sabia disso, e gostava.” 

Maneira de amar (ANDRADE, Carlos Drummond. A cor de cada um. Rio de Janeiro: Record, 1997. p. 30).

Afigura de linguagem predominante no texto é:
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Q451027 Português
                                              Verdade ou mentira
      Verdade ou mentira, o que eu vou contar aqui é meio esquisito e merece ser lido com alguma atenção. [...]
      Por mais impressionante que seja a história,procure controlar os nervos. [...]
      Houve uma mulher que amou um amor de verdade.
      Por mais estranho que pareça, foi isso que me contaram exatamente.
      Um dia ela conheceu um homem, então descobriu que seu amanhecer já não era o mesmo, e os dois trocaram juras eternas, e, o que é mais fantástico ainda, essa mulher, pelo que consta, amou mesmo esse homem, só a ele,muito e sempre.
      Parece que ele não era especialmente bonito,rico nem inteligente, era boa gente apenas e (segundo fontes seguras) tinha um sorriso engraçado.
      Ela também era uma pessoa normal (pelo menos aparentemente) e só apresentou esse comportamento estapafúrdio em toda a sua vida.
      Os motivos que levaram essa mulher a amar tanto esse tal homem, de forma tão descabida e excessiva, nunca ficaram provados.
      Primeiro levantaram a hipótese de um surto de loucura passageiro. (Um atestado de insanidade resolveria a questão sem a necessidade de uma análise mais apurada.)Não era. [...]
      O fato foi tomando proporções maiores à medida que o tempo passava e o amor daquela mulher não diminuía. [...]
      Houve quem apostasse que aquele amor todo era mentira da mulher, com a clara intenção de aparecer na mídia. [...]
     A mulher foi ficando meio assustada com aquela agonia de gente e flashes de repórter, confere daqui, examina de lá, até que acabou fugindo,coitada.Aquilo já estava impossível.
      O homem ficou muito triste, é óbvio, por perder um amor assim tão interessante.
      Há quem garanta que até hoje ele passa o dia bebendo na esquina e chora constantemente.
      Dela, nunca mais se teve notícia.Possivelmente se auto exilou em algum lugar ignorado.

                       FALCÃO, Adriana. O doido da garrafa. São Paulo: Planeta,2003. p. 43-44. (Fragmento)

A figura de linguagem presente em “Houve uma mulher que amou um amor de verdade.” é:
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Q449848 Português
Instrução: Questão referente ao texto abaixo.

imagem-004.jpg

Analise as assertivas que seguem: 
I. A palavra ‘caixa’ (l.07) está sendo usada de maneira conotativa.
II. A alteração de ‘caixa’ (l.07) por cofre produziria uma sinestesia na frase em que se insere.
III. ‘um diálogo cortês e ágil’ (l.28) é uma hipérbole, pois deforma a verdade, visando um efeito expressivo. 
Quais estão incorretas?
Alternativas
Q449836 Português

Instrução: Questão referente ao texto abaixo.




Analise as assertivas abaixo sobre determinadas expressões do texto, assinalando V, para as verdadeiras, ou F, para as falsas.

( ) Na frase ‘Em algumas culturas, o tempo é elástico, em outras, monolítico’ (l.02-03) ocorre uma metonímia.
( ) O termo “tempo dos sonhos” (l.08) foi utilizado para introduzir na frase a ideia de que os aborígenes australianos viviam apenas em um mundo imaginário.
( ) ‘cosmológico’ (l.12) poderia ser substituída, sem qualquer alteração de sentido, por ‘cosmométrico’.
( ) O fragmento ‘o tempo é uma tapeçaria’ (l.47) é uma metáfora.

A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:
Alternativas
Q449833 Português
Instrução: Questão referente ao texto abaixo.

imagem-001.jpg

Em relação às ideias contidas no texto, analise as assertivas que seguem, assinalando V, para as verdadeiras, ou F, para as falsas.

( ) A rotina que criamos nos impele a usar o tempo disponível apenas nas atividades consideradas táticas, visto que as estratégicas requerem tempo extra.
( ) O paradoxo a que se refere o texto está relacionado, em parte, ao modo como administramos nosso tempo.
( ) Ao dizer que estamos famintos de tempo, o texto nos encaminha para a ideia de que devemos aproveitar mais nosso tempo adicional.
( ) O tempo individual, aquele que dedicamos a nós mesmos, está preservado; mesmo que haja a cada dia mais tempo dedicado ao trabalho.

A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:
Alternativas
Q449731 Português
                             Artigo VII

Por decreto irrevogável fica estabelecido
o reinado permanente da justiça e da claridade,
e a alegria será uma bandeira generosa
para sempre desfraldada na alma do povo.

(Thiago de Mello. Os Estatutos do Homem. Santiago do Chile. Abril de 1964. Fragmento. Disponível em: http://www.revista.agulha.nom.br/ tmello.html#estat)

Em relação à linguagem utilizada por Thiago de Mello, é correto afirmar que
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Q449417 Português
Eu e ele

No vertiginoso mundo dos computadores o meu, que devo ter há uns quatro ou cinco anos, já pode ser definido como uma carroça. Nosso convívio não tem sido muito confortável. Ele produz um texto limpo, e é só o que lhe peço. Desde que literalmente metíamos a mão no barro e depois gravávamos nossos símbolos primitivos com cunhas em tabletes até as laudas arrancadas da máquina de escrever para serem revisadas com esferográfica, não havia processo de escrever que não deixasse vestígio nos dedos. Nem o abnegado monge copiando escrituras na sua cela asséptica estava livre do tinteiro virado. Agora, não. Damos ordens ao computador, que faz o trabalho sujo por nós. Deixamos de ser trabalhadores braçais e viramos gerentes de texto. Ficamos pós-industriais. Com os dedos limpos.

Mas com um custo. Nosso trabalho ficou menos respeitável. O que ganhamos em asseio perdemos em autoridade. A um computador não se olha de cima, como se olhava uma máquina de escrever. Ele nos olha na cara. Tela no olho. A máquina de escrever fazia o que você queria, mesmo que fosse a tapa. Já o computador impõe certas regras. Se erramos, ele nos avisa. Não diz “Burro!”, mas está implícito na sua correção. Ele é mais inteligente do que você. Sabe mais coisas, e está subentendido que você jamais aproveitará metade do que ele sabe. Que ele só desenvolverá todo o seu potencial quando estiver sendo programado por um igual. Isto é, outro computador. A máquina de escrever podia ter recursos que você também nunca usaria (abandonei a minha sem saber para o que servia “tabulador”, por exemplo), mas não tinha a mesma empáfia, o mesmo ar de quem só aguenta os humanos por falta de coisa melhor, no momento.

Eu e o computador jamais seríamos íntimos. Nosso relacionamento é puramente profissional. Mesmo porque, acho que ele não se rebaixaria ao ponto de ser meu amigo. E seu ar de reprovação cresce. Agora mesmo, pedi para ele enviar esta crônica para o jornal e ele perguntou: “Tem certeza?”

(Luís Fernando Veríssimo)

O computador é personificado no texto, atribuindo-se-lhe ações humanas.

Assinale o segmento que não comprova essa afirmativa.
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Q448112 Português
Leia o texto abaixo e responda às questões propostas.


    Um dos sentimentos mais deprimentes em nossa nacionalidade é o de que criminosos ficam impunes. Temos esta sensação a respeito de praticamente tudo. Políticos não pagam por atos de corrupção, até mesmo quando transmitidos com áudio e vídeo para o país inteiro. Em algum momento se dirá que as provas foram colhidas de maneira ilegal. A propósito, foi por essa razão que o SupremoTribunal Federal absolveu o ex-presidente Collor, que tinha sido condenado pelo Senado à perda do cargo mas não foi punido na Justiça pelos crimes de que era acusado. Certamente é por isso que há, no Brasil uma desconfiança tão grande em relação aos homens públicos: imagina-se que não pagarão pelo mal que uns deles fazem.
    Mas essa convicção não diz respeito apenas ao andar de cima. Há um consenso tácito de que os, vamos chamá-los assim, do andar de baixo, não devem ser punidos quando violam a lei. Encontram- se atenuantes . Não tiveram oportunidades na vida. São pobres. É complicado penalizá-los. E por aí se acaba chegando a uma anistia branca paramuitos praticantes de atos ilícitos, que causaram mal à sociedade, mas não são castigados.
    O curioso, porém, está na passagem da indignação à impunidade. Duas ou três vezes por semana nos indignamos. Um senador que bradava contra a corrupção é pego fazendo lobby para um suspeito de crimes. Um bêbado praticamente mata um homem que teria dirigido gracinhas a sua companheira. Um residenciável guia sem habilitação. São atos que revoltam. Durante horas ou dias, são trending topics em nossa conversação e governamnosso imaginário. Mas, depois, cai tudo no esquecimento – ou é tudo perdoado. Não se paga pelo que se fez. O estoque de fatos que nos indignam se renova o tempo todo, mas sem que mudem as coisas.
    Muitas pessoas estão convencidas de que o Brasil se notabiliza pela impunidade, sobretudo, dos homens públicos. Entendo que não é bem isso. Primeiro, tambémhá os impunes de que se tempena. A impunidade beneficia quem tem muito poder e quem não tem nenhum. Segundo, não é só mpunidade. Nossa característica não é a mera mpunidade. É uma impunidade que se segue à ndignação. Esta é intensa. A imprensa nos serve matéria cotidiana para nos indignarmos. Às vezes, até nos revoltamos sem razão. Certas informações, apressadas, levam a opinião pública a condenar nocentes. Mas tais casos parecem constituir uma minoria. O problema é que, depois, a indignação se arrefece ou entra em cena algo que torna inviável o astigo. Ou seja, nossa indignação é inútil. Os sentimentos de revolta não resultam em grande coisa.
    Mas o que foram as grandes revoluções que mudaram o mundo – a Inglesa de 1688, a Americana de 1776, a Francesa de 1789, a Russa de 1917 – senão um sentimento de indignação, de revolta, de “basta”, que conseguiu traduzir-se em atos de milhares oumilhões de pessoas e, depois, conquistar o poder? Ou seja, há casos em que a indignação traz resultados. E não precisamos chegar a fazer uma revolução para que nossos indignados mudem o mundo ou, pelomenos, omundo à sua, à nossa volta. Para isso, é preciso, porém, mudar a atitude. Amera indignação é improdutiva. Não gera ações. Resulta em desânimo. Uma das expressões mais lamentáveis a esse respeito é que “só no Brasil” acontece determinado absurdo. O que, por sinal, não é verdade. Tudo de ruimque temos também acontece em algum outro lugar. Os Estados Unidos conheceram enorme fraude eleitoral em 2000, levando à posse do candidato presidencial derrotado nas urnas,George Bush. Fraude tamanha não ocorre no Brasil desde 1930.Mas, por issomesmo, é preciso enxergar as coisas bem, ver o que realmente acontece. E, depois, agir para mudar. O que significa juntar-se a outras pessoas. Solitária, uma andorinha não faz o verão.

(RIBEIRO, Renato Janine. Rev. Filosofia : nº 71, junho 2012, p. 8.)


Ao recorrer às expressões “andar de cima”, “andar de baixo” (parágrafo 2) para conferir maior visibilidade a uma oposição observável no grande edifício social, o autor explora a seguinte figura de linguagem:
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Q447834 Português
No período “Estão lá, pulsando, nas veias que correm sob a pele urbana." (l.11), há a personificação da cidade.
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Q444931 Português

TEXTO - PAZ GLOBAL IMPOSSÍVEL
Umberto Eco


Perto do final de dezembro, a Academia Universal das Culturas discutiu em Paris o tema de como se pode imaginar a paz nos dias de hoje. Não definir ou desejar, mas imaginar. Logo, a paz parece ainda ser não apenas uma meta distante, mas um objeto desconhecido. Os teólogos a definiram como a “tranquillita ordinis".


A tranquilidade de que ordem? Somos todos vítimas de um mito original: havia uma condição edênica, depois essa tranquilidade foi violada pelo primeiro ato de violência. Mas Heráclito nos preveniu de que “a luta é a regra do mundo, e a guerra é geradora comum e senhora de todas as coisas". No início houve a guerra, e a evolução implica uma luta pela vida.


As grandes pazes que conhecemos na História, como a paz romana, ou, em nosso tempo, a paz americana (mas também já houve paz soviética, paz otomana, paz chinesa), foram resultados de uma conquista e uma pressão militar contínua através das quais se mantinha uma certa ordem e se reduzia o grau de conflitos no centro, à custa de algumas tantas pequenas, porém sangrentas, guerras periféricas. A coisa pode agradar a quem está no olho do furacão, mas quem está na periferia sofre a violência que serve para conservar o equilíbrio do sistema. “Nossa" paz se obtém sempre ao preço da guerra que sofrem os outros.


Isso deveria nos levar a uma conclusão cínica, porém realista: se queres a paz (para ti), prepara a guerra (contra os outros). Entretanto, nas últimas décadas, a guerra se transformou em algo tão complexo que não costuma mais chegar ao fim com uma situação de paz, nem que seja apenas provisória. Ao longo dos séculos, a finalidade da guerra tem sido a de derrotar o inimigo em seu próprio território, mantendo-o no desconhecimento quanto a nossos movimentos para poder pegá-lo de surpresa, conseguindo forte solidariedade na frente interna. Hoje, depois das guerras do Golfo e de Kosovo, temos visto não apenas jornalistas ocidentais falando das cidades inimigas bombardeadas, como também os representantes dos países adversários expressando-se livremente em nossas telas de televisão. Os meios de comunicação informavam ao inimigo sobre as posições e os movimentos dos “nossos", como se Mata Hari tivesse se transformado em diretora da televisão local. Os chamados do inimigo dentro de nossa própria casa e a prova visual insuportável da destruição provocada pela guerra levaram a que se dissesse que não se deveriam assassinar os inimigos (ou mostrar que eram assassinados por engano),e, por outro lado, parecia insustentável a idéia de que um dos nossos pudesse morrer. Dá para se fazer uma guerra nessas condições?



“Isso deveria nos levar a uma conclusão cínica, porém realista: se queres a paz (para ti), prepara a guerra (contra os outros)”. Tal situação pode ser designada de:
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Ano: 2014 Banca: IF-SC Órgão: IF-SC Prova: IF-SC - 2014 - IF-SC - Professor - Português |
Q439367 Português
Considere a leitura do texto a seguir para responder à questão.

imagem-002.jpg

 Tendo em vista a leitura do texto, marque V para as afirmações verdadeiras e F para as falsas. 
( ) Embora informe objetivamente os benefícios dos alimentos para o organismo e para a saúde, o texto é classificado como literário.
( ) As batatas, fritas, e os legumes, esquartejados são assassinados pelo eu-lírico, sem demonstração de remorso, o que justifica o título do poema.
( ) Em “Como um selvagem” e “alfaces desmaiam ao molho de limão-mostarda- azeite,/cebolas soluçam sobre a pia”, há ambiguidade e prosopopeia, respectivamente.
( ) O eu-lírico, no poema, posiciona-se como um vegetariano que observa, em uma refeição, o sofrimento de legumes, frutas e verduras, por ele devorados.
( ) Nos versos, “Como tapando o ouvido, fechando os olhos” e “de quem mata para viver”, há, respectivamente, antítese e paradoxo.

Assinale a alternativa que contém a sequência CORRETA, de cima para baixo.
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Q433924 Português
                                É preciso ir além da Lei Seca no trânsito

     A aprovação da Lei 11.705, em junho de 2008, que modificou (e tornou mais rígido) o Código de Trânsito Brasileiro, com a adoção da chamada Lei Seca, representou um passo importante para conter a violência nas ruas e estradas do país, responsável por um flagelo que se mede, a cada ano, em milhares de mortos e feridos (e, como extensão das tragédias em si, na desgraça que atinge as famílias das vítimas de acidentes). Num primeiro momento, principalmente nas regiões que adotaram ações diretas de fiscalização, como as blitzes contra a mistura de álcool e direção, os índices sofreram quedas acentuadas, voltaram a crescer e retomaram a curva descendente nos dois últimos anos. Mas, em geral, os números de mortos, feridos e de acidentes ainda são elevados.

     Relatório da Polícia Rodoviária Federal com os índices registrados nas estradas sob sua jurisdição em 2013 mostra o tamanho da tragédia. Foram 8.375 óbitos, ou 23 pessoas por dia a perder a vida, e 103 mil feridos em quase 186 mil acidentes. A PRF estima que, somados os registros em vias urbanas e estradas estaduais, o total de mortos tenha alcançado 50 mil somente no ano passado, quase tanto quanto o número de soldados americanos que tombaram em toda a Guerra do Vietnã.

     Isso corresponde a algo entre 20 a 25 mortos por cada grupo de cem mil habitantes, bem distante da relação registrada em países nos quais a guerra do trânsito parece ter sido contida em limites aceitáveis, sete óbitos por grupo de cem mil. Mesmo que em 2013 tenha sido consignada uma queda nos índices de violência nas estradas, como captou o relatório da PRF, o Brasil ainda está longe de atingir a meta estabelecida pelas Nações Unidas para o país, de, até 2020, reduzir à metade a estatística sobre mortos/feridos/acidentes.

    A evidência de que mesmo com a Lei Seca em vigor o país não consiga reduzir drasticamente os registros do flagelo das estradas não significa que a legislação seja ineficiente. Ao contrário, não fosse o endurecimento do CTB, por certo a curva de tragédias seria ascendente - portanto, com números ainda mais apavorantes que os atuais. A questão reside, entre outras razões, no fato de, por leniência, descaso ou inapetência do poder público por ações de fiscalização mais rígida, esperar-se que os efeitos da Lei 11.705, por si só, sejam bastantes para conter grande parte dos abusos no trânsito. As estatísticas mostram que não são. A Lei Seca pode ter atingido seu limite de eficácia.

     O comportamento do brasileiro ao volante, em grande medida, ainda é de desrespeito a normas e desapreço pela vida alheia. Não por acaso, as infrações mais comuns são excesso de velocidade, ultra-passagens temerárias e outras nas quais estão implícitos riscos assumidos, álcool à parte. Uma cultura inapropriada, que, para ser revertida, implica punições sistemáticas, fiscalização permanente e ações educativas - um desafio de que não se pode desviar para reduzir a níveis aceitáveis os atuais indicadores de uma carnificina que o país precisa enfrentar e acabar.

                                                                                                    O Globo - Editorial - 19/01/14

Disponível em http://oglobo.globo.com/opiniao/e-preciso-ir-alem- da-lei-seca-no-transito-11333839#ixzz2qe4kA2eq

Em “O comportamento do brasileiro ao volante...” – 5º parágrafo, verifica-se a presença de uma variedade de metonímia denominada sinédoque que, nesse caso, consiste em designar a totalidade da população nomeando apenas um de seus integrantes. Também ocorre metonímia em:
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Q432921 Português
Leia a canção Ela é dançarina, de Chico Buarque.

O nosso amor é tão bom
O horário é que nunca combina
Eu sou funcionário
Ela é dançarina
Quando pego o ponto
Ela termina
Ou: quando abro o guichê
É quando ela abaixa a cortina
Eu sou funcionário
Ela é dançarina
Abro o meu armário
Salta serpentina
Nas questões de casal
Não se fala mal da rotina
Eu sou funcionário
Ela é dançarina
Quando caio morto
Ela empina
Ou quando eu tchum no colchão
É quando ela tchan no cenário
Ela é dançarina
Eu sou funcionário
O seu planetário
Minha lamparina
No ano dois mil e um
Se juntar algum
Eu peço licença
E a dançarina, enfim
Já me jurou
Que faz o show
Pra mim
Ela é dançarina
Eu sou funcionário
Quando eu não salário
Ela, sim, propina
No ano dois mil e um
Se juntar algum
Eu peço a Deus do céu uma licença
E a dançarina, enfim
Já me jurou
Que faz o show
Pra mim
Eu sou funcionário
Ela é dançarina
Quando esquento a sopa
Ela cantina
Ou quando eu Lexotan
É quando ela Reativina
Eu sou funcionário
Ela é dançarina
Viro o calendário
Voa purpurina
No ano dois mil e um
Se juntar algum
Eu peço uma licença
E a dançarina, enfim
Já me jurou
Que faz o show
Pra mim
No trecho “Ou quando eu tchum no colchão/É quando ela tchan no cenário”, as expressões “tchum” e “tchan” correspondem, respectivamente, a:
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Ano: 2014 Banca: VUNESP Órgão: TJ-PA Prova: VUNESP - 2014 - TJ-PA - Auxiliar Judiciário |
Q423623 Português
                      Brilhante, Adamastor

          Este ano o verão demorou a chegar e parece querer compensar o atraso. Subo a avenida Angélica de carro e vejo um amigo a pé, pela calçada. Ele sua, bufa e resmunga qualquer coisa, provavelmente contra o sol. Dou uma buzinada, pergunto aonde vai, diz que ao fórum de Pinheiros. Ofereço uma carona. Ele salta para dentro do carro e logo fico sabendo que sua infelicidade tem menos a ver com verão do que com o vizinho, um sujeito de maus bofes chamado Adamastor.
          Meu amigo é educado e pacífico. Não cito seu nome, pois é réu num processo aberto pelo tal Adamastor no Tribunal de Pequenas Causas; não quero prejudicá-lo. Vamos chamá-lo de Ivo, nome que me parece adequado a um sujeito educado e pacífico. Assim como Adamastor cabe perfeitamente a um homem ignorante e agressivo - e vejam a coincidência, pois Adamastor é mesmo o nome do vizinho, que faço questão de citar para que se cubra de infâmia.
          Ivo mora numa casa térrea separada da casa do vizinho por um muro de quatro metros de altura. Do outro lado do muro vive o Adamastor, mas Ivo nunca se lembra disso ao abrir a porta, todas as manhãs, pois entre o Adamastor e meu amigo, além do muro, há uma enorme trepadeira, uma tela verde que o próprio Ivo plantou faz uma década, e ali está a embelezar sua vista e purificar o ar da cidade.
          Se todos tivessem trepadeiras como a do Ivo, talvez não fizesse tanto calor. Talvez ainda houvesse garoa. Talvez o mundo estivesse salvo. Mas o mundo não está salvo, há menos trepadeiras do que sujeitos feito o Adamastor que, vejam só, encasquetou que a planta deixa sua casa úmida e que o Ivo precisa arrancá-la.
          Eu disse que o Ivo era educado e pacífico. Não minto. Quando o Adamastor apareceu, trazendo o cunhado para intimidar, meu amigo ouviu calmamente sua queixa. Disse que ia chamar um engenheiro capaz de dizer se a trepadeira era a culpada pela umidade e, caso se confirmasse a suspeita, ele a cortaria. “É a trepadeira!”, afirmou o Adamastor, com aquela pequena satisfação de quem acredita que o próprio sofrimento é fruto única e exclusivamente do prazer alheio e que, uma vez exterminada a alegria do outro, seu incômodo cessará, na triste matemática dos egoístas, onde só existe a soma zero.
          Pois bem, meu amigo chamou não um nem dois, mas três engenheiros. Todos disseram, na frente do Adamastor, que a trepadeira é inocente. Que a umidade vem do chão e do lado da casa do querelante, mas Adamastor não aceita e, 15 dias atrás, ao abrir a porta, Ivo encontrou, além da trepadeira, uma intimação judicial. Adamastor está levando a trepadeira aos tribunais.
          Não lhe importam a engenharia, a botânica, a lógica. O negócio é pessoal. Com seu nome de gigante* e sua alma de gnomo, ele vai até o fim, até arrancar a trepadeira, até deixar o mundo um pouquinho pior e poder gozar, em sua toca úmida e abafada, o triunfo de sua mediocridade. Brilhante, Adamastor.

          (Antonio Prata. Folha de S. Paulo, 08.02.2012. Adaptado)


*Referência ao Gigante Adamastor, personagem de Os Lusíadas.

Antítese é um recurso de linguagem que consiste em expressar ideias utilizando palavras de sentido oposto.

O narrador emprega esse recurso no trecho:
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Q422327 Português
             A PRECISÃO DOS CLICHÊS

                                                                                                 Por: Chico Viana. Disponível em: http://hom.gerenciadordeconteudo.com.br/produtos/ESLP/textos/blog-ponta/a-precisao-dos- cliches-301498-1.asp Acesso em 17 de dezembro de 2013

       Os manuais de redação dizem que escrever bem é evitar lugares comuns. Nada compromete mais o estilo do que o uso de expressões batidas, do feijão com arroz linguístico, que nada acrescenta à expressão. Mas não é fácil fugir ao clichê (acabei de usar um no período anterior: "feijão com arroz").
       Por que é tão difícil escapar dessas fórmulas? Em parte, porque a língua tem um estoque limitado de imagens; não se pode a todo momento criar uma metáfora e, menos ainda, fazê-la atraente ao leitor. O público às vezes leva tempo para se afeiçoar tanto à semântica quanto à sonoridade de uma imagem nova.
      Nelson Rodrigues dizia que seu maior achado era a repetição. Fiel a isso, recheava seus textos com expressões que os leitores já sabiam de cor. Tanto nas crônicas quanto nos romances, deparamo-nos a todo momento com referências à "ricaça das narinas de cadáver", ao Narciso às avessas, que cospe na própria imagem", ao sol de rachar catedrais". São imagens criadas pelo próprio Nelson, é certo, mas que perderam a novidade de tanto ser repetidas.
      Nem por isto a sua prosa é menos sedutora. Pelo contrário, lemos o autor de "Vestido de noiva" com um prazer oposto ao que nos propicia, por exemplo, um Guimarães Rosa. Lemos para nos deparar com o mesmo, o conhecido, o quase-igual. Para gozar daquele "prazer de reencontro", de que nos fala Freud.
      Uma boa explicação para o sucesso dos clichês encontro na página 199 de "O caçador de pipas", de Khaled Hosseini. Vale a pena transcrever a passagem:
      "Um professor de redação que tive na San Jose State sempre dizia, referindo-se aos clichês: 'Tratem de evitá-lo como se evita uma praga.' E ria da própria piada. A turma toda ria junto com ele, mas sempre achei que aquilo era uma tremenda injustiça. Porque, muitas vezes, eles são de uma precisão impressionante. O problema é que a adequação das expressões-clichês é ofuscada pela natureza da expressão enquanto clichê."
      Não deixa de ser irônico: ao orientar os alunos a rejeitar os clichês, o professor não escapa de produzir um deles ("como se evita uma praga"). Isso mostra que o clichê parece mesmo inevitável; funciona porque é preciso, exato. A precisão faz com que muitas vezes o escolhamos a despeito da sua natureza de lugar-comum. Servimo-nos dele não por preguiça mental, ou carência vocabular, mas por em dado momento não nos ocorrer nada mais expressivo.
      Chico Viana é professor de português e redação.
                                                       www.chicoviana.com


Assinale a alternativa correta. No segundo parágrafo, o autor menciona a criação de metáfora como recurso de expressão. Ele refere-se:
Alternativas
Q422323 Português
             A PRECISÃO DOS CLICHÊS

                                                                                                 Por: Chico Viana. Disponível em: http://hom.gerenciadordeconteudo.com.br/produtos/ESLP/textos/blog-ponta/a-precisao-dos- cliches-301498-1.asp Acesso em 17 de dezembro de 2013

       Os manuais de redação dizem que escrever bem é evitar lugares comuns. Nada compromete mais o estilo do que o uso de expressões batidas, do feijão com arroz linguístico, que nada acrescenta à expressão. Mas não é fácil fugir ao clichê (acabei de usar um no período anterior: "feijão com arroz").
       Por que é tão difícil escapar dessas fórmulas? Em parte, porque a língua tem um estoque limitado de imagens; não se pode a todo momento criar uma metáfora e, menos ainda, fazê-la atraente ao leitor. O público às vezes leva tempo para se afeiçoar tanto à semântica quanto à sonoridade de uma imagem nova.
      Nelson Rodrigues dizia que seu maior achado era a repetição. Fiel a isso, recheava seus textos com expressões que os leitores já sabiam de cor. Tanto nas crônicas quanto nos romances, deparamo-nos a todo momento com referências à "ricaça das narinas de cadáver", ao Narciso às avessas, que cospe na própria imagem", ao sol de rachar catedrais". São imagens criadas pelo próprio Nelson, é certo, mas que perderam a novidade de tanto ser repetidas.
      Nem por isto a sua prosa é menos sedutora. Pelo contrário, lemos o autor de "Vestido de noiva" com um prazer oposto ao que nos propicia, por exemplo, um Guimarães Rosa. Lemos para nos deparar com o mesmo, o conhecido, o quase-igual. Para gozar daquele "prazer de reencontro", de que nos fala Freud.
      Uma boa explicação para o sucesso dos clichês encontro na página 199 de "O caçador de pipas", de Khaled Hosseini. Vale a pena transcrever a passagem:
      "Um professor de redação que tive na San Jose State sempre dizia, referindo-se aos clichês: 'Tratem de evitá-lo como se evita uma praga.' E ria da própria piada. A turma toda ria junto com ele, mas sempre achei que aquilo era uma tremenda injustiça. Porque, muitas vezes, eles são de uma precisão impressionante. O problema é que a adequação das expressões-clichês é ofuscada pela natureza da expressão enquanto clichê."
      Não deixa de ser irônico: ao orientar os alunos a rejeitar os clichês, o professor não escapa de produzir um deles ("como se evita uma praga"). Isso mostra que o clichê parece mesmo inevitável; funciona porque é preciso, exato. A precisão faz com que muitas vezes o escolhamos a despeito da sua natureza de lugar-comum. Servimo-nos dele não por preguiça mental, ou carência vocabular, mas por em dado momento não nos ocorrer nada mais expressivo.
      Chico Viana é professor de português e redação.
                                                       www.chicoviana.com


Assinale a alternativa correta. Na primeira frase do texto: “Os manuais de redação dizem que escrever bem é evitar lugares comuns”, o autor emprega um recurso estilístico denominado:
Alternativas
Q421566 Português

SONETO DE MAIO

(Vinícius de Moraes)


Suavemente Maio se insinua 

Por entre os véus de Abril, o mês cruel 

E lava o ar de anil, alegra a rua 

Alumbra os astros e aproxima o céu.


Até a lua, a casta e branca lua

Esquecido o pudor, baixa o dossel

E em seu leito de plumas fica nua

A destilar seu luminoso mel.


Raia a aurora tão tímida e tão frágil 

Que através do seu corpo transparente 

Dir-se-ia poder-se ver o rosto 


Carregado de inveja e de presságio 

Dos irmãos Junho e Julho, friamente 

Preparando as catástrofes de Agosto...


Disponível em: http://www.viniciusdemoraes.com.br

No poema “Soneto de Maio”, ao dar vida a alguns meses do ano (atribuição de ações, qualidades ou características humanas), o autor utiliza-se da figura de linguagem conhecida como:
Alternativas
Ano: 2014 Banca: CETRO Órgão: FCP Prova: CETRO - 2014 - FCP - Operacional Administrativo |
Q420430 Português
Em relação às figuras de linguagem, assinale a alternativa que apresenta uma metonímia.
Alternativas
Q419512 Português
                Os legisladores e o Verbo Divino

                                          Cláudio de Moura e Castro

    1.§ Pensemos na seguinte situação. Três pessoas 
estão em uma sala, prontas para devorar uma travessa de 
comida. E eis que chegam mais três. Será preciso deitar 
água no feijão, para dividi-lo entre os comensais. Todos 
comem feijão aguado. Os mesmos três estão ouvindo um 
cantor, quando irrompem mais três na sala. Mas agora é 
diferente, ninguém ouve ou vê menos pela presença dos 
outros. Não há do que privar-se, pois ninguém “come” 
o som e a imagem dos outros. Se continuar a chegar 
gente, acabarão todos se acotovelando e cochichos 
atrapalharão o deleite da música. Mas quantos serão, a 
ponto de reduzir o prazer da cantoria? Obviamente, isso 
dependerá do tamanho da sala, do formato, da acústica, 
do volume da voz e se há amplificação, entre outros 
fatores. Não há um número mágico.
    2.§ Esse experimento abstrato pode ser comparado 
a uma sala de aula. Quando chegam mais alunos, não 
é como o caso do feijão aguado. Pelo contrário, é 
semelhante ao do cantor. Mais gente na sala não prejudica 
o aprendizado. E não é preciso muita imaginação para 
concluir que aulas maiores custam menos, economizando 
recursos, vantagem nada trivial. No primeiro ano de 
Harvard, muitas aulas são em anfiteatros, com todos os 
400 alunos iniciantes. O curso de introdução à economia, 
em Berkeley, tinha 1200. Se essa fórmula fosse tão ruim, 
Harvard não seria a melhor universidade do mundo e 
Berkeley, a melhor pública. As salas do ensino médio 
coreano tinham mais de sessenta alunos. Mesmo assim, 
a Coreia já possuía um excelente sistema educativo. No 
Brasil, temos o exemplo dos cursinhos, operando com 
salas enormes. Para a maioria dos alunos, é o melhor 
ensino que jamais experimentarão.
    3.§ A realidade é ainda mais turva. Pergunte-se 
ao público se prefere ouvir Caetano Veloso em uma 
sala com 100 espectadores ou um cantor menor, em 
uma sala com 35. Pergunte-se aos alunos se preferem 
um grande professor, em uma sala enorme, ou um 
medíocre, em uma salinha de 35 lugares. Em ambos os 
casos, a resposta é a mesma e óbvia. Para os puristas, 
se há muitos alunos, dilui-se a interação deles com o 
professor. É um argumento sério, sempre e quando tal 
interação for praticada. Mas isso é raríssimo, qualquer 
que seja o tamanho da sala. Tais perplexidades atraíram 
muitos estudos, na tentativa de determinar o impacto do 
tamanho da sala de aula sobre o aprendizado. De fato, 
esse é um dos temas mais pesquisados, com medidas 
cuidadosas e grupos de controle. São centenas de 
pesquisas, tantas que não mais se justifica fazer outras. 
E o que nos dizem? Simplesmente, com a única exceção 
constituída pelos alunos pobres dos anos iniciais, não há 
nenhuma associação entre o tamanho da sala e o nível de 
aprendizado. Infere-se que os casos de interação aluno-
professor são raríssimos. Desde que se possa ver e ouvir 
o mestre, pôr ou tirar alunos não afeta o rendimento. 
É leviano negar o que diz a avalanche de pesquisas. 
Entendamos, os resultados descrevem o coletivo das 
escolas.

4.§ Tais análises não avaliam métodos eficazes que requerem poucos alunos. Isso porque sua superioridade não pode ser medida se quem os adota está perdido em um mundão de escolas tradicionais. A própria definição de tamanho de sala vai se esfarelando. Imaginemos um colégio com professores excelentes dando aulas em salas com sessenta estudantes. Depois, grupos de dez alunos se reúnem com professores mais jovens para discutir os assuntos da aula. Além disso, os alunos fazem duas disciplinas a distância, uma delas com um tutor por 500 alunos e outra, totalmente informatizada (relação aluno/professor = infinito). Quantos professores por aluno há nessa escola? Desde que temos Ideb e Enem, o tema é irrelevante. Se o estudante aprendeu, pouco importa como funciona a sala de aula. Pois não é que o nosso Legislativo, com uma pauta atolada de problemas angustiantes, se mete a legislar sobre o número de alunos na sala de aula? Pela proposta em discussão, no ensino médio, não será possível ultrapassar o número mágico de 35. Deve ser uma cifra que, em sua infinita magnificência, Deus revelou aos legisladores, pois de nenhuma pesquisa saiu. 

    
                                  Revista Veja, edição 2.299, p. 28.

“...Harvard não seria a melhor universidade do mundo e Berkeley, a melhor pública.” (2.§) No fragmento acima, temos um exemplo de figura de
Alternativas
Respostas
3021: A
3022: B
3023: E
3024: E
3025: C
3026: A
3027: D
3028: B
3029: C
3030: C
3031: B
3032: B
3033: C
3034: A
3035: E
3036: C
3037: A
3038: A
3039: A
3040: A