Questões de Concurso
Sobre figuras de linguagem em português
Foram encontradas 3.384 questões
Leia o poema de Carlos Drummond de Andrade e responda as questões 4, 5 e 6:
No Meio do Caminho
Carlos Drummond de Andrade
No meio do caminho tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
Tinha uma pedra
No meio do caminho tinha uma pedra
Nunca me esquecerei desse acontecimento
Na vida de minhas retinas tão fatigadas
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
Tinha uma pedra Tinha uma pedra no meio do caminho
No meio do caminho tinha uma pedra.
(https://armazemdetexto.blogspot.com/2017/08/.html)
Analise a citação:
“No meio do caminho tinha uma pedra”
As palavras destacadas exercem a função de:
A oração “A lua crua da madrugada invadia minha sala de jantar.”, apresenta a seguinte figura de linguagem:
Relacione as figuras de linguagem com as orações. Após, assinale a opção correta:
( 1 ) Anáfora
( 2 ) Antítese
( 3 ) Catacrese
( 4 ) Eufemismo
( ) Estou com o meu céu da boca machucado.
( ) Jorge foi desta para melhor.
( ) Cantarolava, e ria, e trabalhava, e chorava.
( ) Os bobos e os espertos convivem no mesmo local.
Leia O “Soneto de Separação”, de Vinicius de Moraes, e responda as questões:
“De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.”
(https://www.pensador.com/sonetos_de_vinicius_de_moraes/)
A figura de linguagem da citação abaixo é:
“Silencioso e branco como a bruma (...)”
Leia O “Soneto de Separação”, de Vinicius de Moraes, e responda as questões:
“De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.”
(https://www.pensador.com/sonetos_de_vinicius_de_moraes/)
Na citação abaixo, é possível perceber uma figura de linguagem. Assinale a alternativa que ela está presente:
“De repente do riso fez-se o pranto (...)”
Leia O “Soneto de Separação”, de Vinicius de Moraes, e responda as questões:
“De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.”
(https://www.pensador.com/sonetos_de_vinicius_de_moraes/)
Vinícius de Moraes utiliza uma figura de linguagem durante seu soneto, para exprimir seu sentimento. Assinale a assertiva que representa essa figura:
INSTRUÇÃO: Leia o texto a seguir para responder às questões de 1 a 15.
Em tempos de distanciamento, educação remota aproxima
Marcos Lemos
A escalada da Covid-19 no país infelizmente é uma realidade, e o isolamento domiciliar tem se revelado a estratégia mais efetiva para frear o avanço da doença. Vários setores foram impactados, e com a educação não seria diferente. Nesse momento de crise, em que o distanciamento social é uma necessidade premente, as plataformas de ensino remoto vêm mostrando, talvez como nunca antes, sua importância. Graças a elas, milhões de estudantes não terão as aulas interrompidas nem o ano letivo perdido.
O papel de destaque da EaD no atual contexto traz novamente à tona uma discussão, que, de certa forma, sempre acompanhou o modelo: seria a educação a distância capaz de oferecer a mesma qualidade do que a presencial? Muito dessa desconfiança tem suas raízes num preconceito infundado, que se mostra ainda mais contundente quando falamos de ensino superior.
Entre 2008 e 2018, as matrículas de cursos de graduação on-line aumentaram 182,5%, conforme dados do último Censo da Educação Superior. Na ocasião em que o levantamento foi realizado, havia no país mais de 2 milhões de estudantes na modalidade digital, o que representava 24,3% do total de matrículas de graduação.
Se por um lado a crescente procura sinaliza que a EaD vem ganhando a confiança de muitas pessoas, por outro, há ainda uma forte resistência por parte de determinados setores da sociedade em relação à qualidade e à validade de instituições que a oferecem. É importante enfatizar que, numa nação com dimensões continentais como o Brasil e com uma capacidade de investimento que, não raras vezes, esbarra em limitações, talvez sem o ensino on-line jamais conseguíssemos alcançar todos os alunos que atingimos até hoje. E não estamos falando somente de capilaridade, mas de um formato democrático e inclusivo sob diversos aspectos.
Há de se considerar também a estreita relação cotidiana de uma parcela significativa da população com ferramentas tecnológicas. Nesse sentido, é plausível pensar que uma experiência educativa permeada por Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) seja atrativa e, até mesmo, um caminho lógico. Para esse contingente, o ensino remoto apresenta-se como uma possibilidade de viabilizar seus projetos de vida, mesmo em meio a uma rotina atribulada, pois coloca o aluno no centro do processo de ensino e aprendizagem.
Quando encarada com a seriedade devida, a educação a distância é tão eficiente quanto à ofertada numa sala de aula presencial. Os Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA) ou Sistemas de Gestão de Aprendizagem (LMS, sigla para Learning Management System) estão mais sofisticados e contam com conteúdos e recursos que tornam a experiência do estudante completa, sem nada a dever àquela vivenciada nos moldes tradicionais. Inclusive, cada vez mais, as instituições de ensino presencial têm incluído em seus modelos acadêmicos instrumentos digitais pautados nos recursos a distância.
Outro ponto de destaque é que o tema vem despertando a atenção de um número representativo de estudiosos de diferentes áreas do conhecimento, como indica o levantamento “Grupos que pesquisam EaD no Brasil”. Muitos deles têm se dedicado a investigar, não apenas novas tecnologias, mas metodologias e ferramentas pedagógicas. Sim, existe um esforço e uma preocupação contínuos em promover o aprimoramento da modalidade, que, em muitas nações, há tempos é uma alternativa respeitada e comumente incorporada em diferentes configurações de ensino.
O Brasil, aliás, é um dos poucos lugares onde existe claramente uma distinção entre educação presencial e a distância. Nos Estados Unidos, por exemplo, é muito comum ver faculdades e universidades disponibilizando cursos 100% on-line, parcialmente remotos ou parcialmente presenciais – entre setembro e novembro de 2017, havia mais de 6,5 milhões (33,7%) de alunos matriculados em algum curso a distância nas instituições de ensino superior norte-americanas. Felizmente, essa realidade observada nos países desenvolvidos tende a se consolidar por aqui, sobretudo agora, catalisada pelas necessidades surgidas nesse cenário de pandemia.
O mundo sairá dessa experiência com uma quebra de paradigma em relação a como se pratica o ensino em todos os níveis. Estudantes de todas as partes, da educação básica à superior, além dos próprios professores, passaram a ter de conviver e aprender intensamente com a EaD. Aqueles que nunca puderam conhecer de fato o potencial da modalidade estão tendo a chance de constatar o quanto ela agrega valor e comporta múltiplas possibilidades de aprendizagem.
E isso representará um choque dentro do modelo tradicional ao qual estávamos acostumados, além de abrir espaço para que seja questionado. Estou certo de que, vencida essa etapa, surgirão novas possibilidades, produtos e ofertas na indústria da educação. Afinal, numa situação de economia de guerra, a criatividade floresce ainda mais vigorosa. A disrupção é inevitável. Caminhamos para uma mudança de comportamento e hábito que envolverá todos os atores desse processo, incluindo o Ministério da Educação, órgão regulador.
Em um futuro próximo, no Brasil, a ideia de que é possível aprender com excelência mesmo fora de uma sala de aula convencional não será mais alvo de descrença, assim como já acontece em vários outros países. E, depois, transmitir e absorver conhecimento com o auxílio de tecnologias se tornarão práticas cada vez mais recorrentes e naturais na nossa sociedade moderna, povoada por nativos digitais. E o nosso objetivo, enquanto educadores, será de viabilizar comunidades colaborativas de aprendizagem, mediando a relação de nossos alunos com o conhecimento e mediatizados pelas ferramentas disponíveis.
Disponível em: www.tribunadoplanalto.com.br. Acesso em: 6 jun. 2021.
Assinale a alternativa em que a palavra destacada não tem um sentido metafórico.
O Texto 1, de autoria de Maurício de Sousa, consiste numa homenagem a Juliette Freire, a campinense vencedora do Big Brother Brasil 2021. O Texto 2, por sua vez, traz a definição de Sérgio Roberto Costa para um determinado gênero textual. Sua leitura é necessária para responder as questões de 1 a 5:
TEXTO 1:
Disponível em:.<https://br.ign.com/turma-da-monica/>. Acesso em 18 de outubro de 2021.
TEXTO 2:
“Segmento ou fragmento de HQs, geralmente com três ou quatro quadrinhos, apresenta um texto sincrético que alia o verbal e o visual no mesmo enunciado e sob a mesma enunciação. Circula em jornais ou revistas, numa só faixa horizontal de mais ou menos 14 cm x 4 cm, em geral, na seção “Quadrinhos” do caderno de diversões, amenidades ou também conhecido como recreativo, onde se podem encontrar Cruzadas, Horóscopo, HQs, etc.”
Fonte: COSTA, Sérgio Roberto. Dicionário de gêneros textuais. Belo Horizonte: Autêntica, 2008.
TEXTO 3
Disponível em: . Acesso em 18 de outubro de 2021.
Ainda com base na leitura do Texto 3, no quarto quadrinho, o autor do texto utilizou-se de uma expressão que tem por finalidade imitar o ruído ou o barulho do tubérculo que está sendo arrancado da terra. Tal expressão é possível por conta do processo de formação de palavras conhecido por:
Leia a conhecida estrofe do poema de Camões:
Amor é um fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.
(In: ABAURRE, Maria Luíza et al. Gramática. Texto: Análise e Construção de Sentidos. São Paulo: Moderna, 2010, p.43).
É CORRETO afirmar:
Leia o texto de Raquel de Queiroz com atenção e responda as questões de 1 a 6.
A grande causa de esquecimento, a responsável pela pouca contrição da gente e a pouca constância no arrependimento, é o tempo, é o tempo não ser, como o espaço, uma coisa onde se possa ir e vir, sair e voltar... O que se passa no tempo, some-se, anda para longe e não volta nunca, pior do que se estivesse do outro lado de terra e mar.
Afinal, quem pode manter, num espelho, uma imagem que fugiu?
(Raquel de Queiroz)
Sobre a linguagem do texto de Raquel de Queiroz, analise as afirmativas e assinale (V) para as Verdadeiras e (F) para as Falsas.
( ) A palavra “espelho” tem sentido conotativo. É uma metonímia que subentende a palavra memória e recupera a ideia central do texto.
( ) “Afinal” é um advérbio que denota ordenamento e conclusão, fazendo o encadeamento dos segmentos textuais.
( ) A repetição da oração “é o tempo” é um recurso que busca dar ênfase e intensificar o enunciado.
( ) Na oração, “onde se possa ir e vir”, o pronome “onde” introduz uma oração adjetiva e retoma o termo “espaço”, intensificando a coesão textual.
Marque a opção que apresenta a sequência CORRETA.
Leia o texto de Raquel de Queiroz com atenção e responda as questões de 1 a 6.
A grande causa de esquecimento, a responsável pela pouca contrição da gente e a pouca constância no arrependimento, é o tempo, é o tempo não ser, como o espaço, uma coisa onde se possa ir e vir, sair e voltar... O que se passa no tempo, some-se, anda para longe e não volta nunca, pior do que se estivesse do outro lado de terra e mar.
Afinal, quem pode manter, num espelho, uma imagem que fugiu?
(Raquel de Queiroz)
Em “anda para longe e não volta nunca, pior do que se estivesse do outro lado de terra e mar.”
A virgula nesse trecho foi usada como recurso de
Apelidos: dupla identidade.
Os apelidos são uma maneira poderosa de botar as pessoas nos seus devidos lugares. Essa frase é da escritora Doris Lessing e chamou minha atenção porque diz justamente o contrário do que eu sempre pensei de apelidos. Sempre achei que fossem um carinho, um atalho para a intimidade ou ao menos um meio mais rápido de chamar alguém: em vez de João Carlos, Joca; em vez de Maria Aparecida, Cida; em vez de Adalberto, Beto. Nenhuma má intenção.
O que Doris Lessing quis lembrar é que apelidos nem sempre são afetuosos. A maioria dos apelidos nascem na infância e são dados por outras crianças que, como todos sabem, de anjo só têm a cara. Crianças adoram pegar no pé das outras, e aí que começa o batismo de fogo.
Uma banana-split todo dia na hora do recreio, Gordo. Vai ser Gordo o resto da vida, mesmo que venha a ser jóquei, faquir, homem elástico: vai morrer Gordo.
Se for loiro, é Xuxa. Se a voz for engraçada, é Fanho. Se não for filho único, é Mano, Mana, Maninha. Irmãos de quem, eu conheço?
Fui colega de um cara bárbaro que se chamava Antônio, mas se alguém o chamasse assim, ele nem levantava os olhos. É o Verde. Uma mãe e um pai colocam um nome lindo no filho e não pega.
FHC, PC, ACM, agora é a mania transformar pessoas em siglas. Sorvetão era o apelido de uma paquita chamada Andrea: Sorvetão! E Caetano Veloso inova mais uma vez, registrando seus filhos como Zeca e Tom, que jamais serão apelidados.
Muita gente, secretamente, detesta a própria alcunha, mas são obrigados a resignar-se, sob o risco de perder a identidade. Qual é o nome de Bussunda, do Tiririca, do Chitãozinho e Xororó? Anônimos Cláudios, Ricardos e Fernandos. Nomes que só existem em cartório.
Apelido gruda, cola, vira marca registrada. Tem negro que é Alemão, tem grandão que é Fininho, tem careca que é Cabeleira, tem ateu que é Cristo, tem moreno que é Ruivo, tem albino que é Tição. Apelido não tem lógica. Tem história.
Doris Lessing, quando criança, tinha um apelido para sua segunda personalidade: chamava a si mesmo de Tigger. Doris era o nome para consumo externo, para denominar a menina boazinha que aparentava ser. Tigger era o que ela era em segredo: sarcástica, atrevida, extrovertida. Com esse depoimento, Doris Lessing mostrou a verdadeira utilidade dos apelidos em vez daquela coisa antipática de “colocar as pessoas em seus devidos lugares”. O bom do apelido é que ele nos dá permissão para sermos vários: Afonso Henrique combina com gravata, mas que tem mais a ver com bermuda. Está aí uma maneira sutil de legalizar o nosso outro eu, o que ficou sem registro.
Fonte: MEDEIROS, Martha. Trem Bala, fev, 1998, p. 49,50.
O oitavo parágrafo do texto exemplifica, várias vezes, pelas oposições:
Leia o texto e responda o que se pede no comando das questões.
O texto de Marta Medeiros, Miss Brasil 2000, de 1998, presta homenagem a Regina Casé, hoje, sucesso como protagonista de Amor de Mãe, telenovela brasileira de Manuela Dias.
Miss Brasil 2000
A primeira vez que a vi foi em Trate-me Leão, uma peça que sacudia a juventude brasileira dos anos 70 e inaugurou um novo estilo de humor, gerando o TV Pirata e o que veio depois. Esquálida, dentuça, desengonçada. Mas eletrizante. Hilária. Encantadora. Não nascia uma estrela, nascia uma camaleoa.
Regina Casé, junto com a maioria do elenco do grupo Asdrúbal Trouxe o Trombone, acabou trocando o teatro pela televisão, fazendo novelas, seriados e programas humorísticos antológicos. Depois resolveu seguir carreira solo e conduziu um dos programas mais inteligentes e criativos da tevê, o Brasil Legal. Agora chegou a vez de Regina testar-se no papel de entrevistadora: sábado passado estreou Muvuca, um talk-show que é a cara da dona. O programa vai pegar? Vai ter audiência? Vai durar mais do que dois meses? Deixo essas questões para análise dos especialistas. Estou aqui para fazer aquilo que alguns críticos acham imperdoável: elogiar.
Por que gosto tanto da Regina Casé? Provavelmente pelo mesmo motivo que você: Regina é a porta-voz do Brasil que nos orgulha, e não daquele que nos envergonha. Ela é inteligente sem ser pedante, é engraçada sem ser. inconveniente, é moderna sem ser datada. Ela unifica o Brasil do norte a sul, circula com naturalidade na arquibancada do Maracanã e no Palácio do Planalto, extingue conceitos como brega e chique, extrai o melhor das pessoas, trata Carlinhos Brown e Fernando Henrique com a mesma sem cerimônia. Tem o dom de transformar celebridades em simples mortais e de alçar desconhecidos ao estrelato. Põe Cid Moreira para jogar peteca e Angélica de touca de banho, ao mesmo tempo que enaltece o talento e a importância de uma empregada doméstica ou de um menino que trabalha como guia turístico no sertão. Regina Casé é o Midas da humanização: tudo o que ele toca vira gente de carne e osso.
Rótulos não a impressionam. Seu entrevistado não é um intelectual, uma socialite ou o rei do pagode, mas alguém que gosta de aspargos, que canta no chuveiro, que cria três filhos. Isso interessa? Taí o show de Truman. E jornalismo? Também. . Estamos vivendo a era do estereótipo, da robotização, da exaltação da imagem em detrimento do conteúdo. O que Regina Casé faz com as pessoas que dividem a cena com ela é rasgar a embalagem e buscar o que há dentro. Ela mesma é um exemplo disso. Extrai de si própria coração, cérebro, humor, sensibilidade, todas essas coisas que substituem o par de olhos verdes e o corpaço que não tem. É a feia mais bonita que eu conheço.
Vida longa a Regina Casé e ao Brasil legal que ela representa, que não é o Brasil dos grampos telefônicos, das fraudes dos desmentidos, das dissimulações. Eu compraria um carro usado mesmo que tivesse placa de Brasília.
Fonte: MEDEIROS, Martha. Trem Bala, p. 153,154. Ed. Nov/98.
Identifica, corretamente, duas figuras no exemplo: “(...) uma peça que sacudia a juventude brasileira dos anos 70 (...)”:
TEXTO 02
O texto seguinte servirá de base para responder às questões de 05 a 10.
TEXTO 2
Os males do consumo desenfreado
Rodrigo BERTÉ (Adaptado)
A cena é clássica: quase sempre que um determinado produto é lançado, uma enxurrada de pessoas simplesmente resolve abandonar aquele que possuem para ter o modelo atualizado, uma vez que o antigo já não satisfaz mais como antes. Assim, produtos que ainda poderiam ser usados naturalmente acabam virando descarte fácil entre os consumidores.
Com base no cenário acima, o fato é que atualmente a sociedade ocidental possui uma relação intensa de consumo, o que vem gerando consequências irreversíveis ao meio ambiente. Segundo um relatório do Fundo Mundial para a Natureza (WWF), a humanidade está consumindo mais do que a Terra é capaz de repor. De acordo com o documento, a Terra tem 11,4 bilhões de hectares terrestres e marinhos considerados produtivos e sustentáveis - isto é, com capacidade de renovação.
[...]
Algumas escolhas do dia a dia podem ajudar a diminuir a degradação do meio ambiente, como usar mais meios de transporte alternativos, diminuir o desperdício de água e de energia, reciclar mais, além de evitar o consumo sem necessidade. Mas essa é uma lição que não vem sendo ensinada, muito menos aprendida.
[...]
Nossa relação de consumo atual está nos levando a uma séria crise ambiental. Por isso a urgência em trabalhar políticas mais eficientes e concretas sobre esse tema. Já estamos atrasados, mas ainda há tempo.
TEXTO 3
Consumismo Infantil - Um problema de todos
Adaptado
Ninguém nasce consumista. O consumismo é uma ideologia, um hábito mental forjado que se tornou uma das características culturais mais marcantes da sociedade atual. Não importa o gênero, a faixa etária, a nacionalidade, a crença ou o poder aquisitivo. Hoje, todos que são impactados pelas mídias de massa são estimulados a consumir de modo inconsequente.
As crianças, que vivenciam uma fase de peculiar desenvolvimento e, portanto, mais vulneráveis que os adultos, não ficam fora dessa lógica e infelizmente sofrem cada vez mais cedo com as graves consequências relacionadas aos excessos do consumismo: obesidade infantil, erotização precoce, consumo precoce de tabaco e álcool, estresse familiar, banalização da agressividade e violência, entre outras. [...]
O consumismo está relacionado à ideia de devorar, destruir e extinguir. Se agora, tragédias naturais, como queimadas, furacões, inundações gigantescas, enchentes e períodos prolongados de seca, são muito mais comuns e frequentes, é porque a exploração irresponsável do meio ambiente prevaleceu ao longo de décadas.
[...]
Os males do consumo desenfreado. Disponível em: https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/artigos/os-males-do-consumo-desenfreado-4l782thsoedaqjeov7zh3ttu6 / Consumismo infantil. Um problema de todos. Disponível em: http://criancaeconsumo.org.br/consumismo?infantil/
Na coesão textual, anáfora e catáfora são antecipações ou retomadas de termo presente ou não no texto. A diferença entre esses mecanismos depende da posição ocupada em relação ao item referido.
Dos trechos abaixo, extraídos do TEXTO 2 "Os males do consumo desenfreado", assinale o ÚNICO em que o termo destacado possui a CATÁFORA como recurso coesivo:
Texto I
Escrever
Joaquim Ferreira dos Santos
A estudante perguntou como era essa coisa de escrever. Eu fiz o gênero fofo. Moleza, disse.
Primeiro, evite estes coloquialismos de “fofo” e “moleza”, passe longe das gírias ainda não
dicionarizadas e de tudo que soe mais falado do que escrito. Isto aqui não é rádio FM. De vez em
quando, para não acharem que você mora trancado com o Domingos Paschoal Cegalla ou outro
5 gramático de chicote, aplique uma gíria como se fosse um piparote de leve no cangote do texto, mas,
em geral, evite. Fuja dessas rimas bobinhas, desses motes sonoros. O leitor pode se achar diante de
um rapper frustrado e dar cambalhotas. Mas, atenção, se soar muito escrito, reescreva.
Quando quiser aplicar um “mas”, tome fôlego, ligue para o 0800 do Instituto Fernando Pessoa,
peça autorização ao bispo de plantão e, por favor, volte atrás. É um cacoete facilitador.
10 Dele deve ter vindo a expressão “cheio de mas-mas”, ou seja, uma pessoa cheia de “não é bem
assim”, uma chata que usa o truque de afirmar e depois, como se fosse estilo, obtemperar.
Não tergiverse, não diga palavras complicadas, não escreva nas entrelinhas. Seja acima de tudo
afirmativo, reto no assunto. [...]
[...]
Sempre cabe uma linha a menos no texto, é o efeito Rexona aplicado na axila gramatical. Evite
15 metáforas complicadas, passe por cima de expressões como “em geral”, como está no primeiro
parágrafo, pois elas têm a mesma função do paralelepípedo dos parênteses, dos travessões. Chute
para fora da página tudo mais que faça as pessoas tropeçarem na leitura ou darem aquela ré em
busca do verdadeiro sentido da frase que passou.
Deixe tudo em pratos limpos, sem tamanho lugar-comum. Ouça a voz do flanelinha semântico
20 gritando a chave para o bom texto. “Deixa solto”.
É mais ou menos por aí, eu disse para a menina que me perguntou como é essa coisa de
escrever.
Para sinalizar o trânsito das ideias, use apenas o ponto e vírgula, nunca juntos. Faça com que o
primeiro chegue logo, e a outra apareça o mínimo possível. Vista Hemingway, só frases curtas. Ouça
25 João Cabral, nada de perfumar a rosa com adjetivos.
Mergulhe Rubem Braga, palavras, de preferência de até três sílabas. “Pormenorizada”, vista de
cima, é um palavrão absurdo. Dispense, sem pormenores.
O texto deve correr sem obstáculos, interjeições, dois pontos, reticências e sinais que só
confundem os passageiros que quer chegar ao ponto final. Cuidado com o “que quer” da frase
30 anterior, pois da plateia um gaiato pode ecoar um “quequerequé” e estará coberto de razão. A
propósito, eu disse para a menina, perca a razão quando lhe aparecer um clichê desses pela frente.
Você já se livrou do “mas”, agora vai cuidar do “que” e em breve ficará livre da tentação de
sofisticar o texto com uma expressão estrangeira. É out. Escreva em português. Aproveite e diga ao
diagramador para colocar o título da matéria na horizontal e não de cabeça para baixo, como está na
35 moda, como se estivesse em um jornal japonês.
Pode-se escrever baixinho, como faz o Verissimo, que ouviu muito Mario Reis para chegar àquela
perfeição de texto de câmara. Outra opção é desabafar pelos cinco mil alto-falantes o que vai na pena
da alma, como faz o Xico Sá, que aprendeu a escrever com o Waldick Soriano. Escreva com a
sonoridade que lhe aprouver, nunca com cacófatos assim ou verbos que façam o leitor perguntar para
40 o vizinho do lado que maluquice é essa de “aprouver”. Fuja da voz passiva, da forma negativa, do
gerundismo e principalmente da voz dos outros. Se falo fino, se falo grosso, ninguém tem nada com
isso. [...]
De vez em quando, abra um parágrafo para o leitor respirar. Alguns deles têm a mania de pegar o
bonde no meio do caminho e, com mais parágrafos abertos, mais possibilidades de ele embarcar na
45 viagem que o texto oferece. Escrever é dar carona. Eu disse isso e outro tanto do mesmo para a
menina. Jamais afirmei, jamais expliquei, jamais contei ou usei qualquer outro verbo de carregação da
frase que não fosse o dizer. Evitei também qualquer advérbio em seguida, como “enfaticamente”,
“seriamente”, “bem-humoradamente”. Antes do ponto final, eu disse para a menina que tantas regras,
e outras a serem ditas num próximo encontro, serviam apenas de lençol. Elas forram o texto, deixam
50 limpo e dão conforto. Escrever é desarrumar a cama.
Fonte: adaptado por Augusto Nunes Revista Veja, 31 de julho de 2020. Disponível em: https://veja.abril.com.br/blog/augustonunes/8220-escrever-8221-um-texto-de-joaquim-ferreira-dos-santos/
Com base no Texto I, responda às questões de números 1 a 6. |
O texto traz, em sua estrutura, várias metáforas. O fragmento em que se percebe um exemplo de metáfora está em:
O trecho a seguir da música "Cidade Maravilhosa" de André Filho, faz uso de uma figura de linguagem presente na língua portuguesa. Assinale a alternativa CORRETA:
Cidade maravilhosa
Cheia de encantos mil
Cidade maravilhosa
Coração do meu Brasil
<https://musicabrasilis.org.br/compositores/andre-filho >Acesso em 24.10.2021.
TEXTO 01
O texto seguinte servirá de base para responder às questões de 01 a 14.
VERDADES
Certa vez, um sultão de coração frio, sonhou que havia perdido todos os dentes.
Ele acordou assustado e mandou chamar um sábio para que interpretasse o sonho.
"Que desgraça senhor!", exclamou o sábio. "Cada dente caído representa a perda de um parente de vossa majestade!"
"Mas que insolente!", gritou o sultão. "Como se atreve a dizer tal coisa!"
Então, ele chamou os guardas e mandou que lhe dessem cem chicotadas.
Mandou também que chamassem outro sábio para interpretar o mesmo sonho.
O outro sábio chegou e disse:
"Senhor, uma grande felicidade vos está reservada: o sonho indica que ireis viver mais que todos os vossos parentes"!
A fisionomia do sultão se iluminou, e ele mandou dar cem moedas de ouro ao sábio.
Quando este saía do palácio, um cortesão perguntou ao sábio:
Como é possível? A interpretação que você fez foi a mesma do seu colega! No entanto, ele levou as chicotadas, e você, moedas de ouro!"
Respondeu, então, o sábio:
"Lembre-se sempre, amigo, de que tudo depende da maneira de dizer as coisas".
Esse é um dos desafios em nossos relacionamentos.
Desafio para as lideranças, para os educadores, para todos nós: a maneira de dizer as coisas, pois as palavras têm força, têm poder.
Elas podem gerar felicidade ou desgraça, moedas de ouro ou chicotadas, paz ou guerra.
A verdade deve ser dita, mas a forma como é feita pode fazer toda a diferença.
Que aprendamos a pronunciar palavras que elevam, que tocam no coração, que transformam e que possibilitam uma convivência melhor nas famílias, nos grupos de amigos e nas equipes de trabalho!
http://www.linguagemdireta.com.br/verdades/ - Adaptado
O termo destacado que está empregado em seu sentido figurado, conotativo, ocorre em:
Analise a tirinha a seguir:
Na tirinha, o menino Calvin utiliza no último quadrinho uma figura de linguagem. Qual é ela?
Texto l
A prata é pior do que o bronze?
Daqui a uma semana os Jogos Olímpicos de Inverno começam em Pequim. Cerca de 3.000 atletas disputarão a competição mais importante de suas vidas. Poucos serão campeões, a maioria não subirá no pódio, e isso faz parte do esporte.
Não sei se você já reparou que, na entrega de medalhas, o terceiro lugar geralmente está sorrindo, enquanto a expressão do segundo colocado às vezes é de decepção. Por que a prata é vista por muitos competidores como sendo pior do que o bronze? Há anos, especialistas tentam explicar essa questão.
A resposta pode estar na cara, literalmente. Uma das pesquisas mais relevantes foi publicada em 1995 no Journal of Personality and Social Psychology.
O professor de psicologia Thomas Gilovich e seus colegas gravaram a reação de medalhistas de prata e de bronze durante os Jogos Olímpicos de Barcelona de 1992 — quando os atletas descobriram suas colocações e na cerimônia de premiação. Depois, mostraram o vídeo a estudantes sem revelar as posições finais. A análise foi a de que, em geral, quem levou o bronze estava mais satisfeito.
Os pesquisadores também entrevistaram mais de cem medalhistas em uma competição amadora nos Estados Unidos e pediram que eles qualificassem a própria performance. Os que ficaram em terceiro pareciam mais felizes e aliviados por estarem no pódio, enquanto os vice-campeões se sentiam derrotados porque se compararam aos primeiros colocados. A sensação era a de que não ganharam a prata, mas, sim, perderam o ouro.
Outra pesquisa de 2006 na mesma publicação analisou a expressão facial de medalhistas de ouro, prata e bronze e dos que terminaram em quinto lugar na competição olímpica de judô em Atenas - 2004. Os terceiros colocados tinham um sorriso mais espontâneo, o que significa usar músculos da face que deixam os olhos apertados e geram os "pés-de-galinha". A reação dos medalhistas de prata, segundo aos autores, mostrou que eles estavam apenas sendo educados, não felizes. O famoso sorriso amarelo.
Um estudo feito pela London School of Economics após os Jogos Paraolímpicos de Londres de 2012 revelou resultados parecidos. Respostas emocionais influenciadas pelo que poderia ter acontecido, não pelo que de fato ocorreu. A margem da performance também era relevante: psicologicamente, ganhar a prata por pouco, em vez do bronze, seria menos decepcionante.
É possível ter empatia em situações cotidianas. Há quem fique feliz com o aumento de salário, mas talvez se desanime ao saber que o colega de escritório ganhou um ainda maior. Quem quer perder cinco quilos e emagrece seis comemora, mas, se a ideia era perder dez quilos e são cinco a menos na balança, a sensação pode ser de derrota.
Muitas vezes, O ser humano se diminui quando se compara, ou quando pensa no que poderia ter feito. Todos, em uma escala maior ou menor, já passaram por isso.
Em competições que envolvem disputa de terceiro lugar, o medalhista de bronze vem de uma vitória, enquanto o de prata, de uma derrota. No esporte, há várias formas de lidar com um segundo lugar. Alguns atletas transformam a decepção em combustível para treinar mais duro e tentar vencer na próxima. Outros reconhecem e apreciam o tamanho do feito que conquistaram após anos de dedicação. Mais uma lição que os Jogos Olímpicos nos ensinam sobre as emoções humanas.
Marina lIzidro
(Folha de São Paulo, 29 de janeiro de 2022)
“Alguns atletas transformam a decepção em combustível para treinar mais duro e tentar vencer na próxima. Outros reconhecem e apreciam o tamanho do feito que conquistaram após anos de dedicação” (10º parágrafo)
No trecho, a coesão se estabelece por meio do emprego, entre outros recursos, de:
A respeito dos aspectos linguísticos e semânticos do texto, julgue (C ou E) o item a seguir.
A terceira estrofe contém a figura de linguagem
hipérbato, caracterizada pela inversão da ordem dos
elementos da oração, e apresenta a palavra “coração”
como sujeito.