Questões de Português - Flexão verbal de modo (indicativo, subjuntivo, imperativo) para Concurso

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Q1164608 Português

      Além de ser a autora do quadro Abaporu (1928), a pintora Tarsila do Amaral (1886-1973) foi uma mulher à frente do seu tempo também no amor, ao contrário das várias jovens que mantinham casamentos a contragosto. Ao longo da vida, Tarsila, que atraiu olhares por sua beleza e vestuário ousado, teve quatro grandes relacionamentos – reprovados por seus irmãos. Seus pais, no entanto, ficavam do seu lado. Ela foi destemida.

      Seu primeiro marido era primo de sua mãe. Desníveis culturais e traições fariam a pintora paulista pedir o fim do enlace. Foi uma tensão muito grande, porque envolvia alguém do seu núcleo mais próximo.

     

Seu segundo amor foi o escritor Oswald de Andrade (1890-1954), um dos líderes dos modernistas, que a acompanharia em uma das fases mais profícuas, compreendida entre a metade dos anos 20 e o começo dos 30. Apesar do “vanguardismo” de ambos, eles mantinham discrição sobre o relacionamento. Nas cartas que trocavam quando ela estava em Paris, usavam pseudônimos. Somente se sentiriam libertos quando Tarsila conseguiu a anulação de seu primeiro casamento.

      A parceria intelectual e o carinho que emanavam do casal ilustre, no entanto, acabaram mal. Oswald traiu Tarsila com Pagu, pseudônimo da jornalista e poeta Patrícia Galvão (1910-1962). “Ela ficou tão furiosa que não deixou o Oswald entrar em casa para buscar suas coisas”, conta a sobrinha- -neta da pintora, Tarsilinha, que soube dos bastidores por familiares.

      Com a queda da bolsa de Nova York em 1929, a crise da pintora ganhou mais um elemento: sua família perdera a fortuna. Sua reação, inesperada, foi entender o novo cenário que se apresentava. Assim, em 1931, viajou para o Leste Europeu com seu novo parceiro, o psiquiatra paraibano Osório César (1895-1979), retornando ao Brasil em 1932. Antes de se afastar dele, pinta o quadro Operários (1933).

      Seu último relacionamento foi com o carioca Luís Martins (1907-1981). Vinte anos mais jovem, o jornalista, cronista e crítico de arte vai ser seu companheiro por cerca de dezoito anos. A felicidade duradoura não vai conseguir eliminar a preocupação acerca da diferença de idade entre os dois. Tarsila se sentia culpada por não poder compartilhar com Martins o sonho de ter filhos.

      O enredo chega ao fim, mais uma vez, com uma traição. Martins deixa a pintora para se casar com a sua prima Anna Maria Martins. Esta, depois de algum tempo, vai pedir perdão e conta que desistiu de Luís. Tarsila, generosa que era, a perdoa e a aconselha a não desistir da sua felicidade. As duas choram e se abraçam.

(Tatiane de Assis, Os quatro grandes amores da pintora Tarsila do Amaral. Revista Veja, 15.04.2019. Acesso em 19.08.2019. Adaptado)

No trecho do 5° parágrafo “… sua família perdera a fortuna.”, a forma verbal destacada indica
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Q1164125 Português

Os horizontes da ciência


      A chegada do homem à Lua é possivelmente o feito científico e tecnológico que mais impactou o imaginário popular na era moderna. Tanto parecia um feito inatingível que até hoje circulam teorias conspiratórias de que tudo não passou de uma montagem norte-americana para capturar corações e mentes ameaçados pelo regime socialista.

      Acredite-se ou não, há quase 50 anos a cápsula de pouso Águia descia no mar da Tranquilidade, na face visível da Lua, e dois astronautas davam seus primeiros passos, ou pulos, no único satélite natural da Terra. Um conjunto de fatores levou a humanidade a esse feito, como disputas políticas, militares e tecnológicas entre nações, [...] Inspiradora da curiosidade humana, a exploração espacial fascina pessoas no mundo todo e permite a junção de três atividades essencialmente científicas – a descoberta, a compreensão e a aplicação desse conhecimento para alcançar um determinado fim.

      Sem pisar lá desde 1972, os Estados Unidos querem voltar, agora com a colaboração de outros países. Com orçamento menor do que na época da Guerra Fria, a Nasa conta hoje com a Agência Espacial Europeia e o Canadá. Outros atores têm a mesma ambição. A China, com um programa espacial em ascensão, planeja, sozinha, colocar um taikonauta na Lua.

(Alexandra Ozório de Almeida – Diretora da Redação. Carta da Editora, edição 280 – Junho 2019. Pesquisa FAPESP. Fragmento.)

Quanto aos aspectos da linguagem utilizada no texto apresentado está correto o que se afirma em:
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Q1164122 Português

      Mort. Ed Mort. Detetive particular. Está na plaqueta. Durante meses ninguém entrara no meu escri – escritório é uma palavra grande demais para descrevê-lo – a não ser cobradores, que eram expulsos sob ameaças de morte ou coisa pior. De repente, começou o movimento. Entrava gente o dia inteiro. Gente diferente. Até as baratas estranharam e fizeram bocas. Não levei muito tempo para saber o que tinha havido. Alguém trocou minha plaqueta com a da escola de cabeleireiros, ao lado. A escola de cabeleireiros passou o dia vazia. Voltaire, o ratão albino, que subloca um canto da minha sala, emigrou para lá. Quando recoloquei a plaqueta no lugar, Voltaire voltou. Ele gosta de sossego. Mort. Ed Mort. Está na plaqueta certa.

      Eu estava pensando no meu jantar da noite passada – isto é, em nada – quando ela entrou. Nem abri os olhos. Disse: “A escola de cabeleireiros é ao lado”. Mas quando ela falou, abri os olhos depressa. Se sua voz pudesse ser engarrafada seria vendida como afrodisíaco. Ela não queria a escola de cabeleireiros.

      – Preciso encontrar meu marido.

      – Claro – disse eu. – Vá falando que eu tomo nota.

      Meu bloco de notas fora levado pelas baratas. Uma ação de efeito psicológico. O bloco não lhes serviria para nada. Só queriam me desmoralizar. Peguei o cartão que um dos pretendentes a cabeleireiro deixara em cima da minha mesa, com um olhar insinuante, no dia anterior. Tenho um certo charme rude, não nego. Sou violento. Sorrio para o lado. Uso costeletas. No cartão estava escrito Joli Decorações e um nome, Dorilei. Virei do outro lado. Comecei a escrever enquanto ela falava. A Bic era alugada.

(VERÍSSIMO, Luis Fernando. As cem melhores crônicas brasileiras / Joaquim Ferreira dos Santos, organização e introdução. – Rio de Janeiro: Objetiva, 2007. Fragmento.)

No segmento “Durante meses ninguém entrara no meu escri – escritório é uma palavra grande demais para descrevê-lo (...)”, a forma verbal destacada indica:
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Q1164120 Português

      Mort. Ed Mort. Detetive particular. Está na plaqueta. Durante meses ninguém entrara no meu escri – escritório é uma palavra grande demais para descrevê-lo – a não ser cobradores, que eram expulsos sob ameaças de morte ou coisa pior. De repente, começou o movimento. Entrava gente o dia inteiro. Gente diferente. Até as baratas estranharam e fizeram bocas. Não levei muito tempo para saber o que tinha havido. Alguém trocou minha plaqueta com a da escola de cabeleireiros, ao lado. A escola de cabeleireiros passou o dia vazia. Voltaire, o ratão albino, que subloca um canto da minha sala, emigrou para lá. Quando recoloquei a plaqueta no lugar, Voltaire voltou. Ele gosta de sossego. Mort. Ed Mort. Está na plaqueta certa.

      Eu estava pensando no meu jantar da noite passada – isto é, em nada – quando ela entrou. Nem abri os olhos. Disse: “A escola de cabeleireiros é ao lado”. Mas quando ela falou, abri os olhos depressa. Se sua voz pudesse ser engarrafada seria vendida como afrodisíaco. Ela não queria a escola de cabeleireiros.

      – Preciso encontrar meu marido.

      – Claro – disse eu. – Vá falando que eu tomo nota.

      Meu bloco de notas fora levado pelas baratas. Uma ação de efeito psicológico. O bloco não lhes serviria para nada. Só queriam me desmoralizar. Peguei o cartão que um dos pretendentes a cabeleireiro deixara em cima da minha mesa, com um olhar insinuante, no dia anterior. Tenho um certo charme rude, não nego. Sou violento. Sorrio para o lado. Uso costeletas. No cartão estava escrito Joli Decorações e um nome, Dorilei. Virei do outro lado. Comecei a escrever enquanto ela falava. A Bic era alugada.

(VERÍSSIMO, Luis Fernando. As cem melhores crônicas brasileiras / Joaquim Ferreira dos Santos, organização e introdução. – Rio de Janeiro: Objetiva, 2007. Fragmento.)

Seriam mantidas a correção gramatical e a coerência do texto se
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Q1164076 Português

Transtorno de ansiedade: sem tempo para o agora


      Imagine que, em algumas horas, você fará a entrevista de emprego para a vaga dos seus sonhos. Enquanto se arruma na frente do espelho, o coração fica acelerado, o estômago se remexe todo, a pele se enche de suor e as pernas bambeiam. Ao mesmo tempo, a cabeça é inundada por um turbilhão de pensamentos e incertezas. “E se a moça do RH não gostar de mim? E se eu falar uma bobagem? E se a conversa for em inglês?” Estamos diante de um clássico episódio de ansiedade, sentimento natural e comum às mais variadas espécies de animais, entre elas os seres humanos.

     

        “Quando nos preocupamos com algo que pode vir a acontecer, tomamos uma série de medidas para resolver previamente aquela situação”, diz o psiquiatra Antonio Egidio Nardi, professor titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Do mesmo modo que nossos antepassados estocavam comida para não sofrer com a fome nos períodos de estiagem e um macaco evita certos lugares da floresta por saber que lá ficam os predadores que adorariam devorá-lo, hoje elaboramos eventuais respostas às perguntas da entrevista de emprego ou estudamos com afinco antes de uma prova difícil. Ao contrário do medo, que é uma reação a ameaças concretas, a ansiedade está mais para um mecanismo de antecipação dos aborrecimentos futuros.

     

        O transtorno começa quando essa emoção passa do ponto. Em vez de mover para frente, o nervosismo exagerado deixa o indivíduo travado, impede que ele faça suas tarefas e atrapalha os seus compromissos. “Isso lesa a autonomia e prejudica a realização de atividades simples e corriqueiras”, caracteriza o médico Antônio Geraldo da Silva, diretor da Associação Brasileira de Psiquiatria.

     

            Aí, sair de casa torna-se um martírio. Entregar o trabalho no prazo é praticamente missão impossível. Convites para festas e encontros viram alvo de desculpas. A concentração some, os lápis são mordidos, as unhas, roídas… e a qualidade de vida cai ladeira abaixo.

     

        Em 2017, a Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou um documento com estatísticas dos distúrbios psiquiátricos ao redor do globo. Os transtornos de ansiedade atingem um total de 264 milhões de indivíduos – desses, 18 milhões são brasileiros. Nosso país, aliás, é campeão nos números dessa desordem, com 9,3% da população afetada. A porcentagem fica bem à frente de outras nações: nas Américas, quem chega mais perto da gente é o Paraguai, com uma taxa de 7,6%. Na Europa, a dianteira fica com Noruega (7,4%) e Holanda (6,4%).

     

          Afinal, o que explicaria dados tão inflados em terras brasileiras? “Fatores como índice elevado de desemprego, economia em baixa e falta de segurança pública representam uma ameaça constante”, responde o psiquiatra Pedro Eugênio Ferreira, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Preocupações com a saúde, notícias políticas e relações sociais também parecem influenciar por aqui.

     

             Apesar de os achados da OMS assustarem, é um erro considerar que estamos na era mais ansiosa da história – muitos estudos sugerem justamente o contrário. Em primeiro lugar, a ansiedade só passou a ser encarada com mais coerência a partir dos escritos de Sigmund Freud (1856- 1939) e foi aceita nos manuais médicos como um problema de saúde digno de nota a partir da década de 1980. Portanto, é impossível comparar presente e passado sem uma base de dados confiável.

     

            Além disso, com raras exceções, vivemos um dos momentos mais tranquilos de toda humanidade. Há quantas décadas não temos batalhas ou epidemias de grandes proporções? O que acontece hoje é uma mudança nos gatilhos: se atualmente nos preocupamos com a iminência de um assalto ou de uma demissão, nossos pais se afligiam pela proximidade de uma guerra nuclear entre Estados Unidos e União Soviética e nossos avós perdiam noites de sono com o avanço nazista sobre França e Polônia durante a Segunda Guerra Mundial.

     

         Existem, porém, alguns fatores que são patrocinadores em potencial de ansiedade independentemente do intervalo histórico. A infância, por exemplo, é fundamental. “Crianças que passaram por abuso ou negligência têm um risco duas a três vezes maior de sofrer com transtornos mentais na adolescência ou na fase adulta”, descreve o psiquiatra Giovanni Abrahão Salum, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. A genética e a própria convivência próxima a um familiar com os nervos à flor da pele já elevam a probabilidade de desenvolver a condição posteriormente.

(BIERNATH, André. Transtorno de ansiedade: sem tempo para o agora. Texto adaptado. Disponível em: https://saude.abril.com.br/mente-saudavel/ansiedade-afeta-o-organismo-e-pode-paralisar-sua-vida/ Acesso em: 28/10/2019.)

Se a oração “Isso lesa a autonomia e prejudica a realização de atividades simples e corriqueiras (...)” (3º§) fosse reescrita no futuro do pretérito do indicativo, a transcrição correta seria:
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Q1163997 Português

Faces do futuro


      Se há um choque de princípios que marcará a sociedade nos próximos anos é aquele entre a comodidade e a segurança, de um lado, e a privacidade, de outro.

      Como mostrou reportagem do jornal The New York Times reproduzida por esta Folha, avanços no campo do reconhecimento de faces por computador lançam novos dilemas. Empresas podem reter dados faciais de seus clientes? Devem obter autorização para fazê-lo? E o que dizer do governo?

      Hoje em dia, algumas companhias conseguem, usando bancos de dados gigantescos e algoritmos relativamente simples, rastrear os hábitos dos consumidores a ponto de conhecer sua intimidade. Uma rede de varejo norte-americana, por exemplo, desenvolveu um método para detectar a gravidez de suas clientes. Com a informação vieram ofertas irresistíveis.

      Investidas como essas se sobrepõem a outros avanços tecnológicos, como câmeras de vigilância mais potentes e chips de cartões bancários capazes de revelar quanto o cidadão gastou e onde ele esteve. A isso se somam os drones, que localizam, e eventualmente liquidam, até quem se esconde nas áreas mais remotas do planeta.

      Agências governamentais não hesitam em usar tais métodos para a bisbilhotice em massa.

      Reconheça-se, porém, que a maioria das pessoas se entrega voluntariamente a essa hipervigilância – para nada dizer da superexposição vista nas redes sociais. 

      Cadastros na internet podem trazer, como contrapartida, ofertas personalizadas por e-mail, que representam inegável conforto. A utilização da tecnologia de ponta pelas polícias, por sua vez, aumenta a capacidade de prevenir e resolver crimes, ampliando a sensação de segurança da população.

      Para que o cruzamento de ferramentas como grandes bancos de dados, reconhecimento facial, câmeras de vigilância e drones não se aproxime demais da distopia de George Orwell em 1984, é crucial que sejam criados limites.

      Um bom começo seria determinar que dispositivos dessa natureza só sejam usados com a ciência do cidadão, a quem cabe decidir se quer fazer parte da trama.

(Por ‘FSP’ em 17/06/2014 na edição 803. Disponível em: http://observatoriodaimprensa.com.br/e-noticias/_ed803_faces_do_futuro/.)

No último parágrafo do texto, pode-se identificar que – de modo predominante – a modalização verbal indica:
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Q1163724 Português

      Anderson França escreveu nas suas redes sociais uma série de cinco textos levantando reflexões acerca do espetacular filme Coringa, lançado em outubro de 2019. Num desses textos, ele citou uma frase que aprendeu a partir da banda Racionais MC’s, que diz: “Os holofotes embaçam a visão”. Essa frase é muito verdadeira e revela o quanto esse mundo de exposição às redes digitais supervaloriza as pessoas que aparecem mais, que têm mais likes, mais seguidores, mais views etc. Ele comentava em seu texto sobre o vazio que todos nós trazemos conosco, as sombras que, por mais que tentemos trabalhar em terapia, ainda persistem e nos atormentam. Essa busca de aplausos e reconhecimento alimentada pelas redes sociais é como esse holofote: tem uma luz forte, mas embaça a visão. Perceba que metáfora interessante! Ao mesmo tempo em que o holofote ilumina muito, também dificulta a visão de quem está sob o seu foco.

      Vale ressaltar que o Anderson de forma alguma demoniza o uso das redes sociais, até porque é por lá que ele divulga seus textos. O que ele faz é levantar a reflexão sobre a ilusão de se atribuir importância conforme o quanto se aparece nelas. Há alguns meses o próprio Instagram mudou seu algoritmo para que as publicações deixassem de quantificar os likes. Já foi divulgado que o Facebook também tomará essa medida em breve. A atitude se justifica porque, por causa desse vício, milhões de pessoas estavam perdendo o sono, piorando sua produtividade, deteriorando relacionamentos próximos etc.

      Eu escrevo na internet e seria hipocrisia da minha parte dizer que não me importo em ser ou não ser lido, de ter ou não muitos likes etc. É libertador, porém, expressar isso com franqueza, pois não há nada de errado no reconhecimento desse desejo. Na realidade, sofrem bem mais os que negam e dizem que não se importam com o feedback daquilo que postam nas redes.

      No filme Coringa, dirigido por Todd Phillips, a realidade que descrevi é transportada para a TV. Em diversas cenas vemos o protagonista, Arthur Fleck, assistindo hipnotizado aos principais programas de auditório dos Estados Unidos. Um de seus prediletos tem o seu ideal de comediante representado pelo apresentador Murray Franklin, interpretado pelo ator Robert de Niro. Arthur assiste, ao lado da sua mãe, a esse programa todas as noites. Ele se imagina no programa e sendo efetivamente reconhecido pelo apresentador e pelo público. Inclusive, durante os programas, faz encenações em casa e transmuta-se para o seu desejo, sempre alimentando a esperança de se tornar um comediante reconhecido e amado: aquele que faz rir. O filme, no entanto, também retrata o quanto ele foi abandonado e maltratado desde a infância, não poupando exemplos que indicam o porquê da série de transtornos mentais dos quais ele sofre. Ele nunca se sentiu respeitado por ninguém e era visto por quase todos como um sujeito estranho, que merece ser desprezado.

      Após o assassinato de três homens ricos no metrô de Gotham City, a mídia jornalística retrata Arthur como alguém que quer fazer uma revolução, mas, em princípio, isso não era o que ele pensava ou almejava. É aqui que está a questão do holofote, pois Arthur parece ter a sensação de que está começando a ser visto, e isso só foi possível depois que ele assumiu o personagem Coringa, que imprime medo ___ pessoas e que é visto como uma espécie de justiceiro. Também foi após a fama ao receber um convite real para o programa de Murray Franklin que ele alcança de forma doentia ___ que tanto deseja: o reconhecimento. O mais louco é que há um misto entre ele ser visto como um vilão por muitos, enquanto, por outros, é tido como um herói.

      Esse filme traz uma simbologia riquíssima de ensinamentos e, claro, uma série de outros ensinamentos que ressoarão dentro de cada um de forma particular. Que tenhamos a capacidade de olhar para nós mesmos e despertar a luz que vem de dentro, tendo a consciência de que esses holofotes, sejam das redes sociais, sejam da TV, só embaçam a nossa visão. Como vimos em Coringa, o desejo de ser reconhecido pelo outro nada mais é do que um profundo sintoma do não ser reconhecido por si mesmo.

(Texto especialmente adaptado para esta prova. Disponível em: https://www.contioutra.com/os-holofotes-embacam-a-visao/. Acesso em: 24/10/2019.)

No excerto “Perceba que metáfora interessante!” (1º§), o verbo “perceber” está sendo conjugado:
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Q1163269 Português

Michael em fúria


      Michael, um furacão de força 4, chegou em fúria à costa da Flórida, nos Estados Unidos, com ventos de mais de 200 km/h. Foi o segundo da temporada; em setembro, o ciclone Florence já havia inundado cidades na Carolina do Norte e estados vizinhos.

      Na mesma semana, veio a luz um novo e sombrio relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC, na sigla em inglês). O estudo, elaborado por dezenas de cientistas de vários países, foi apresentado na Coreia do Sul.

      Trata-se de um relatório especial, diferente das abrangentes publicações sobre trajetórias da mudança do clima que o IPCC compila a intervalos de cinco ou seis anos. No caso, o objetivo era avaliar as diferenças entre um aquecimento na atmosfera de 1,5 ºC e outro de 2 ºC.

      Os dois limiares figuram no Acordo de Paris (2015), que lista o segundo como meta a não ser ultrapassada, pois os climatologistas predizem que os impactos seriam excessivos e talvez incontroláveis.

      A barreira de 1,5 ºC, por sua vez, aparece no tratado como algo preferível do ponto de vista dos riscos e custos a serem enfrentados por sociedades e governos.

      O novo documento indica que esse limiar de prudência está para ser ultrapassado logo, possivelmente ainda em 2030, e com certeza até os anos 2050.

      Restariam, assim, poucas décadas para zerar as emissões de gases do efeito estufa no planeta, o que exigiria uma revolução nos setores de energia e transportes. Mais provável, a julgar pela persistente trajetória atual, é transpor-se a marca dos 2 ºC.

(Folha de S.Paulo. 16.10.2018. Adaptado)

Na passagem – Restariam, assim, poucas décadas para zerar as emissões de gases do efeito estufa no planeta, o que exigiria uma revolução nos setores de energia e transportes. (último parágrafo) –, os verbos destacados apresentam as informações como
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Q1163117 Português

"Em 1987, eu trabalhava no Museu do Índio (FUNAI/RJ) quando participei da organização de um encontro de professores da etnia Karajá, reunindo representantes dos subgrupos Karajá, Javaé e Xambioá. Na preparação daquele encontro, que se realizaria em julho de 1988, na aldeia Karajá de Santa Isabel do Morro, na Ilha do Bananal, visitei várias aldeias da etnia, inclusive aquelas mais ao norte, do subgrupo Xambioá. Ao chegar pela primeira vez na aldeia do PI Xambioá, já estudava a língua Karajá há algum tempo, tendo defendido no ano anterior minha dissertação de mestrado sobre aspectos da gramática dessa língua. Por isso, arrisquei-me a tentar conversar em Karajá com as crianças que vieram em um bando alegre me receber, quando o jipe da FUNAI, que me trazia, parou no posto indígena, próximo à aldeia.

- 'Aõhe!' saudei em Karajá. 'Dearã Marcus Maia wanire' , me apresentei. Imediatamente cessou a algazarra e fez-se um silêncio pesado entre os indiozinhos. Entreolhavam-se desconfiados e sérios. 'Kaiboho aõbo iny rybé tieryõtenyte?' Vocês não sabem a língua Karajá, perguntei. Ameninada, então, se afastou em retirada estratégica. Fui, em seguida, à casa de uma líder da comunidade, a Maria Floripes Txukodese Karajá, a Txukó, me apresentar. Lá, um dos meninos me respondeu: - 'A gente não fala essa gíria não, moço!' Outro, maiorzinho, concordou: - 'Na cidade, a gente diz que nem sabe de índio, que nem fala o indioma, senão o povo mexe com a gente' .O preconceito de que os indígenas brasileiros são alvo por parte de muitos brasileiros não indígenas é, sem dúvida, um dos fatores responsáveis pelo desprestígio, enfraquecimento e desaparecimento de muitas línguas indígenas no Brasil. Durante minha estada nas aldeias Xambioá, discuti com anciãos, lideranças, professores e alunos, a situação de perda da língua em relação a aldeias em que a língua e a cultura Karajá encontram-se ainda fortes. É interessante notar que, durante a minha temporada na aldeia, quando continuei sempre a exercitar o meu conhecimento da língua indígena, era frequentemente procurado por grupos de crianças e jovens, que vinham me mostrar palavras e frases que conheciam e testar o meu entendimento delas. Os mesmos meninos que haviam inicialmente demonstrado sentir vergonha de falar Karajá, dizendo-me nem conhecer 'aquela gíria' , assediavam-me agora, revelando um conhecimento latente da língua indígena muito maior do que eles próprios pareciam supor! Divertiam-se em demonstrar àquele tori (o não índio, na língua Karajá) que valorizava e tentava usar a língua Karajá que, na verdade, conheciam, sim, a língua indígena. Vários pais também vieram me relatar sua grande surpresa por verem as crianças curiosas, perguntando e se expressando na língua Karajá, não só pronunciando palavras e frases inteiras, como até ensaiando diálogos e narrativas tradicionais."

(...)

(Trecho retirado da introdução do livro - Manual de Linguística: subsídios para a formação de professores indígenas na área de linguagem. Maia 2006) 

"( ... ) assediavam-me agora, REVELANDO um conhecimento latente da língua indígena( ... )"


O verbo pode apresentar formas que podem exercer funções de nomes (substantivo, adjetivo, advérbio), sendo por isso denominadas formas nominais. No trecho, o verbo em destaque está nessa forma e é classificado como:

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Q1162450 Português

Texto

O casamento da Lua


O que me contaram não foi nada disso. A mim, contaramme o seguinte: que um grupo de bons e velhos sábios, de mãos enferrujadas, rostos cheios de rugas e pequenos olhos sorridentes, começaram a reunir-se todas as noites para olhar a Lua, pois andavam dizendo que nos últimos cinco séculos sua palidez tinha aumentado consideravelmente. E de tanto olharem através de seus telescópios, os bons e velhos sábios foram assumindo um ar preocupado e seus olhos já não sorriam mais; puseramse, antes, melancólicos. E contaram-me ainda que não era incomum vê-los, peripatéticos, a conversar em voz baixa enquanto balançavam gravemente a cabeça.

E que os bons e velhos sábios haviam constatado que a Lua estava não só muito pálida, como envolta num permanente halo de tristeza. E que mirava o Mundo com olhos de um tal langor e dava tão fundos suspiros – ela que por milênios mantivera a mais virginal reserva – que não havia como duvidar: a Lua estava pura e simplesmente apaixonada. Sua crescente palidez, aliada a uma minguante serenidade e compostura no seu noturno nicho, induzia uma só conclusão: tratava-se de uma Lua nova, de uma Lua cheia de amor, de uma Lua que precisava dar. E a Lua queria dar-se justamente àquele de quem era a única escrava e que, com desdenhosa gravidade, mantinha-a confinada em seu espaço próprio, usufruindo apenas de sua luz e dando azo a que ela fosse motivo constante de poemas e canções de seus menestréis, e até mesmo de ditos e graças de seus bufões, para distraí-lo em suas periódicas hipocondrias de madurez.

Pois não é que ao descobrirem que era o Mundo a causa do sofrimento da Lua, puseram-se os bons e velhos sábios a dar gritos de júbilo e a esfregar as mãos, piscando-se os olhos e dizendo-se chistes que, com toda franqueza, não ficam nada bem em homens de saber... Mas o que se há de fazer? Frequentemente, a velhice, mesmo sábia, não tem nenhuma noção do ridículo nos momentos de alegria, podendo mesmo chegar a dançar rodas e sarabandas, numa curiosa volta à infância. Por isso perdoemos aos bons e velhos sábios, que se assim faziam é porque tinham descoberto os males da Lua, que eram males de amor. E males de amor curam-se com o próprio amor – eis o axioma científico a que chegaram os eruditos anciãos, e que escreveram no final de um longo pergaminho crivado de números e equações, no qual fora estudado o problema da crescente palidez da Lua.

(MORAES, Vinícius de. Para viver um grande amor: crônicas e poemas. São Paulo: Companhia das Letras, 1991, p. 52-53, excerto.)

O verbo sublinhado no fragmento “ela que por milênios mantivera a mais virginal reserva” (2º §) está flexionado no pretérito mais que perfeito do indicativo. Das alterações feitas na redação do fragmento acima, há erro de flexão do tempo pretérito mais que perfeito do indicativo em:
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Ano: 2020 Banca: SELECON Órgão: Prefeitura de Boa Vista - RR Provas: SELECON - 2020 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Médico do Trabalho | SELECON - 2020 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Médico de Qualquer Especialidade Habilitado em Regulação | SELECON - 2020 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Médico de Qualquer Especialidade Habilitado em Auditoria Médica | SELECON - 2020 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Médico Cirurgião | SELECON - 2020 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Médico Cirurgião Vascular | SELECON - 2020 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Médico Cirurgião Pediátrico | SELECON - 2020 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Médico Cardiologista | SELECON - 2020 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Médico Anestesiologista | SELECON - 2020 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Farmacêutico | SELECON - 2020 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Fonoaudiólogo | SELECON - 2020 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Enfermeiro | SELECON - 2020 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Enfermeiro Intensivista Pediátrico | SELECON - 2020 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Enfermeiro ESF | SELECON - 2020 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Cirurgião - Dentista | SELECON - 2020 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Fisioterapeuta | SELECON - 2020 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Médico Cirurgião Cabeça e Pescoço | SELECON - 2020 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Médico Clínico Geral | SELECON - 2020 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Fisioterapeuta - Terapia Intensiva Neonatal e Pediátrica | SELECON - 2020 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Médico Cardiologista Pediátrico | SELECON - 2020 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Cirurgião - Dentista Protesista | SELECON - 2020 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Terapeuta Ocupacional | SELECON - 2020 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Psicólogo | SELECON - 2020 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Cirurgião - Dentista Endodontista | SELECON - 2020 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Assistente Social | SELECON - 2020 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Analista Especialista em Epidemiologista e Vigilância em Saúde | SELECON - 2020 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Bioquímico | SELECON - 2020 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Cirurgião - Dentista Periodontista | SELECON - 2020 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Cirurgião - Dentista Odontopediatra | SELECON - 2020 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Cirurgião - Dentista Estomatologista | SELECON - 2020 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Cirurgião - Dentista Especialista em Pacientes PCD | SELECON - 2020 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Cirurgião - Dentista Buco Maxilo Facial | SELECON - 2020 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Médico Reumatologista Pediátrico | SELECON - 2020 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Médico Ultrassonografista | SELECON - 2020 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Nutricionista | SELECON - 2020 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Médico Psiquiatra | SELECON - 2020 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Médico Radiologista | SELECON - 2020 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Médico Pneumopediatra | SELECON - 2020 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Médico Patologista | SELECON - 2020 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Médico Otorrinolaringologista | SELECON - 2020 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Médico Oftalmologista | SELECON - 2020 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Médico Nutrólogo | SELECON - 2020 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Médico Ortopedista | SELECON - 2020 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Médico Médico Neurocirurgião | SELECON - 2020 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Médico Mastologista | SELECON - 2020 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Médico Intervencionista | SELECON - 2020 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Médico Pediatra | SELECON - 2020 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Médico Gastroenterologista | SELECON - 2020 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Médico Especialista em Hansenologia | SELECON - 2020 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Médico Hematoligista | SELECON - 2020 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Médico Imunologista | SELECON - 2020 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Médico Endocrinologista | SELECON - 2020 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Médico Endoscopista | SELECON - 2020 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Médico Infectologista | SELECON - 2020 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Médico Ginecologista Obstetra |
Q1162295 Português

Texto I


A mobilidade da criança


      O que significa a mobilidade para os pequenos habitantes das cidades brasileiras? Para parte deles, o ir e vir está sempre relacionado ao carro. Das janelas dos automóveis, eles enxergam reflexos da cidade, mas não participam dela.

      Para a maior parcela, que se locomove a pé e de transporte coletivo, há insegurança, medo e a certeza de que o pedestre é considerado um intruso, um invasor do espaço. Além de aprender que precisa atravessar a rua correndo porque o tempo do semáforo é insuficiente e o pedestre não é respeitado, a criança brasileira se acostuma a caminhar em calçadas muito estreitas e até em ruas sem a presença delas. As décadas de planejamento urbano focado no carro tornaram as ruas um território de guerra – o fato de que o Brasil é o quarto país do mundo em mortes no trânsito fala por si só. Pesquisadores internacionais há tempos discutem os efeitos da “imobilidade” e da violência no trânsito no desenvolvimento físico, cognitivo, motor e social das crianças. Exercer a independência numa cidade segura é fundamental para o crescimento saudável. Nos países em que as crianças andam de bicicleta e a pé com segurança, como na Holanda e na Dinamarca, por exemplo, os acidentes são praticamente inexistentes e a infância é um período de feliz interação na sociedade.

Sobrepeso e falta de luz solar

      Segundo a urbanista e arquiteta espanhola Irene Quintáns, os urbanistas usam a presença de crianças no espaço público como indicador de sucesso urbano. “A ausência delas nas ruas aponta as falhas das nossas cidades”, ela diz.

      Moradora da capital paulista há sete anos e mãe de dois filhos, Irene acredita que privar os pequenos de caminhar não é positivo. “Uma criança que fica circunscrita à locomoção no carro tende a ficar insegura para se movimentar. Ela também tem mais dificuldade em perceber o outro. Isso se chama empatia e é muito importante para a vida em sociedade. Há ainda a questão do sedentarismo, do sobrepeso e da falta de luz solar. Crianças que caminham para a escola têm mais concentração para desenvolver atividades complexas”.

       Mesmo com todas as dificuldades já citadas, é importante usar o transporte público, caminhar e participar da vida na cidade. Na próxima vez que levar seus filhos à escola, reflita: por que ir de carro? Que tal descobrir a cidade ao lado deles, trocando ideias sobre o que vocês veem? Assim, eles aprendem a ser cidadãos e a viver o coletivo, enquanto exigimos que o poder público priorize a proteção das nossas crianças.

(https://www.metrojornal.com.br/colunistas/2018/10/11/ mobilidade-da-crianca.html)

No último parágrafo, a forma verbal “priorize” indica ação com valor de:
Alternativas
Ano: 2018 Banca: Quadrix Órgão: CRESS-PR Prova: Quadrix - 2018 - CRESS-PR - Agente Fiscal |
Q1161634 Português

No que se refere ao texto e a seus aspectos linguísticos, julgue o item a seguir. 


Na linha 16, a forma verbal “carregassem” poderia ser correta e coerentemente substituída por carregavam, dado o emprego do modo indicativo na oração “que restringia”.
Alternativas
Q1161342 Português

Leia a tira, para responder à questão.


                                 (Orlandeli, Grump. Diário da Região, 22.04.2018)

Assinale a alternativa que emprega corretamente as formas verbais presentes no texto, preenchendo as lacunas do seguinte enunciado.

Para que _______ Killer Joe com chance de sucesso, seria necessário que o pequeno Grump também ________ o grandalhão. Mas o público considera pouco provável que ele o _________ ou _________ .
Alternativas
Q1161336 Português

Leia o texto, para responder à questão.


Dar à luz


        Todos sabem que a luz é um dos componentes indispensáveis para que haja vida. Além de ser um fenômeno físico, a luz e sua importância são elementos simbólicos utilizados, há séculos, por religiões, por estudiosos e pela cultura popular, como forma de ilustrar momentos de transição importantes vivenciados pela humanidade. 

      Culturalmente, a luz assume uma representação tão marcante quanto para a ciência e a tecnologia. Isso porque, em muitas nações, ela simboliza a própria vida. Não é por acaso que a expressão “dar à luz” representa um momento de celebração, de extrema felicidade, traduzindo o momento em que é dada ao homem a oportunidade de deixar o escuro do útero e passar a experimentar a luz do mundo, a luz que passará a ser a chama de sua própria existência.

     “Trazer à luz” ou “lançar luz” acerca de um determinado assunto são expressões há muito utilizadas por estudiosos. Essas expressões significam a possibilidade de, por meio do conhecimento, da razão, compreender melhor e encontrar respostas para questões que, até então, o homem sem conhecimento não conseguiria enxergar, uma vez que estaria mergulhado nas trevas da ignorância. Por volta do ano 400 a.C., Platão relacionaria a luz ao conhecimento. Para o filósofo, a percepção do mundo exterior, à luz do sol, correspondia ao conhecimento produzido pelo intelecto, à luz da razão.

    Por outro lado, é comum encontrar textos que se referem a parte da Idade Média como a idade das trevas, um período em que se utilizava da fé como mecanismo de controle, de imposição. E, ao fazer isso, os homens, não Deus, impediam o desenvolvimento cultural e a liberdade intelectual. Desde a Idade Média, governantes utilizam-se da conhecida estratégia de mergulhar a sociedade na ignorância para poder doutriná-la mais facilmente.

      O acesso à liberdade intelectual passaria a ser conquistado graças a um movimento filosófico que surgiu na Europa, no século XVIII, movimento esse que ficou conhecido como Iluminismo. Novamente, o homem escolheria a luz para representar a única forma de trazer novas alternativas para que a humanidade pudesse sair das trevas.

    Infelizmente, nem o Iluminismo nem qualquer outra tentativa de conter os períodos de obscuridade impediram que esta continuasse, de forma voraz e persistente, a assombrar os homens. As trevas ressurgem a cada dia nas guerras, na fome, na intolerância, no ódio, no preconceito, na corrupção e em outras formas que, talvez, a humanidade ainda desconheça.               

    Portanto, para os que não desejam viver na escuridão, a única opção é manter a chama do conhecimento acesa.

(Ademar Pereira dos Reis Filho. Diário da Região, 22.04.2018. Adaptado)




Para responder à questão, considere a seguinte passagem do texto:

   

    Essas expressões significam a possibilidade de, por meio do conhecimento, da razão, compreender melhor e encontrar respostas para questões que, até então, o homem sem conhecimento não conseguiria enxergar, uma vez que estaria mergulhado nas trevas da ignorância.


É correto afirmar que, no contexto dessa passagem, as formas verbais conseguiria e estaria, no futuro do pretérito do indicativo, expressam fatos

Alternativas
Q1161060 Português

Nossa bactéria interior

Hélio Schwartsman


      Se a consciência já parece bastante misteriosa quando tentamos circunscrevêla a um cérebro humano, ela fica ainda mais impenetrável quando se considera que a própria noção de corpo humano pode ser inadequada.

      Com efeito, já há alguns anos vem ganhando espaço na biologia e na medicina a ideia de que precisamos pensar o corpo humano não como uma entidade à parte, mas no conjunto de suas relações com o meio ambiente, em especial em relação a sua interação com espécies microscópicas com as quais vivemos em promiscuidade há dezenas de milhares de anos. Aqui, nós perdemos um pouco de nós para nos tornarmos um superorganismo, no qual outros seres vivos, notadamente aqueles que habitam nosso corpo, ganham importância.

      Inicialmente, esses modelos foram utilizados para explicar com certo sucesso a obesidade (as floras intestinais de gordos e magros têm composições diferentes), doenças do intestino e moléstias cardíacas. Mas os pesquisadores foram ficando ambiciosos e agora falam no eixo cérebro-intestino, que parece desempenhar um papel em várias doenças mentais, incluindo transtornos de ansiedade, do afeto, autismo e até mesmo surtos psicóticos e Alzheimer. Não é que bactérias causem essas moléstias, mas modulam a manifestação e a severidade dos sintomas.

      Particularmente interessante nesses modelos é que a flora intestinal é, em princípio, algo fácil de alterar com o uso de antibióticos, pro e prebióticos e de transplantes fecais. Já há quem fale em psicobióticos. É preciso dar um desconto ao entusiasmo dos pesquisadores, mas não há dúvidas de que é um campo promissor.

      Vale destacar quanto de complexidade esse modelo acrescenta a nós mesmos. Deixamos de ser um corpo composto por 10 trilhões de células comandadas por 23 mil genes para nos tornarmos um bioma ao qual se somam 100 trilhões de bactérias e 3 milhões de genes não humanos.

Adaptado de: <http://www1.folha.uol.com.br/colunas/helioschwarts-man/2017/12/ 1940148-nossa-bacteria-interior.shtml> . Acesso em: 11 dez. 2017.

Assinale a alternativa correta.
Alternativas
Q1161004 Português

Leia o texto para responder à questão.


Cotas têm prós e contras.


    Levantamento feito pela Folha de São Paulo ao final de 2017 mostrou que, em boa parte dos cursos universitários, alunos que ingressam por meio de cotas se formam com notas próximas dos demais. O estudo usou os resultados de mais de 250 mil estudantes nas três últimas edições do Enade e constatou que alunos cotistas chegam a ter notas melhores que os outros, por exemplo, em odontologia.

    É refrescante dispormos de dados objetivos sobre um assunto tantas vezes poluído por ideologias. É inegável que ações afirmativas, como as cotas, são importantes mecanismos de justiça social em um país tão profundamente injusto como o nosso. E as conclusões do levantamento indicam que tais ferramentas são válidas também no plano acadêmico: não se confirmam os prognósticos de que o ingresso de alunos cotistas resultaria em degradação da qualidade dos cursos.

    O perigo é alguém acreditar que cotas resolvem alguma coisa no médio prazo. Nosso sistema educacional está doente, e cotas são como um antitérmico, que reduz o desconforto do paciente, mas não ataca as causas da febre. O que precisamos é que a escola pública, democrática e gratuita, ofereça formação de qualidade, para que as cotas se tornem desnecessárias. Não é uma utopia: acontece em muitos outros países, inclusive mais pobres que o Brasil.

    Ações afirmativas não podem servir de álibi para continuarmos oferecendo formação inferior aos filhos das classes mais desfavorecidas. Até porque propiciar acesso à universidade a alguns desses jovens deixa muita coisa por resolver. O mesmo levantamento mostra que as notas de cotistas são sim inferiores à média nos cursos de exatas, possivelmente os mais críticos para o desenvolvimento do país.

    Não é difícil aventar uma explicação. Em matemática, cada etapa prepara a seguinte, não é possível pular. Quem não aprendeu multiplicação, não vai nunca entender frações. Se a matemática não é ensinada na escola, na faculdade é simplesmente tarde demais. E aí os benefícios da ação afirmativa foram desperdiçados.

    Na virada do ano, outra notícia alvissareira: a Unicamp, talvez a mais inovadora de nossas universidades, aprovou a criação de até 10% de vagas extras em seus cursos para candidatos premiados em competições escolares, como as Olimpíadas Brasileiras de Matemática e Física. Uma espécie de “cotas por mérito”.

    Como todas as ideias inteligentes e com potencial para fazer diferença, essa também desperta oposição. Inclusive de setores que advogam as cotas sociais, o que talvez não seja surpreendente, mas é certamente lamentável. Tomara que a inteligência prevaleça.

(Marcelo Viana. Folha de S.Paulo, 21.01.2018. Adaptado)

Alterando-se a frase – É refrescante dispormos de dados objetivos sobre um assunto tantas vezes poluído por ideologias. –, ela permanece correta quanto ao emprego dos verbos, conforme a norma-padrão da língua portuguesa, em:
Alternativas
Q1160595 Português

Leia o texto.


Termino o livro e fecho o computador, sabendo que por mais que os escritores escrevam, os músicos componham e cantem, os pintores e escultores joguem com formas, cores e luzes –, por mais que o contexto paralelo da arte expresse o profundo contraditório sentimento humano, embora dance à nossa frente e nos convoque até o último fio de lucidez, o essencial não tem nome nem forma: é descoberta e assombro, glória ou danação de cada um.

Lya Luft (disponível em: https://www.pensador.com/textos)

Leia a frase:


“Trabalha como se vivesses para sempre. Ama como se fosses morrer hoje”.

Sêneca


Identifique abaixo as afirmativas verdadeiras ( V ) e as falsas ( F ) sobre a frase.

( ) Os verbos “trabalhar” e “amar” estão sendo usados no modo imperativo.

( ) Há dois advérbios na frase.

( ) As orações que compõem a frase apresentam ideias opostas.

( ) As palavras “vivesses” e “morrer” possuem a mesma classificação quanto à sílaba tônica.

( ) Segundo a frase, deve-se amar sem esperar pelo amanhã.


Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo.

Alternativas
Q1160594 Português

Leia o texto.


Termino o livro e fecho o computador, sabendo que por mais que os escritores escrevam, os músicos componham e cantem, os pintores e escultores joguem com formas, cores e luzes –, por mais que o contexto paralelo da arte expresse o profundo contraditório sentimento humano, embora dance à nossa frente e nos convoque até o último fio de lucidez, o essencial não tem nome nem forma: é descoberta e assombro, glória ou danação de cada um.

Lya Luft (disponível em: https://www.pensador.com/textos)

Assinale a alternativa correta.
Alternativas
Q1160000 Português
Além de si mesmo
Uma mulher que trabalhava num Banco, havia muitos anos, caiu em desespero.
Estava tão depressiva que poderia ter um esgotamento nervoso.
Seu médico, buscando um diagnóstico, lhe perguntou:
- Como se chama a jovem que trabalha ao seu lado no Banco?
- Cíntia, respondeu ela, sem entender.
- Cíntia do quê?
- Eu não sei.
- Sabe onde ela mora?
- Não.
- O que ela faz?
- Também não sei.
O médico entendeu que o egoísmo estava roubando a alegria daquela pobre mulher.
- Posso ajudá-la, mas você tem que prometer que fará o que eu lhe pedir.
- Farei qualquer coisa! Afirmou ela.
- Em primeiro lugar, faça amizade com Cíntia, convide-a para jantar em sua casa.
Descubra o que ela está almejando na vida e faça alguma coisa para ajudá-la.
- Em segundo lugar, faça amizade com seu jornaleiro e a família dele e veja se pode fazer alguma coisa para
ajudá-los.
- Em terceiro, faça amizade com o zelador de seu prédio e descubra qual é o sonho da vida dele.
- Em dois meses, volte para eu ver.
Ao fim de dois meses, ela não voltou, mas escreveu uma carta sem sinal de melancolia ou tristeza.
Era só alegria!
Havia ajudado Cíntia a passar no vestibular.
Ajudou a cuidar de uma filha doente do jornaleiro.
Ensinou o zelador a ler e escrever, pois era analfabeto.
"Nunca imaginei que pudesse sentir alegria desta maneira!", escreveu ela.
Os que vivem apenas para si mesmos nunca encontrarão a paz e a alegria, pois somos chamados por Deus
para ser bênção na vida dos outros.
Você já conhecia esse segredo?
Pense nisso...
Disponível em: http://essenciacriativa.blogspot.com.br/
Em qual das alternativas abaixo, há uma afirmação INCORRETA?
Alternativas
Q1159777 Português

Leia os quadrinhos para responder a questão.


(M. Schulz. Minduim Charles. O Estado de S. Paulo. 21.06.2019. https://cultura.estadao.com.br)

As formas verbais estivesse, inclinaria e daria (3º quadrinho) têm sentido de
Alternativas
Respostas
1841: E
1842: D
1843: C
1844: C
1845: D
1846: B
1847: A
1848: A
1849: B
1850: B
1851: C
1852: E
1853: B
1854: D
1855: E
1856: A
1857: B
1858: E
1859: C
1860: C