Questões de Português - Flexão verbal de tempo (presente, pretérito, futuro) para Concurso

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Q1125508 Português

ONU Meio Ambiente mobiliza escoteiros em campanha Mares Limpos

Publicado em 20/09/2018

Entre os dias 29 de setembro e 8 de

dezembro, membros juvenis dos Escoteiros

do Brasil de todo o país poderão participar

do desafio para conquistar a Insígnia

Mares Limpos.

    Em parceria com a ONU Meio Ambiente e o Movimento Menos 1 Lixo, os Escoteiros do Brasil se engajam pelo segundo ano consecutivo em um projeto de cuidado com os oceanos, incentivando lobinhos, sêniores, escoteiros e pioneiros a reduzirem o consumo de plástico por meio do “Desafio Menos 1 Lixo/Mares Limpos”.

     Entre os dias 29 de setembro e 8 de dezembro, membros juvenis dos Escoteiros do Brasil de todo o país poderão participar do desafio para conquistar a Insígnia Mares Limpos.

   Em 2017, 3.350 escoteiros receberam a Insígnia Mares Limpos após reduzirem significativamente seu consumo cotidiano de itens de plástico descartável como sacolas, copos, talheres, canudos e garrafas PET.

    Segundo o relato de muitos deles, foi realmente um desafio recusar os descartáveis e convencer a família a mudar seus hábitos. Alguns grupos de escoteiros participantes relataram experiências que demonstram a resistência da sociedade em mudar.

    Os jovens relataram certo desconforto em serem diferentes dos demais ao recusar o plástico ou usar alternativas em locais públicos, e também a dificuldade em obter a compreensão dos outros (atendentes, adultos) sobre sua opção. Por outro lado, o depoimento de vários participantes apontou que a princípio parecia muito difícil evitar o uso de plásticos, mas após algumas semanas acabaram descobrindo que é muito mais fácil do que parece.

  Para conseguir a insígnia, os escoteiros deveriam definir o tipo de plástico descartável que iriam deixar de consumir e registrar, toda semana, quantos acabaram usando. O Padrão Ouro só foi alcançado com o consumo máximo de um item por semana.

     O sucesso da primeira edição do desafio levou a União dos Escoteiros do Brasil a reeditar a competição. Porém, neste ano, a obtenção das insígnias ficou mais difícil:

   • Padrão Bronze – de 1 a 3 itens utilizados semanalmente (média geral do período de 10 semanas)

   • Padrão Prata – menos de 1 item utilizado semanalmente (média geral do período de 10 semanas)

    • Padrão Ouro – menos de 1 item utilizado semanalmente (média geral do período de 10 semanas) e uma atividade para combater a poluição plástica.

    A realização de uma atividade “zero plástico” é o diferencial deste ano para obter a insígnia Padrão Ouro. O escoteiro terá que escolher entre promover uma festa para mais de 30 convidados sem utilizar nenhum plástico descartável ou uma campanha de conscientização sobre a importância da redução do consumo de plásticos descartáveis em sua escola, instituição religiosa, clube ou academia por, pelo menos, um mês, e que alcance mais de 300 pessoas.

     A resolução que regulamenta a Insígnia Mares Limpos, bem como a explicação do Desafio, está publicada e pode ser conferida no documento: https://www.escoteiros.org.br/ wp-content/uploads/2018/08/resolucao-mareslimpos-2808-1.pdf.

     A segunda edição do Desafio Menos 1 Lixo/ Mares Limpos conta novamente com o apoio da ONU Meio Ambiente e da Defensora Mares Limpos, Fe Cortez, idealizadora do projeto Menos 1 Lixo, que promove o consumo consciente.

Semana Mares Limpos de Limpeza de Praias

  A campanha Mares Limpos está cadastrando ações de limpeza de praias programadas para o período entre os dias 15 e 23 de setembro, que ficará conhecida como a #SemanaMaresLimpos de Limpeza de Praias.

   As inscrições podem ser feitas por meio do link www.bit.ly/CadastroSemana2018_v2. Os grupos inscritos receberão um kit da campanha com cartilha de orientações sobre como realizar o clean up, fichas de catalogação do lixo encontrado e material da campanha para impressão (logo, cartazes), e serão convidados a participar de um projeto de reciclagem de tampinhas.

   As informações sobre o lixo coletado em cada ação serão contabilizadas e farão parte do panorama nacional sobre o lixo no mar, subsidiando a elaboração do Plano Nacional. A metodologia de coleta de dados foi elaborada pelo Instituto Ecosurf.

   Para mais informações sobre a campanha Mares Limpos da ONU Meio Ambiente visite: cleanseas.org (também em português)

Fonte: https://nacoesunidas.org/onu-meio-ambiente-mobiliza-escot

eiros-em-campanha-mares-limpos/



Em relação ao texto, julgue, como VERDADEIRO ou FALSO, o item a seguir

Em “Por outro lado, o depoimento de vários participantes apontou que a princípio parecia muito difícil evitar o uso de plásticos, mas após algumas semanas acabaram descobrindo que é muito mais fácil do que parece.”, os verbos em destaque se encontram no modo indicativo e, respectivamente, nos tempos: pretérito perfeito, pretérito imperfeito, pretérito perfeito, presente.
Alternativas
Q1125321 Português

Estudo que avaliou a vida de 165 mil pessoas

chegou a uma conclusão surpreendente: é na

velhice que estamos mais satisfeitos com nós

mesmos

   Quando você era jovem e achava que tinha o mundo nas mãos, talvez sua autoestima fosse boa. Mas, acredite, ela só estará no topo quando você estiver na melhor idade, aos 60. Pelo menos é o que diz um novo estudo feito por cientistas da Universidade de Berna, na Suíça. E eles garantem: esse sentimento pode permanecer no auge por uma década inteira.

     Com a pesquisa, os cientistas queriam investigar a trajetória da autoestima ao longo da vida. Eles descobriram que esse sentimento começa a se elevar entre 4 e 11 anos de idade, à medida que as crianças se desenvolvem social e cognitivamente – e ganham algum senso de independência. Os níveis, então, se estabilizam à medida que a adolescência começa, dos 11 aos 15 anos.

    Isso é surpreendente, pois o senso comum afirma que a auto-estima cai durante a adolescência. “Essa impressão acontece devido a mudanças na puberdade e maior ênfase na comparação social na escola”, diz Ulrich Orth, autor do estudo, mas, na prática, não é o que acontece.

   Segundo os pesquisadores, a autoestima se mantém estável até a metade da adolescência. Depois disso, ela tende a aumentar significativamente até os 30 anos. Após a faixa dos 30 podem até existir oscilações, mas o sentimento de autoconfiança tende a crescer. Quando os 60 chegam, a autoestima alcança o seu auge – e permanece assim até os 70 anos.

     Mas, quem tem a sorte de chegar até os 70 pode sentir sua autoestima baixar. Os pesquisadores afirmam que esse sentimento declina drasticamente dos 70 aos 90 anos. “Essa idade frequentemente envolve perda de papéis sociais e, possivelmente, viuvez, fatores que podem ameaçar a autoestima”, explica o autor. “Além disso, o envelhecimento muitas vezes leva a mudanças negativas em outras possíveis fontes de autoestima, como habilidades cognitivas e saúde.”

   Toda essa análise se baseou em 191 artigos científicos sobre autoestima, que incluíam dados de quase 165 mil pessoas. Os cientistas conseguiram, com esse estudo, apresentar uma visão bem abrangente sobre como essa auto percepção muda com a idade – por isso optaram por diferentes grupos demográficos e faixas etárias.

   Na cultura de hoje, que é quase obcecada pela juventude, muitos temem o envelhecimento. Mas, segundo a pesquisa, uns aninhos a mais podem fazer bem para sua autopercepção.

Por Ingrid Luisa

access_time 24 ago 2018, 18h02

Disponível em <https://super.abril.com.br/ciencia/saiba-em-que-ida

de-a-sua-autoestima-esta-no-topo-e-nao-e-aos-17/>


Considerando o texto apresentado, julgue, como VERDADEIRO ou FALSO, o item a seguir.

Em “Essa idade frequentemente envolve perda de papéis sociais e, possivelmente, viuvez, fatores que podem ameaçar a autoestima.”, tem-se dois advérbios, um verbo no presente do indicativo e uma locução verbal.
Alternativas
Q1125224 Português
Pesquisadores descobrem como transformar
sangue A e B em O

A novidade pode ajudar bancos de sangue ao
redor do planeta e salvar milhões de vidas

     Ninguém sabe ao certo como morreu o Papa Inocêncio VIII, no século 15. Uma lenda recorrente diz que, oito anos antes dos portugueses pisarem no Brasil, a Igreja estava tão desesperada para salvar o pontífice moribundo que cometeu uma loucura: pediu para três crianças, de 10 anos, trocarem parte de seu sangue por um pedaço de terra. O médico do líder católico ainda teria determinado que o sangue deveria ser bebido, via oral. Não deu certo. O Papa teria morrido logo depois.
     Essa história é, provavelmente, mentira – a Universidade de Toronto até chegou a buscar provas em 1999, mas não encontrou. A lenda, porém, se consagrou como “o primeiro transplante sanguíneo da história”.
      De lá pra cá, a lenda se tornou fato – e a medicina evoluiu muito quando o assunto é sangue. Em 1818, o obstetra inglês James Blundell realizou a primeira transfusão devidamente registrada, e em 1901 o austríaco Karl Landsteiner descobriu os tipos sanguíneos (A, B, AB e O), e como eles interagem entre si.
    Agora, um século depois, a maior revolução do tipo pode estar prestes a ser confirmada: um grupo de pesquisadores da Universidade de British Columbia, no Canadá, alega que conseguem transformar sangue tipo A, B ou AB em sangue tipo O.   
     (...) Todo mundo tem um tipo sanguíneo. Você mesmo é ou A, ou B, ou AB, ou O. Isso é importante porque a transfusão entre tipos de sangue diferentes pode matar – se você colocar sangue A em uma pessoa cujo tipo sanguíneo é B, o próprio organismo vai reagir e atacar esse novo malote de sangue. O contrário também ocorre. Sangue tipo A só doa para tipo A ou AB. Tipo B só doa para tipo B ou AB. AB é o menos flexível e só doa para o tipo AB.
      Por isso, o tipo sanguíneo mais valioso é o tipo O. Ao contrário dos demais, ele não promove reações defensivas no organismo de pessoas com nenhum tipo sanguíneo. Conhecido como doador Universal, o sangue O pode ser transferido pra qualquer pessoa. É por isso, é claro, que os Bancos de Sangue estão sempre procurando por doadores tipo O.
     Com a descoberta da universidade canadense, porém, os Bancos de Sangue podem ter ganhado na loteria. Qualquer sangue pode ir pra qualquer pessoa, uma revolução que tem o potencial de salvar milhões de vidas.
      Para conseguir o feito, o pesquisador Stephen Withers analisou a característica que difere entre cada tipo sanguíneo: são os chamados “açúcares antígenos”. O sangue tipo A carrega um determinado antígeno junto às suas células, quem tem sangue B possui outro, quem tem AB possui os dois.
       O sangue da transfusão só é aceito quando o corpo não detecta nenhum antígeno diferente do seu próprio.
       Só que quem tem sangue O não possui antígeno nenhum. E passa despercebido pelos sistemas de defesa. A ideia, então, foi tentar destruir esses açúcares das células de sangue – assim, em teoria, qualquer fluido sanguíneo ficaria igual ao tipo O.
    A saída para o extermínio adocicado se deu por meio de enzimas. Os pesquisadores procuraram substâncias que conseguissem quebrar as moléculas açucaradas (sem danificar o restante do material). O estudo procurou o elemento em mosquitos e sanguessugas, mas encontrou a solução em um local muito mais próximo: no nosso próprio intestino.
    Withers percebeu que alguns dos açúcares que consumimos são estruturalmente muito parecidos com os antígenos. Eles observaram que algumas bactérias presentes na flora intestinal auxiliam no processamento desses açúcares da alimentação
– e decidiram entender como elas reagiriam em contato com as células sanguíneas.       Foi tiro e queda: elas fizeram a “digestão” dos antígenos – e o que restou era sangue tipo O.
(...)

Por Felipe Germano
access_time23 ago 2018, 15h54 - Publicado em 22 ago 2018, 19h29

Considerando o texto apresentado, julgue, como VERDADEIRO ou FALSO, o item a seguir.
No excerto “O Papa teria morrido logo depois.”, há locução verbal composta por um verbo flexionado no futuro do pretérito e por uma forma nominal no particípio, sugerindo efeito de incerteza.
Alternativas
Q1123718 Português

Saúde no prato

      Faça do alimento o seu medicamento. Há mais de 2500 anos, o médico e filósofo grego Hipócrates já havia enfatizado com essa frase a importância da utilização de alguns alimentos para reduzir o risco de doenças. Ele estava se referindo ao que hoje conhecemos como alimentos funcionais, aquele que nós consumimos tanto por suas funções nutricionais quanto por serem benéficos à nossa saúde. Esses nutrientes prometem atuar na redução do risco de doenças crônicas como câncer, diabetes e mal de Alzheimer, além de problemas cardiovasculares (hipertensão, por exemplo), ósseos, inflamatórios e intestinais. Contudo, para você conseguir alcançar os benefícios desses alimentos, é preciso consumi-los regularmente.

     O primeiro passo para beneficiar o seu organismo é deixar mais de lado gorduras, frituras e embutidos. E montar um cardápio mais equilibrado, com frutas, grãos integrais, peixes, aves e legumes, já que são as principais fontes dos componentes ativos dos alimentos funcionais.

      Observe, no entanto, que, se você estiver consumindo um alimento funcional com a intenção de controlar o colesterol, por exemplo, apenas terá bons resultados caso ele esteja associado a uma dieta pobre em gordura saturada e colesterol. Isso quer dizer que você deve evitar comer carnes à milanesa, peixe frito, salsicha, salaminho, mortadela, biscoitos, bolos industrializados e queijos amarelos.

     Saiba ainda que, para ser considerado um funcional, ou alegar propriedade funcional, o alimento deve conter alguns componentes essenciais. Por isso, você precisa ficar atento aos rótulos dos produtos nos supermercados, principalmente dos alimentos processados.

Revista Saúde, da Proteste, dezembro 2015

Em “Faça do alimento o seu medicamento.”, o verbo destacado está no seguinte tempo verbal:
Alternativas
Q1123591 Português

Universitários em fim de semestre: sobreviventes

Ruth Manus

           Surtados, sem dormir, sem tempo para nada, mas vivos.

       Tá certo que eu sou mais uma dentre uma espécie chamada “professor”, que semi morre todo final de ano. Mas do sofrimento dos professores ninguém duvida. Estamos até um pouco na moda, vira e mexe aparecem posts fofos a nosso respeito, com ursinhos, imagens de pôr do sol e tudo mais.

     Mas, sejamos justos, do drama dos universitários ninguém fala.

    Tento ser durona com meus alunos, mando parar com o mimimi do fim do semestre, mas acabo sempre admitindo, ainda que não conte para eles, que os coitadinhos estão mesmo lascados.

   Eu me lembro bem: segundo ano da faculdade, prova oral de processo civil e previdenciário no mesmo dia. Fatídico dia em que o termo “gastrite” saiu das bulas de remédios e foi parar na minha barriga pela primeira vez.

   Gastrite, torcicolo, enxaqueca, dor nas costas, aftas, espinhas monstruosas. Universitário em época de prova é o sonho de toda farmácia e o pesadelo de todo plano de saúde.

    Homens não fazem a barba, mulheres não depilam a perna. Suspeito, às vezes, que até do banho eles acabem esquecendo. Mas em nome do conhecimento, tá tudo liberado.

     Universitários no fim do ano ficam completamente xaropes. Erram o dia da prova, estudam a matéria errada, vão fazer exame de matéria na qual passaram direito, esquecem caneta, esquecem a mochila, esquecem o nome do professor, quando não esquecem o próprio nome.

    Por alguns dias, essas criaturas chegam ao ponto de passar mais tempo atualizando o portal para tentar verificar as notas (taca-lhe pau no F5) do que no facebook, no whatsapp e no instagram. Juntos.

      E entre novembro e dezembro, quando chego para dar aula antes das 8 da manhã ou ainda estou na faculdade depois das 22 (pois é…), tenho a sensação de estar em um episódio de The Walking Dead. Alunos com aspecto moribundo perambulam pelos corredores como se não houvesse esperança, pensando seriamente em devorar cérebros de professores para ver se facilita na hora da prova.

     E se o aluno estiver precisando de meio pontinho e encontrar o professor na cantina, pode aparecer o Caio Castro, a Ísis Valverde, o Ashton Kutcher ou a Megan Fox, que eles NÃO saem de lá. Oferecem um café, compram sonho de valsa, elogiam a roupa, tudo na maior sinceridade. Como diria Tim Maia, vale tudo.

     E não podemos esquecer da interminável angústia das faltas. “Professor, o sistema está marcando 26 faltas, mas eu juuuuuro que só faltei 3 vezes. Não sei o que houve.”. Clássico. Esses sistemas são mesmo uns canalhas.

      Mas dentre os surtados, o Prêmio Nobel do Surto Acadêmico vai para os que vão defender o TCC. Esses já nem se recordam que existe um negócio chamado “vida”. Passam na frente da banca de jornal e já têm dor de barriga só de pensar na palavra “banca”. O vocabulário se resume a: capa dura, capítulo, rodapé, orientador, espiral e pânico. Não tem água com açúcar, suco de maracujá ou calmante que resolva. O único remédio para essa dor é um composto de 8 letras: a + p + r + o + v + a + d + o.        Mas, falando sério, não é fácil mesmo. Tem que ter muita força de vontade e compromisso. Provas, trabalhos, fichamentos, estágio, emprego, trânsito, ônibus, metrô, chuvaradas no fim da tarde, correria para evitar atrasos, chororô para justificar atrasos. Tem um ou outro fanfarrão, mas a maioria dá duro mesmo.

     Tem conta pra pagar; casa para arrumar; relatório para entregar; filho para cuidar. Desses alunos que têm filho, por sinal, sou fã incondicional.

    Não vou dizer para vocês que quando se formarem melhora. Seria mentira. As responsabilidades crescem em uma proporção bem incompatível com a progressão do salário; as horas de sono não aumentam e ainda tem uma pós, um mestrado e um futuro te esperando.

    Mas posso dizer: vale a pena. Segurem a onda, força na peruca, inspira, respira, não pira. Já já o Natal tá aí. E uma hora o diploma também chega. Talvez vocês já não tenham cabelos, as unhas estejam completamente roídas, as olheiras tenham cor de berinjela e a miopia alcance 8 graus em cada olho, mas acreditem gatinhos, vocês chegam lá. Palavra de quem chegou (com algum cabelo, alguns dentes e alguma sanidade, até que se prove o contrário )

Fonte: http://vida-estilo.estadao.com.br/blogs/ruth-manus/universitarios-em-fim-de-semestre-sobreviventes/

A respeito dos verbos destacados em “Passam na frente da banca de jornal e já têm dor de barriga só de pensar na palavra “banca”.”, assinale a alternativa correta.
Alternativas
Q1123501 Português


Disponível em: <www.g1.globo.com>.
Acesso em: 2 out. 2018.

Considerando o texto lido e a norma-padrão, qual afirmativa não pode ser feita?
Alternativas
Q1123072 Português

                                        O PADEIRO


      Levanto cedo, faço minhas abluções, ponho a chaleira no fogo para fazer café e abro a porta do apartamento - mas não encontro o pão costumeiro. No mesmo instante me lembro de ter lido alguma coisa nos jornais da véspera sobre a “greve do pão dormido”. De resto não é bem uma greve, é um lock-out, greve dos patrões, que suspenderam o trabalho noturno; acham que obrigando o povo a tomar seu café da manhã com pão dormido conseguirão não sei bem o que do governo.

      Está bem. Tomo o meu café com pão dormido, que não é tão ruim assim. E enquanto tomo café vou me lembrando de um homem modesto que conheci antigamente. Quando vinha deixar o pão à porta do apartamento ele apertava a campainha, mas, para não incomodar os moradores, avisava gritando:

      - Não é ninguém, é o padeiro!

      Interroguei-o uma vez: como tivera a ideia de gritar aquilo? “Então você não é ninguém?”

      Ele abriu um sorriso largo. Explicou que aprendera aquilo de ouvido. Muitas vezes lhe acontecera bater a campainha de uma casa e ser atendido por uma empregada ou outra pessoa qualquer, e ouvir uma voz que vinha lá de dentro perguntando quem era; e ouvir a pessoa que o atendera dizer para dentro: “não é ninguém, não senhora, é o padeiro”. Assim ficara sabendo que não era ninguém...

      Ele me contou isso sem mágoa nenhuma, e se despediu ainda sorrindo. Eu não quis detê-lo para explicar que estava falando com um colega, ainda que menos importante. Naquele tempo eu também, como os padeiros, fazia o trabalho noturno. Era pela madrugada que deixava a redação de jornal, quase sempre depois de uma passagem pela oficina - e muitas vezes saía já levando na mão um dos primeiros exemplares rodados, o jornal ainda quentinho da máquina, como pão saído do forno.

      Ah, eu era rapaz, eu era rapaz naquele tempo! E às vezes me julgava importante porque no jornal que levava para casa, além de reportagens ou notas que eu escrevera sem assinar, ia uma crônica ou artigo com o meu nome. O jornal e o pão estariam bem cedinho na porta de cada lar; e dentro do meu coração eu recebi a lição de humildade daquele homem entre todos útil e entre todos alegre; “não é ninguém, é o padeiro!”

E assobiava pelas escadas.

                                                                                                 (Rubem Braga) 

“... além de reportagens ou notas que eu ESCREVERA sem assinar, ia uma crônica ou artigo com o meu nome.”


O verbo em destaque está no:

Alternativas
Q1122910 Português
        Para ele, o fim do ano era sempre uma época dura, difícil de suportar. Sofria daquele tipo de tristeza mórbida que acomete algumas pessoas nos festejos de Natal e de Ano-Novo. No seu caso havia uma razão óbvia para isso: aos setenta anos, solteirão, sem parentes, sem amigos, não tinha com quem celebrar, ninguém o convidava para festa alguma. O jeito era tomar um porre, e era o que fazia, mas o resultado era melancólico: além da solidão, tinha de suportar a ressaca.
          No passado, convivera muito tempo com a mãe. Filho único, sentia-se obrigado a cuidar da velhinha que cedo enviuvara. Não se tratava de tarefa fácil: como ele, a mãe era uma mulher amargurada. Contra a sua vontade, tinha casado, em 31 de dezembro de 1914 (o ano em que começou a Grande Guerra, como ela fazia questão de lembrar) com um homem de quem não gostava, mas que pais e familiares achavam um bom partido. Resultado desse matrimônio: um filho e longos anos de sofrimento e frustração. O filho tinha de ouvir suas constantes e ressentidas queixas. Coisa que suportava estoicamente; não deixou, contudo, de sentir certo alívio quando de seu falecimento, em 1984. Este alívio resultou em culpa, uma culpa que retornava a cada Natal. Porque a mãe falecera exatamente na noite de Natal. Na véspera, no hospital, ela lhe fizera uma confissão surpreendente: muito jovem, apaixonara-se por um primo, que acabou se transformando no grande amor de sua vida. Mas a família do primo mudara-se, e ela nunca mais tivera notícias dele. Nunca recebera uma carta, uma mensagem, nada. Nem ao menos um cartão de Natal.
       No dia 24 pela manhã ele encontrou um envelope na carta do correio. Como em geral não recebia correspondência alguma, foi com alguma estranheza que abriu o envelope.
       Era um cartão de Natal, e tinha a falecida mãe como destinatária. Um velhíssimo cartão, uma coisa muito antiga, amarelada pelo tempo. De um lado, um desenho do Papai Noel sorrindo para uma menina. Do outro lado, a data: 23 de dezembro de 1914. E uma única frase: “Eu te amo.”
        A assinatura era ilegível, mas ele sabia quem era o remetente: o primo, claro. O primo por quem a mãe se apaixonara, e que, por meio daquele cartão, quisera associar o Natal a uma mensagem de amor. Uma nova vida, era o que estava prometendo. Esta mensagem e esta promessa jamais tinham chegado a seu destino. Mas de algum modo o recado chegara a ele. Por quê? Que secreto desígnio haveria atrás daquilo?
      Cartão na mão, aproximou-se da janela. Ali, parada sob o poste de iluminação, estava uma mulher já madura, modestamente vestida, uma mulher ainda bonita. Uma desconhecida, claro, mas o que importava? Seguramente o destino a trouxera ali, assim como trouxera o cartão de Natal. Num impulso, abriu a porta do apartamento e, sempre segurando o cartão, correu para fora. Tinha uma mensagem para entregar àquela mulher. Uma mensagem que poderia transformar a vida de ambos, e que era, por isso, um verdadeiro presente de Natal.  

(SCLIAR, Moacyr. Mensagem de Natal. Porto Alegre: L&PM, 2018, p. 26-28) 
Esta mensagem e esta promessa jamais tinham chegado a seu destino (5º parágrafo). A forma verbal sublinhada acima está empregada no mesmo tempo do verbo sublinhado em:
Alternativas
Q1122902 Português
Sem prejuízo para a correção e o sentido, no trecho em pouco tempo pai, mãe e os dois filhos da família pobre estarão ocupando cargos de confiança na casa dos ricos (6º parágrafo), pode-se eliminar o uso do gerúndio, substituindo-se o segmento sublinhado por: 
Alternativas
Ano: 2016 Banca: IBADE Órgão: IABAS Prova: IBADE - 2016 - IABAS - Cirurgião Dentista |
Q1122279 Português

Texto para responder à questão:

Casa de pensão 

    João Coqueiro, quando saiu do Hote! dos Príncipes na manhã do almoço, ia preocupado [...] e correu logo para casa.
    Ao chegar foi direto à mulher [...]
    - Sabes? disse ele, sem tran sição , assentando-se ao rebordo da cama. - É preciso arranjarmos cômodo para um rapaz que há de vir por ai domingo. [...]
    - É um achado precioso! Ainda não há dois meses que chegou do Norte, anda às apalpadelas! Estivemos a conversar por muito tempo: - é filho único etem a herdar uma fortuna! [...]
    Mme. Brizard escutava, sem despregar os olhos de um ponto, os pés cruzados e com uma das mãos apoiando-se no espaldar da cama.
    - Ora, continuou o outro gravemente. - Nós temos de pensar no futuro de Amelinha... ela entrou já nos vinte e três!... se não abrirmos os olhos... adeus casamento! 
    - Mas daí... perguntou a mulher, fugindo a participar da confiança que o marido revelava naquele plano.
     - Daí - é que tenho cá um palpite! explicou ele. 
    - Não conheces o AmâncioL. A gente leva-o para onde quiser!... Um simplório, mas o que se pode chamar um simplório.
    Mme. Brizard fez um gesto de dúvida. 
    - Afianço-te, volveu Coqueiro - que, se o metermos em casa e se conduzirmos o negócio com um certo jeito, não lhe dou três meses de solteiro! 
    [...]
    - Negócio decidido! A questão é arranjar-lhe o cômodo, e já! Tu - fala com franqueza à Amelinha; a mim nãofica bem... [...] 
    Nessa mesma tarde Mme. Brizard entendeuse com a cunhada. Falou-ihe sutilmente no “futuro", disse-lhe que “uma menina pobre, fosse quanto fosse bonita, só com muita habilidade e alguma esperteza poderia apanhar um marido rico”. 
    [...]  
    Amélia riu, concentrou-se um instante e prometeu fazer o que estivesse no seu alcance, para agradar ao tal sujeitinho.
    Ardia, com efeito, por achar marido, por se tornar dona de casa. A posição subordinada de menina solteira não se compadecia com a sua idade e com as desenvolturas do seu espírito. Graças ao meio em que se desenvolveu, sabia perfeitamente o que era pão e o que era queijo; por conseguinte as precauções e as reservas, que o irmão tomava para com ela, faziam-na sorrir.
    Às vezes tinha vontade de acabar com isso. “Que diabo significavam tais cautelas?... Se a supunham uma toleirona, enganavam-se - ela era muito capaz de os enfiar a todos pelo ouvido de uma agulha!”
    - Agora, por exemplo, neste caso do tal Amâncio, que custava ao Coqueiro explicar-se com ela francamente?. ..[...] Mas, não senhor! - meteu-se nas encolhas e entregou tudo nas mãos da mulher!     
    [...]
    E Amélia, quanto mais refletia no caso, tanto mais se revoltava contra a reserva do irmão.
    - Ele já a devia conhecer melhor! pelo menos já devia saber que aquela que ali estava era incapaz de cair em qualquer asneira; aquela não “dava ponto sem nó”. Outra, que fosse, quanto mais - ela, que conhecia os homens, como quem conhece a palma das próprias mãos! - Ela, que vira de perto, com os seus olhos de virgem, toda a sorte de tipos! - ela, que lhes conhecia as manhas, que sabia das lábias empregadas pelos velhacos para obter o que desejam e o modo pelo qual se portam [...]! - Ela! tinha graça!

AZEVEDO, Aluisio. Casa de pensão. São Paulo: Ática, 1992, p.71-73. (Fragmento).

Vocabulário;
Meteu-se nas encolhas: calou-se. 
O segmento “Âs vezes tinha vontade de acabar com isso. "Que diabo significavam tais cautelas?... Se a supunham uma toleirona, enganavam-se - ela era muito capaz de os enfiar a todos pelo ouvido de uma agulha!" está substancialmente marcado pelo uso do:
Alternativas
Ano: 2016 Banca: IBADE Órgão: IABAS Prova: IBADE - 2016 - IABAS - Enfermeiro |
Q1122229 Português

Texto para responder à questão .

Casa de pensão

João Coqueiro, quando saiu do Hote! dos Príncipes na manhã do almoço, ia preocupado [...] e correu logo para casa. 
    Ao chegar foi direto à mulher [...] 
    - Sabes? disse ele, sem transição , assentando-se ao rebordo da cama. - É preciso arranjarmos cômodo para um rapaz que há de vir por ai domingo.[...] 
    - É um achado precioso! Ainda não há dois meses que chegou do Norte, anda às apalpadelas! Estivemos a conversar por muito tempo: - é filho único e tem a herdar uma fortuna! [...] 
    Mme. Brizard escutava, sem despregar os olhos de um ponto, os pés cruzados e com uma das mãos apoiando-se no espaldar da cama. 
    - Ora, continuou o outro gravemente. - Nós temos de pensar no futuro de Amelinha... ela entrou já nos vinte e três!... se não abrirmos os olhos... adeus casamento! 
    - Mas daí... perguntou a mulher, fugindo a participar da confiança que o marido revelava naquele plano. 
    - Daí - é que tenho cá um palpite! explicou ele. 
    - Não conheces o Amâncio!... A gente leva-o para onde quiser!... Um simplório, mas o que se pode chamar um simplório. 
    Mme. Brizard fez um gesto de dúvida. 
    - Afianço-te, volveu Coqueiro - que, se o metermos em casa e se conduzirmos o negócio com um certo jeito, não lhe dou três meses de solteiro! [...] 
    - Negócio decidido! A questão é arranjar-lhe o cômodo, e já! Tu - fala com franqueza à     Amelinha; a mim não fica bem... [...] 
    Nessa mesma tarde Mme. Brizard entendeuse com a cunhada. Falou-ihe sutilmente no “futuro", disse-lhe que “uma menina pobre, fosse quanto fosse bonita, só com muita habilidade e alguma esperteza poderia apanhar um marido rico”. [...] 
    Amélia riu, concentrou-se um instante e prometeu fazer o que estivesse no seu alcance, para agradar ao tal sujeitinho. 
    Ardia, com efeito, por achar marido, por se tornar dona de casa. A posição subordinada de menina solteira não se compadecia com a sua idade e com as desenvolturas do seu espírito. Graças ao meio em que se desenvolveu, sabia perfeitamente o que era pão e o que era queijo; por conseguinte as precauções e as reservas, que o irmão tomava para com ela, faziam-na sorrir. 
    Às vezes tinha vontade de acabar com isso. “Que diabo significavam tais cautelas?... Se a supunham uma toleirona, enganavam-se - ela era muito capaz de os enfiar a todos pelo ouvido de uma agulha!”    
    - Agora, por exemplo, neste caso do tal Amâncio, que custava ao Coqueiro explicar-se com ela francamente?. ..[...] Mas, não senhor! - meteu-se nas encolhas e entregou tudo nas mãos da mulher! [...]
    E Amélia, quanto mais refletia no caso, tanto mais se revoltava contra a reserva do irmão.
    - Ele já a devia conhecer melhor! pelo menos já devia saber que aquela que ali estava era incapaz de cair em qualquer asneira; aquela não “dava ponto sem nó”. Outra, que fosse, quanto mais - ela, que conhecia os homens, como quem conhece a palma das próprias mãos! - Ela, que vira de perto, com os seus olhos de virgem, toda a sorte de tipos! - ela, que lhes conhecia as manhas, que sabia das lábias empregadas pelos velhacos para obter o que desejam e o modo pelo qual se portam [...]! - Ela! tinha graça! 

AZEVEDO, Aluisio. Casa de pensão. São Paulo: Ática, 1992, p.71-73. (Fragmento).

Vocabulário; 
Meteu-se nas encolhas: calou-se.
O segmento “Ás vezes tinha vontade de acabar com isso. "Que diabo significavam tais cautelas?... Se a supunham uma toleirona, enganavam-se - ela era muito capaz de os enfiar a todos pelo ouvido de uma agulha!" está substancialmente marcado pelo uso do:
Alternativas
Q1122129 Português
Casa de pensão
         João Coqueiro, quando saiu do Hotel dos Príncipes na manhã do almoço, ia preocupado [...] e correu logo para casa.
           Ao chegar foi direto à mulher [...]
      – Sabes? disse ele, sem transição, assentando-se ao rebordo da cama. – É preciso arranjarmos cômodo para um rapaz que há de vir por aí domingo. [...]
      – É um achado precioso! Ainda não há dois meses que chegou do Norte, anda às apalpadelas! Estivemos a conversar por muito tempo: - é filho único e tem a herdar uma fortuna! [...]
         Mme. Brizard escutava, sem despregar os olhos de um ponto, os pés cruzados e com uma das mãos apoiando-se no espaldar da cama.
       – Ora, continuou o outro gravemente. – Nós temos de pensar no futuro de Amelinha... ela entrou já nos vinte e três!... se não abrirmos os olhos... adeus casamento!
      – Mas daí... perguntou a mulher, fugindo a participar da confiança que o marido revelava naquele plano.
        – Daí – é que tenho cá um palpite! explicou ele. – Não conheces o Amâncio!... A gente leva-o para onde quiser!... Um simplório, mas o que se pode chamar um simplório.
       Mme. Brizard fez um gesto de dúvida. – Afianço-te, volveu Coqueiro – que, se o metermos em casa e se conduzirmos o negócio com um certo jeito, não lhe dou três meses de solteiro!
[...]
    – Negócio decidido! A questão é arranjar-lhe o cômodo, e já! Tu – fala com franqueza à Amelinha; a mim não fica bem... [...]
      Nessa mesma tarde Mme. Brizard entendeu-se com a cunhada. Falou-lhe sutilmente no “futuro”, disse-lhe que “uma menina pobre, fosse quanto fosse bonita, só com muita habilidade e alguma esperteza poderia apanhar um marido rico”.
[...]
       Amélia riu, concentrou-se um instante e prometeu fazer o que estivesse no seu alcance, para agradar ao tal sujeitinho.
       Ardia, com efeito, por achar marido, por se tornar dona de casa. A posição subordinada de menina solteira não se compadecia com a sua idade e com as desenvolturas do seu espírito. Graças ao meio em que se desenvolveu, sabia perfeitamente o que era pão e o que era queijo; por conseguinte as precauções e as reservas, que o irmão tomava para com ela, faziam-na sorrir. 
       Às vezes tinha vontade de acabar com isso. “Que diabo significavam tais cautelas?... Se a supunham uma toleirona, enganavam-se – ela era muito capaz de os enfiar a todos pelo ouvido de uma agulha!”
      – Agora, por exemplo, neste caso do tal Amâncio, que custava ao Coqueiro explicar-se com ela francamente?...[...] Mas, não senhor! – meteu-se nas encolhas e entregou tudo nas mãos da mulher!
[...]
       E Amélia, quanto mais refletia no caso, tanto mais se revoltava contra a reserva do irmão.
      – Ele já a devia conhecer melhor! pelo menos já devia saber que aquela que ali estava era incapaz de cair em qualquer asneira; aquela não “dava ponto sem nó”. Outra, que fosse, quanto mais – ela, que conhecia os homens, como quem conhece a palma das próprias mãos! – Ela, que vira de perto, com os seus olhos de virgem, toda a sorte de tipos! – ela, que lhes conhecia as manhas, que sabia das lábias empregadas pelos velhacos para obter o que desejam e o modo pelo qual se portam [...]! – Ela! tinha graça!
  
AZEVEDO, Aluísio. . São Paulo: Ática, 1992, p.71-73. (Fragmento).

Vocabulário:
Meteu-se nas encolhas:calou-se.

O segmento “Às vezes tinha vontade de acabar com isso. “Que diabo significavam tais cautelas?... Se a supunham uma toleirona, enganavam-se – ela era muito capaz de os enfiar a todos pelo ouvido de uma agulha!” está substancialmente marcado pelo uso do:
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Q1121608 Português
                                                         Solidariedade feminina

      Se você só tem filhos homens, não tem mãe nem irmãs, reza para morrer antes de sua esposa. Se acontecer o contrário, meu amigo, é provável que seus últimos dias sejam passados com estranhos.
     
Vá aos hospitais. A probabilidade de ver um acompanhante do sexo masculino é mínima; ao lado de um doente internado, haverá sempre uma mulher, seja filha, esposa, irmã, mãe, nora ou amiga.
    
Sem pretender ofendê-lo, leitor sensível, capaz de cair em pranto convulsivo só de pensar no dia em que seus pais partirem, lamento prever que, ao ficar gravemente enfermos, eles pouco poderão contar com você.
    
Não me interprete mal, não digo que vá abandoná-los num leito qualquer, à espera da morte. Você irá visitá-los quase todos os dias, na hora do almoço. Perguntará se estão bem, se precisam de alguma coisa, se as dores melhoraram, tomará providências práticas, mas infelizmente precisará voltar para o escritório.
    
Em dias mais corridos, você deixará para ir no fim do expediente. Pedirá desculpas pelos três dias de ausência motivada pelo excesso de trabalho, repetirá as mesmas perguntas, reclamará do tempo perdido no trânsito, sentará no sofá durante quinze minutos, dirá que está exausto, morto de fome e que as crianças o esperam para o jantar.
     
Pode ser que você não se identifique com o personagem que acabo de descrever. Talvez você seja do tipo ultrassensível, que gosta tanto do papai, que se mortifica ao vê-lo naquele estado, e que, na hora de visitá-lo, não encontra forças. Aquele que não vai à casa da mamãe velhinha que perdeu o juízo, para não ter o coração despedaçado cada vez que ela o confunde com o verdureiro.
    
Talvez, ainda, você seja do tipo durão, acostumado a agarrar o boi pelos chifres. Nas visitas-relâmpago, você fará o possível para animá-lo.
     
Irá embora irritado, decepcionado com a passividade do progenitor, convencido de que ele se acha naquela situação porque é e  sempre foi antes de tudo um fraco.
     
Existe uma característica comum a esses cavalheiros, sejam sensíveis, ultrassensíveis ou durões: são cidadãos responsáveis, tão dedicados ao trabalho que não lhes sobra tempo para nada. Se não passam uma noite sequer com a mãe hospitalizada é porque precisam correr atrás do ganha-pão.
     
Por incrível que pareça, os circunstantes aceitam e repetem essa justificativa, como se as mulheres não passassem de um bando de desocupadas, à disposição dos doentes.
     
Mesmo quando ela é arrimo de família, casada com um daqueles cidadãos que esganaria o inventor do trabalho, fosse-lhe dada a oportunidade de encontrá-lo, é ela que passará a noite ao lado do sogro acamado. A explicação? Os homens são desajeitados para essas coisas.
     
Em mais de quarenta anos de medicina, assisti a tantas demonstrações de empatia e solidariedade feminina com as pessoas doentes, que aprendi a considerar as mulheres seres mais evoluídos do que nós. São capazes de esquecer da própria vida, para lutar pela saúde de um ente querido. Nem falo no caso de um filho, já que o amor materno é instinto visceral, mas de gente mais distante: tios, primas e amigas que, se dependessem de nossa companhia, estariam solitárias.
     
Apesar de me render à grandeza da alma feminina, reconheço a parcela de culpa que cabe às mulheres, na gênese do egocentrismo masculino nessas situações.
     
No afã de proteger o filhinho, as mães procuram mantê-lo distante de tudo que lhe possa trazer tristeza. Tão naturais e inevitáveis como o dia e a noite, a doença e a morte são entendidas por elas como experiências extremas das quais o pimpolho deve ser poupado.
    
Estranhamente, a filha não é educada da mesma maneira. Essa exposição precoce às vicissitudes de nossa existência interage com o espírito feminino, deixando marcas que se refletirão na forma peculiar como as mulheres lidam com o sofrimento humano.
(Por
Drauzio Varella Publicado em 24/02/2014. Disponível em: http://drauziovarella.com.br/mulher-2/solidariedade-feminina/.
Acesso em: 15/08/2016.)

Assinale a afirmativa transcrita do texto que apresenta tempo verbal DIFERENTE dos demais.
Alternativas
Q1120378 Português

Leia o texto abaixo e responda às questões propostas.


Em 1984, às vésperas de completar 82 anos, Carlos Drummond de Andrade se despedia da crônica, um dos gêneros que ajudou a consagrá-lo como um dos grandes escritores brasileiros.


CIAO


1 Há 64 anos, um adolescente fascinado por papel impresso notou que, no andar térreo do prédio onde morava, um placar exibia a cada manhã a primeira página de um jornal modestíssimo, porém jornal. Não teve dúvida. Entrou e ofereceu os seus serviços ao diretor, que era, sozinho, todo o pessoal da redação. O homem olhou-o, cético, e perguntou:

2 — Sobre o que pretende escrever?

3 ― tudo. Cinema, literatura, vida urbana, moral, coisas deste mundo e de qualquer outro possível.

4 O diretor, ao perceber que alguém, mesmo inepto, se dispunha a fazer o jornal para ele, praticamente de graça, topou. Nasceu aí, na velha Belo Horizonte dos anos 20, um cronista que ainda hoje, com a graça de Deus e com ou sem assunto, comete as suas croniquices. Comete é tempo errado de verbo. Melhor dizer: cometia. Pois chegou o momento deste contumaz rabiscador de letras pendurar as chuteiras (que na prática jamais calçou) e dizer aos leitores um ciao-adeus sem melancolia, mas oportuno.

5 Creio que ele pode gabar-se de possuir um título não disputado por ninguém: o de mais velho cronista brasileiro. Assistiu, sentado e escrevendo, ao desfile de 11 presidentes da República, mais ou menos eleitos (sendo um bisado), sem contar as altas patentes militares que se atribuíram esse título. Viu de longe, mas de coração arfante, a Segunda Guerra Mundial, acompanhou a industrialização do Brasil, os movimentos populares frustrados mas renascidos, os ismos de vanguarda que ambicionavam reformular para sempre o conceito universal de poesia; anotou as catástrofes, a Lua visitada, as mulheres lutando a braço para serem entendidas pelos homens; as pequenas alegrias do cotidiano, abertas a qualquer um, que são certamente as melhores.

6 Viu tudo isso, ora sorrindo ora zangado, pois a zanga tem seu lugar mesmo nos temperamentos mais aguados. Procurou extrair de cada coisa não uma lição, mas um traço que comovesse ou distraísse o leitor, fazendo-o sorrir, se não do acontecimento, pelo menos do próprio cronista, que às vezes se torna cronista do seu umbigo, ironizandose a si mesmo antes que outros o façam.

7 Crônica tem essa vantagem: não obriga ao paletó-e-gravata do editorialista, forçado a definir uma posição correta diante dos grandes problemas; não exige de quem a faz o nervosismo saltitante do repórter, responsável pela apuração do fato na hora mesma em que ele acontece; dispensa a especialização suada em economia, finanças, política nacional e internacional, esporte, religião e o mais que imaginar se possa. Sei bem que existem o cronista político, o esportivo, o religioso, o econômico etc., mas a crônica de que estou falando é aquela que não precisa entender de nada ao falar de tudo. Não se exige do cronista geral a informação ou comentários precisos que cobramos dos outros. O que lhe pedimos é uma espécie de loucura mansa, que desenvolva determinado ponto de vista não ortodoxo e não trivial e desperte em nós a inclinação para o jogo da fantasia, o absurdo e a vadiação de espírito. Claro que ele deve ser um cara confiável, ainda na divagação. Não se compreende, ou não compreendo, cronista faccioso, que sirva a interesse pessoal ou de grupo, porque a crônica é território livre da imaginação, empenhada em circular entre os acontecimentos do dia, sem procurar influir neles. Fazer mais do que isso seria pretensão descabida de sua parte. Ele sabe que seu prazo de atuação é limitado: minutos no café da manhã ou à espera do coletivo.

8 Com esse espírito, a tarefa do croniqueiro estreado no tempo de Epitácio Pessoa (algum de vocês já teria nascido nos anos a.C. de 1920? duvido) não foi penosa e valeu-lhe algumas doçuras. Uma delas ter aliviado a amargura de mãe que perdera a filha jovem. Em compensação alguns anônimos e inominados o desancaram, como a lhe dizerem: “É para você não ficar metido a besta, julgando que seus comentários passarão à História”. Ele sabe que não passarão. E daí? Melhor aceitar as louvações e esquecer as descalçadeiras.

9 Foi o que esse outrora-rapaz fez ou tentou fazer em mais de seis décadas. Em certo período, consagrou mais tempo a tarefas burocráticas do que ao jornalismo, porém jamais deixou de ser homem de jornal, leitor implacável de jornais, interessado em seguir não apenas o desdobrar das notícias como as diferentes maneiras de apresentá-las ao público. Uma página bem diagramada causava-lhe prazer estético; a charge, a foto, a reportagem, a legenda bem feitas, o estilo particular de cada diário ou revista eram para ele (e são) motivos de alegria profissional. As duas grandes casas do jornalismo brasileiro ele se orgulha de ter pertencido - o extinto Correio da Manhã, de valente memória, e o Jornal do Brasil, por seu conceito humanístico da função da Imprensa no mundo. Quinze anos de atividade no primeiro e mais 15, atuais, no segundo, alimentarão as melhores lembranças do velho jornalista.

10 E é por admitir esta noção de velho, consciente e alegremente, que ele hoje se despede da crônica, sem se despedir do gosto de manejar a palavra escrita, sob outras modalidades, pois escrever é sua doença vital, já agora sem periodicidade e com suave preguiça. Ceda espaço aos mais novos e vá cultivar o seu jardim, pelo menos imaginário.

11 Aos leitores, gratidão, essa palavra-tudo.


(ANDRADE, C. Drummond de. Fonte https:// www.revistabula.com/4103-a-ultima-cronica-dedrummond/)

No período: “O diretor, ao perceber que alguém, mesmo inepto, se dispunha a fazer o jornal para ele, praticamente de graça, topou.” (§ 4), a forma verbal sublinhada compõe um grupo de verbos de flexão própria (pôr, ter, ver, vir, dizer, haver, caber, entre outros) que, na língua padrão, exige de quem trabalha na produção do texto escrito conhecimento e atenção. Assim, em cada item abaixo, serão transcritas 2 frases com formas verbais desse grupo. Leia com atenção e verifique se estão corretas ou incorretas.
I. Faça o que você ver que é melhor. / Seria bom que você se abstivesse de falar.
II. As crianças se entretiveram na festa com os palhaços. / Se nos contradissermos seremos condenados.
III. Quando vires que tudo terminou, descanses. / Sobreveio enorme tempestade que inundou tudo.
IV. Quando o sol se pôr, estarei longe. / Seriam punidos os que contraviessem às ordens.
V. Comprarei a estante, caibam nela quantos livros couberem. / Se você não se sobrepuser, ficará estagnado.
Dos itens acima, estão com as duas frases corretas quanto à flexão verbal apenas:
Alternativas
Q1119277 Português
Sob a ótica da coesão de natureza sequencial, entende-se que houve a adequada correlação na sentença linguística “E, como isso não tem a menor importância, o sol continua nascendo no horizonte. Um luxo!” (linhas 13 a 15) entre os tempos verbais
Alternativas
Q1118670 Português

Assinale a alternativa que completa corretamente a frase a seguir, segundo a norma-padrão da língua portuguesa e as ideias presentes no texto.


No último quadro__________a garota_______do que Calvin propunha, ela___________, irritada.

Alternativas
Q1118580 Português

                     

Assinale a alternativa que completa corretamente a frase a seguir, segundo a norma-padrão da língua portuguesa e as ideias presentes no texto.


No último quadro, ___________ a garota _________do que Calvin propunha, ela ________, irritada.

Alternativas
Q1117978 Português

Imagem associada para resolução da questão


Sobre as formas verbais presentes nesse texto publicitário, assinale a alternativa CORRETA.

Alternativas
Q1117729 Português
A alternativa em que os verbos estão conjugados de acordo com a norma-padrão é:
Alternativas
Q1117628 Português

Briga de casal

        Ana teve uma discussão com o marido e se trancou no quarto, chateadíssima. Encostou-se na cama, fechou os olhos e começou a respirar fundo para se acalmar, porque o que sentia naquela hora era vontade de avançar nele. Mas o cansaço falou mais alto que a raiva. Um trabalho estressante, filhos dando preocupações, pais idosos para cuidar. A exaustão cobrou seu preço e Ana adormeceu.

      Quando acordou, ela lembrou-se que tinha discutido com o marido, lembrou-se da raiva que sentiu quando se fechou no quarto, mas... qual era mesmo o motivo da briga? Ana foi tomada por um esquecimento total, irremediável. Por nada deste mundo conseguia se lembrar. O esgotamento que vem enfrentando parece ter comprometido profundamente a memória dela. Ela se esquece de tudo e, naquele momento, o motivo da briga havia sumido completamente de sua cabeça.

      Ana saiu do quarto devagar, foi até a cozinha, preparou um chá e voltou para o quarto. Daí a pouco, Douglas, o marido, entrou, já era hora de dormir, e perguntou: “Tá mais calma?”. Ela sacudiu a cabeça, dizendo: “Você não é fácil...” e voltou a ler um livro em silêncio até adormecer. Na manhã seguinte, cada um saiu correndo para o trabalho, à noite eles se encontraram como se na véspera nada houvesse acontecido e até hoje Ana não tem a menor ideia do que a fez brigar com o marido.

      A maioria das brigas de casais é provocada por razões absolutamente tolas, risíveis, motivos que merecem ser esquecidos. Se as pessoas fizessem as contas de quanto tempo já perderam nessas discussões desnecessárias, o resultado seria assustador. É muito desperdício de vida. São tardes jogadas pela janela, sábados que não voltam mais, noites que poderiam ser dedicadas a um bom filme, manhãs de verão que poderiam ter se desdobrado em dias de absoluta leveza, em vez de produzir amargura, ressentimento, mau humor e fazer as pessoas consumirem mais um comprimido para dor de cabeça ou dor de estômago.

(Leila Ferreira. Viver não dói. São Paulo: Globo, 2013. Adaptado)

A forma verbal destacada está no tempo presente em:
Alternativas
Respostas
2161: C
2162: C
2163: C
2164: C
2165: E
2166: B
2167: D
2168: C
2169: E
2170: C
2171: D
2172: D
2173: C
2174: D
2175: A
2176: C
2177: B
2178: B
2179: E
2180: B