Questões de Concurso
Sobre flexão verbal de tempo (presente, pretérito, futuro) em português
Foram encontradas 4.370 questões
Leia o texto a seguir:
Um país que não sabe contar
Sabe-se há décadas que a educação nacional, em todas as áreas, não é das melhores. Do ensino infantil à pós-graduação, o sistema educacional brasileiro patina desastrosamente, como comprovam, de tempos em tempos, as avaliações feitas com nossos estudantes. Um desses testes internacionais, o TIMSS (Trends in International Mathematics and Science Study, ou Tendências em Estudos Internacionais de Matemática e Ciências), cujos resultados relativos a 2023 foram divulgados este mês, colocou o país entre os piores do mundo quando o assunto é matemática.
O TIMSS avalia estudantes do 4º e do 8º ano do ensino fundamental de mais de 50 países. No exame de matemática para estudantes do 4º ano do ensino fundamental, o Brasil terminou na 55ª posição entre 58 países, atrás de nações como Irã e Uzbequistão. Do total de alunos avaliados, apenas 49% atingiram 400 pontos, patamar de quem consegue somar e subtrair números de até três dígitos e aplicar conceitos iniciais de geometria. Os outros 51% não foram capazes de atingir esse nível. A média internacional foi de 503 pontos.
Pior ainda foi o desempenho dos estudantes brasileiros do 8º ano do ensino fundamental. O Brasil ficou no penúltimo lugar, só ultrapassando Marrocos, com 378 pontos e atrás de países como Irã, África do Sul e Malásia. A média internacional foi de 478 pontos. A profi ciência dos alunos em ciências também foi avaliada. Nessa disciplina, o Brasil se saiu um pouco melhor, mas ainda muito atrás no ranking, fi cando em 51º, entre 58 países, no 4º ano; e em 33º lugar entre 42 países no 8º ano.
Tamanho desastre não tem uma única causa. Especialistas ouvidos pela Gazeta do Povo apontam que há vários fatores envolvidos, incluindo a desmotivação dos próprios pais e familiares em cobrar melhor qualidade no ensino e se envolver diretamente no acompanhamento do que é ensinado às crianças – no Brasil, de acordo com a Constituição, a responsabilidade pela educação é compartilhada pelo Estado e pela família. Mas a família nem de longe é o fator fundamental para o baixo desempenho dos estudantes brasileiros. Esse papel cabe ao Estado e aos governos, que têm se mostrado pouco efetivos na busca por uma educação realmente de qualidade.
Fonte: https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/editoriais/timss-brasil-matematicapais-que-nao-sabe-contar/. Acesso em 07/01/2025. Excerto.
O verbo destacado no trecho acima, está CORRETAMENTE classificado em:
Texto 03
Disponível em: https://produto.mercadolivre.com.br/MLB-2063729898-placa-decorativa-quadro-regras-da-casa. Acesso em: 3 fev. 2025.
O texto seguinte servirá de base para responder à questão.
Comer muitos ovos por dia é saudável?
Segundo alguns nutricionistas consultados, o consumo excessivo e repetido de qualquer alimento é contraindicado.
"Nenhum alimento tem um consumo livre. Nem os
vegetais, legumes ou frutas", diz Antonio Herbert Lancha
Jr., professor da Universidade de São Paulo (USP).
Todos os alimentos devem respeitar uma quantidade
alinhada com nossa necessidade diária."
O ovo é bastante popular entre atletas e fisiculturistas
porque, além de ser um alimento de baixo custo e fácil
preparo, possui proteínas de alta qualidade, colaborando
para a construção e a reparação muscular e, portanto,
para a hipertrofia.
Mas segundo a nutricionista Desire Coelho, doutora em
Ciências pelo Instituto de Ciências Biomédicas da
Universidade de São Paulo (USP), muitos dos hábitos
praticados por fisiculturistas e influenciadores com
rotinas extremas não são embasados pela ciência.
Antonio Lancha Jr. diz que pesquisas demonstram que o
consumo excessivo de ovos provoca uma alteração nas
bactérias do intestino e leva à produção de uma
substância chamada TMAO. Ela, por sua vez, está ligada
ao estímulo da produção de colesterol.
O alto teor de colesterol está associado a um risco
aumentado de doenças cardíacas. Ao mesmo tempo, a
substância desempenha um papel fundamental para a
execução de funções vitais no organismo.
A quantidade de lipídios ingerida com o ovo varia
conforme o hábito de preparação. O ovo cozido, por
exemplo, é considerado muito mais saudável do que o
ovo frito.
A gema é a parte mais gordurosa do ovo. Uma gema de
ovo contém cerca de 185 miligramas de colesterol, que é
mais da metade da quantidade diária de 300 mg
recomendada por órgãos de saúde.
Segundo Lancha Jr., comer apenas a clara em
quantidade excessiva também leva ao aumento da
produção de timol e, consequentemente, à alteração da
capacidade de síntese do colesterol.
Além disso, diz a nutricionista, o excesso de proteína na
alimentação leva à produção de sulfeto de hidrogênio
(H2S), ligado à proliferação de células tumorais no
intestino.
https://www.bbc.com/portuguese/articles/c0k58288gd7o.adaptado.
Conjugando a locução verbal destacada no pretérito perfeito do indicativo, tem-se:
O texto seguinte servirá de base para responder à questão.
As bolhas de ar de milhões de anos contidas no bloco de gelo mais antigo do mundo
O gelo mais antigo do mundo, datado de um milhão de anos, foi extraído das profundezas da Antártica.
Trabalhando a temperaturas de -35°C, uma equipe de
cientistas extraiu um cilindro de gelo de 2,8 km de
comprimento, maior do que oito torres Eiffel de ponta a
ponta.
Suspensas dentro do gelo, estão bolhas de ar antigas
que os cientistas acreditam que ajudem a resolver um
mistério duradouro sobre a história climática do nosso
planeta.
Os cientistas europeus trabalharam durante quatro
verões na Antártica, competindo contra sete nações para
serem os primeiros a chegar à rocha sob o continente
gelado.
O trabalho ajuda a desvendar um dos maiores mistérios
da história climática do nosso planeta: o que aconteceu
há novecentos mil a um milhão de anos, quando os
ciclos glaciais foram interrompidos e, segundo os
pesquisadores, nossos ancestrais chegaram perto da
extinção.
"É uma conquista incrível", diz Carlo Barbante, professor
da Universidade de Veneza (Itália), que coordenou a
pesquisa.
"Você tem, em suas mãos, um pedaço de gelo com um
milhão de anos e é possível enxergar camadas de cinzas
provenientes de erupções vulcânicas. Vemos as
pequenas bolhas em seu interior, bolhas de ar que
nossos ancestrais respiraram há um milhão de anos", diz
ele.
O local da perfuração fica no platô antártico, no leste do
continente, a quase três mil metros de altitude.
Os núcleos de gelo são vitais para a compreensão dos
cientistas sobre como nosso clima está mudando.
Eles retêm bolhas de ar e partículas que revelam os
níveis de emissões de gases de efeito estufa e a
variação de temperatura que ajudam os cientistas a
traçar como as condições climáticas se alteraram ao
longo do tempo.
Os dados de outros núcleos de gelo ajudaram os
cientistas a concluir que o atual aumento de temperatura
ligado às emissões de gases de efeito estufa é causado
pela queima de combustíveis fósseis pelos seres
humanos.
"Olhamos para o passado a fim de entender melhor
como o clima funciona e como podemos projetá-lo para o
futuro", diz o professor Barbante.
A equipe teve os últimos dias bem tensos, pois
conseguiu perfurar ainda mais fundo do que o previsto pelos dados do radar e o núcleo foi retirado lentamente
da camada de gelo, usando uma máquina de perfuração.
Os especialistas querem entender o que aconteceu no
período chamado de Transição do Pleistoceno Médio.
Esse é o mesmo período em que, de acordo com
algumas teorias, os ancestrais dos seres humanos atuais
quase desapareceram, caindo para cerca de apenas mil
indivíduos.
Os cientistas não sabem se há uma ligação entre essa
quase extinção e o clima, explica Barbante, mas isso
demonstra que é um período incomum.
"O que eles encontrarão é uma incógnita, mas sem
dúvida ampliará nossa janela para o passado do nosso
planeta", disse Barbante à BBC News.
https://www.bbc.com/portuguese/articles/c2kxkyq7z51o.adaptado.
Conjugando o verbo destacado no pretérito perfeito do indicativo, tem-se:
O texto seguinte servirá de base para responder à questão.
O que esperar da inteligência artificial em 2025
A inteligência artificial (IA) tornou-se um instrumento fundamental para se enfrentar grandes desafios científicos. Áreas como saúde, astronomia e exploração espacial, neurociência ou mudanças climáticas, entre outras, irão se beneficiar ainda mais no futuro.
O programa AlphaFold — desenvolvido pelo grupo
Alphabet, do Google, e que ganhou o Prêmio Nobel em
2024 — determinou a estrutura tridimensional de 200
milhões de proteínas.
Seu desenvolvimento representa um avanço significativo
na Biologia Molecular e na Medicina. Isso facilita a
concepção de novos medicamentos e tratamentos. Em
2025, esse processo começará e com acesso gratuito ao
AlphaFold para aqueles responsáveis pelo
desenvolvimento de remédios e tratamentos medicinais.
A rede ClimateNet utilizará circuitos neurais artificiais
para realizar análises espaciais precisas de grandes
volumes de dados climáticos, imprescindíveis para
compreender e mitigar o aquecimento global.
A utilização do ClimateNet será essencial em 2025 na
prevenção de eventos climáticos extremos com maior
exatidão.
Agentes autônomos de IA baseados em modelos de
linguagem são a meta para 2025 de grandes empresas
de tecnologia como OpenAI (ChatGPT), Meta (LLaMA),
Google (Gemini) e Anthropic (Claude).
Até agora, estes sistemas de IA fazem recomendações.
Em 2025, no entanto, espera-se que eles tomem
decisões por nós.
Os agentes de IA realizarão ações personalizadas e
precisas em tarefas que não sejam de alto risco, sempre
ajustadas às necessidades e preferências do usuário.
Por exemplo: comprar uma passagem de ônibus,
atualizar a agenda, recomendar uma compra específica
e executá-la.
Eles também poderão responder nosso e-mail — tarefa
que nos toma muito tempo diariamente.
Nessa linha, a OpenAI lançou o AgentGPT e o Google
lançou o Gemini 2.0. Essas plataformas são usadas para
o desenvolvimento de agentes autônomos de IA.
A noção de agentes autônomos levanta questões
profundas sobre o conceito de "autonomia humana e
controle humano".
O que significa realmente "autonomia"?
Esses agentes de IA criarão a necessidade de
pré-aprovação. Quais decisões permitiremos que estas
entidades tomem sem a nossa aprovação direta (sem
controle humano)?
Enfrentamos um dilema crucial: saber quando é melhor ser "automático" na utilização de agentes autônomos de
IA e quando é necessário tomar a decisão, ou seja,
recorrer ao "controle humano" ou à "interação
humano-IA".
O conceito de pré-aprovação ganhará enorme relevância
na utilização de agentes autônomos de IA.
Portanto, precisamos de regulamentação. Isso
proporciona o equilíbrio necessário para o
desenvolvimento de uma IA confiável e responsável e
avançar nos grandes desafios para o bem da
humanidade.
https://www.bbc.com/portuguese/articles/c2kx2e74jyxo.adaptado.
Conjugando o verbo destacado no futuro do subjuntivo, tem-se: (leve em consideração as alterações, caso seja necessário)
O texto seguinte servirá de base para responder à questão.
A checagem de fake news no Facebook e Instagram
A Meta anunciou que está abandonando o uso de checagem independente de fatos no Facebook e no Instagram, substituindo-os por "notas da comunidade", em um modelo semelhante ao do X, em que comentários sobre a precisão do conteúdo das postagens são deixados a cargo dos próprios usuários.
https://www.bbc.com/portuguese/articles/czenenp7ze1o.adaptado.
Conjugando os verbos destacados no pretérito imperfeito do subjuntivo e no futuro do pretérito do indicativo, respectivamente, tem-se: (leve em consideração as devidas alterações)
O texto seguinte servirá de base para responder a questão
Disponível em [https://br.pinterest.com/pin/560698222340359033/visual-search/?x=16 &y=16&w=443&h=321&surfaceType=flashlight], consultado em 16.12.2024.
I − A vírgula na frase proferida por João e na enunciada pela professora foi empregada em decorrência da mesma norma de pontuação.
II − O verbo "ensinar", na charge, foi conjugado no mesmo tempo e modo verbal do destacado na frase "Minha mãe aprendia muito facilmente quando era jovem".
III − Em "Posso não, professora", houve omissão do pronome "eu", e isso gerou, no contexto, uma oração ininteligível.
IV − O verbo "conjugar" foi empregado na segunda pessoa do singular do modo imperativo. Está correto o asseverado em:I, apenas.
Boa Postura
A boa postura é uma questão que vai muito além da estética, estando diretamente relacionada com a nossa saúde. O alinhamento correto do nosso corpo permite que tenhamos movimentos mais precisos e mais eficientes, além de proporcionar bem−estar, uma vez que a postura correta não sobrecarrega nossos músculos e ossos. Uma má postura pode ser responsável por desencadear alterações na coluna, como é o caso da escoliose.
Podemos definir a boa postura como aquela em que nosso corpo adquire uma posição específica à realização de uma atividade. Essa posição é conseguida com o mínimo de esforço muscular, estando todos os ossos, músculos e articulações alinhados. Em uma postura adequada, nosso corpo consegue distribuir as cargas de maneira equilibrada e conservar energia. Quando temos uma má postura, sobrecarregamos o nosso corpo, desencadeando dores e alterações na coluna, por exemplo.
Uma má postura pode ser responsável por provocar desvios na coluna vertebral, estrutura do corpo formada por uma série de ossos (vértebras) e que funciona como principal eixo de sustentação do corpo humano. Esses desvios são perigosos, pois, com o passar do tempo, podem ser responsáveis por problemas como desgaste das articulações e pinçamentos de nervos que partem da coluna.
Devemos cuidar da nossa postura em todas as atividades que vamos realizar, até mesmo nos momentos de lazer, como ao assistir à televisão.
Fonte : Brasil Escola. Adaptado.
Assinalar a alternativa que preenche a lacuna abaixo CORRETAMENTE.
Amanhã, nós ___________ no festival de Natal.
Sobre o uso dos modos e tempos verbais no trecho acima, é correto afirmar que:
Leia a tira a seguir
(O Estado de S. Paulo, 31 de agosto de 2024)
Assinale a alternativa que preenche, respectivamente e de acordo com a norma-padrão, as lacunas da tira.
A questão diz respeito ao texto. Leia-o atentamente antes de respondê-la.
(Texto)
A questão diz respeito ao texto. Leia-o atentamente antes de respondê-la.
(Texto)
(__)- Apresenta pessoalidade por possuir um sujeito;
(__)- Está conjugado no Tempo Presente;
(__)- Indica existência;
(__)- Possui regência verbal indireta.
Levando-se em consideração que (V) significa Verdadeiro e (F) significa Falso, assinale a alternativa a qual apresenta a sequência correta:
A questão diz respeito ao texto. Leia-o atentamente antes de respondê-la.
(Texto)
O texto a seguir deve ser lido com atenção para responder à questão.
Sobre a Paz
A paz propõe, por um lado, o conflito e, por outro, a harmonia, como quem sobe uma escada
01/01/2025|LÚCIA HELENA GALVÃO — Professora, escritora, palestrante, compositora e professora de filosofia na Nova Acrópole
Vivemos em um tempo em que frases, como respeito [à] diversidade, harmonia e paz, aparecem naquelas nuvens de palavras que mais circulam nos diálogos1 virtuais, algumas expressas em conceitos que se distanciam bem da origem dessas palavras. Sob a luz da filosofia prática, vale refletirmos sobre esses temas.
Na natureza, a diversidade, por exemplo, não é uma diferenciação para opor as partes, para colocá-las em conflito, mas é o reconhecimento do valor de cada parte para que possamos compor um todo harmonioso2 . Quanto mais cada um de nós reconhece sua própria identidade, mais pode se harmonizar com os demais, assim como temos diferentes cores harmonizadas em uma pintura ou diferentes notas musicais em uma bela melodia.
O conceito3 de paz é um daqueles que parece ter passado pelo efeito do "telefone sem fio", e foi sendo esvaziado4 ao longo da história, gerando posições bem confusas, que mais têm a ver com passividade do que com paz propriamente dita.
Na etimologia da palavra paz, encontramos, no latim, pax e, no proto-indo-europeu, pak, que significa "travar", "fixar", "juntar". Ou seja, em geral, a paz estava relacionada [à] ideia de pacto, de acordo firmado, uma espécie de acordo de não agressão. A paz, então, tem a ver com acordo? Parece que sim. Os chamados filósofos contratualistas (Hobbes, Locke e Rousseau), por exemplo, propunham uma espécie de pacto, conhecido como contrato social, em que, por meio da imposição de uma série de regras, o homem passaria de um estado natural para o início da vida social e política. Mas será que é desse pacto que a paz trata? De uma imposição de regras que se cumpre por COERSÃO / COERÇÃO e medo, ou de um pacto do homem com sua própria consciência, que se cumpre voluntariamente para termos o PREVILÉGIO / PRIVILÉGIO de sermos verdadeiramente humanos?
Outro elemento importante para compreendermos é que a paz não é sinônimo de passividade. A paz propõe, por um lado, o conflito e, por outro, a harmonia, como quem sobe uma escada: há um momento de conflito/desequilíbrio, que se resolve em um instante de harmonia e estabilidade, e assim por diante. Sem ambos os fatores, não mudamos de patamar, não passamos ao próximo degrau. Mas é um conflito momentâneo regido pela necessidade de crescimento de todos os envolvidos, e não o destrutivo conflito entre PRETENSOS / PRETENÇOS "donos da verdade". Logo, a paz significa um estado de bem-estar quando estamos alinhados com a natureza, e uma das necessidades da natureza é harmonizar, e outra é de crescer. Para isso, harmonia e conflito inteligentemente superado são necessários. Mas essa dualidade exterior nada tem a ver com o que acontece dentro do ser humano, que, coerente com seus valores e princípios em ambos os momentos, conserva um estado de serenidade e equilíbrio constante.
TÃOPOUCO / TAMPOUCO a paz tem [à] ver com passividade. Ser passivo, diante do mal e da injustiça, é ser agressivo por cumplicidade. Nosso corpo é um excelente exemplo de paz: harmonioso por dentro, mas atento a qualquer agressor que tente penetrar nele. Será a nossa imunidade belicista? Ou ela está a favor da vida? Temos que ser fiéis seguidores dos valores que caracterizam a natureza humana: fraternidade, justiça, veracidade etc., mas apenas certificando-nos de que, por dentro, não haja um espírito de parcialidade, ódio, rancor ou vingança, pois isso nubla nossa noção de justiça e veracidade.
A filosofia aponta-nos caminhos para que a gente pare de confundir paz com passividade e encontre na paz uma ação coerente e constante de busca de elevarmos nossa consciência para um patamar mais humanista, de tal maneira que interesse prioritariamente para nós o bem do todo, do outro, da comunidade humana, buscando [à] unidade para além das diferenças.
Procuremos celebrar, na nossa vida, aquelas coisas que dão ao ser humano um aprimoramento no sentido de se tornar cada vez mais verdadeiramente humano. E é claro que a filosofia trabalha exatamente para essas questões: ela nos abre caminho para que possamos ter uma visão mais reflexiva sobre a vida, o seu sentido e o sentido da nossa presença no mundo.
(Fonte: https://www.correiobraziliense.com.br/opiniao/2025/01/7023626-sobre-a-paz.html. Acesso em: 01 jan. 2025. Adaptado.)
Se alguém quer aprender a tocar um instrumento, precisa fazer aulas e praticar. Se a meta é fortalecer os músculos, é fundamental se exercitar com regularidade. Para quem quer ser mais feliz – no trabalho e na vida – a lógica é a mesma: é necessário estimular o cérebro.
Juliana Sawaia, cientista de dados e pesquisadora sobre felicidade no trabalho, explica que a felicidade é um senti mento construído e influenciado por fatores internos e externos. No trabalho, ela passa por motivos como engajamento, paixão e satisfação com o ambiente e a função exercida.
“Não dá para definir se alguém é feliz ou não como se fosse uma pergunta de sim ou não. É uma questão que engloba inúmeros elementos que variam de tempos em tempos para cada profissional”, explica.
Um estudo norte-americano mostrou que os brasileiros têm experimentado emoções negativas no trabalho. Os dados colocaram o Brasil em quarto lugar entre os países com os trabalhadores mais tristes da América Latina.
Não existe fórmula mágica que possa agradar a todos e transformar os trabalhadores em pessoas mais felizes. As exigências mudam bastante de um ser humano para outro. Mas, como uma habilidade, a felicidade pode ser construída no dia a dia. Juliana destaca que, além das responsabilidades das organizações, o profissional também precisa ter a intencionalidade para encontrar o bem-estar.
“A felicidade é um alvo que muda muito. Talvez o que te faz feliz hoje não vá causar o mesmo sentimento amanhã e vice-versa. O ponto é entender no dia a dia como você pode ser um pouco mais feliz”, comenta.
(Geovanna Hora. “Pesquisadora da felicidade indica 5 hábitos para ser mais feliz no trabalho; veja quais são”. Disponível em: https://www.estadao.com.br. 02.01.2025. Adaptado)
Leia a tirinha a seguir para responder à questão.
Fonte: https://novaescola.org.br/conteudo/3621/calvin-e-seus-amigos
Em relação aos trechos a seguir, retirados da tirinha, analise as afirmativas e classifique-as em verdadeiro (V) ou falso (F). Em seguida, marque a alternativa correta.
( ) “Você ao menos leu o capítulo do livro de história que eu mandei?” – “ler” está conjugado no pretérito perfeito do indicativo.
( ) “Eu tentei, mas a editora do livro não usou um bom fixador de impressão.” – “mas” é uma conjunção adversativa.
( ) “Não preciso nem dizer que quando eu peguei o livro, todas as letras caíram das páginas e ficaram espalhadas no chão.” – “Não” e “nem” são advérbios de modo.
( ) “Acho que minhas desculpas precisam ser menos elaboradas” – “minhas” é uma preposição.
Para responder à questão, considere o texto abaixo.
Debaixo da ponte
Carlos Drummond de Andrade
Moravam debaixo da ponte. Oficialmente, não é lugar onde se more, porém eles moravam. Ninguém lhes cobrava aluguel, imposto predial, taxa de condomínio: a ponte é de todos, na parte de cima; de ninguém, na parte de baixo. Não pagavam conta de luz e gás, porque luz e gás não consumiam. Não reclamavam contra falta d’água, raramente observada por baixo de pontes. Problema de lixo não tinham; podia ser atirado em qualquer parte, embora não conviesse atirá-lo em parte alguma, se dele vinham muitas vezes o vestuário, o alimento, objetos de casa. Viviam debaixo da ponte, podiam dar esse endereço a amigos, recebê-los, fazê-los desfrutar comodidades internas da ponte.
À tarde surgiu precisamente um amigo que morava nem ele mesmo sabia onde, mas certamente morava: nem só a ponte é lugar de moradia para quem não dispõe de outro rancho. Há bancos confortáveis nos jardins, muito disputados; a calçada, um pouco menos propícia; a cavidade na pedra, o mato. Até o ar é uma casa, se soubermos habitá-lo, principalmente o ar da rua. O que morava não se sabe onde vinha visitar os de debaixo da ponte e trazer-lhes uma grande posta de carne.
Nem todos os dias se pega uma posta de carne. Não basta procurá-la; é preciso que ela exista, o que costuma acontecer dentro de certas limitações de espaço e de lei. Aquela vinha até eles, debaixo da ponte, e não estavam sonhando, sentiam a presença física da ponte, o amigo rindo diante deles, a posta bem pegável, comível. Fora encontrada no vazadouro, supermercado para quem sabe frequentá-lo, e aqueles três o sabiam, de longa e olfativa ciência.
Comê-la crua ou sem tempero não teria o mesmo gosto. Um de debaixo da ponte saiu à caça de sal. E havia sal jogado a um canto de rua, dentro da lata. Também o sal existe sob determinadas regras, mas pode tornar-se acessível conforme as circunstâncias. E a lata foi trazida para debaixo da ponte. Debaixo da ponte os três prepararam comida.
Debaixo da ponte a comeram. Não sendo operação diária, cada um saboreava duas vezes: a carne e a sensação de raridade da carne. E iriam aproveitar o resto do dia dormindo (pois não há coisa melhor, depois de um prazer, do que o prazer complementar do esquecimento), quando começaram a sentir dores.
Dores que foram aumentando, mas podiam ser atribuídas ao espanto de alguma parte do organismo de cada um, vendo-se alimentado sem que lhe houvesse chegado notícia prévia de alimento. Dois morreram logo, o terceiro agoniza no hospital. Dizem uns que morreram da carne, dizem outros que do sal, pois era soda cáustica. Há duas vagas debaixo da ponte.
ANDRADE, C. D. de. Debaixo da ponte. In: ANDRADE, C. D. de. Obra Completa, Rio de Janeiro: José Aguiar, 1967.