Questões de Concurso Sobre flexão verbal de tempo (presente, pretérito, futuro) em português

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Q3282497 Português

Leia o texto a seguir:


Um país que não sabe contar


    Sabe-se há décadas que a educação nacional, em todas as áreas, não é das melhores. Do ensino infantil à pós-graduação, o sistema educacional brasileiro patina desastrosamente, como comprovam, de tempos em tempos, as avaliações feitas com nossos estudantes. Um desses testes internacionais, o TIMSS (Trends in International Mathematics and Science Study, ou Tendências em Estudos Internacionais de Matemática e Ciências), cujos resultados relativos a 2023 foram divulgados este mês, colocou o país entre os piores do mundo quando o assunto é matemática.


    O TIMSS avalia estudantes do 4º e do 8º ano do ensino fundamental de mais de 50 países. No exame de matemática para estudantes do 4º ano do ensino fundamental, o Brasil terminou na 55ª posição entre 58 países, atrás de nações como Irã e Uzbequistão. Do total de alunos avaliados, apenas 49% atingiram 400 pontos, patamar de quem consegue somar e subtrair números de até três dígitos e aplicar conceitos iniciais de geometria. Os outros 51% não foram capazes de atingir esse nível. A média internacional foi de 503 pontos.


    Pior ainda foi o desempenho dos estudantes brasileiros do 8º ano do ensino fundamental. O Brasil ficou no penúltimo lugar, só ultrapassando Marrocos, com 378 pontos e atrás de países como Irã, África do Sul e Malásia. A média internacional foi de 478 pontos. A profi ciência dos alunos em ciências também foi avaliada. Nessa disciplina, o Brasil se saiu um pouco melhor, mas ainda muito atrás no ranking, fi cando em 51º, entre 58 países, no 4º ano; e em 33º lugar entre 42 países no 8º ano.


    Tamanho desastre não tem uma única causa. Especialistas ouvidos pela Gazeta do Povo apontam que há vários fatores envolvidos, incluindo a desmotivação dos próprios pais e familiares em cobrar melhor qualidade no ensino e se envolver diretamente no acompanhamento do que é ensinado às crianças – no Brasil, de acordo com a Constituição, a responsabilidade pela educação é compartilhada pelo Estado e pela família. Mas a família nem de longe é o fator fundamental para o baixo desempenho dos estudantes brasileiros. Esse papel cabe ao Estado e aos governos, que têm se mostrado pouco efetivos na busca por uma educação realmente de qualidade.



Fonte: https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/editoriais/timss-brasil-matematicapais-que-nao-sabe-contar/. Acesso em 07/01/2025. Excerto.  

“O TIMSS avalia estudantes do 4º e do 8º ano do ensino fundamental de mais de 50 países” (2º parágrafo). Nesse trecho, o verbo em destaque está flexionado no:
Alternativas
Q3275898 Português
Leia o texto 2 a seguir para responder a questão.

Texto 2


Inteligência artificial: um admirável (e perigoso) mundo novo (trecho)

Com variados exemplos práticos, a inteligência artificial (IA) vem mostrando a que veio. Ela tem o poder de facilitar a vida da sociedade, simplificando trabalhos complexos, aperfeiçoando a ação do poder público, acelerando avanços tecnológicos e aumentando a qualidade de vida das pessoas.

A coleta, o processamento e até a interpretação de dados estatísticos, por exemplo, que há bem pouco tempo atrás exigiam gente, trabalho e tempo aos montes, agora podem ser feitos ao toque de um botão, em questão de segundos.

Se não tiver paciência para ficar reescrevendo um e-mail até a versão desejada, a pessoa que dispõe de um aplicativo do tipo ChatGPT ou Copilot no computador consegue com ele ter a mensagem final ao seu gosto — curta ou longa, agressiva ou polida, informal ou formal.

Caso ela não tenha tempo para ler algum texto longo e rebuscado, o aplicativo pode produzir rapidamente um resumo bastante claro e confiável.

A IA também é capaz de produzir meras curiosidades ou passatempos. No ano passado, viralizou na internet uma fotografia construída artificialmente em que o papa Francisco aparece trajando um estiloso casaco branco de inverno. À primeira vista, ninguém diria que aquela imagem, de tão bem-feita, jamais existiu na realidade.

Mas há preocupações, e elas estão nos usos negativos e até criminosos da IA. Nesse quesito, também não faltam exemplos.

No início do ano, eleitores do estado de New Hampshire, nos Estados Unidos, receberam ligações telefônicas em que o presidente Joe Biden lhes pedia que não fossem às urnas votar nas eleições primárias estaduais. A voz era mesmo a do mandatário americano, que busca a reeleição, mas manipulada pela inteligência artificial para fazê-lo dizer algo que jamais saiu de sua boca.

Mensagem telefônica falsificada por IA em que o presidente dos EUA, Joe Biden, pede aos eleitores de New Hampshire que não votem nas primárias estaduais em janeiro de 2024 Esse é um caso clássico da chamada deepfake. A palavra remete às fake news, mentiras apresentadas nas redes sociais ou nos aplicativos de mensagem instantânea como se fossem notícias verdadeiras. No caso das fake news, o internauta tem a possibilidade de acreditar ou não no que está dito ou escrito.

As deepfakes são mais traiçoeiras porque os vídeos ou áudios, produzidos sinteticamente por IA, se aproximam tanto da perfeição, como nos casos do papa e do presidente americano, que por vezes é difícil duvidar da veracidade deles.

O mau uso da IA preocupa o Brasil. Desde 2019, o Congresso Nacional discute projetos de lei que criam regras para a inteligência artificial no país, com o objetivo principal de proteger os cidadãos e a democracia. Sendo um tema complexo, ainda nenhum desses projetos foi aprovado.

Pelo fato de a lei reguladora da inteligência artificial não estar pronta, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) baixou no mês passado uma inédita resolução, válida para a eleição deste ano para prefeito e vereador, que proíbe o uso de deepfake na campanha eleitoral e obriga o áudio ou o vídeo produzido por inteligência artificial a ser identificado claramente como tal para o eleitorado, ainda que o conteúdo não seja malicioso.

Nas três últimas votações, em 2022, 2020 e 2018, a Justiça Eleitoral incluiu as fake news entre as ameaças mais sérias ao processo eleitoral. As deepfakes fizeram algumas aparições, mas apenas de modo satírico, já que ainda eram rudimentares e a montagem saltava aos olhos.

Para a eleição municipal de outubro deste ano, dado o salto tecnológico, o TSE encara as deepfakes como a bola da vez. O político que descumprir as regras recém-baixadas terá a candidatura derrubada. Caso se eleja, o mandato será cassado e ele ficará inelegível. 

Se forem notificadas e não retirarem o conteúdo ilícito do ar, as big techs, empresas responsáveis pelas redes sociais ou pelos aplicativos de mensagem instantânea, também sofrerão punições.

Nas discussões sobre as regras para a próxima eleição municipal, o presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, afirmou que a Justiça Eleitoral agirá com rigor para que a IA “não anabolize as milícias digitais na utilização da desinformação para captar a vontade do eleitor e desvirtuar o resultado da eleição”.

Na mesma ocasião, a embaixadora da União Europeia no Brasil, Marian Schuegraf, chegou a dizer que a IA manipulada tem o poder de levar as democracias a sucumbir. Da mesma forma que a falsa gravação telefônica de Joe Biden, outras deepfakes afetaram processos eleitorais pelo mundo afora nos últimos meses.

Na Argentina, o presidenciável Sergio Massa, derrotado por Javier Milei, apareceu num vídeo falso cheirando cocaína. Na Eslováquia, o candidato parlamentar Michal Simecka foi vítima de um áudio forjado em que ele falava sobre comprar os votos da comunidade cigana.

Em dezembro, o Papa Francisco alertou para o risco de a inteligência artificial ser desvirtuada em nome “do egoísmo, do interesse próprio, da ânsia de lucro e da sede de poder”.

Fonte: Agência Senado. Disponível em: https://www12.senado.leg.br/noticias/infomaterias/2024/03/inteligencia-artificialum-admiravel-e-perigoso-mundo-novo. Acesso em: 08 de fev. 2025
“Se forem notificados e não retirarem o conteúdo ilícito do ar, já que big techs, empresas responsáveis pelas redes sociais ou pelos aplicativos de mensagem instantânea, também sofrerão punições.” (14º parágrafo)
O verbo destacado no trecho acima, está CORRETAMENTE classificado em:
Alternativas
Q3274106 Português

Texto 03




Disponível em: https://produto.mercadolivre.com.br/MLB-2063729898-placa-decorativa-quadro-regras-da-casa. Acesso em: 3 fev. 2025.

Para construir o texto da placa, os tempos e modos verbais usados foram 
Alternativas
Q3247867 Português
Lei a o texto abaixo e responda a questão.


O Homem e o Rio


    O homem e o rio se encontram numa curva do tempo. O homem, com suas ansiedades, suas alegrias e suas dúvidas, sente-se pequeno diante da vastidão do rio. O rio, com sua imensidão e profundidade, parece ser eterno, como se fosse um reflexo da própria vida. Ele flui sem parar, sem se importar com os obstáculos, com a rapidez das águas ou com os contornos do caminho. O homem, por outro lado, está preso aos seus próprios limites, incapaz de seguir como o rio, sem medo de cair.

O rio é uma metáfora para a vida humana, que segue, às vezes calma, outras vezes turbulenta, mas sempre em movimento. O homem deseja compreender esse fluxo incessante, mas jamais pode controlá-lo. Cada curva do rio é uma escolha, um momento, e, mesmo assim, o rio segue, imutável.

Redação adaptada: Autor Desconhecido
Na frase retirada do texto "O homem deseja compreender esse fluxo incessante, mas jamais pode controlá-lo." O modo e tempo verbal do verbo "deseja" está correto na seguinte alternativa:
Alternativas
Q3247024 Português

O texto seguinte servirá de base para responder à questão.



Comer muitos ovos por dia é saudável?


Segundo alguns nutricionistas consultados, o consumo excessivo e repetido de qualquer alimento é contraindicado.


"Nenhum alimento tem um consumo livre. Nem os vegetais, legumes ou frutas", diz Antonio Herbert Lancha Jr., professor da Universidade de São Paulo (USP). Todos os alimentos devem respeitar uma quantidade alinhada com nossa necessidade diária."


O ovo é bastante popular entre atletas e fisiculturistas porque, além de ser um alimento de baixo custo e fácil preparo, possui proteínas de alta qualidade, colaborando para a construção e a reparação muscular e, portanto, para a hipertrofia.


Mas segundo a nutricionista Desire Coelho, doutora em Ciências pelo Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (USP), muitos dos hábitos praticados por fisiculturistas e influenciadores com rotinas extremas não são embasados pela ciência.


Antonio Lancha Jr. diz que pesquisas demonstram que o consumo excessivo de ovos provoca uma alteração nas bactérias do intestino e leva à produção de uma substância chamada TMAO. Ela, por sua vez, está ligada ao estímulo da produção de colesterol.


O alto teor de colesterol está associado a um risco aumentado de doenças cardíacas. Ao mesmo tempo, a substância desempenha um papel fundamental para a execução de funções vitais no organismo.


A quantidade de lipídios ingerida com o ovo varia conforme o hábito de preparação. O ovo cozido, por exemplo, é considerado muito mais saudável do que o ovo frito.


A gema é a parte mais gordurosa do ovo. Uma gema de ovo contém cerca de 185 miligramas de colesterol, que é mais da metade da quantidade diária de 300 mg recomendada por órgãos de saúde.


Segundo Lancha Jr., comer apenas a clara em quantidade excessiva também leva ao aumento da produção de timol e, consequentemente, à alteração da capacidade de síntese do colesterol.


Além disso, diz a nutricionista, o excesso de proteína na alimentação leva à produção de sulfeto de hidrogênio (H2S), ligado à proliferação de células tumorais no intestino.


https://www.bbc.com/portuguese/articles/c0k58288gd7o.adaptado.

Todos os alimentos "devem respeitar" uma quantidade alinhada com nossa necessidade diária.
Conjugando a locução verbal destacada no pretérito perfeito do indicativo, tem-se:
Alternativas
Ano: 2025 Banca: IBAM Órgão: Prodesan - SP Prova: IBAM - 2025 - Prodesan - SP - Contador |
Q3246466 Português

O texto seguinte servirá de base para responder à questão.



As bolhas de ar de milhões de anos contidas no bloco de gelo mais antigo do mundo



O gelo mais antigo do mundo, datado de um milhão de anos, foi extraído das profundezas da Antártica.


Trabalhando a temperaturas de -35°C, uma equipe de cientistas extraiu um cilindro de gelo de 2,8 km de comprimento, maior do que oito torres Eiffel de ponta a ponta.


Suspensas dentro do gelo, estão bolhas de ar antigas que os cientistas acreditam que ajudem a resolver um mistério duradouro sobre a história climática do nosso planeta.


Os cientistas europeus trabalharam durante quatro verões na Antártica, competindo contra sete nações para serem os primeiros a chegar à rocha sob o continente gelado.


O trabalho ajuda a desvendar um dos maiores mistérios da história climática do nosso planeta: o que aconteceu há novecentos mil a um milhão de anos, quando os ciclos glaciais foram interrompidos e, segundo os pesquisadores, nossos ancestrais chegaram perto da extinção.


"É uma conquista incrível", diz Carlo Barbante, professor da Universidade de Veneza (Itália), que coordenou a pesquisa.


"Você tem, em suas mãos, um pedaço de gelo com um milhão de anos e é possível enxergar camadas de cinzas provenientes de erupções vulcânicas. Vemos as pequenas bolhas em seu interior, bolhas de ar que nossos ancestrais respiraram há um milhão de anos", diz ele.


O local da perfuração fica no platô antártico, no leste do continente, a quase três mil metros de altitude.


Os núcleos de gelo são vitais para a compreensão dos cientistas sobre como nosso clima está mudando.


Eles retêm bolhas de ar e partículas que revelam os níveis de emissões de gases de efeito estufa e a variação de temperatura que ajudam os cientistas a traçar como as condições climáticas se alteraram ao longo do tempo.


Os dados de outros núcleos de gelo ajudaram os cientistas a concluir que o atual aumento de temperatura ligado às emissões de gases de efeito estufa é causado pela queima de combustíveis fósseis pelos seres humanos.


"Olhamos para o passado a fim de entender melhor como o clima funciona e como podemos projetá-lo para o futuro", diz o professor Barbante.


A equipe teve os últimos dias bem tensos, pois conseguiu perfurar ainda mais fundo do que o previsto pelos dados do radar e o núcleo foi retirado lentamente da camada de gelo, usando uma máquina de perfuração.


Os especialistas querem entender o que aconteceu no período chamado de Transição do Pleistoceno Médio. Esse é o mesmo período em que, de acordo com algumas teorias, os ancestrais dos seres humanos atuais quase desapareceram, caindo para cerca de apenas mil indivíduos.


Os cientistas não sabem se há uma ligação entre essa quase extinção e o clima, explica Barbante, mas isso demonstra que é um período incomum.


"O que eles encontrarão é uma incógnita, mas sem dúvida ampliará nossa janela para o passado do nosso planeta", disse Barbante à BBC News.



https://www.bbc.com/portuguese/articles/c2kxkyq7z51o.adaptado.

"Eles "retêm" bolhas de ar e partículas que revelam os níveis de emissões de gases de efeito estufa".
Conjugando o verbo destacado no pretérito perfeito do indicativo, tem-se:
Alternativas
Q3246189 Português

O texto seguinte servirá de base para responder à questão.



O que esperar da inteligência artificial em 2025


A inteligência artificial (IA) tornou-se um instrumento fundamental para se enfrentar grandes desafios científicos. Áreas como saúde, astronomia e exploração espacial, neurociência ou mudanças climáticas, entre outras, irão se beneficiar ainda mais no futuro.


O programa AlphaFold — desenvolvido pelo grupo Alphabet, do Google, e que ganhou o Prêmio Nobel em 2024 — determinou a estrutura tridimensional de 200 milhões de proteínas.


Seu desenvolvimento representa um avanço significativo na Biologia Molecular e na Medicina. Isso facilita a concepção de novos medicamentos e tratamentos. Em 2025, esse processo começará e com acesso gratuito ao AlphaFold para aqueles responsáveis pelo desenvolvimento de remédios e tratamentos medicinais.


A rede ClimateNet utilizará circuitos neurais artificiais para realizar análises espaciais precisas de grandes volumes de dados climáticos, imprescindíveis para compreender e mitigar o aquecimento global.


A utilização do ClimateNet será essencial em 2025 na prevenção de eventos climáticos extremos com maior exatidão.


Agentes autônomos de IA baseados em modelos de linguagem são a meta para 2025 de grandes empresas de tecnologia como OpenAI (ChatGPT), Meta (LLaMA), Google (Gemini) e Anthropic (Claude).


Até agora, estes sistemas de IA fazem recomendações. Em 2025, no entanto, espera-se que eles tomem decisões por nós.


Os agentes de IA realizarão ações personalizadas e precisas em tarefas que não sejam de alto risco, sempre ajustadas às necessidades e preferências do usuário. Por exemplo: comprar uma passagem de ônibus, atualizar a agenda, recomendar uma compra específica e executá-la.


Eles também poderão responder nosso e-mail — tarefa que nos toma muito tempo diariamente.


Nessa linha, a OpenAI lançou o AgentGPT e o Google lançou o Gemini 2.0. Essas plataformas são usadas para o desenvolvimento de agentes autônomos de IA.


A noção de agentes autônomos levanta questões profundas sobre o conceito de "autonomia humana e controle humano".


O que significa realmente "autonomia"?


Esses agentes de IA criarão a necessidade de pré-aprovação. Quais decisões permitiremos que estas entidades tomem sem a nossa aprovação direta (sem controle humano)?


Enfrentamos um dilema crucial: saber quando é melhor ser "automático" na utilização de agentes autônomos de IA e quando é necessário tomar a decisão, ou seja, recorrer ao "controle humano" ou à "interação humano-IA".


O conceito de pré-aprovação ganhará enorme relevância na utilização de agentes autônomos de IA.


Portanto, precisamos de regulamentação. Isso proporciona o equilíbrio necessário para o desenvolvimento de uma IA confiável e responsável e avançar nos grandes desafios para o bem da humanidade.


https://www.bbc.com/portuguese/articles/c2kx2e74jyxo.adaptado.

A utilização do ClimateNet "será" essencial em 2025 na prevenção de eventos climáticos extremos com maior exatidão.
Conjugando o verbo destacado no futuro do subjuntivo, tem-se: (leve em consideração as alterações, caso seja necessário)
Alternativas
Q3245846 Português

O texto seguinte servirá de base para responder à questão.



A checagem de fake news no Facebook e Instagram


A Meta anunciou que está abandonando o uso de checagem independente de fatos no Facebook e no Instagram, substituindo-os por "notas da comunidade", em um modelo semelhante ao do X, em que comentários sobre a precisão do conteúdo das postagens são deixados a cargo dos próprios usuários.

O anúncio despertou críticas de ativistas contra o discurso de ódio na internet, que dizem que o ambiente online ficará menos seguro com a mudança. Já outros elogiaram o CEO da Meta, Mark Zuckerberg, por colocar fim à "censura" no Facebook e Instagram.

A decisão da Meta vale apenas nos Estados Unidos. A empresa ainda não anunciou mudança na checagem de fake news em outros países, como o Brasil, mas avisou que isso acontecerá no futuro.

"A Meta está profundamente comprometida com a liberdade de expressão", afirmou a empresa. "Reconhecemos que formas abusivas do exercício deste direito causam danos. Nos últimos anos, desenvolvemos sistemas cada vez mais complexos para gerenciar conteúdo em nossas plataformas. Embora esses esforços tenham sido bem intencionados, eles se ampliaram a ponto de termos, às vezes, exagerado na aplicação de nossas regras, limitando debate político legítimo", diz a Meta. "As mudanças anunciadas recentemente pretendem enfrentar essa questão."

A checagem de fake news em postagens não é feita por uma equipe da Meta. Ela é feita por agências credenciadas junto à Rede Internacional de Verificação de Fatos (em inglês, IFCN), uma entidade não-partidária dedicada à checagem de fake news.

"Não achamos que uma empresa privada como a Meta deva decidir o que é verdadeiro ou falso, e é exatamente por isso que temos uma rede global de parceiros de verificação de fatos que revisam e classificam, de forma independente, potenciais desinformações no Facebook, Instagram e WhatsApp", diz um post de junho de 2021 do blog da Meta que explica como funciona o sistema.

"O trabalho deles nos permite agir e reduzir a disseminação de conteúdo problemático em nossos aplicativos", prossegue o texto.

A Rede Internacional de Verificação de Fatos (IFCN) foi criada pelo Instituto Poynter, uma organização sem fins lucrativos que diz ser dedicada à promoção do jornalismo imparcial e ético. A rede foi lançada em 2015, reunindo a comunidade de verificadores de fatos ao redor do mundo.

Segundo a Meta, "todos os parceiros de verificação de fatos da Meta passam por um rigoroso processo de certificação com o IFCN".


https://www.bbc.com/portuguese/articles/czenenp7ze1o.adaptado.

Embora esses esforços "foram" bem intencionados, eles se "ampliaram" a ponto de exagerarmos na aplicação de nossas regras.
Conjugando os verbos destacados no pretérito imperfeito do subjuntivo e no futuro do pretérito do indicativo, respectivamente, tem-se: (leve em consideração as devidas alterações)
Alternativas
Q3244468 Português
Considerando-se o aspecto semântico, é válido afirmar que o verbo "ir" foi empregado indicando "ação progressiva" apenas na frase da alternativa:
Alternativas
Q3244460 Português

O texto seguinte servirá de base para responder a questão



Disponível em [https://br.pinterest.com/pin/560698222340359033/visual-search/?x=16 &y=16&w=443&h=321&surfaceType=flashlight], consultado em 16.12.2024. 

Avalie as afirmações feitas sobre a charge.
I − A vírgula na frase proferida por João e na enunciada pela professora foi empregada em decorrência da mesma norma de pontuação.
II − O verbo "ensinar", na charge, foi conjugado no mesmo tempo e modo verbal do destacado na frase "Minha mãe aprendia muito facilmente quando era jovem".
III − Em "Posso não, professora", houve omissão do pronome "eu", e isso gerou, no contexto, uma oração ininteligível.
IV − O verbo "conjugar" foi empregado na segunda pessoa do singular do modo imperativo. Está correto o asseverado em:I, apenas.
Alternativas
Q3239996 Português

Boa Postura


      A boa postura é uma questão que vai muito além da estética, estando diretamente relacionada com a nossa saúde. O alinhamento correto do nosso corpo permite que tenhamos movimentos mais precisos e mais eficientes, além de proporcionar bem−estar, uma vez que a postura correta não sobrecarrega nossos músculos e ossos. Uma má postura pode ser responsável por desencadear alterações na coluna, como é o caso da escoliose.

     Podemos definir a boa postura como aquela em que nosso corpo adquire uma posição específica à realização de uma atividade. Essa posição é conseguida com o mínimo de esforço muscular, estando todos os ossos, músculos e articulações alinhados. Em uma postura adequada, nosso corpo consegue distribuir as cargas de maneira equilibrada e conservar energia. Quando temos uma má postura, sobrecarregamos o nosso corpo, desencadeando dores e alterações na coluna, por exemplo.

     Uma má postura pode ser responsável por provocar desvios na coluna vertebral, estrutura do corpo formada por uma série de ossos (vértebras) e que funciona como principal eixo de sustentação do corpo humano. Esses desvios são perigosos, pois, com o passar do tempo, podem ser responsáveis por problemas como desgaste das articulações e pinçamentos de nervos que partem da coluna.

     Devemos cuidar da nossa postura em todas as atividades que vamos realizar, até mesmo nos momentos de lazer, como ao assistir à televisão.


Fonte : Brasil Escola. Adaptado.


Assinalar a alternativa que preenche a lacuna abaixo CORRETAMENTE.


Amanhã, nós  ___________ no festival de Natal.

Alternativas
Q3238298 Português
O texto a seguir deve ser lido com atenção para responder à questão.


Reduzir consumo de carne vermelha pode proteger cérebro, diz estudo


     Reduzir o consumo de carne vermelha pode ter muitos impactos positivos — em seu coração, no meio ambiente e, possivelmente, até mesmo na sua saúde cognitiva a longo prazo, segundo um novo estudo publicado na quarta-feira (15) no periódico Neurology.

     Aqueles que consumiam um quarto de porção ou mais de carnes vermelhas processadas — como bacon, mortadela e cachorro-quente — tiveram uma chance 13% maior de desenvolver demência do que aqueles que consumiam menos de um décimo de porção por dia, de acordo com o estudo.

     Uma porção de carne vermelha é geralmente cerca de 85 gramas, o que equivaleria a duas fatias de bacon, 1,5 fatia de mortadela ou um cachorro-quente, segundo um comunicado sobre o estudo.

     Os pesquisadores também descobriram que uma porção diária extra de carne vermelha processada, em média, estava associada a uma aceleração de 1,6 ano no envelhecimento cerebral, segundo o estudo.

     Os métodos do estudo são observacionais, o que significa que os pesquisadores não podem afirmar com certeza que as carnes vermelhas processadas estão causando a demência, apenas que existe uma associação entre as duas. Mas a investigação sobre a conexão continuará, de acordo com um dos autores do estudo, Daniel Wang, professor assistente no departamento de nutrição da Harvard T.H. Chan School of Public Health.

     "Estudos de coorte grandes e de longo prazo são essenciais para investigar condições como demência, que podem se desenvolver ao longo de décadas", diz Wang em um comunicado. "Continuamos montando esse quebra-cabeça para entender os mecanismos que causam demência e declínio cognitivo."

     Para este estudo, os pesquisadores analisaram dados de mais de 133.000 pessoas com idade média de 49 anos do Nurses" Health Study e Health Professionals Follow-Up Study. Os dados incluíam informações detalhadas de saúde pesquisadas por um longo período, incluindo as dietas dos participantes, e foram atualizados a cada dois a quatro anos, de acordo com o estudo.

     Mais de 11.000 participantes do estudo foram diagnosticados com demência em um período de 43
anos.

     Existem teorias sobre   a carne vermelha pode representar um risco particular para a saúde
cognitiva. A carne vermelha tem uma alta quantidade de gordura saturada e produz um composto orgânico ligado a doenças cardiovasculares, e os dois juntos podem danificar o sistema nervoso, o que piora o declínio cognitivo, segundo Song.

     "Além disso, a resposta inflamatória e os distúrbios metabólicos (por exemplo, resistência à insulina) associados ao alto consumo de carne vermelha também podem desempenhar um papel", acrescenta.


     Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/saude/reduzir-consumo-de-carne-vermelha-pode-proteger-cerebro-diz-estudo (adaptado).
"Estudos de coorte grandes e de longo prazo são essenciais para investigar condições como demência, que podem se desenvolver ao longo de décadas", diz Wang em um comunicado.
Sobre o uso dos modos e tempos verbais no trecho acima, é correto afirmar que:
Alternativas
Q3238170 Português

Leia a tira a seguir


Imagem associada para resolução da questão


(O Estado de S. Paulo, 31 de agosto de 2024)



Assinale a alternativa que preenche, respectivamente e de acordo com a norma-padrão, as lacunas da tira.

Alternativas
Q3237803 Português

A questão diz respeito ao texto. Leia-o atentamente antes de respondê-la


(Texto)


A partir do contexto de utilização, o verbo “poder” (linha 18) está conjugado conforme descrito, corretamente, na alternativa:
Alternativas
Q3237797 Português

A questão diz respeito ao texto. Leia-o atentamente antes de respondê-la


(Texto)


Analise as proposições a seguir, a respeito das características e da utilização verbo “haver” (linha 13):

(__)- Apresenta pessoalidade por possuir um sujeito;
(__)- Está conjugado no Tempo Presente;
(__)- Indica existência;
(__)- Possui regência verbal indireta.

Levando-se em consideração que (V) significa Verdadeiro e (F) significa Falso, assinale a alternativa a qual apresenta a sequência correta: 
Alternativas
Q3237794 Português

A questão diz respeito ao texto. Leia-o atentamente antes de respondê-la


(Texto)


A partir da relação linguístico-discursiva dos termos do texto, aponte a alternativa com a colocação incorreta:
Alternativas
Q3236800 Português

O texto a seguir deve ser lido com atenção para responder à questão.



Sobre a Paz



A paz propõe, por um lado, o conflito e, por outro, a harmonia, como quem sobe uma escada


01/01/2025|LÚCIA HELENA GALVÃO — Professora, escritora, palestrante, compositora e professora de filosofia na Nova Acrópole



    Vivemos em um tempo em que frases, como respeito [à] diversidade, harmonia e paz, aparecem naquelas nuvens de palavras que mais circulam nos diálogos1 virtuais, algumas expressas em conceitos que se distanciam bem da origem dessas palavras. Sob a luz da filosofia prática, vale refletirmos sobre esses temas.


    Na natureza, a diversidade, por exemplo, não é uma diferenciação para opor as partes, para colocá-las em conflito, mas é o reconhecimento do valor de cada parte para que possamos compor um todo harmonioso2 . Quanto mais cada um de nós reconhece sua própria identidade, mais pode se harmonizar com os demais, assim como temos diferentes cores harmonizadas em uma pintura ou diferentes notas musicais em uma bela melodia.


      O conceito3 de paz é um daqueles que parece ter passado pelo efeito do "telefone sem fio", e foi sendo esvaziado4 ao longo da história, gerando posições bem confusas, que mais têm a ver com passividade do que com paz propriamente dita.


    Na etimologia da palavra paz, encontramos, no latim, pax e, no proto-indo-europeu, pak, que significa "travar", "fixar", "juntar". Ou seja, em geral, a paz estava relacionada [à] ideia de pacto, de acordo firmado, uma espécie de acordo de não agressão. A paz, então, tem a ver com acordo? Parece que sim. Os chamados filósofos contratualistas (Hobbes, Locke e Rousseau), por exemplo, propunham uma espécie de pacto, conhecido como contrato social, em que, por meio da imposição de uma série de regras, o homem passaria de um estado natural para o início da vida social e política. Mas será que é desse pacto que a paz trata? De uma imposição de regras que se cumpre por COERSÃO / COERÇÃO e medo, ou de um pacto do homem com sua própria consciência, que se cumpre voluntariamente para termos o PREVILÉGIO / PRIVILÉGIO de sermos verdadeiramente humanos?

 

       Outro elemento importante para compreendermos é que a paz não é sinônimo de passividade. A paz propõe, por um lado, o conflito e, por outro, a harmonia, como quem sobe uma escada: há um momento de conflito/desequilíbrio, que se resolve em um instante de harmonia e estabilidade, e assim por diante. Sem ambos os fatores, não mudamos de patamar, não passamos ao próximo degrau. Mas é um conflito momentâneo regido pela necessidade de crescimento de todos os envolvidos, e não o destrutivo conflito entre PRETENSOS / PRETENÇOS "donos da verdade". Logo, a paz significa um estado de bem-estar quando estamos alinhados com a natureza, e uma das necessidades da natureza é harmonizar, e outra é de crescer. Para isso, harmonia e conflito inteligentemente superado são necessários. Mas essa dualidade exterior nada tem a ver com o que acontece dentro do ser humano, que, coerente com seus valores e princípios em ambos os momentos, conserva um estado de serenidade e equilíbrio constante.


       TÃOPOUCO / TAMPOUCO a paz tem [à] ver com passividade. Ser passivo, diante do mal e da injustiça, é ser agressivo por cumplicidade. Nosso corpo é um excelente exemplo de paz: harmonioso por dentro, mas atento a qualquer agressor que tente penetrar nele. Será a nossa imunidade belicista? Ou ela está a favor da vida? Temos que ser fiéis seguidores dos valores que caracterizam a natureza humana: fraternidade, justiça, veracidade etc., mas apenas certificando-nos de que, por dentro, não haja um espírito de parcialidade, ódio, rancor ou vingança, pois isso nubla nossa noção de justiça e veracidade.


     A filosofia aponta-nos caminhos para que a gente pare de confundir paz com passividade e encontre na paz uma ação coerente e constante de busca de elevarmos nossa consciência para um patamar mais humanista, de tal maneira que interesse prioritariamente para nós o bem do todo, do outro, da comunidade humana, buscando [à] unidade para além das diferenças.


       Procuremos celebrar, na nossa vida, aquelas coisas que dão ao ser humano um aprimoramento no sentido de se tornar cada vez mais verdadeiramente humano. E é claro que a filosofia trabalha exatamente para essas questões: ela nos abre caminho para que possamos ter uma visão mais reflexiva sobre a vida, o seu sentido e o sentido da nossa presença no mundo.


(Fonte: https://www.correiobraziliense.com.br/opiniao/2025/01/7023626-sobre-a-paz.html. Acesso em: 01 jan. 2025. Adaptado.) 


O verbo que introduz o último parágrafo do texto pode pertencer a dois modos verbais diferentes, dependendo da interpretação do leitor. Quais são esses modos?
Alternativas
Q3236765 Português

        Se alguém quer aprender a tocar um instrumento, precisa fazer aulas e praticar. Se a meta é fortalecer os músculos, é fundamental se exercitar com regularidade. Para quem quer ser mais feliz – no trabalho e na vida – a lógica é a mesma: é necessário estimular o cérebro.


        Juliana Sawaia, cientista de dados e pesquisadora sobre felicidade no trabalho, explica que a felicidade é um senti mento construído e influenciado por fatores internos e externos. No trabalho, ela passa por motivos como engajamento, paixão e satisfação com o ambiente e a função exercida.


        “Não dá para definir se alguém é feliz ou não como se fosse uma pergunta de sim ou não. É uma questão que engloba inúmeros elementos que variam de tempos em tempos para cada profissional”, explica.


        Um estudo norte-americano mostrou que os brasileiros têm experimentado emoções negativas no trabalho. Os dados colocaram o Brasil em quarto lugar entre os países com os trabalhadores mais tristes da América Latina.


        Não existe fórmula mágica que possa agradar a todos e transformar os trabalhadores em pessoas mais felizes. As exigências mudam bastante de um ser humano para outro. Mas, como uma habilidade, a felicidade pode ser construída no dia a dia. Juliana destaca que, além das responsabilidades das organizações, o profissional também precisa ter a intencionalidade para encontrar o bem-estar.


        “A felicidade é um alvo que muda muito. Talvez o que te faz feliz hoje não vá causar o mesmo sentimento amanhã e vice-versa. O ponto é entender no dia a dia como você pode ser um pouco mais feliz”, comenta.


(Geovanna Hora. “Pesquisadora da felicidade indica 5 hábitos para ser mais feliz no trabalho; veja quais são”. Disponível em: https://www.estadao.com.br. 02.01.2025. Adaptado)

No trecho do 4o parágrafo “... os brasileiros têm experimentado emoções negativas no trabalho.” a expressão destacada pode ser substituída, preservando seu sentido bem como a norma-padrão da língua portuguesa, por:
Alternativas
Q3234350 Português

Leia a tirinha a seguir para responder à questão. 



Fonte: https://novaescola.org.br/conteudo/3621/calvin-e-seus-amigos 


Em relação aos trechos a seguir, retirados da tirinha, analise as afirmativas e classifique-as em verdadeiro (V) ou falso (F). Em seguida, marque a alternativa correta.



( ) “Você ao menos leu o capítulo do livro de história que eu mandei?” – “ler” está conjugado no pretérito perfeito do indicativo.


( ) “Eu tentei, mas a editora do livro não usou um bom fixador de impressão.” – “mas” é uma conjunção adversativa.


( ) “Não preciso nem dizer que quando eu peguei o livro, todas as letras caíram das páginas e ficaram espalhadas no chão.” – “Não” e “nem” são advérbios de modo.


( ) “Acho que minhas desculpas precisam ser menos elaboradas” – “minhas” é uma preposição.

Alternativas
Q3227314 Português

Para responder à questão, considere o texto abaixo.



Debaixo da ponte


Carlos Drummond de Andrade


    Moravam debaixo da ponte. Oficialmente, não é lugar onde se more, porém eles moravam. Ninguém lhes cobrava aluguel, imposto predial, taxa de condomínio: a ponte é de todos, na parte de cima; de ninguém, na parte de baixo. Não pagavam conta de luz e gás, porque luz e gás não consumiam. Não reclamavam contra falta d’água, raramente observada por baixo de pontes. Problema de lixo não tinham; podia ser atirado em qualquer parte, embora não conviesse atirá-lo em parte alguma, se dele vinham muitas vezes o vestuário, o alimento, objetos de casa. Viviam debaixo da ponte, podiam dar esse endereço a amigos, recebê-los, fazê-los desfrutar comodidades internas da ponte.

    À tarde surgiu precisamente um amigo que morava nem ele mesmo sabia onde, mas certamente morava: nem só a ponte é lugar de moradia para quem não dispõe de outro rancho. Há bancos confortáveis nos jardins, muito disputados; a calçada, um pouco menos propícia; a cavidade na pedra, o mato. Até o ar é uma casa, se soubermos habitá-lo, principalmente o ar da rua. O que morava não se sabe onde vinha visitar os de debaixo da ponte e trazer-lhes uma grande posta de carne.

    Nem todos os dias se pega uma posta de carne. Não basta procurá-la; é preciso que ela exista, o que costuma acontecer dentro de certas limitações de espaço e de lei. Aquela vinha até eles, debaixo da ponte, e não estavam sonhando, sentiam a presença física da ponte, o amigo rindo diante deles, a posta bem pegável, comível. Fora encontrada no vazadouro, supermercado para quem sabe frequentá-lo, e aqueles três o sabiam, de longa e olfativa ciência.

    Comê-la crua ou sem tempero não teria o mesmo gosto. Um de debaixo da ponte saiu à caça de sal. E havia sal jogado a um canto de rua, dentro da lata. Também o sal existe sob determinadas regras, mas pode tornar-se acessível conforme as circunstâncias. E a lata foi trazida para debaixo da ponte. Debaixo da ponte os três prepararam comida.

    Debaixo da ponte a comeram. Não sendo operação diária, cada um saboreava duas vezes: a carne e a sensação de raridade da carne. E iriam aproveitar o resto do dia dormindo (pois não há coisa melhor, depois de um prazer, do que o prazer complementar do esquecimento), quando começaram a sentir dores.

    Dores que foram aumentando, mas podiam ser atribuídas ao espanto de alguma parte do organismo de cada um, vendo-se alimentado sem que lhe houvesse chegado notícia prévia de alimento. Dois morreram logo, o terceiro agoniza no hospital. Dizem uns que morreram da carne, dizem outros que do sal, pois era soda cáustica. Há duas vagas debaixo da ponte.


ANDRADE, C. D. de. Debaixo da ponte. In: ANDRADE, C. D. de. Obra Completa, Rio de Janeiro: José Aguiar, 1967.

O primeiro parágrafo do texto apresenta
Alternativas
Respostas
1: A
2: A
3: C
4: A
5: A
6: B
7: D
8: A
9: A
10: D
11: A
12: B
13: B
14: A
15: A
16: D
17: D
18: B
19: B
20: A