Questões de Concurso
Comentadas sobre formação das palavras: composição, derivação, hibridismo, onomatopeia e abreviação em português
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Quanto ao processo de formação de palavras, assinale a única cuja correspondência de informação é incorreta:
Ideologia
Meu partido
É um coração partido
E as ilusões estão todas perdidas
Os meus sonhos foram todos vendidos
Tão barato que eu nem acredito
Eu nem acredito
Que aquele garoto que ia mudar o mundo
(Mudar o mundo)
Frequenta agora as festas do "Grand Monde"
Meus heróis morreram de overdose
Meus inimigos estão no poder
Ideologia
Eu quero uma pra viver
Ideologia
Eu quero uma pra viver
O meu prazer
Agora é risco de vida
Meu sex anddrugs não tem nenhum rock 'n' roll
Eu vou pagar a conta do analista
Pra nunca mais ter que saber quem eu sou
Pois aquele garoto que ia mudar o mundo
(Mudar o mundo)
Agora assiste a tudo em cima do muro
Meus heróis morreram de overdose
Meus inimigos estão no poder
Ideologia
Eu quero uma pra viver
Ideologia
Eu quero uma pra viver
Nos versos: O meu prazer Agora é risco de vida
O autor quis:
Em“Alguma dúvida acerca do trabalho em grupo sobre o sistema respiratório?”, assinale a alternativa que classifica o processo formador da estrutura destacada:
Há diferentes tipos de derivação. NÃO É um deles:
TEXTO II
Leia o poema a seguir, de Cacaso, e responda à s questões 4 e 5:
MEDITAÇÃO
Com meu amor eu me envolvo felizmente.
Mas também me desenvolvo infelizmente?
(Antonio Carlos Brito. Lero Lero. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2002. p. 119)
Marque a alternativa que apresenta, respectivamente, os processos de formação das palavras "felizmente", "desenvolvo", "infelizmente":
TEXTO I
Cuidado com o dono
PINSCHER. A mãe de um amigo tinha um cãozinho dessa raça. Tamanho mínimo. Tormento máximo. Ficava solto na sala. Bastava eu chegar para uma visita, começava a latir. Passava horas soltando latidinhos estridentes. Mordia meus dedos com os dentinhos afiados. A dona sorria.
— Não é uma gracinha?
Eu tinha vontade de morder a tal senhora.
CARRASCO,Walcyr. Pequenos delitos e outras crônicas. São Paulo: Best Seller, 2004. p.138. (Fragmento).
Nesse texto, o autor utiliza os diminutivos " cãozinho"; " latidinhos"; " dentinhos"; "gracinha". Todos eles foram formados pelo mesmo processo de formação de palavras. Marque a alternativa que indica o nome desse processo:
Observe o trecho que segue:
"A Band realizou neste domingo (7), às 21h, o primeiro DEBATE entre candidatos a governador nas eleições 2022 em nove estados e no Distrito Federal. A transmissão pôde ser acompanhada também na BandNews, rádios Bandeirantes e BandNews FM, no BandPlay e no YouTube."
Fonte: https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2022/08/07/debates-da-band-para-governador-veja-horario-estados-regras-e-candidatos.htm
A palavra "DEBATE" foi formada pelo seguinte processo de formação de palavras:
O vocábulo “repatriar” foi formado pelo processo de:
Mário Quintana
Quando eu for, um dia desses,
Poeira ou folha levada
No vento da madrugada,
Serei um pouco do nada
Invisível, delicioso
Que faz com que o teu ar
Pareça mais um olhar,
Suave mistério amoroso,
Cidade de meu andar
(Deste já tão longo andar!)
E talvez de meu repouso...
Fonte: https://www.pensador.com/autor/mario_quintana/2
Levando em conta o texto de Mário Quintana, e seus conhecimentos gramaticais, assinale o que estiver correto em relação às regras da língua portuguesa.
Instrução: As questões de números 01 a 15 referem-se ao texto abaixo.
Como é o desenvolvimento da autonomia e da criatividade no colégio?
- O desenvolvimento da autonomia e da criatividade da criança é um dos principais
- objetivos de uma instituição de ensino. Fazer com que haja um protagonismo no aluno em sala
- de aula é essencial no processo de aprendizagem. Com isso, torna-se fundamental desenvolver
- práticas de ensino com Metodologias Ativas. Tais metodologias atuam diretamente no
- desenvolvimento da autonomia e da criatividade na infância, o que, por sua vez, permite a
- construção de uma personalidade mais saudável, além de competências e habilidades
- essenciais para a criança.
- Afastando-se de uma metodologia de ensino ultrapassada, as instituições de ensino
- devem adotar uma aprendizagem que busque não apenas alfabetizar a criança como também
- colaborar para o seu desenvolvimento. E isso envolve um estímulo ___ construção da
- autonomia e da criatividade no colégio. Essa Educação Criativa envolve uma metodologia de
- ensino-aprendizagem que possibilita ___ instituições de ensino uma aproximação com o mundo
- real. Isto é, fora da escola, especialmente no mercado de trabalho, diversas habilidades e
- capacidades são valorizadas. E duas delas são justamente a autonomia e a criatividade.
- Existe a necessidade de se trazer ao ambiente escolar uma abordagem diferente,
- especialmente com o protagonismo do aluno, e uma dessas abordagens diz respeito às
- Metodologias Ativas. Mas o que são as Metodologias Ativas? Em resumo, o modelo busca trazer
- para o aluno um papel de protagonismo no seu próprio aprendizado. Isto é, por meio dele, é o
- estudante o maior responsável pelo seu desenvolvimento em sala de aula. Nesse sentido, o
- objetivo é incentivar que a absor...ão do conteúdo em sala se dê com mais autonomia e
- participação.
- Com a autonomia do aluno em seu próprio aprendizado, há também um maior estímulo
- ao seu desenvolvimento. Como destacamos acima, a construção da autonomia e da criatividade
- infantil permite a construção de uma personalidade mais saudável. Essa prática garante um
- maior desenvolvimento de habilidades socioemocionais, fundamentais para o aprendizado
- infantil. A conquista da autonomia como protagonismo do aluno no processo de aprendizado
- traz um estímulo para uma convivência saudável. Isto é, por meio do ensino-aprendizagem da
- autonomia, a criança pode entender melhor seu papel como parte de um todo que é a
- sociedade.
- Mas como a autonomia e a criatividade podem ser aplicadas em sala de aula? O que
- a proposta pedagógica pode trazer para fazer com que o aluno seja protagonista do seu
- aprendizado? É preciso entender que cada estudante tem seu tempo e ritmo de aprendizado.
- O ideal é fazer com que a metodologia de ensino estimule o seu desenvolvimento com base
- nesse ritmo, pre...ando por uma autonomia maior. Para potencializar esse modelo de ensino,
- é essencial a adoção de algumas práticas. Uma dessas práticas é a criação de um ambiente
- favorável para um aprendizado com base na autonomia e na criatividade do aluno. Com um
- espaço adequado, é possível criar um ambiente em que a exploração e a construção do
- conhecimento aconteçam de forma mais fácil.
- Especialmente na fase da Educação Infantil, o aprendizado acontece com uma interação
- do aluno com o ambiente, e valorizar esse ambiente é uma das melhores formas de aplicar as
- Metodologias Ativas, proporcionando liberdade para a autonomia das crianças. Outra forma de
- auxílio no desenvolvimento do estudante com autonomia e criatividade é oferecer uma maior
- liberdade de aprendizado. A escola, como um todo, é um espaço de aprendizagem constante,
- mas para que isso se concreti...e, esse espaço deve criar um clima de incentivo para a busca
- pelo conhecimento. A segurança oferecida para que o aluno tenha liberdade de aprender é uma
- das melhores formas de estimular a sua autonomia. O ambiente escolar tem a capacidade de
- ser um espaço que traz ___ tona impulsos como a curiosidade, a criatividade e a vontade de
- aprender.
(Disponível em: https://sigmadf.com.br/como-e-o-desenvolvimento-da-autonomia-e-da-criatividade-nocolegio – texto adaptado especialmente para esta prova).
Considerando a palavra “ultrapassada”, analise as assertivas a seguir:
I. A palavra foi formada por derivação prefixal, com a adição do prefixo “ultra-“ ao adjetivo “passada”.
II. O significado da adição desse prefixo resulta em “extremamente passada”.
Assinale a alternativa correta a respeito das assertivas anteriores.
Leia o texto e responda as questões de 1 a 6.
Trecho de A Filha Perdida.
Elena Ferrante
Eu estava dirigindo havia pouco menos de uma hora quando comecei a passar mal. A queimação na lateral do corpo reapareceu, mas de início decidi não dar importância àquele sinal. Só me preocupei quando percebi que não tinha mais forças para segurar o volante. Em poucos minutos, minha cabeça ficou pesada, os faróis me pareceram cada vez mais fracos e logo esqueci até que estava dirigindo. Em vez disso, tive a impressão de que estava no mar, em pleno dia. A praia estava vazia, e a água, calma, mas em um mastro a poucos metros da orla tremulava a bandeira vermelha. Quando eu era pequena, minha mãe me colocava muito medo, dizendo: Leda, você nunca deve entrar no mar se vir a bandeira vermelha, pois significa que o mar está muito agitado e que pode se afogar. O medo perdurou ao longo dos anos e, ainda hoje, mesmo que a água parecesse uma folha de papel translúcida que se esticava até o horizonte, eu não ousava mergulhar. Sentia-me ansiosa. Dizia a mim mesma: vá, mergulhe; devem ter esquecido a bandeira no mastro. E, enquanto isso, eu ficava na beirada testando cuidadosamente a água com a ponta do pé.
[...]
No hospital, quando eu abri os olhos, me vi novamente, por uma fração de segundo, incerta diante do mar calmo. Talvez por isso, mais tarde, tenha me convencido de que não se tratava de um sonho, mas de um devaneio de pavor, que durou até que eu acordasse na enfermaria. Soube pelos médicos que eu havia batido na barra de proteção da estrada, mas sem graves consequências. [...] Falei que o sono é o que me fizera sair da estrada. Mas eu sabia perfeitamente que esse não fora o verdadeiro motivo. O motivo havia sido um gesto sem sentido, sobre o qual, justamente por ser sem sentido, decidi não contar a ninguém. As coisas mais difíceis de falar são as que nós mesmo não conseguimos entender.
Quanto ao processo de formação das palavras, na oração “Mas eu sabia perfeitamente que esse não fora o verdadeiro motivo”, os termos destacados possuem derivação:
Leia o texto e responda as questões de 1 a 5.
Motivo
Cecília Meireles
Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.
Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.
Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
— não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.
Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
— mais nada.
Na terceira estrofe, a palavra "desfaço" é formada por derivação
Marque a alternativa em que a palavra possui o mesmo processo de formação que gentileza.
Polarização política é obstáculo para cobertura ambiental no jornalismo
- Uma pesquisa recente do instituto Pew Research Center mostrou que a vasta maioria dos americanos apoia novas
- medidas de combate ao aquecimento do planeta.
- Mais de dois terços são a favor de incentivos para o uso de veículos elétricos ou híbridos e da criação de impostos para
- corporações com base em suas emissões de carbono. Nova regulação obrigando o aumento do uso de energia de recursos
- renováveis teria o apoio de 72%, e 79% favorecem incentivos fiscais do governo para ajudar empresas em projetos de captura e
- armazenamento de carbono.
- A preocupação com o ambiente vem crescendo na última década e, em junho, uma pesquisa da empresa
- YouGovAmerica revelou que hoje 56% da população se identifica como "ambientalista". Então, por que só 30% dos americanos
- se dizem interessados em acompanhar notícias sobre o meio ambiente?
- A polarização política nos EUA — e também a corrupção de políticos comprados por interesses especiais — ajuda a
- explicar como o país está rachado ao meio no apoio à encolhida agenda ambiental de Joe Biden, que sofre assaltos não só de
- ultraconservadores na Suprema Corte como do próprio partido. O senador Joe Manchin, da Virgínia Ocidental, vendido ao lobby
- do carvão, quase matou um pacote legislativo ambiental ligado ao plano BBB (Build Back Better) antes de voltar atrás nesta
- quarta (27).
- É difícil manter a atenção do público já assediado por más notícias sobre economia e saúde com previsões apocalípticas.
- Mas os desinformados, consumindo uma dieta negacionista como a servida nos EUA pela Fox News, não são os maiores
- responsáveis pela falta de apoio ao combate ao aquecimento global; são os narradores da mídia que tratam a ciência como
- ideologia.
- A agência federal de ambiente dos EUA foi criada por Richard Nixon, um conservador cristão. O correspondente do setor
- da rede CNN comparou recentemente os âncoras da rede de Rupert Murdoch a sabotadores que bloqueiam a saída de um teatro
- pegando fogo.
- Se o jornalismo quer ser tratado como serviço público, cabe ao jornalismo contribuir melhor para desembaralhar a falácia
- de que a ciência ambiental é "de esquerda". Se no primeiro semestre de 2020 a catástrofe da pandemia jogou repórteres de todos
- os setores na cobertura de um vírus, chegou a hora de parar de setorizar a reportagem de ambiente.
- Toda a cobertura tem um aspecto ambiental num mundo em que eventos relacionados ao clima já matam 5 milhões por
- ano e devastam economias de qualquer porte.
- Um obstáculo evidente é que a reportagem cientifica requer um grau maior de especialização. Outro é articular melhor
- o relato de fatos no contexto da destruição ambiental. O comentarista financeiro que descreve só as cifras quando o governo
- precisa intervir no mercado de seguros da Luisiana porque as tempestades e os furacões tornaram 600 mil residências
- inafiançáveis não deve omitir como a ciência explica a debacle econômica.
- A narrativa ambiental nunca teve à disposição tantas notícias promissoras com o progresso científico na proteção
- ambiental. Equilibrar o noticiário entre os sacrifícios e as recompensas é um poder que o jornalismo tem de resgatar a ciência
- refém dos autocratas populistas.
(Lúcia Guimarães. https:/www1.folha.uol.com.br/colunas/lucia-guimaraes/2022/07/polarizacao-política-e-obstaculo-para-cobertura-ambiental-no-jomalismo.shtml Folha de S.Paulo, 27 jul.2022)
Assinale a alternativa em que a palavra indicada, pertencente ao texto, tenha sido formada por composição.
Texto para as questões 1 a 20.
Perdemos nossas casas em Alcântara para ricaços brincarem de astronautas
1 _____ Em noites escuras, quem se embrenha mato adentro no Quilombo de Canelatiua sente-se como se estivesse caminhando
2 no espaço. Os vaga-lumes ao redor e as estrelas no céu causam a sensação. Nossos ancestrais chegaram aqui da Africa; não
3 vieram de foguete, mas em navios negreiros.
4 _____ Apesar disso, fizeram da região de Alcântara (MA) sua terra. Ainda assim, somos tratados como ETs: só soubemos pelos
5 jornais que a base de lançamentos instalada em nosso lar pode servir de espaçoporto para turismo espacial. Imagine perder sua
6 casa para ricaços brincarem de astronauta?
7 _____ A Virgin Orbit, empresa que pertence ao conglomerado do bilionário inglês Richard Branson, conseguiu em junho licença
8 para operar no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA). Seu avião de fuselagem dupla, do qual são lançadas as naves, vai
9 decolar de sua pista.
10 _____ É o mesmo usado por outro braço da empresa, a Virgin Galactic, que cobra US$ 450 mil (cerca de R$ 2,4 milhões) para quem
11 quer bancar o Luke Skywalker. Tememos por nosso futuro próximo pela forma como temos sido tratados desde um passado não
12 tão distante assim.
13 _____ O Território Étnico de Alcântara, no Maranhão, começa a se formar no final do século 19, com o abandono das terras por
14 seus proprietários. Ele foi certificado como remanescente de quilombo em 2004, pela Fundação Cultural Palmares. Legalmente,
15 porém, sua existência é reconhecida desde 1856, quando obteve um registro na freguesia de São João de Cortes.
16 _____ Consta, ainda, uma doação feita por Theofilo José de Barros, registrada no cartório de 1º. Ofício de Alcântara, em 1915. O
17 CLA foi criado nos anos 1980; naquela época, mais de 300 famílias de 24 comunidades do litoral foram removidas para o interior.
18 _____ O impacto social foi enorme, já que a pesca é o nosso principal meio de subsistência. Não é possível, contudo, mensurá-lo
19 com exatidão, assim como os danos causados à natureza, já que a base funciona sem nenhum estudo ou licença ambiental.
20 _____ O CLA é um porto pirata. Não há informações públicas oficiais sobre que tipos de combustível são usados ou componentes
21 quimicos lançados no meio ambiente. Da mesma forma, o Movimento dos Atingidos pela Base Espacial de Alcântara (Mabe) só
22 pode fazer estimativas de quantos de nós ainda perderão seus lares. Acontecimentos recentes indicam que cerca de 800 famílias
23 e 30 quilombos estão ameaçados.
24 _____ No fim de 2019, o CLA foi cedido aos norte-americanos. O contrato prevê a possibilidade da ampliação de suas instalações
25 sobre o território quilombola. Em 27 de março de 2020, o governo quis remover 792 famílias de 27 comunidades, durante o pico
26 da pandemia.
27 _____ A medida só foi definitivamente revogada em dezembro passado, quando uma denúncia enviada à Comissão Interamericana
28 de Direitos Humanos da OEA em 2001, referente aos despejos dos anos 1980, foi alçada a uma instância superior, a Corte
29 Interamericana de Direitos Humanos.
30 ____ Em 2011, o WikiLeaks revelou que os EUA não admitiam que desenvolvêssemos tecnologia para fabricar foguetes. Não
31 somos só nós que temos a perder; a própria soberania nacional pode ir para o espaço.
(Danilo Serejo, Quilombola de Alcântara (MA) e membro do Movimento dos Atingidos pela Base Espacial de Alcântara (Mabe).
Folha de S. Paulo,hitps:/Awww. folha uol. com.br/opiniaa/2022/07/perdemos-nossas-casas-em-alcantara-pararicacos-brincarem-de-astronautas.shtml)
Assinale a alternativa em que a palavra NÃO tenha sido formada por composição.
Texto para as questões 1 a 25
Por que é importante diversidade no sequenciamento genético
1___Se houvesse um ranking de fatores que unem os indivíduos ao redor do mundo, sem dúvida o DNA estaria no topo: 99,9%
2 das sequências de DNA humano são idênticas entre si.
3___O monge e cientista austríaco Gregor Johann Mendel (1822-1884) foi o primeiro a sugerir que certos "fatores invisíveis"
4 eram responsáveis pelas diversas caracteristicas humanas. Sabe-se hoje que tais fatores são os genes, compostos de ácido
5 desoxirribonucleico, ou DNA.
6___Essas moléculas de ácido dão instruções genéticas aos seres vivos. Mas se os humanos compartilham tanto do mesmo
7 material genético, por que a diversidade é importante no contexto de seu sequenciamento?
8___Para entender isso, deve-se mudar o foco para o 0,1% de diferença entre as sequências de DNA, Essa diferença
9 aparentemente pequena decorre das variações existentes entre os 3 bilhões de pares de bases (ou nucleotideos) que compõem o
10 genoma humano.
11___Todas as características que distinguem os seres humanos entre si, incluindo altura e cor dos olhos ou cabelo, se devem
12 a essas variações. Mas vai além: ao longo dos anos, cientistas descobriram que essas variações também podem fornecer
13 informações vitais sobre o risco de um individuo ou população desenvolver uma doença específica.
14___Assim, pode-se usar a avaliação de risco dos dados genéticos para projetar uma estratégia de saúde adaptada ao indivíduo
15 ou à região.
16___Em consultas médicas, é comum o paciente ter que preencher formulários sobre o histórico de saúde de seus pais e
17 familiares. Se um dos pais for diabético, por exemplo, recomenda-se que o filho fique longe de doces e açúcares processados.
18___Embora a transferência de doenças cardíacas, câncer e diabetes entre as gerações seja mais conhecida, existem muitas
19 outras doenças que podem ser herdadas geneticamente.
20___Por exemplo, sabe-se que a anemia falciforme ocorre quando se herdam duas cópias anormais do gene que produz a
21 hemoglobina (proteína dos glóbulos vermelhos do sangue), uma de cada genitor.
22___Nas últimas décadas, a pesquisa genética avançou a ponto de os cientistas conseguirem isolar os genes responsáveis
23 por muitas doenças. Mas aqui está o problema: a ciência tem conhecimento dessa correlação entre genes e doenças aplicado a
24 uma população muito restrita.
25___Sarah Tishkoff, geneticista e bióloga evolutiva da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, é uma entre muitos
26 cientistas que pressionam por conjuntos de dados genômicos mais diversos.
27___É problemático, por exemplo, se um "estudo focado em indivíduos com ascendência europeia identificar variantes
28 genéticas associadas ao risco de doenças cardíacas ou diabetes, e usar essa informação para prever o risco de doenças em
29 pacientes não incluídos no estudo original”.
30___"Sabemos por experiência que essa previsão de risco de doença não funciona bem quando aplicada a indivíduos com
31 diferentes ascendências, principalmente se tiverem ascendência africana", explica Tishkoff.
32___Historicamente, quem fornece seu DNA para pesquisa genômica é predominantemente de ascendência europeia, "o que
33 cria lacunas no conhecimento sobre os genomas no resto do mundo", registra o Instituto Nacional de Pesquisa do Genoma Humano
34 (NHGRI, na sigla em inglês), nos EUA.
35___Segundo a instituição, 87% de todos os dados de genoma disponíveis no mundo são de ascendência europeia, seguidos
36 por 10% de asiáticos e 2% de africanos.
37___Como resultado, os potenciais benefícios da pesquisa genética, que inclui diagnóstico precoce e tratamento de várias
38 doenças, podem não beneficiar as populações sub-representadas.
39___O problema não acaba na avaliação do risco de doença. Também leva à desigualdade nos cuidados médicos, diz Jan
40 Witkowski, professor da Escola de Pós-Graduação em Ciências Biológicas do Laboratório Cold Spring Harbor, no estado de Nova
41 York, EUA.
42___"Digamos que existam dois grupos, A e B, que são muito diferentes. O conhecimento e as informações que se aprende
43 sobre o grupo A podem não se aplicar ao grupo B. Imagine desenvolver tratamentos médicos para todos, baseados apenas nas
44 informações do grupo A. Não vai funcionar no grupo B."
45___Ao incluir diversas populações nos estudos genômicos, pesquisadores podem identificar variantes genômicas associadas
46 a várias configurações de saúde, tanto no nível individual quanto populacional,
47___Segundo o instituto NHGRI, contudo, diversificar os participantes na pesquisa genômica é caro e exige o estabelecimento
48 de relações de confiança e de respeito, no longo prazo, entre as comunidades e os pesquisadores.
(Sushmitha Ramakrishnan. https:/Awaw? folha. uol com. briciencia/2022/07/por-que-e-importante-diversidade-no-sequenciamento-genetico.shtml. 25,jul. 2022)
Como resultado, os potenciais benefícios da pesquisa genética, que inclui diagnóstico precoce e tratamento de várias doenças, podem não beneficiar as populações sub-representadas. (linhas 37 e 38)
No periodo acima, foi grafada corretamente a palavra sublinhada ao se empregar o prefixo -sub. Assinale a alternativa em que isso não tenha ocorrido.
O texto seguinte servirá de base para responder às questões de 1 a 10.
Por que você deve voltar a usar o despertador clássico em vez do celular?
Troquei o despertador pelo telefone cerca de 10 anos atrás, depois de contar a alguém o que eu achava ser uma história engraçada sobre como meu despertador tinha tocado uma vez na minha mala enquanto estava no porta-malas de um táxi, nos obrigando a parar para que pudéssemos silenciá-lo. A piada causou perplexidade. "Você realmente usa despertador?", perguntaram-me, como se fosse um fax.
Sucumbi à pressão dos colegas e me livrei do meu relógio antigo. E aí acabou o luxo de acordar sem notificações e começou a miséria de olhar para elas no meio da noite ao verificar a hora no meu telefone.
À medida que nosso uso de telefones celulares continua a crescer (um relatório da Deloitte de 2018 descobriu que os usuários de smartphones dos EUA verificam seus celulares 14 bilhões de vezes por dia, acima dos 9 bilhões no mesmo relatório de 2016), especialistas em bem-estar dizem que está tendo um impacto negativo em nossas rotinas matinais.
"Quando você acorda pela manhã, idealmente você quer acordar e passar um pouco de tempo dentro de sua própria mente antes de ser bombardeado com tudo o que está acontecendo no mundo. Dê a si mesmo a chance de se ajustar ao mundo desperto", diz a especialista de saúde mental e bem-estar Lily Silverton. "Historicamente, não estamos acostumados a ser tirados de nós tanto quanto somos hoje."
Antes dos alarmes, eram galos, sinos de igreja, aldravas (pessoas eram pagas para acordá-lo batendo na porta ou janela com uma vara longa, algo que acontecia até a década de 1970 no Reino Unido industrial) e até nossas próprias bexigas que nos colocavam para fora da cama.
Acredita-se que o relojoeiro Levi Hutchins, de Concord, New Hampshire, tenha inventado um dos primeiros despertadores, em 1787. Seu design só disparava uma vez às 4 da manhã, seu horário preferido para acordar. Pouco parece ser conhecido sobre os detalhes do projeto real, mas ele escreveu: "O que foi difícil foi a ideia de um relógio que pudesse soar um alarme, não a execução da ideia. Foi a própria simplicidade de fazer o toque da campainha."
Foi anos depois, em 1874, que o inventor francês Antoine Redier se tornou a primeira pessoa a patentear um despertador mecânico ajustável. E, em 1876, Seth E. Thomas patenteou um pequeno relógio mecânico de corda nos Estados Unidos, levando grandes relojoeiros americanos a começarem a fabricar pequenos despertadores. Aparentemente, os relojoeiros alemães logo seguiram o exemplo e, no final do século 19, o despertador elétrico foi inventado.
Hoje, os despertadores têm muitos designs. No entanto, tudo o que eu procurava era um despertador simples, muito parecido com o meu original. E eu comprei um na loja de materiais de construção mais próxima por £ 8,50 (pouco mais de R$ 47,00). Na primeira noite em que o usei, me senti estranhamente empolgado em realizar fisicamente as configurações em vez de deslizar pela tela. Na manhã seguinte, numa espécie de anticlímax, acordei antes do despertador. Mas já sentia que havia conquistado o dia, em vez de correr atrás dele.
De acordo com Silverton, "a tecnologia explora nossas fraquezas psicológicas". E estar conectado, ela observou, é incrível, mas terrível ao mesmo tempo. "Trata-se de gerenciar isso e criar uma rotina que funcione para você." Rotina que agora acho que tenho. A reintrodução de um despertador me dá o tempo, o espaço e a separação que meu telefone não deu. Embora meu telefone ainda esteja ao lado da cama, a diferença é que não é mais a primeira coisa que procuro.
Minha primeira expressão do dia não é mais xingar por causa de um e-mail e sentir meu sangue ferver, me pego pensando gentilmente no que eu poderia comer no café da manhã. Isso me deu uma sensação de controle e calma. Estranhamente, me fez sentir mais jovem, acho que porque a experiência parece nostálgica ou talvez porque estou dormindo melhor. E o que pode ser mais luxuoso do que isso?
CNN Brasil. Por que você deve voltar a usar o despertador clássico em vez do celular?Disponível em: emmm-veezdocceular sil.com.br/tecnologia/por-que-voce-deve-voltar-a-usar-o-despertador-clasico-em-vez-do-celular/ Acesso em: 01 ago., 2022.
Sobre substantivos e seus efeitos de sentido criados no texto "Por que você deve voltar a usar o despertador clássico em vez do celular?", analise as alternativas a seguir. Marque V, para verdadeiras, e F, para falsas:
(_) O substantivo "luxo" foi empregado no texto com um sentido diferente daquele mais habitual para seu uso (geralmente, o empregamos com significado de maneira de viver caracterizada pelo gosto e desejo de ostentação, por despesas excessivas, pela procura de comodidades caras e supérfluas).
(_) O substantivo smartphone não apresenta uma tradução para o português brasileiro. Em nosso idioma, não temos uma palavra para substituir o estrangeirismo em questão.
(_) O substantivo "reintrodução" dá a ideia de que algo foi trazido novamente para o cotidiano do autor do texto.
Assinale a alternativa com a sequência correta:
O texto seguinte servirá de base para responder às questões de 1 a 10.
Por que você deve voltar a usar o despertador clássico em vez do celular?
Troquei o despertador pelo telefone cerca de 10 anos atrás, depois de contar a alguém o que eu achava ser uma história engraçada sobre como meu despertador tinha tocado uma vez na minha mala enquanto estava no porta-malas de um táxi, nos obrigando a parar para que pudéssemos silenciá-lo. A piada causou perplexidade. "Você realmente usa despertador?", perguntaram-me, como se fosse um fax.
Sucumbi à pressão dos colegas e me livrei do meu relógio antigo. E aí acabou o luxo de acordar sem notificações e começou a miséria de olhar para elas no meio da noite ao verificar a hora no meu telefone.
À medida que nosso uso de telefones celulares continua a crescer (um relatório da Deloitte de 2018 descobriu que os usuários de smartphones dos EUA verificam seus celulares 14 bilhões de vezes por dia, acima dos 9 bilhões no mesmo relatório de 2016), especialistas em bem-estar dizem que está tendo um impacto negativo em nossas rotinas matinais.
"Quando você acorda pela manhã, idealmente você quer acordar e passar um pouco de tempo dentro de sua própria mente antes de ser bombardeado com tudo o que está acontecendo no mundo. Dê a si mesmo a chance de se ajustar ao mundo desperto", diz a especialista de saúde mental e bem-estar Lily Silverton. "Historicamente, não estamos acostumados a ser tirados de nós tanto quanto somos hoje."
Antes dos alarmes, eram galos, sinos de igreja, aldravas (pessoas eram pagas para acordá-lo batendo na porta ou janela com uma vara longa, algo que acontecia até a década de 1970 no Reino Unido industrial) e até nossas próprias bexigas que nos colocavam para fora da cama.
Acredita-se que o relojoeiro Levi Hutchins, de Concord, New Hampshire, tenha inventado um dos primeiros despertadores, em 1787. Seu design só disparava uma vez às 4 da manhã, seu horário preferido para acordar. Pouco parece ser conhecido sobre os detalhes do projeto real, mas ele escreveu: "O que foi difícil foi a ideia de um relógio que pudesse soar um alarme, não a execução da ideia. Foi a própria simplicidade de fazer o toque da campainha."
Foi anos depois, em 1874, que o inventor francês Antoine Redier se tornou a primeira pessoa a patentear um despertador mecânico ajustável. E, em 1876, Seth E. Thomas patenteou um pequeno relógio mecânico de corda nos Estados Unidos, levando grandes relojoeiros americanos a começarem a fabricar pequenos despertadores. Aparentemente, os relojoeiros alemães logo seguiram o exemplo e, no final do século 19, o despertador elétrico foi inventado.
Hoje, os despertadores têm muitos designs. No entanto, tudo o que eu procurava era um despertador simples, muito parecido com o meu original. E eu comprei um na loja de materiais de construção mais próxima por £ 8,50 (pouco mais de R$ 47,00). Na primeira noite em que o usei, me senti estranhamente empolgado em realizar fisicamente as configurações em vez de deslizar pela tela. Na manhã seguinte, numa espécie de anticlímax, acordei antes do despertador. Mas já sentia que havia conquistado o dia, em vez de correr atrás dele.
De acordo com Silverton, "a tecnologia explora nossas fraquezas psicológicas". E estar conectado, ela observou, é incrível, mas terrível ao mesmo tempo. "Trata-se de gerenciar isso e criar uma rotina que funcione para você." Rotina que agora acho que tenho. A reintrodução de um despertador me dá o tempo, o espaço e a separação que meu telefone não deu. Embora meu telefone ainda esteja ao lado da cama, a diferença é que não é mais a primeira coisa que procuro.
Minha primeira expressão do dia não é mais xingar por causa de um e-mail e sentir meu sangue ferver, me pego pensando gentilmente no que eu poderia comer no café da manhã. Isso me deu uma sensação de controle e calma. Estranhamente, me fez sentir mais jovem, acho que porque a experiência parece nostálgica ou talvez porque estou dormindo melhor. E o que pode ser mais luxuoso do que isso?
CNN Brasil. Por que você deve voltar a usar o despertador clássico em vez do celular?Disponível em: emmm-veezdocceular sil.com.br/tecnologia/por-que-voce-deve-voltar-a-usar-o-despertador-clasico-em-vez-do-celular/ Acesso em: 01 ago., 2022.
Assinale a alternativa que corretamente apresenta o gênero textual de "Por que você deve voltar a usar o despertador clássico em vez do celular?":
Leia o texto abaixo:
O filme Central do Brasil, de Walter Salles, tem como protagonista a professora aposentada Dora, que ganha um dinheiro extra escrevendo cartas para analfabetos na Central do Brasil, estação ferroviária do Rio de Janeiro. Outra personagem é o menino Josué, filho de Ana, que contrata os serviços de Dora para escrever cartas passionais para seu ex-marido, pai de Josué. Logo após ter contratado a tarefa, Ana morre atropelada. Josué, sem ninguém a recorrer na metrópole sem rosto, sob o jugo do estado mínimo (sem proteção social), vê em Dora a única pessoa que poderá levá-lo até seu pai, no interior do Sertão nordestino.
Dos vários momentos emocionantes do filme, o mais sensibilizante é o encontro de Josué com os presumíveis irmãos que, como o pai elaborado em seus sonhos, são também marceneiros. A câmera faz uma panorâmica no interior do sertão para mostrar um conjunto habitacional de casas populares recém--construídas; em uma das casas, os moradores são os filhos do pai de Josué que, em sua residência simples, acolhem para dormir Josué e Dora. Os irmãos dormem juntos e dividem a mesma cama. Existe uma comunhão de sentimentos entre os irmãos: os que têm um teto para morar, têm trabalho, dão amparo ao menino órfão sem eira nem beira.
No filme, a grande questão do analfabetismo está acoplada a outro desafio, que é a questão nordestina, ou seja, o atraso econômico e social da região. Não basta combater o analfabetismo, que, por si só, necessitaria dos esforços de, no mínimo, uma geração de brasileiros para ser debelado, pois, em 1996, o analfabetismo da população de 15 anos e mais, no Brasil, era de 13,03%, representando um total de 13,9 milhões de pessoas. Segundo a UNESCO, o Brasil chegaria ao ano 2000 em sétimo lugar entre os países com maior número de analfabetos.
No Brasil, carecemos de políticas públicas que atendam, de forma igualitária, a população, em especial aquelas voltadas para as crianças, os idosos e as mulheres. A permanência da questão nordestina é um exemplo constante das nossas desigualdades, do desprezo à vida e da falta de políticas públicas que atendam aos anseios mínimos do povo trabalhador. Não saber ler nem escrever, no Brasil, é um elemento a mais na desagregação dos indivíduos que serão párias permanentes em uma sociedade que se diz moderna e globalizada, mas que é debilitada naquilo que é mais premente ao povo: alimentação, trabalho, saúde e educação. Sem essas condições básicas, praticamente se nega o direito à cidadania da ampla maioria da população brasileira.
Os ensinamentos que podemos tirar de Central de Brasil são que devemos atacar a questão social de várias frentes, em especial na educação de todos os brasileiros, jovens e velhos; lutar por políticas públicas de qualidade que direcionem os investimentos para promover uma desconcentração regional e pessoal da renda no país, propugnando por um novo modelo econômico e social. Ao garantir uma vida digna, a maioria da população saberá, por meio da solidariedade de classe, responder às necessidades da construção de uma sociedade mais justa. Central do Brasil é um exemplo vivo de que o Brasil tem rumo e esperança.
Salvatore Santagada – Zero Hora – 20/03/1999
Identifique abaixo as afirmativas verdadeiras ( V ) e as falsas ( F ) em relação ao texto.
( ) Em relação à estrutura do texto, os dois parágrafos iniciais fazem um relato do filme; os parágrafos seguintes dissertam sobre o tema central, que é a desagregação da família brasileira.
( ) O texto deve ser classificado quanto ao gênero como resenha, por se tratar de opinião sobre um filme.
( ) A palavra acoplada,no terceiro parágrafo, poderia ser substituída, sem alteração de significado, por relacionada, mas haveria a necessidade de empregar o sinal indicativo de crase na sequência.
( ) Pode-se inferir do texto que o autor não concorda com a ideia de que a sociedade brasileira é moderna e globalizada.
( ) Na conclusão, o autor propõe genericamente algumas medidas, alguns caminhos a serem seguidos, mas é pessimista em relação ao futuro.
Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo.
TEXTO II
REDES SOCIAIS E COLABORAÇÃO EXTREMA: O FIM DO SENSO CRÍTICO?
Eugênio Mira
___Conectados. Essa palavra nunca fez tanto sentido quanto agora. Quando se discutia no passado sobre como os homens agiriam com o advento da aldeia global (...) não se imaginava o quanto esse processo seria rápido e devastador. (...) Quando McLuhan apresentou o termo, em 1968, ele sequer imaginaria que não seria a televisão a grande responsável pela interligação mundial absoluta, e sim a internet, que na época não passava de um projeto militar do governo dos Estados Unidos.
___A internet mudou definitivamente a maneira como nos comunicamos e percebemos o mundo. Graças a ela temos acesso a toda informação do mundo à distância de apenas um toque de botão. E quando começaram a se popularizar as redes sociais, um admirável mundo novo abriu-se ante nossos olhos. Uma ferramenta colaborativa extrema, que possibilitaria o contato imediato com outras pessoas através de suas afinidades, fossem elas políticas, religiosas ou mesmo geográficas. Projetos colaborativos, revoluções instantâneas... Tudo seria maior e melhor quando as pessoas se alinhassem na órbita de seus ideais. O tempo passou, e essa revolução não se instaurou.
___Basta observar as figuras que surgem nos sites de humor e outros assemelhados. Conhecidos como memes (termo cunhado pelo pesquisador Richard Dawkins, que representaria para nossa memória o mesmo que os genes representam para o corpo, ou seja, uma parcela mínima de informação), essas figuras surgiram com a intenção de demonstrar, de maneira icônica, algum sentimento ou sensação. Ao fazer isso, a tendência de ter uma reação diversa daquelas expressas pelas tirinhas é cada vez menor. Tudo fica branco e preto. Ou se aceita a situação, ou revolta-se. Sem chance para o debate ou questionamento. (...)
___A situação é ainda mais grave quando um dos poucos entes criativos restantes na internet produz algum comentário curto, espirituoso ou reflexivo, a respeito de alguma situação atual ou recente... Em minutos pipocam cópias da frase por todo lugar. Copia-se sem o menor bom senso, sem créditos. Pensar e refletir, e depois falar, são coisas do passado. O importante agora é copiar e colar, e depois partilhar. As redes sociais desfraldaram um mundo completamente novo, e o uso que o homem fará dessas ferramentas é o que dirá o nosso futuro cultural. Se enveredarmos pela partilha de ideias, gestando-as em nossas mentes e depois as passando a outros, será uma estufa mundial a produzir avanços incríveis em todos os campos de conhecimento. Se, no entanto, as redes sociais se transformarem em uma rede neural de apoio à preguiça de pensar, a humanidade estará fadada ao processo antinatural de regressão. O advento das redes sociais trouxe para perto das pessoas comuns os amigos distantes, os ídolos e as ideias consumistas mais arraigados, mas aparentemente está levando para longe algo muito mais humano e essencial na vida em sociedade: o senso crítico. Será uma troca justa?
(http://obviousmag.org/archives/2011/09/redes_soci
ais_e_colaboracao_extrema_O_fim_do_senso_critico-.htm.
Adaptado.Acesso em: 21 fev 2017)
O processo de formação do vocábulo “acesso” (2º parágrafo) é o mesmo da palavra presente na alternativa: