Questões de Concurso
Comentadas sobre funções da linguagem: emotiva, apelativa, referencial, metalinguística, fática e poética. em português
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Significado de Resiliência
substantivo feminino. Característica dos corpos que, após sofrerem alguma deformação ou choque, voltam à sua forma original; elasticidade.
[Figurado] Capacidade natural para se recuperar de uma situação adversa, problemática; superação.
[Figurado] Capacidade de quem se adapta às intempéries, às alterações ou aos infortúnios; estoicismo.
[Figurado] Tendência natural para se recuperar ou superar com facilidade os problemas que aparecem.
[Física] característica mecânica que define a resistência dos choques de materiais. Etimologia (origem da palavra resiliência).
A palavra resiliência tem sua origem no latim "resilientia", pelo inglês "resilience", que significa flexibilidade, elasticidade.
Disponível em: https://www.dicio.com.br
As características dos significados da palavra “resiliência” são próprias da função................................ de linguagem.
Leia o texto a seguir.
Ser tão sem
sem ser tão
tão sem ser.
ATHAYDE, Felix. Poema. In: TELES, G. M. O conto brasileiro em Goiás. 3ª ed. Goiânia: Kelps, 2010, p. 80. [Adaptado].
O poema evidencia qual problema social?
Leia o texto a seguir.
No meio do caminho
No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.
ANDRADE, Carlos Drummond de. Antologia Poética. Rio de Janeiro: José Olympio, 1978.
A repetição do verbo “tinha”
Assinale a opção em que a razão de não se estabelecer uma boa comunicação está corretamente identificada.
Leia o poema Os sapos, de Manuel Bandeira, para responder a questão.
Os sapos
Leia atentamente as afirmações a seguir:
I Os versos de Manuel Bandeira são metalinguísticos.
II No poema, são mencionadas três espécies de sapo.
III Os sapos mencionados no poema são alegorias
É (São) correta (s) a(s) afirmação(ões):
Disponível em: https://periodicos.pucminas.br/index.php/scripta/article/view/27640/18964. Acesso em: 17 set. 2024.
No texto acima, as autoras utilizam metáforas como recursos persuasivos a demarcar, sobretudo,
O texto seguinte servirá de base para responder à questão,
A fila do mineiro
Um comportamento é digno de atenção aqui. Mineiro não forma fila. Ele faz um semicírculo. Um paredão que avança lentamente, ocupando a extensão inteira da calçada. Jamais vi uma fila indiana em Minas, um atrás do outro, como no padrão internacional.
O conjunto irradia espontaneamente para os cantos e laterais. Não se dispõe de maneira uniformizada, em linha reta, como acontece nos demais Estados do país.
Rompe-se com aquele sentimento de rebanho, conduzido pelo vaqueiro em fileira devido às trilhas estreitas e obstáculos das pastagens. É uma fila livre da fila. Todos sabem quando é a sua vez, não há desrespeito ao espaço alheio, à preferência do antecessor.
De modo nenhum, esse movimento de se espalhar é um jeito criativo de furar fila. Existe em cada um a consciência do momento em que se chegou ali e a fixação mental de seu lugar.
A fila se distribui horizontalmente em qualquer ambiente. Pode ser numa unidade de saúde, numa entrevista de emprego, numa balada, na entrada de um restaurante, para realizar algum concurso, para ingressar na escola, para colher autógrafos de um autor, para entrar num estádio ou teatro.
Todo mineiro dá um passo à frente antes da hora, transgredindo a delimitação prévia. Pensei primeiramente que era um recurso para ampliar o campo de visão e espiar o quanto faltava para o final. Até que reparei que tem mais a ver com o afeto: ele reencontra amigos e colegas na fila e puxa assunto lado a lado. Arruma um grupo. Arruma uma panelinha. Arruma um bando. Arruma um clube da esquina.
Tanto que é o único povo no Brasil que conversa no elevador. Fila, então, é sua chance de começar um comício.
É impressionante a sua capacidade de criar raízes nas casualidades. Mesmo quando não conhece ninguém, resgata algum parentesco ou afinidade perguntando onde a pessoa mora, onde nasceu, onde estudou, com o que trabalha. O sobrenome desperta uma família que desemboca num laço remoto, ou uma cidade lembra um parente que resulta numa observação espirituosa, e se estabelece a magia. O mineiro vai questionando exaustivamente, rodeando, numa investigação da intimidade sem precedentes. Sempre acaba achando um ponto em cruz para tricotar coincidências, para firmar convergências.
É o que batizo de "visita de rua". Mineiro não realiza visitas unicamente em casa, mas também efetua abordagens no meio de seu trajeto, pescando colóquios e audiências.
Assim o tempo passa mais rapidamente, o desconforto se transforma em prazer, e nem parece que você estava aguardando algo. Fica, inclusive, com o gosto amargo de ter que se despedir das amizades. É comum se mostrar contrariado ao ser chamado para o guichê ou balcão. Só em Minas, a fila é melhor do que o atendimento.
Fabrício Carpinejar
https://www.otempo.com.br/opiniao/fabricio-carpinejar/2024/9/27/a-fila-do-mineiro
"Assim o tempo passa mais rapidamente, o desconforto se transforma em prazer, e nem parece que você estava aguardando algo."
Qual a função da linguagem predominante nessa frase?
Considerando o texto anterior e aspectos da linguagem nele empregada, julgue o item seguinte.
Predomina no texto a função metalinguística da linguagem.
Considere o texto seguinte para responder a questão.
Texto
Tem uma porção de maneiras estúpidas de uma criança morrer. Por exemplo descer uma escada segurando um pote de vidro em cada mão e escorregar e cortar os dois pulsos. De todo jeito a morte sempre foi uma coisa barulhenta, a criança com os pulsos rasgados vai gritar caída na escada e esse grito vai ficar ali meio vibrando até a mãe entrar dez minutos tarde demais, e a mãe vai viver pra sempre imaginando aquele grito que ela não ouviu. A morte é uma coisa que avisa, que arma um escândalo na rua, no bar, que apita no hospital, que telefona na casa de todos os parentes, e eles saem correndo como se agora adiantasse, a morte para mim era assim.
Mas daí esse ano eu descobri que a morte pode ser silenciosa, muito mesmo. E tóxica. É possível morrer velho e quieto dentro da própria casa deitado na cama sem tempo de gritar, e dessa morte não sai um aviso, um apito imediato, não, as coisas fora da morte continuam iguais, e essa morte quieta pode ficar três, quatro dias tomando liberdade, contaminando as coisas que vão morrendo junto, o colchão, a cama, o piso de madeira, começa a vazar um sangue que não é mais necessário, e vai crescendo um cheiro que nenhum humano vivo consegue suportar, só os mortos.
E quando enfim a família descobre eles fogem batendo a porta do apartamento e gritam o grito que o morto não deu, e tudo é muito pior porque elas descobrem que deixaram o morto sozinho três ou quatro dias, tão sozinho que não tinha nem ele mesmo. Uma solidão morta, tão horrorosa que vai tomando conta da casa inteira e quando finalmente alguém descobre você já está metade consumido de solidão.
[...]
Daí que de tempos em tempos eu me lembro disso, de que eu posso morrer a qualquer tempo e tudo acabar, então eu presto muita atenção na minha respiração, puxo o ar bem devagar e fundo, depois seguro um tempo, e observo o ar sair, e se isso está ocorrendo direito e dentro dos meus comandos, é porque a morte não está aqui, se ela estivesse eu puxaria o ar e ele não viria, ou sairia depressa antes que eu mandasse, ou não encheria direito o meu pulmão, ou não subiria até minha cabeça.
(CARRARA, Mariana Salomão. Se Deus me chamar não vou. São Paulo:
Editora Nós, 2019, p.71-73)