Questões de Português - Funções da Linguagem: emotiva, apelativa, referencial, metalinguística, fática e poética. para Concurso
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Leia a tirinha a seguir:
Considerando a multiplicidade de fatores que constituem a coerência textual, assinale a alternativa
INCORRETA.
Leia o poema a seguir, de Manuel Bandeira.
A Onda
a onda anda
aonde anda?
a onda?
a onda ainda
ainda onda
ainda anda
aonde?
aonde?
a onda a onda
A partir do contexto, analise as afirmações abaixo:
I- A função da linguagem predominante no texto é a poética.
II- A repetição do substantivo “onda”, seguido dos advérbios “ainda” e “aonde”, geram um efeito de sentido que alude ao som das vagas na areia.
III- A ausência da vírgula no último verso permite que o leitor atente para a continuidade das ondas.
IV- A leitura do poema procura reproduzir o som do mar através do funcionamento discursivo das classes de palavras substantivo e advérbio, protagonistas na matéria linguística do poema.
V- A repetição de palavras no poema não é redundante. Ela tem a função de ênfase.
É CORRETO o que se afirma em:
INSTRUÇÃO: Leia, com atenção, o texto 01 e, a seguir, responda à questão que a ele se refere.
Texto 01
Disponível em: https://vidasimples.co/vida-emocional/primavera. Acesso em: 28 set. 2023. Adaptado.
Considerando o trecho “Porém, incentivou o ‘exercício fino’ de se auscultar os primeiros sinais da estação mais artística de todas. Irrecusável, não?” (linhas 3-4), analise as afirmativas a seguir.
I - O termo “porém” insere, no primeiro período, uma ideia de adversidade.
II - O termo “fino”, na expressão “exercício fino”, assume o sentido de aguçado.
III - A frase “Irrecusável, não?” comprova o uso da função fática da linguagem.
IV - O termo “auscultar” foi usado com o significado de “escutar atentamente”.
V - O adjetivo em “estação mais artística de todas” foi elevado ao máximo grau.
Estão CORRETAS as afirmativas
E tinha a cabeça cheia deles
Todos os dias, ao primeiro sol da manhã, mãe e filha sentavam-se na soleira da porta. E deitada a cabeça da filha no colo da mãe, começava esta a catar-lhe piolhos.
Os dedos ágeis conheciam sua tarefa. Como se vissem, patrulhavam a cabeleira separando mechas, esquadrinhando entre os fios, expondo o claro azulado do couro. E na alternância ritmada de suas pontas macias, procuravam os minúsculos inimigos, levemente arranhando com as unhas, em carícia de cafuné.
Com o rosto metido no escuro pano da saia da mãe, vertidos os cabelos sobre a testa, a filha deixava-se ficar enlanguescida, enquanto a massagem tamborilada daqueles dedos parecia penetrar-lhe a cabeça, e o calor crescente da manhã lhe entrefechava os olhos.
Foi talvez devido à modorra que a invadia, entrega prazerosa de quem se submete a outros dedos, que nada percebeu naquela manhã – a não ser, talvez, uma leve pontada – quando a mãe, devassando gulosa o secreto reduto da nuca, segurou seu achado entre polegar e indicador e, puxando-o ao longo do fio negro e lustroso em gesto de vitória, extraiu-lhe o primeiro pensamento.
(COLASANTI, Marina. Contos de amor rasgados. Rio de Janeiro: Rocco, 1986.)