Questões de Concurso
Comentadas sobre funções da linguagem: emotiva, apelativa, referencial, metalinguística, fática e poética. em português
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É correto afirmar sobre o texto:
Analise os dois textos abaixo:
Texto 1:
Aracy Pereira S. BALBANI1 Doutora em Medicina pela Universidade de São Paulo (USP); Médica Otorrinolaringologista, Tatuí, SP, Brasil
A expansão da rede de telefonia móvel, a praticidade desse meio de comunicação e a redução do preço dos aparelhos fizeram do Brasil o quinto maior mercado consumidor de celulares no mundo. Com o custo elevado da assinatura da linha residencial fixa, o celular passou, inclusive, a ser o único telefone em muitos lares brasileiros. Os celulares são atraentes para crianças e adolescentes e influenciam seu padrão de comportamento. Segundo pesquisa do Instituto WCF-Brasil, numa amostra de 66 meninas brasileiras de dez a 17 anos vítimas de exploração sexual, 65 % gastam o dinheiro que recebem pela prostituição em bens de consumo como roupas, telefone celular e tênis. Uma das meninas afirmou que “sem celular você não é ninguém”.
Fragmento retirado da Revista Paul Pediatr Nº3. Volume 1 – Jan/2013.
Texto 2:
Considere:
I. Os dois textos dialogam em algum aspecto
quanto ao assunto abordado.
II. Ambos os textos utilizam-se da função Referencial da linguagem.
III. O texto II utiliza-se da função Conativa da linguagem.
IV. No texto II, os verbos entrar, baixar e atualizar pertencem à 1ª conjugação e estão empregados no presente do modo indicativo.
V. Em “os celulares são atraentes para crianças e adolescentes...” temos uma oração com predicado nominal.
Está correta a alternativa:
Entrando na Câmara, verifiquei que a grandiosa representação que eu fazia do legislador, não se me tinha diminuído com o exame da opaca figura do doutor Castro. Era uma exceção, mas certamente os outros deviam ser quase semideuses, mais que homens, pois eu queria-os com força e com faculdades capazes de atender e de pesar tão vários fatos, tão desencontradas considerações, tantas e tão sutis condições da existência de cada e da de todos. Para tirar regras seguras para a vida total desse entrechoque de paixões, de desejos, de ideias e de vontades, o legislador tinha que ter a ciência da terra e a clarividade do céu e sentir bem nítido o alvo incerto para que marchamos, na bruma do futuro fugidio. Quanta penetração! Quanto amor! Que estudo e saber não lhe eram exigidos! Era preciso tudo, tudo! A Teologia e a Física, a Alquimia! ... Era preciso saber tudo e sentir tudo! Era na verdade um vasto e alevantado ofício!
(Adaptado de: BARRETO, Lima. Memórias do escrivão Isaías Caminha. São Paulo: Editora Brasiliense, 1971, p.49)
Os elementos do texto estão predominantemente concentrados no
Segundo Chalhub (1990, p. 49), "uma mensagem de nível metalinguístico implica que a seleção operada no código combine elementos que retornem ao próprio código. É necessário observar que o termo código sai do seu território linguístico e assume, livremente, conotações mais amplas – aliada à noção de linguagem.”
A esse respeito, leia os textos a seguir.
Texto I
Texto II
Texto III
Texto IV
É correto afirmar que o texto que NÃO representa especificamente a função metalinguística da linguagem
está exemplificado em
Sempre pensei que ser um cidadão do mundo era o melhor que podia acontecer a uma pessoa, e continuo pensando assim. Que as fronteiras são a fonte dos piores preconceitos, que elas criam inimizades entre os povos e provocam as estúpidas guerras. E que, por isso, é preciso tentar afiná-las pouco a pouco, até que desapareçam totalmente. Isso está ocorrendo, sem dúvida, e essa é uma das boas coisas da globalização, embora haja também algumas ruins, como o aumento, até extremos vertiginosos, da desigualdade econômica entre as pessoas.
Mas é verdade que a língua primeira, aquela em que você aprende a dar nome à família e às coisas deste mundo, é uma verdadeira pátria, que depois, com a correria da vida moderna, às vezes vai se perdendo, confundindo-se com outras. E isso é provavelmente a prova mais difícil que os imigrantes têm de enfrentar, essa maré humana que cresce a cada dia, à medida que se amplia o abismo entre os países prósperos e os miseráveis, a de aprender a viver em outra língua, isto é, em outra maneira de entender o mundo e expressar a experiência, as crenças, as pequenas e grandes circunstâncias da vida cotidiana.
(Adaptado de: LLOSA, Mario Vargas. O regresso à Grécia. Disponível em: https://brasil.elpais.com)
Quando no decênio final do século XVI, os Países Baixos consolidaram militarmente na Europa sua independência da Espanha, a ofensiva batava desdobrou-se em ofensiva ultramarina visando à destruição das bases coloniais da riqueza e do poderio ibéricos. Nos primeiros anos do século XVII, a Companhia das Índias Orientais (VOC), sociedade de ações operando mediante monopólio outorgado pelo governo neerlandês, promoveu o comércio e a colonização na Ásia em detrimento da presença espanhola e portuguesa naquela parte das Índias Ocidentais (doravante referida também pelas suas iniciais holandesas WIC, ou “West Indische Compagnie”), idêntico modelo institucional foi adotado para as Américas e para a costa ocidental da África.
(MELLO, Evandro Cabral de. “Introdução”. In: O Brasil Holandês, São Paulo: Penguin & Companhia das Letras, 2010, p. 12)
Analise os textos a seguir.
Quanto ao gênero de ambos os textos, analise as afirmativas a seguir, assinalando com V as verdadeiras e com F as falsas.
( ) O texto I objetiva instruir o leitor, por meio de argumentação detalhada passo a passo, a realizar uma ação.
( ) O texto II intenciona convencer o leitor a consumir o produto que ele anuncia, e a repetição da oração “peça baton” constitui uma estratégia para tal.
( ) Ambos os textos utilizam verbos no imperativo, objetivando estimular uma ação no leitor, no caso do texto I, seguir as etapas de um preparo e, no caso do texto II, adquirir um produto.
( ) É correto afirmar que ambos os textos pertencem ao mesmo gênero textual.
Assinale a sequência correta
A revista Seleções - Reader’s Digest de fevereiro de 2019 publicou uma matéria assinada por Sorrel Downer e intitulada “O salva-vidas”. A matéria é sobre Oscar Camps, que recebeu da Reader’s Digest o Prêmio Europeu do Ano de 2019, em reconhecimento a seu trabalho humanitário, que resgatou do mar milhares de migrantes que tentavam chegar à Europa em busca de uma vida melhor.
Cai o crepúsculo e, no mediterrâneo profundo, um barco está afundando. O bote de borracha foi projetado para suportar trinta pessoas, mas há mais de cem a bordo, entre elas muitas mulheres e crianças. Várias estão mortas; outras, moribundas, envenenadas pelos gases da exaustão. No apinhado de corpos, jovens e velhos escorregam debaixo da água que já enche metade da embarcação.
Cada um deles apostou tudo para realizar o sonho de chegar à Europa e construir uma vida nova e melhor. Não há comandante a bordo; não há abrigo, comida, água nem, muito menos, reserva de combustível. Agora, com nuvens de tempestade se juntando e as ondas ficando mais fortes, a situação é desesperadora. Mas, quando o barco está quase submerso, vem o som de um motor. Um barco se aproxima. Vozes gritam instruções: fiquem sentados, mantenham a calma.
“A primeira sensação que temos ao avistar um barco à deriva ou receber um alerta”, diz Oscar Camps, “é alegria, porque sabemos que podemos ajudar. Os problemas começam depois que todo mundo já está a salvo a bordo. Há feridos, bebês, problemas com o barco, nenhum espaço e nenhum lugar aonde ir. Cada missão de resgate é um drama humano. Nunca se sabe o que vai acontecer”.
Camps se envolveu em dezenas desses dramas humanos. Ele sabe muito bem o preço que migrantes e refugiados pagam pelo desespero de fugir de guerras, perseguição e pobreza rumo a uma vida melhor na Europa. Como fundador da Proactiva Open Arms, entidade sem fins lucrativos dedicada a resgatar quem corre risco no mar, ele passou os últimos três anos salvando homens, mulheres e crianças no Mar Egeu e no Mediterrâneo. Na última contagem, o número de vidas salvas pela Proactiva foi de 59.395.
DOWNER, Sorrel. O salva-vidas. Seleções - Reader’s Digest, fev. 2019, p. 50-57. (Fragmento)
“Como fundador da Proactiva Open Arms, entidade sem fins lucrativos dedicada a resgatar quem corre risco no mar, ele passou os últimos três anos salvando homens, mulheres e crianças no Mar Egeu e no Mediterrâneo. Na última contagem, o número de vidas salvas pela Proactiva foi de 59.395.”
O trecho acima tem por função prioritária de
Leia a publicidade a seguir:
(Disponível em: <http://www.adnews.com.br/>. Acessado em: 03/11/2018.)
Diante disso, marque a alternativa que direciona o leitor para a função da linguagem PREDOMINANTE na publicidade acima
Sendo mortal e, por conseguinte, imperfeito, o homem sempre se verá como parte de uma realidade infinita que o circunda e sempre se achará em luta contra ela. Volta e meia se defrontará com a contradição constituída pelo fato de ser ele um ‘eu’ limitado e, ao mesmo tempo, fazer parte de um todo ilimitado.
FISCHER, Ernest. A necessidade da arte. Rio de Janeiro: Zahar. p. 247.
Considerando o contexto do texto, assinale a alternativa correta.
As funções da linguagem que podem ser depreendidas da publicidade apresentada na figura são:
I. referencial, uma vez que evidencia aos empresários as consequências de não se fazer propaganda;
II. conativa/apelativa, uma vez que busca influenciar os empresários a investirem em propagandas;
III. metalinguística, uma vez que usa o termo “propaganda” para falar de “propaganda”;
IV. fática, uma vez que a sua função é testar o suporte através do qual a mensagem é veiculada;
V. poética, uma vez que o autor, a fim de deixar o texto atraente ao interlocutor, recorre à linguagem verbal e não verbal.
Dos itens, verifica-se que estão corretos
Texto II

TEXTO 1
Os camelos do Islã
Por Reinaldo José Lopes
Quando a gente pensa em eventos históricos, precisa sempre levar em conta um termo meio técnico, meio filosófico, sem o qual é muito fácil cometer escorregadas feias. O termo é contingência. Em outras palavras, o papel do que poderíamos chamar de coincidência ou acaso em mover as engrenagens da história, e o fato de que os eventos históricos são caóticos, quase que no sentido físico do termo: alterações minúsculas podem conduzir a efeitos gigantes.
Por que estou me saindo com essa conversa mole? Bem, porque escrevi não faz muito tempo uma reportagem para esta Folha contando como uma série de alterações climáticas ligadas a erupções de vulcões a partir do século 6º d.C. parecem ter contribuído para acabar com o mundo antigo e “criar” a Idade Média.
No texto original, acabou não cabendo um detalhe absolutamente fascinante: segundo os modelos computacionais climáticos usados pelos pesquisadores suíços que assinam o estudo, um dos efeitos do frio intenso trazido pela erupção vulcânica pode ter sido um considerável aumento da umidade — chuva, portanto — na Arábia. E daí, perguntará você?
Bom, mais chuva = mais grama para os camelos e cavalos comerem. Mais camelos e cavalos = mais poderio militar para as tribos árabes. As quais, no período de que estamos falando, tinham acabado de adotar uma nova e empolgante ideologia religiosa trazida por um certo profeta chamado Maomé — uma ideologia que estava “pronta para exportação”, digamos assim.
Aí a gente cai de novo na tal da contingência. A expansão árabe certamente não teria acontecido sem o surgimento do Islã — mas talvez não fosse viável sem aquele monte de camelos e cavalos que só nasceram graças a algumas erupções vulcânicas. Fatores assim interagem o tempo todo, e dificilmente a gente tem clareza suficiente para entendê-los na hora em que estão ocorrendo, ou mesmo muitos séculos depois.
In: http://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2016/03/08/os-camelos-do-isla/ Acesso em: 30 set. 2016

A função de linguagem predominante para o texto abaixo é:
“O que muda na mudança,/ se tudo em volta é uma dança/ no trajeto da esperança/ junto ao que nunca se alcança?” (C.D.A)