Questões de Português - Funções da Linguagem: emotiva, apelativa, referencial, metalinguística, fática e poética. para Concurso
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AMOR
“Amor” — eu disse — e floriu uma rosa
embalsamando a tarde melodiosa
no canto mais oculto do jardim,
mas seu perfume não chegou a mim.
(Carlos Drummond de Andrade)
Leia o texto para responder a questão.
Trecho do livro Grande Sertão Veredas
João Guimarães Rosa
(...) De primeiro, eu fazia e mexia, e pensar não pensava. Não possuía os prazos. Vivi puxando difícil de difícel, peixe vivo no moquém: quem mói no asp'ro não fantasêia. Mas, agora, feita a folga que me vem, e sem pequenos desassossegos, estou de range rede. E me inventei neste gosto de especular ideia. O diabo existe e não existe? Dou o dito. Abrenúncio. Essas melancolias. O senhor vê: existe cachoeira; e pois? Mas cachoeira é barranco de chão, e água se caindo por ele, retombando; o senhor consome essa água, ou desfaz o barranco, sobra cachoeira alguma? Viver é negócio muito perigoso...
Explico ao senhor: o diabo vige dentro do homem, os crespos do homem – ou é o homem dos avessos. Solto, por si cidadão, é que não tem diabo nenhum. Nenhum! – é o que digo. O senhor aprova? Me declare tudo, franco – é alta mercê que me faz: e pedir posso encarecido. Este caso – por estúrdio que me vejam – é de minha certa importância. Tomara não fosse... Mas, não diga que o senhor, assisado e instruído, acredita na pessoa dele?! Não? Lhe agradeço! Sua alta opinião compõe minha valia.
Já sabia, esperava por ela – já o campo! Ah, a gente, na velhice, carece de ter sua aragem de descanso. Lhe agradeço. Tem diabo nenhum. Nem espírito. Nunca vi. Alguém devia de ver, então era eu mesmo, este vosso servidor. Fosse lhe contar... Bem, o diabo regula seu estado preto, nas criaturas, nas mulheres, nos homens. Até: nas crianças – eu digo. Pois é ditado: “menino – trem do diabo”? E nos usos, nas plantas, nas águas, nas terras, no vento... Estrumes... O diabo na rua, no meio do redemundo...
Hem? Hem? Ah. Figuração minha, de pior pra trás, as certas lembranças. Mal haja-me! Sofro-me pena de contar não... Melhor, se arrepare: pois, num chão, e com igual formato de ramos e folhas, não dá mandioca mansa, que se come comum, e a mandioca-brava, que mata? Agora, o senhor já viu azangada – motivos não sei; às vezes se diz que é replantada no terreno sempre, com mudas seguidas de manaíbas – vai em amargando, de tanto em tanto, de si mesmo toma peçonhas. E, ora veja: a outra, a mandioca-brava, também é que às vezes que fica mansa, a esmo, de se comer sem nenhum mal. E que é isso? Eh, o senhor que já viu, por ver, a feiura de ódio franzido, carantonho, nas faces duma cobra cascavel? Observou o porco gordo, cada dia mais feliz bruto, capaz de, pudesse, roncar e engolir por sua comodidade o mundo todo? E gavião, corvo, alguns, as feições deles já representam a precisão de talhar para adiante, rasgar e estraçalhar a bico, parece uma quicé muito afiada por ruim desejo. Tudo. Tem até tortas raças de pedras, horrorosas, venenosas – que estragam mortal a água, se estão jazendo em fundo de poço; o diabo dentro delas dorme: são o demo. Se sabe? E o demo – que é só assim o significado dum azougue maligno – tem ordem de seguir o caminho dele, tem licença para campear?! Arre, ele está misturado em tudo.
Que gasta, vai gastando o diabo de dentro da gente, aos pouquinhos, é o razoável sofrer. E a alegria de amor - compadre meu Quelemém, diz. Família. Deveras? É, e não é. O senhor ache e não ache. Tudo é e não é... Quase todo mais grave criminoso feroz, sempre é muito bom marido, bom filho, bom pai, e é bom amigo-de-seus-amigos! Sei desses. Só que tem os depois - e Deus, junto. Vi muitas nuvens.
Leia o texto abaixo e responda ao que se pede.
Poeminho do Contra
Todos esses que aí estão
Atravancando meu caminho,
Eles passarão...
Eu passarinho!
Mario Quintana
TEXTO IV
No início dos anos 80, a humanidade teve que se adequar às novas posturas em nome de um mercado globalizado. Agora, acomoda-se aos critérios do mundo digitalizado para não se excluir da dança orquestrada pelos artífices da vida virtual. São regras e comportamentos assentados sem plebiscitos ou referendos. [...]
Deste modo, as pessoas adentram no universo da informática, em cujo seguimento, de forma instigadora, vende-se a ideia de facilitação, de encurtamento de distâncias, e de inclusão social […]. No caminho desses trilhos virtuais se estabelecem dependências, e as pessoas, apesar dos inúmeros amigos em suas redes sociais, estão sozinhas ao final de cada acesso e bate-papos. Essas certificam pesarosas, enfim, que as telas de computadores ou de celulares não lhes proporcionam aquilo que apenas outro humano poderia ceder-lhes, a exemplo do calor e afeição.
No modus vivendi da pressa e do estresse, enquanto marco da nova era, abre-se o leque para temáticas que vão desde os meandros da informática até a implantação de chips em humanos, sem embargo das nuvens que acondicionam informações digitais.
O diálogo, agora, se esvazia na perspectiva de humanos. Há um monólogo estabelecido com robôs ou inteligências artificiais, que vicejam superar homens, antes de servi-los, apesar da evidente colisão com o princípio da automação que recomenda que a máquina jamais supere humanos. Constata-se, todavia, que o contrário dessa premissa vai se assentando, na medida em que pais de família, superados por computadores, estão expostos na vala do desemprego. Nesse sentido, atesta-se a estruturação de uma sociedade de excluídos numa época que tanto se propugna por ações inclusivas. […]
FILHO, Zilmar Wolney Aires. Fragmentos. Disponível em: <https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/10633/Rastros-de-uma-nova-era-inteligencias-artificiais-reproducoes-assistidas-vidas-virtuais-chips-na-pele-e-fisica-quantica>
Texto para responder a questão
O CAU
1 O Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil –
CAU/BR e os Conselhos de Arquitetura e Urbanismo dos
Estados e do Distrito Federal – CAU/UF foram criados
4 com a Lei no
12.378, de 31 de dezembro de 2010, que
regulamenta o exercício da arquitetura e do urbanismo no
País. Uma conquista histórica para a categoria, que significa
7 maior autonomia e representatividade para a profissão.
Disponível em: <https://www.caumt.gov.br>