Questões de Concurso
Sobre grafia e emprego de iniciais maiúsculas em português
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Neste espaço, não esperamos lançar luzes, ainda que sutis, sobre uma preocupação que pouco tem sido aventada socialmente: a função da linguagem na formação do sujeito e o papel da língua escrita no enriquecimento da linguagem de cada um. Isso já tem sido competentemente discutido em todas as instâncias em que esse assunto é relevante. O que aqui pretendemos é oxigenar, mais uma vez, a ideia dos danos que o analfabetismo funcional pode causar aos cidadãos e as consequências nefastas desses danos em todas as esferas do cotidiano humano. [...]
( ) De acordo com a ortografia moderna, a palavra “escusar”, assim como a palavra “espoliados”, estão corretamente grafadas com “s” na primeira sílaba. ( ) A ausência do acento gráfico da palavra “diálogo” dá-lhe outro dignificado. ( ) Em: “[...], a maior dificuldade na prescrição e administração da insulina [...] reside na precariedade da competência leitora”, se a expressão “a maior dificuldade” fosse substituídas por “as maiores dificuldades”, a alteração no verbo seria opcional. ( ) “[...] a inserção social a que nos referimos diz respeito ao conhecimento de mundo de uma forma ampla e irrestrita”. O pronome oblíquo presente nesse fragmento também poderia estar na forma enclítica sem prejuízo à correção do período.
Agora assinale a alternativa que contenha a sequência correta de respostas de cima para baixo:
Atenção: Nesta prova, considera-se uso correta da Língua Portuguesa o que está de acordo com a norma padrão escrita.
Leia o texto a seguir para responder a questão sobre seu conteúdo.
APRENDA A LER E A ESCREVER: UMA
POSSIBILIDADE DE INCLUSÃO SOCIAL
Por: Sandra Bozza
Disponível em:
http://linguaportuguesa.uol.com.br/linguaportuguesa/gramatica-
ortografia/59/artigo371209-2.asp Acesso em 13 ago 2016.
Gostaria de iniciar este diálogo escrito congraçando os leitores à seguinte reflexão: enquanto leem este texto, bilhões de cidadãos da Terra estão em caráter de exclusão pelo fato de não saberem ler. São espoliados da herança científica e cultural construída no processo histórico de suprir necessidades cada vez mais complexas. Grande parte desse processo foi registrado e legado às sociedades regidas e organizadas pela língua escrita, possibilitando, assim, que esses mesmos conhecimentos sejam, a todo tempo, revisitados, rechaçados, ampliados e superados. Todos os analfabetos (funcionais e de fato) deixam de ter acesso à criação artística e científica, aos avanços e às descobertas, realizações e valores que pertencem a nossa comunidade planetária. É essa a principal verve de nossa reflexão.
Neste espaço, não esperamos lançar luzes, ainda que sutis, sobre uma preocupação que pouco tem sido aventada socialmente: a função da linguagem na formação do sujeito e o papel da língua escrita no enriquecimento da linguagem de cada um. Isso já tem sido competentemente discutido em todas as instâncias em que esse assunto é relevante. O que aqui pretendemos é oxigenar, mais uma vez, a ideia dos danos que o analfabetismo funcional pode causar aos cidadãos e as consequências nefastas desses danos em todas as esferas do cotidiano humano. [...]
Que a leitura amplia horizontes e que as informações conseguidas a partir dela podem resultar em conhecimentos todos já sabemos. O que talvez seja a necessidade mais premente nos dias atuais (quando tanto se tem comentado sobre a pobre proficiência em leitura que a escola brasileira tem produzido) é refletir sobre o seu papel no intelecto de cada ser.
A escrita exige (e simultaneamente desenvolve) o funcionamento da função simbólica, que é determinante para o desenvolvimento da inteligência. Todavia, os não alfabetizados com competência não estarão suficientemente aptos para sobreviverem com plenitude em uma sociedade letrada. Um bom exemplo desse fenômeno pode ser observado na barreira que a saúde pública enfrenta no combate à diabetes. Segundo os especialistas, a maior dificuldade na prescrição e administração da insulina (e consequentemente no controle da doença) reside na precariedade da competência leitora que muitos pacientes possuem, pois não se trata apenas de não saber interpretar o que é prescrito na bula ou na receita médica, mas sim de ter competência para relativizar e estabelecer conexões entre seu estado de saúde e as necessidades da dose do medicamento e da ingestão de glicose que realizaram naquele dia. Ou seja, não estamos a falar apenas de não conseguir compreender uma ideia colocada através da língua escrita, mas, também, de um baixo desenvolvimento cognitivo que, muita vezes, não permite que o tratamento seja eficaz. Em outras palavras, o sujeito não competente na leitura pode sofrer de déficits cognitivos e ser prejudicado nas mais diversas ações e necessidades de sua vida.
[...] É isso que sugere o título deste texto: a inserção social a que nos referimos diz respeito ao conhecimento de mundo de uma forma ampla e irrestrita, que dificilmente se conseguiria não fosse o acesso e o poder de transitar pelo universo letrado que a escrita pode nos proporcionar.
Sandra Bozza é linguista, filósofa, psicóloga, socióloga e
escritora. Prof. de Metodologia de Ensino da Língua Portuguesa,
de Literatura Infantil, de Linguística e de Metodologia de Ensino
de Alfabetização e Letramento. Entre seus livros mais relevantes
estão: Na escola sem aprender? Isso não!; Avaliação e
aprendizagem: entre o pensar e o fazer; Língua Portuguesa a
Partir do Texto (4 Volumes) e Coleção Trabalhando com a
Palavra Viva (2 Volumes). Fonte: Adaptado de:
http://literatura.uol.com.br/literatura/figuraslinguagem/56/artigo362336-1.asp
Acesso em 13 ago 2016.
Avalie as afirmações a seguir e marque V para afirmações Verdadeiras ou F para Falsas.
( ) De acordo com a ortografia moderna, a palavra “escusar”, assim como a palavra “espoliados”, estão corretamente grafadas com “s” na primeira sílaba.
( ) A ausência do acento gráfico da palavra “diálogo” dá-lhe outro dignificado.
( ) Em: “[...], a maior dificuldade na prescrição e administração da insulina [...] reside na precariedade da competência leitora”, se a expressão “a maior dificuldade” fosse substituídas por “as maiores dificuldades”, a alteração no verbo seria opcional.
( ) “[...] a inserção social a que nos referimos diz respeito ao conhecimento de mundo de uma forma ampla e irrestrita”. O pronome oblíquo presente nesse fragmento também poderia estar na forma enclítica sem prejuízo à correção do período.
Agora assinale a alternativa que contenha a sequência
correta de respostas de cima para baixo:
Surpresa: venda de livros impressos supera a de e-books
Não é incomum ainda se ouvir que a tendência do mercado editorial é que os livros digitais superem e, em um futuro não muito distante, até substituam os impressos. As expectativas não parecem se confirmar na prática. Segundo pesquisa do Financial Times, as vendas de livros em papel têm crescido e superado a de e-books, especialmente entre os jovens, e a previsão é de que continue assim. Uma agradável notícia para aqueles leitores que gostam de ter às mãos suas obras preferidas, para tocá-las, cheirá-las e marcá-las à vontade.
De acordo com Paul Lee, analista da empresa editorial Deloitte: “Jornais impressos são resistentes entre aqueles que cresceram com jornais impressos. Livros impressos são resistentes entre todas as idades”. Por que será?
Apesar das vantagens de ter um leitor de ebook, como o peso, o espaço de armazenamento e a praticidade, os leitores continuam apegados à versão física do livro. Os motivos parecem ser de ordem emocional, e nem tanto racional. A capa, a diagramação, o irresistível cheiro de livro novo, a facilidade de manipulação e de troca entre leitores, conquistam mesmo as novas gerações, imersas na tecnologia desde cedo.
A verdade é que não precisa haver competição tão acirrada entre livros digitais e impressos. Ambos possuem suas vantagens e desvantagens. Não é preciso abandonar completamente os manuscritos para aderir ao mundo literário digital, nem é preciso ser tão inflexível em relação à nova possibilidade de leitura. Por que não aproveitar os benefícios de ambos os tipos? A literatura só tem a ganhar com a variedade. E o leitor também.
Nicole Ayres Luz. Disponível em homoliteratus.com/surpresavenda-de-livros-impressos-supera-de-ebooks. Acesso em 2/1/16
5 dicas da ciência para você tomar boas decisões
Carol Castro
Quantas vezes você ficou em dúvida sobre o que fazer, tomou uma decisão, mas pouco depois acabou se arrependendo? Bem, talvez a ciência possa te ajudar. Dá só uma olhada nessas cinco dicas científicas para tomar decisões melhores.
DISTANCIE-SE DO PROBLEMA
Pense na situação como se ela estivesse acontecendo a amigo ou a um parente. Mas não ocorrendo com você. Isso vai te ajudar a pensar de forma mais racional. Foi o que pesquisadores da Universidade de Waterloo, no Canadá, concluíram ao pedir a voluntários para refletir sobre traição no namoro. A ideia era analisar o cenário caso isso acontecesse com eles ou com outro amigo. Em seguida, tiveram de responder a algumas perguntas – todas elas foram pensadas de acordo com critérios de pensamento coerente e racional: do tipo,reconhecer o limite do outro, considerar as perspectivas do parceiro, motivos que poderiam levar à traição, etc. E quando pensavam nos amigos, eles costumavam tomar decisões mais inteligentes, baseadas na razão e não apenas na emoção. Como fazer isso na prática? Segundo a pesquisa, basta conversar consigo mesmo como se o problema não fosse seu.
PENSE EM OUTRO IDIOMA
Em inglês, espanhol, tanto faz, desde que não seja seu idioma nativo. Segundo pesquisa americana, quando pensamos sobre algo usando uma língua estrangeira, o lado racional se sobrepõe ao emocional. É como se a língua gringa removesse a conexão emocional que talvez você pudesse ter ao pensar em português.
TRABALHE SUA INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
Se você é do tipo que entende e lida bem com as emoções (as suas e as alheias), é mais provável que não deixe motivos irracionais que nada tem a ver com a situação influenciarem nas tomadas de decisões. É o que garante uma pesquisa realizada por cientistas da Universidade de Toronto. E isso envolve todos os tipos de emoções: da empolgação à ansiedade e estresse. “Pessoas emocionalmente inteligentes não excluem todas as emoções na hora de tomar decisões. Eles retiram só as emoções que não têm a ver com a decisão”, explica Stéphane Côté, autora da pesquisa.
APAGUE A LUZ
Ok, essa dica é bem estranha, mas vamos lá.
Pesquisadores canadenses levaram voluntários para comer ou ler em ambientes diferentes. E quem esteve em salas bem iluminadas tendia a achar o molho mais apimentado, os personagens fictícios mais agressivos e as pessoas mais atraentes. É que ambientes iluminados parecem amplificar o lado emocional das pessoas – e, claro, influenciar nas impressões e decisões.
DÊ UM TEMPO
Esqueça o problema, nem que seja só por alguns poucos segundos. É o que garantem pesquisadores americanos. Segundo eles, na hora de tomar uma decisão, o cérebro reúne um monte de informações. Só que não consegue distinguir rapidamente o que é relevante ou não. Então, se houver algo contraditório, é possível que você não perceba e escolha o caminho errado. Mas quando você dá um tempo extra para que o cérebro consiga reunir outras informações e analisá-las melhor, os riscos diminuem. E nem precisa esperar tanto tempo assim: “adiar a decisão por, no mínimo, 50 milissegundos permite ao cérebro focar atenção nas informações mais relevantes e bloquear as distrações”, explica Jack Grinband, um dos autores do estudo.
Adaptado de http://super.abril.com.br/blogs/cienciamaluca/5-dicas-daciencia-para-voce-tomar-boas-decisoes/
“Entregava sua vida a ela, totalmente. Ele não sabia por que, mas lhe agradavam os carinhos, as horas que passavam ali no pardo da madrugada. Assistiam silenciosamente à chegada da manhã.”
TEZA, C. O fotógrafo. São Paulo: Record, 2008.
As alternativas abaixo exibem alguns trechos modificados.
Assinale aquela que apresenta danos à norma culta.
Atenção: Nesta prova, considera-se uso correta da Língua Portuguesa o que está de acordo com a norma padrão escrita.
Leia o texto a seguir para responder a questão sobre seu conteúdo.
APRENDA A LER E A ESCREVER: UMA
POSSIBILIDADE DE INCLUSÃO SOCIAL
Por: Sandra Bozza Disponível em: http://linguaportuguesa.uol.com.br/linguaportuguesa/gramatica- ortografia/59/artigo371209-2.asp Acesso em 13 ago 2016.
Gostaria de iniciar este diálogo escrito congraçando os leitores à seguinte reflexão: enquanto leem este texto, bilhões de cidadãos da Terra estão em caráter de exclusão pelo fato de não saberem ler. São espoliados da herança científica e cultural construída no processo histórico de suprir necessidades cada vez mais complexas. Grande parte desse processo foi registrado e legado às sociedades regidas e organizadas pela língua escrita, possibilitando, assim, que esses mesmos conhecimentos sejam, a todo tempo, revisitados, rechaçados, ampliados e superados. Todos os analfabetos (funcionais e de fato) deixam de ter acesso à criação artística e científica, aos avanços e às descobertas, realizações e valores que pertencem a nossa comunidade planetária. É essa a principal verve de nossa reflexão.
Neste espaço, não esperamos lançar luzes, ainda que sutis, sobre uma preocupação que pouco tem sido aventada socialmente: a função da linguagem na formação do sujeito e o papel da língua escrita no enriquecimento da linguagem de cada um. Isso já tem sido competentemente discutido em todas as instâncias em que esse assunto é relevante. O que aqui pretendemos é oxigenar, mais uma vez, a ideia dos danos que o analfabetismo funcional pode causar aos cidadãos e as consequências nefastas desses danos em todas as esferas do cotidiano humano. [...]
Que a leitura amplia horizontes e que as informações conseguidas a partir dela podem resultar em conhecimentos todos já sabemos. O que talvez seja a necessidade mais premente nos dias atuais (quando tanto se tem comentado sobre a pobre proficiência em leitura que a escola brasileira tem produzido) é refletir sobre o seu papel no intelecto de cada ser.
A escrita exige (e simultaneamente desenvolve) o funcionamento da função simbólica, que é determinante para o desenvolvimento da inteligência. Todavia, os não alfabetizados com competência não estarão suficientemente aptos para sobreviverem com plenitude em uma sociedade letrada. Um bom exemplo desse fenômeno pode ser observado na barreira que a saúde pública enfrenta no combate à diabetes. Segundo os especialistas, a maior dificuldade na prescrição e administração da insulina (e consequentemente no controle da doença) reside na precariedade da competência leitora que muitos pacientes possuem, pois não se trata apenas de não saber interpretar o que é prescrito na bula ou na receita médica, mas sim de ter competência para relativizar e estabelecer conexões entre seu estado de saúde e as necessidades da dose do medicamento e da ingestão de glicose que realizaram naquele dia. Ou seja, não estamos a falar apenas de não conseguir compreender uma ideia colocada através da língua escrita, mas, também, de um baixo desenvolvimento cognitivo que, muita vezes, não permite que o tratamento seja eficaz. Em outras palavras, o sujeito não competente na leitura pode sofrer de déficits cognitivos e ser prejudicado nas mais diversas ações e necessidades de sua vida.
[...] É isso que sugere o título deste texto: a inserção social a que nos referimos diz respeito ao conhecimento de mundo de uma forma ampla e irrestrita, que dificilmente se conseguiria não fosse o acesso e o poder de transitar pelo universo letrado que a escrita pode nos proporcionar.
Sandra Bozza é linguista, filósofa, psicóloga, socióloga e
escritora. Prof. de Metodologia de Ensino da Língua Portuguesa,
de Literatura Infantil, de Linguística e de Metodologia de Ensino
de Alfabetização e Letramento. Entre seus livros mais relevantes
estão: Na escola sem aprender? Isso não!; Avaliação e
aprendizagem: entre o pensar e o fazer; Língua Portuguesa a
Partir do Texto (4 Volumes) e Coleção Trabalhando com a
Palavra Viva (2 Volumes). Fonte: Adaptado de:
http://literatura.uol.com.br/literatura/figuraslinguagem/56/artigo362336-1.asp
Acesso em 13 ago 2016.
Avalie as afirmações a seguir e marque V para afirmações Verdadeiras ou F para Falsas.
( ) De acordo com a ortografia moderna, a palavra “escusar”, assim como a palavra “espoliados”, estão corretamente grafadas com “s” na primeira sílaba.
( ) A ausência do acento gráfico da palavra “diálogo” dá-lhe outro dignificado.
( ) Em: “[...], a maior dificuldade na prescrição e administração da insulina [...] reside na precariedade da competência leitora”, se a expressão “a maior dificuldade” fosse substituídas por “as maiores dificuldades”, a alteração no verbo seria opcional.
( ) “[...] a inserção social a que nos referimos diz respeito ao conhecimento de mundo de uma forma ampla e irrestrita”. O pronome oblíquo presente nesse fragmento também poderia estar na forma enclítica sem prejuízo à correção do período.
Agora assinale a alternativa que contenha a sequência correta de respostas de cima para baixo:
Instrução: A questão esta relacionada ao novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa que está sendo implementado desde 1° de janeiro de 2009 e que coexiste com a norma ortográfica atualmente vigente.
Assinale a alternativa em que, do ponto de vista do uso ou não do hífen, todas as palavras e/ou expressões estão
grafadas corretamente.
I. Na frase “A modelo Gisele Bündchen despede-se das passarelas em 2015", a crase está corretamente empregada, pois trata-se de um nome próprio, no caso o sobrenome da modelo, e possui origem estrangeira.
II. Na frase “ As nações européias começam a dar indícios de grande progressão econômica", o termo “européias" está acentuado de forma incorreta, pois deixou de existir acentuação em ditongos de palavras paroxítonas.
III. O alfabeto brasileiro passou a ter 23 letras, com a inclusão de “K", “Y" e “Z".
IV. O governo pôde constatar a alta taxa de rejeição com o aumento de combustível e energia elétrica", o termo “pôde" está corretamente acentuado por se tratar de uma exceção na regra de acento diferencial.
Assinale a alternativa que apresenta, sequencialmente, as proposições CORRETAS:
Com a evolução política da humanidade, dois valores fundamentais consolidaram o ideal democrático: a liberdade e a igualdade, valores que foram traduzidos como objetivos maiores dos seres humanos em todas as épocas. Mas os avanços e as conquistas populares em direção a esses objetivos nem sempre se desenvolveram de forma pacífica. Guerras, destituições e enforcamentos de reis e monarcas, revoluções populares e golpes de Estado marcaram a trajetória da humanidade em sua busca de liberdade e igualdade.
(Clóvis Brigagão & Gilberto M. Rodrigues. 1998. Globalização a olho nu: o mundo conectado. São Paulo: Moderna).
PRECISAMOS DE EDUCAÇÃO DIFERENTE DE
ACORDO COM A CLASSE SOCIAL
Por: Gustavo Ioschpe. Em 10/07/2011. Adaptado de:
http://veja.abril.com.br/noticia/educacao/precisamos-de-educacao-
diferente-de-acordo-com-aclasse-social Acesso em 20 de janeiro de 2014.
No fim do artigo do mês passado, lancei aos nossos congressistas uma sugestão: que façam uma lei determinando que toda escola pública coloque uma placa de boa visibilidade na entrada principal com o seu Ideb. A lógica é simples. Em primeiro lugar, todo cidadão tem o direito de saber a qualidade da escola que seu filho frequenta. Hoje, esse dado está "escondido" em um site do Ministério da Educação. É irrazoável achar que um pai que nem sabe o que é o Ideb vá encontrar esse site. [...]. Em segundo lugar, acredito que essa divulgação pode colaborar para quebrar a inércia da sociedade brasileira em relação às nossas escolas. Essa inércia está ancorada em uma mentira: a de que elas são boas. [...] Ninguém se indigna nem se mobiliza para combater algo que lhe parece estar bem.
A sugestão desencadeou dois movimentos rápidos, enérgicos e antagônicos. Por um lado, houve grande acolhimento da ideia entre os reformistas. [...] Ao mesmo tempo, a proposta vem sofrendo resistências. As críticas são interessantes: escancaram uma visão amplamente difundida sobre os nossos problemas educacionais que não podemos mais ignorar ou tentar contornar.[...]
Disporia essa visão em três grupos, que postulam o seguinte: 1. para o aluno pobre, o objetivo principal é estar na escola; se aprender, é um bônus; 2. a finalidade da escola deve ser o bem-estar do professor; 3. é impossível esperar que o aluno pobre, que mora na periferia e vem de família desestruturada, aprenda o mesmo que o de classe média ou alta. Claro, ninguém diz isso abertamente, mas é o corolário do seu pensamento. Vejamos exemplos.
Grupo 1: "o importante não é o Ideb, mas o fato de ser uma escola inclusiva", pois recebe alunos de áreas de baixa renda etc. Essa é apenas uma manifestação mais tosca e descarada de um sentimento que você já deve ter encontrado em uma roda de conversa quando, por exemplo, alguém defende a escola de tempo integral porque tira a criança da rua ou do contato com seus amigos e familiares. [...] A minha visão de educação é de que a inclusão social se dará justamente por meio do aprendizado dos conteúdos e das competências de que esse jovem precisará para ter uma vida produtiva em sociedade [...]. Muitos educadores acham que seu papel é suprir as carências - de afeto, higiene, valores de vida etc. - manifestadas pelos alunos. Podem não conseguir alfabetizá-los ou ensinar-lhes a tabuada, mas "a educação é muito mais que isso", e há uma grande vantagem: o "muito mais que isso" não é mensurável e ninguém pode dizer se a escola está fracassando ou tendo êxito nessa sua autocriada missão.
Grupo 2. Ouvimos a todo instante sobre a necessidade de "valorizar o magistério" e "recuperar a dignidade do professor", que é um adulto, que escolheu a profissão que quis trilhar e é pago para exercê-la. Apesar de o aluno ser uma criança e de ser obrigado por lei a cursar a escola, nunca vi ninguém falando na valorização do alunado ou na recuperação de sua dignidade. Por isso, faz-se necessário dizer o óbvio: a educação existe para o aluno. O bom professor (assim como o diretor e os demais funcionários) é uma ferramenta - importantíssima - para o aprendizado. Mas ele é um meio, não um fim em si. Se o professor estiver satisfeito e motivado e o aluno ainda assim não aprender, a escola fracassou. [...]
Mas sem dúvida a oposição mais comum vem dos
membros do grupo 3, que usam a seguinte palavra mágica:
contextualizar. Escreve Pilar Lacerda, secretária da
Educação Básica do MEC: "Divulgar o Ideb é necessário.
Mas o contexto onde está a escola faz muita diferença nos
resultados. Por isso é perigoso (sic) uma comparação ‘fria’
dos resultados". [...] Essa visão é caudatária de um mal que
acomete grande parte dos nossos compatriotas: o de achar
que o esforço importa mais que o resultado. [...]É mais difícil
fazer com que esse aluno, nesse contexto, aprenda o
mesmo que outro de boa família? Sem dúvida! O problema
dessas escolas não é como os seus resultados ruins são
divulgados, se serão servidos frios, quentes ou mornos: o
problema são os resultados! [...] Nosso problema não é
termos alunos pobres: é que nosso sistema educacional não
sabe como ensiná-los, e está mais preocupado em
encontrar meios de continuar não enxergando essa
deficiência do que em solucioná-la. [...] precisamos que a
escola dos pobres ensine mais do que a dos ricos. É difícil?
Muito. Mas deve ser a nossa meta. E, se o Brasil como um
todo não melhorar seu nível educacional, jamais chegará ao
Primeiro Mundo. Esse é o non sequitur desse pensamento
dos "contextualizadores": seria necessário nos tornarmos
um país de gente rica para que pudéssemos dar educação
de qualidade a todos. Mas a verdade é que o salto da
educação precisa vir antes: sem educação de qualidade,
não teremos desenvolvimento sustentado. Podemos nos
enganar com um crescimento econômico puxado pela alta
de valor das commodities, mas em algum momento teremos
de encarar a realidade: um país não pode ser melhor, mais
rico e mais bem preparado do que as pessoas que o
compõem.
Texto 1 – Um país em berço de sangue
O maior país da América Latina, com a maior população católica do mundo, não nasceu de forma tranquila. Neste livro, com o realismo dos documentos originais, vemos claramente a brutalidade do extermínio dos índios na costa brasileira, berço de sangue cujo marco determinante é a fundação da cidade do Rio de Janeiro.
O Brasil real começou a ser construído por homens como o degredado João Ramalho, que raspava os pelos do corpo para se mesclar aos índios e construiu um exército de mestiços caçadores de escravos mais poderoso que o da própria Coroa; personagens improváveis como o jesuíta Manoel da Nóbrega, padre gago incumbido de catequizar um povo de língua indecifrável, esteio da erradicação dos “hereges” antropófagos; líderes implacáveis como Aimberê, ex-escravo que tomou a frente da resistência e Cunhambebe, cacique “imortal”, que dizia poder devorar carne humana porque era “um jaguar”.
Incluindo protestantes franceses, que se aliaram aos índios para escapar dos portugueses e da Inquisição, além de mamelucos, os primeiros brasileiros verdadeiramente ligados à terra, que falavam tupi tanto quanto o português e partiram do planalto de Piratininga para caçar índios e estenderam a colônia sertão adentro, surge um povo que desde a origem nada tem da autoimagem do “brasileiro cordial”.
(Texto da orelha do livro A conquista do Brasil, de Thales Guaracy, Planeta, Rio de Janeiro, 2015)
Carol Castro
Quantas vezes você ficou em dúvida sobre o que fazer, tomou uma decisão, mas pouco depois acabou se arrependendo? Bem, talvez a ciência possa te ajudar. Dá só uma olhada nessas cinco dicas científicas para tomar decisões melhores.
DISTANCIE-SE DO PROBLEMA
Pense na situação como se ela estivesse acontecendo a amigo ou a um parente. Mas não ocorrendo com você. Isso vai te ajudar a pensar de forma mais racional. Foi o que pesquisadores da Universidade de Waterloo, no Canadá, concluíram ao pedir a voluntários para refletir sobre traição no namoro. A ideia era analisar o cenário caso isso acontecesse com eles ou com outro amigo. Em seguida, tiveram de responder a algumas perguntas – todas elas foram pensadas de acordo com critérios de pensamento coerente e racional: do tipo,reconhecer o limite do outro, considerar as perspectivas do parceiro, motivos que poderiam levar à traição, etc. E quando pensavam nos amigos, eles costumavam tomar decisões mais inteligentes, baseadas na razão e não apenas na emoção. Como fazer isso na prática? Segundo a pesquisa, basta conversar consigo mesmo como se o problema não fosse seu.
PENSE EM OUTRO IDIOMA
Em inglês, espanhol, tanto faz, desde que não seja seu idioma nativo. Segundo pesquisa americana, quando pensamos sobre algo usando uma língua estrangeira, o lado racional se sobrepõe ao emocional. É como se a língua gringa removesse a conexão emocional que talvez você pudesse ter ao pensar em português.
TRABALHE SUA INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
Se você é do tipo que entende e lida bem com as emoções (as suas e as alheias), é mais provável que não deixe motivos irracionais que nada tem a ver com a situação influenciarem nas tomadas de decisões. É o que garante uma pesquisa realizada por cientistas da Universidade de Toronto. E isso envolve todos os tipos de emoções: da empolgação à ansiedade e estresse. “Pessoas emocionalmente inteligentes não excluem todas as emoções na hora de tomar decisões. Eles retiram só as emoções que não têm a ver com a decisão", explica Stéphane Côté, autora da pesquisa.
APAGUE A LUZ
Ok, essa dica é bem estranha, mas vamos lá.
Pesquisadores canadenses levaram voluntários para comer ou ler em ambientes diferentes. E quem esteve em salas bem iluminadas tendia a achar o molho mais apimentado, os personagens fictícios mais agressivos e as pessoas mais atraentes. É que ambientes iluminados parecem amplificar o lado emocional das pessoas – e, claro, influenciar nas impressões e decisões.
DÊ UM TEMPO
Esqueça o problema, nem que seja só por alguns poucos segundos. É o que garantem pesquisadores americanos. Segundo eles, na hora de tomar uma decisão, o cérebro reúne um monte de informações. Só que não consegue distinguir rapidamente o que é relevante ou não. Então, se houver algo contraditório, é possível que você não perceba e escolha o caminho errado. Mas quando você dá um tempo extra para que o cérebro consiga reunir outras informações e analisá-las melhor, os riscos diminuem. E nem precisa esperar tanto tempo assim: “adiar a decisão por, no mínimo, 50 milissegundos permite ao cérebro focar atenção nas informações mais relevantes e bloquear as distrações", explica Jack Grinband, um dos autores do estudo.
Adaptado de http://super.abril.com.br/blogs/cienciamaluca/5-dicas-daciencia-para-voce-tomar-boas-decisoes/