Questões de Concurso Sobre interpretação de textos em português

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Q3023882 Português
Leia o texto e responda à questão.

Netinho, medalhista no taekwondo, conheceu esporte na casa de amigo e superou morte do pai para continuar lutando


O paraibano Edival Pontes, o Netinho, conquistou a medalha de bronze no taekwondo nas Olimpíadas de Paris, na tarde desta quinta-feira (8). Nascido e criado no bairro do Rangel, na zona oeste da cidade João Pessoa, o atleta conheceu o esporte na casa de um amigo, e teve que superar o luto da morte do pai, maior incentivador, para continuar lutando.

Netinho conheceu o esporte quando brincava na casa de um amigo, aos 7 anos de idade. “Eu descobri o taekwondo indo pra casa de um amigo meu, tinha vídeo game lá, a gente sempre tava brincando. O pai dele fazia taekwondo, era professor, o mestre Manoel, meu primeiro mestre”, contou em entrevista antes dos jogos de Paris.

O atleta define que nasceu com o esporte no sangue e foi amor à primeira vista quando conheceu o taekwondo. Ele explica que se empolgou, e com 10 anos já era faixa preta. A mãe de Netinho, Eridan Marques, relembra como o medalhista era na infância e o define, brincando, como uma “danação”.

“Ele sempre foi tranquilo. Como se diz, no popular, a ‘danação’ é de criança da idade dele mesmo”, afirmou.

A mãe admite que ainda não consegue assistir às lutas do atleta, mas torce distante. “Eu rezo, me emociono, choro, entrego nas mãos de Deus e agradeço”, afirmou. Algumas medalhas continuam na casa em que o atleta cresceu em João Pessoa.

Em 2014, Netinho foi campeão sul-americano com apenas 17 anos, além de medalha de ouro no mundial juvenil e nas Olimpíadas da Juventude. Tudo isso com apoio e incentivo de seu Nino, o pai dele, que faleceu em novembro de 2020, durante a pandemia de Covid-19, e em meio a indecisão sobre a realização das Olimpíadas de Tóquio.

“Meu pai me apoiou muito. A gente não tinha muitas condições, mas o que ele pode fazer, ele fez. O coroa sempre se virou muito, mesmo sem ter uma condição muito boa pra gente estar viajando (para competições). Ele era a minha direção. Ele me conhecia desde que eu nasci, então ficou difícil encontrar uma pessoa que eu confiasse pra desabafar, para falar o que eu estava sentindo”, afirmou.

Netinho conquistou o bronze na categoria até 68kg do taekwondo nas Olimpíadas de Paris 2024. O brasileiro de 26 anos foi bem nas duas lutas decisivas e faturou a medalha ao bater o espanhol Javier Pérez Polo na disputa do terceiro lugar.


Disponível em: https://g1.globo.com/pb/paraiba/.Acesso em: 08/08/2024 (Adaptado)

“Meu pai me apoiou muito...”


Assinale a alternativa CORRETA. 

Alternativas
Q3023881 Português
Leia o texto e responda à questão.

Netinho, medalhista no taekwondo, conheceu esporte na casa de amigo e superou morte do pai para continuar lutando


O paraibano Edival Pontes, o Netinho, conquistou a medalha de bronze no taekwondo nas Olimpíadas de Paris, na tarde desta quinta-feira (8). Nascido e criado no bairro do Rangel, na zona oeste da cidade João Pessoa, o atleta conheceu o esporte na casa de um amigo, e teve que superar o luto da morte do pai, maior incentivador, para continuar lutando.

Netinho conheceu o esporte quando brincava na casa de um amigo, aos 7 anos de idade. “Eu descobri o taekwondo indo pra casa de um amigo meu, tinha vídeo game lá, a gente sempre tava brincando. O pai dele fazia taekwondo, era professor, o mestre Manoel, meu primeiro mestre”, contou em entrevista antes dos jogos de Paris.

O atleta define que nasceu com o esporte no sangue e foi amor à primeira vista quando conheceu o taekwondo. Ele explica que se empolgou, e com 10 anos já era faixa preta. A mãe de Netinho, Eridan Marques, relembra como o medalhista era na infância e o define, brincando, como uma “danação”.

“Ele sempre foi tranquilo. Como se diz, no popular, a ‘danação’ é de criança da idade dele mesmo”, afirmou.

A mãe admite que ainda não consegue assistir às lutas do atleta, mas torce distante. “Eu rezo, me emociono, choro, entrego nas mãos de Deus e agradeço”, afirmou. Algumas medalhas continuam na casa em que o atleta cresceu em João Pessoa.

Em 2014, Netinho foi campeão sul-americano com apenas 17 anos, além de medalha de ouro no mundial juvenil e nas Olimpíadas da Juventude. Tudo isso com apoio e incentivo de seu Nino, o pai dele, que faleceu em novembro de 2020, durante a pandemia de Covid-19, e em meio a indecisão sobre a realização das Olimpíadas de Tóquio.

“Meu pai me apoiou muito. A gente não tinha muitas condições, mas o que ele pode fazer, ele fez. O coroa sempre se virou muito, mesmo sem ter uma condição muito boa pra gente estar viajando (para competições). Ele era a minha direção. Ele me conhecia desde que eu nasci, então ficou difícil encontrar uma pessoa que eu confiasse pra desabafar, para falar o que eu estava sentindo”, afirmou.

Netinho conquistou o bronze na categoria até 68kg do taekwondo nas Olimpíadas de Paris 2024. O brasileiro de 26 anos foi bem nas duas lutas decisivas e faturou a medalha ao bater o espanhol Javier Pérez Polo na disputa do terceiro lugar.


Disponível em: https://g1.globo.com/pb/paraiba/.Acesso em: 08/08/2024 (Adaptado)
“Ele sempre foi tranquilo. Como se diz, no popular, a ‘danação’ é de criança da idade dele mesmo”, afirmou.

Sobre a palavra destacada ‘danação’, é CORRETO afirmar que
Alternativas
Q3023880 Português
Leia o texto e responda à questão.

Netinho, medalhista no taekwondo, conheceu esporte na casa de amigo e superou morte do pai para continuar lutando


O paraibano Edival Pontes, o Netinho, conquistou a medalha de bronze no taekwondo nas Olimpíadas de Paris, na tarde desta quinta-feira (8). Nascido e criado no bairro do Rangel, na zona oeste da cidade João Pessoa, o atleta conheceu o esporte na casa de um amigo, e teve que superar o luto da morte do pai, maior incentivador, para continuar lutando.

Netinho conheceu o esporte quando brincava na casa de um amigo, aos 7 anos de idade. “Eu descobri o taekwondo indo pra casa de um amigo meu, tinha vídeo game lá, a gente sempre tava brincando. O pai dele fazia taekwondo, era professor, o mestre Manoel, meu primeiro mestre”, contou em entrevista antes dos jogos de Paris.

O atleta define que nasceu com o esporte no sangue e foi amor à primeira vista quando conheceu o taekwondo. Ele explica que se empolgou, e com 10 anos já era faixa preta. A mãe de Netinho, Eridan Marques, relembra como o medalhista era na infância e o define, brincando, como uma “danação”.

“Ele sempre foi tranquilo. Como se diz, no popular, a ‘danação’ é de criança da idade dele mesmo”, afirmou.

A mãe admite que ainda não consegue assistir às lutas do atleta, mas torce distante. “Eu rezo, me emociono, choro, entrego nas mãos de Deus e agradeço”, afirmou. Algumas medalhas continuam na casa em que o atleta cresceu em João Pessoa.

Em 2014, Netinho foi campeão sul-americano com apenas 17 anos, além de medalha de ouro no mundial juvenil e nas Olimpíadas da Juventude. Tudo isso com apoio e incentivo de seu Nino, o pai dele, que faleceu em novembro de 2020, durante a pandemia de Covid-19, e em meio a indecisão sobre a realização das Olimpíadas de Tóquio.

“Meu pai me apoiou muito. A gente não tinha muitas condições, mas o que ele pode fazer, ele fez. O coroa sempre se virou muito, mesmo sem ter uma condição muito boa pra gente estar viajando (para competições). Ele era a minha direção. Ele me conhecia desde que eu nasci, então ficou difícil encontrar uma pessoa que eu confiasse pra desabafar, para falar o que eu estava sentindo”, afirmou.

Netinho conquistou o bronze na categoria até 68kg do taekwondo nas Olimpíadas de Paris 2024. O brasileiro de 26 anos foi bem nas duas lutas decisivas e faturou a medalha ao bater o espanhol Javier Pérez Polo na disputa do terceiro lugar.


Disponível em: https://g1.globo.com/pb/paraiba/.Acesso em: 08/08/2024 (Adaptado)
“Netinho, medalhista no taekwondo, conheceu esporte na casa de amigo e superou morte do pai para continuar lutando”

O emprego das vírgulas é justificado ADEQUADAMENTE em:
Alternativas
Q3023879 Português
Leia o texto e responda à questão.

Netinho, medalhista no taekwondo, conheceu esporte na casa de amigo e superou morte do pai para continuar lutando


O paraibano Edival Pontes, o Netinho, conquistou a medalha de bronze no taekwondo nas Olimpíadas de Paris, na tarde desta quinta-feira (8). Nascido e criado no bairro do Rangel, na zona oeste da cidade João Pessoa, o atleta conheceu o esporte na casa de um amigo, e teve que superar o luto da morte do pai, maior incentivador, para continuar lutando.

Netinho conheceu o esporte quando brincava na casa de um amigo, aos 7 anos de idade. “Eu descobri o taekwondo indo pra casa de um amigo meu, tinha vídeo game lá, a gente sempre tava brincando. O pai dele fazia taekwondo, era professor, o mestre Manoel, meu primeiro mestre”, contou em entrevista antes dos jogos de Paris.

O atleta define que nasceu com o esporte no sangue e foi amor à primeira vista quando conheceu o taekwondo. Ele explica que se empolgou, e com 10 anos já era faixa preta. A mãe de Netinho, Eridan Marques, relembra como o medalhista era na infância e o define, brincando, como uma “danação”.

“Ele sempre foi tranquilo. Como se diz, no popular, a ‘danação’ é de criança da idade dele mesmo”, afirmou.

A mãe admite que ainda não consegue assistir às lutas do atleta, mas torce distante. “Eu rezo, me emociono, choro, entrego nas mãos de Deus e agradeço”, afirmou. Algumas medalhas continuam na casa em que o atleta cresceu em João Pessoa.

Em 2014, Netinho foi campeão sul-americano com apenas 17 anos, além de medalha de ouro no mundial juvenil e nas Olimpíadas da Juventude. Tudo isso com apoio e incentivo de seu Nino, o pai dele, que faleceu em novembro de 2020, durante a pandemia de Covid-19, e em meio a indecisão sobre a realização das Olimpíadas de Tóquio.

“Meu pai me apoiou muito. A gente não tinha muitas condições, mas o que ele pode fazer, ele fez. O coroa sempre se virou muito, mesmo sem ter uma condição muito boa pra gente estar viajando (para competições). Ele era a minha direção. Ele me conhecia desde que eu nasci, então ficou difícil encontrar uma pessoa que eu confiasse pra desabafar, para falar o que eu estava sentindo”, afirmou.

Netinho conquistou o bronze na categoria até 68kg do taekwondo nas Olimpíadas de Paris 2024. O brasileiro de 26 anos foi bem nas duas lutas decisivas e faturou a medalha ao bater o espanhol Javier Pérez Polo na disputa do terceiro lugar.


Disponível em: https://g1.globo.com/pb/paraiba/.Acesso em: 08/08/2024 (Adaptado)

O objetivo principal do texto é: 


Alternativas
Q3023814 Português
Leia o texto e responda à questão.

Internos resgatados de comunidade terapêutica na Paraíba relatam abusos: 'me pegaram pelo pescoço e pelos pés'

Um dos 38 internos que foram resgatados nessa quinta-feira (14) de uma comunidade terapêutica de Lagoa Seca, no interior da Paraíba, confirmou que eles eram vítimas de violências físicas enquanto permaneceram no local. E que, no caso dele, a transferência para o imóvel foi feita de forma coercitiva, contra a sua vontade. Uma situação que, segundo o Ministério Público da Paraíba e a Polícia Civil da Paraíba, se configurava em tortura e cárcere privado.

O homem, que pediu para não ser identificado, disse que na época três funcionários da comunidade chegaram de repente e o abordaram sem nenhum tipo de diálogo prévio.

"Quando eu dei por mim, três pessoas grandonas me pegaram pelo pescoço e pelos pés, me botaram dentro do carro e não falaram mais nada. Machucaram o meu pescoço. Eu pedindo para soltarem o meu pescoço e aí é que eles arrochavam mais", relata.

O resgate aconteceu durante uma fiscalização de rotina realizada pelo Ministério Público da Paraíba em parceria com outros órgãos públicos ligados à saúde mental. Foi nessa fiscalização que as irregularidades teriam sido constatadas, o que ocasionou no fechamento da comunidade terapêutica e na prisão em flagrante de sete pessoas entre proprietários e funcionários. Depois, uma dessas pessoas foi liberada.

A defesa da comunidade terapêutica, contudo nega as denúncias. E se diz tranquila com o desenrolar das investigações.

"A gente não teve acesso ainda a essas ditas irregularidades, mas eles estão muito tranquilos. Eles já prestam serviços há algum tempo, já tiveram outras fiscalizações anteriores, sem nenhum problema. A atuação deles é completamente regular", declarou o advogado Felipe Torres.

De toda forma, o delegado Elias Rodrigues, da Polícia Civil da Paraíba em Lagoa Seca, classificou como graves as irregularidades identificadas. De acordo com ele, um único interno resolveu falar a princípio. E, a partir daí, quebrou-se a sensação de medo que rondava o local.

"Quando um deles disse que estava ali sem querer, que estava interno compulsoriamente, outros se encorajaram. E disseram que também estavam lá sem querer, muitos sem o conhecimento da família. E a clínica não tem a autorização para funcionar com esse tipo de internamento", denunciou o delegado.

A promotora de Justiça Fabiana Lobo, que estava à frente da fiscalização, fala em "cárcere privado, sequestro e tortura praticada contra internos". Ela disse que foram encontradas manchas de sangue nas paredes e pacientes sedados de forma irregular.

Todos os internos foram levados para a Central de Polícia de Campina Grande e prestaram depoimentos sobre o caso.

https://g1.globo.com/pb, 15/08/2024.
De toda forma, o delegado Elias Rodrigues, da Polícia Civil da Paraíba em Lagoa Seca, classificou como graves as irregularidades identificadas. De acordo com ele, um único interno resolveu falar a princípio.”

Os termos destacados são responsáveis pelo mecanismo de
Alternativas
Q3023811 Português
Leia o texto e responda à questão.

Internos resgatados de comunidade terapêutica na Paraíba relatam abusos: 'me pegaram pelo pescoço e pelos pés'

Um dos 38 internos que foram resgatados nessa quinta-feira (14) de uma comunidade terapêutica de Lagoa Seca, no interior da Paraíba, confirmou que eles eram vítimas de violências físicas enquanto permaneceram no local. E que, no caso dele, a transferência para o imóvel foi feita de forma coercitiva, contra a sua vontade. Uma situação que, segundo o Ministério Público da Paraíba e a Polícia Civil da Paraíba, se configurava em tortura e cárcere privado.

O homem, que pediu para não ser identificado, disse que na época três funcionários da comunidade chegaram de repente e o abordaram sem nenhum tipo de diálogo prévio.

"Quando eu dei por mim, três pessoas grandonas me pegaram pelo pescoço e pelos pés, me botaram dentro do carro e não falaram mais nada. Machucaram o meu pescoço. Eu pedindo para soltarem o meu pescoço e aí é que eles arrochavam mais", relata.

O resgate aconteceu durante uma fiscalização de rotina realizada pelo Ministério Público da Paraíba em parceria com outros órgãos públicos ligados à saúde mental. Foi nessa fiscalização que as irregularidades teriam sido constatadas, o que ocasionou no fechamento da comunidade terapêutica e na prisão em flagrante de sete pessoas entre proprietários e funcionários. Depois, uma dessas pessoas foi liberada.

A defesa da comunidade terapêutica, contudo nega as denúncias. E se diz tranquila com o desenrolar das investigações.

"A gente não teve acesso ainda a essas ditas irregularidades, mas eles estão muito tranquilos. Eles já prestam serviços há algum tempo, já tiveram outras fiscalizações anteriores, sem nenhum problema. A atuação deles é completamente regular", declarou o advogado Felipe Torres.

De toda forma, o delegado Elias Rodrigues, da Polícia Civil da Paraíba em Lagoa Seca, classificou como graves as irregularidades identificadas. De acordo com ele, um único interno resolveu falar a princípio. E, a partir daí, quebrou-se a sensação de medo que rondava o local.

"Quando um deles disse que estava ali sem querer, que estava interno compulsoriamente, outros se encorajaram. E disseram que também estavam lá sem querer, muitos sem o conhecimento da família. E a clínica não tem a autorização para funcionar com esse tipo de internamento", denunciou o delegado.

A promotora de Justiça Fabiana Lobo, que estava à frente da fiscalização, fala em "cárcere privado, sequestro e tortura praticada contra internos". Ela disse que foram encontradas manchas de sangue nas paredes e pacientes sedados de forma irregular.

Todos os internos foram levados para a Central de Polícia de Campina Grande e prestaram depoimentos sobre o caso.

https://g1.globo.com/pb, 15/08/2024.
“A defesa da comunidade terapêutica, contudo nega as denúncias.”
Assinale a alternativa que pode substituir a palavra destacada, mantendo a mesma relação semântica estabelecida no texto.
Alternativas
Q3023809 Português
Leia o texto e responda à questão.

Internos resgatados de comunidade terapêutica na Paraíba relatam abusos: 'me pegaram pelo pescoço e pelos pés'

Um dos 38 internos que foram resgatados nessa quinta-feira (14) de uma comunidade terapêutica de Lagoa Seca, no interior da Paraíba, confirmou que eles eram vítimas de violências físicas enquanto permaneceram no local. E que, no caso dele, a transferência para o imóvel foi feita de forma coercitiva, contra a sua vontade. Uma situação que, segundo o Ministério Público da Paraíba e a Polícia Civil da Paraíba, se configurava em tortura e cárcere privado.

O homem, que pediu para não ser identificado, disse que na época três funcionários da comunidade chegaram de repente e o abordaram sem nenhum tipo de diálogo prévio.

"Quando eu dei por mim, três pessoas grandonas me pegaram pelo pescoço e pelos pés, me botaram dentro do carro e não falaram mais nada. Machucaram o meu pescoço. Eu pedindo para soltarem o meu pescoço e aí é que eles arrochavam mais", relata.

O resgate aconteceu durante uma fiscalização de rotina realizada pelo Ministério Público da Paraíba em parceria com outros órgãos públicos ligados à saúde mental. Foi nessa fiscalização que as irregularidades teriam sido constatadas, o que ocasionou no fechamento da comunidade terapêutica e na prisão em flagrante de sete pessoas entre proprietários e funcionários. Depois, uma dessas pessoas foi liberada.

A defesa da comunidade terapêutica, contudo nega as denúncias. E se diz tranquila com o desenrolar das investigações.

"A gente não teve acesso ainda a essas ditas irregularidades, mas eles estão muito tranquilos. Eles já prestam serviços há algum tempo, já tiveram outras fiscalizações anteriores, sem nenhum problema. A atuação deles é completamente regular", declarou o advogado Felipe Torres.

De toda forma, o delegado Elias Rodrigues, da Polícia Civil da Paraíba em Lagoa Seca, classificou como graves as irregularidades identificadas. De acordo com ele, um único interno resolveu falar a princípio. E, a partir daí, quebrou-se a sensação de medo que rondava o local.

"Quando um deles disse que estava ali sem querer, que estava interno compulsoriamente, outros se encorajaram. E disseram que também estavam lá sem querer, muitos sem o conhecimento da família. E a clínica não tem a autorização para funcionar com esse tipo de internamento", denunciou o delegado.

A promotora de Justiça Fabiana Lobo, que estava à frente da fiscalização, fala em "cárcere privado, sequestro e tortura praticada contra internos". Ela disse que foram encontradas manchas de sangue nas paredes e pacientes sedados de forma irregular.

Todos os internos foram levados para a Central de Polícia de Campina Grande e prestaram depoimentos sobre o caso.

https://g1.globo.com/pb, 15/08/2024.
Sobre o gênero textual, é CORRETO afirmar que é
Alternativas
Q3023785 Português
Qual das palavras abaixo mudaria completamente o significado do enunciado caso substituísse a palavra sublinhada?
O laço entre eles, dois países intrinsecamente ligados por relações econômicas e financeiras, foi abalado pela guerra.
Alternativas
Q3023783 Português

Qual é a ideia geral da tirinha abaixo, do cartunista argentino Quino?



Imagem associada para resolução da questão

Alternativas
Q3023781 Português

A intertextualidade e a literatura

    O termo intertextualidade foi cunhado na década de 1960, no âmbito da teoria literária, por Julia Kristeva e referia-se ao universo dos textos literários e do diálogo entre esses textos ao longo da história da literatura. Quando a intertextualidade se dá entre dois textos literários efetivamente escritos e se manifesta de forma direta, clara, explícita, podemos dizer que se trata de intertextualidade em sentido restrito.

    Quando um determinado autor recorre a outros textos para compor os próprios, certamente tem um motivo muito claro — fazer uma crítica, uma reflexão ou uma releitura desses textos. Percorrer o caminho inverso, ou seja, buscar esse motivo e reconstruir o processo de produção desses textos leva a desvendar seus significados específicos. Assim, o conhecimento das relações entre os textos é um poderoso recurso de produção e apreensão de significados.

    Esse conhecimento, porém, não se dá por acaso nem por obra da intuição, ____ por meio de um trabalho bastante específico: o exercício da leitura. Quanto ____ experiente for o leitor (entenda-se como leitor experiente aquele que leu muito e bem), ____ possibilidades terá de compreender os caminhos percorridos (e os textos visitados) por um outro autor em sua produção e de percorrer o próprio caminho em suas criações.

   Portanto, nossos processos de leitura podem ser mais proveitosos devido aos numerosos caminhos de leitura que percorremos. Nossas produções podem aprimorar-se à medida que incorporamos essas leituras a nossos textos. E não é exagero dizer que esses procedimentos se ampliam de tal forma que atingem uma outra área, bem mais ampla – a que diz respeito à própria leitura do mundo.


Painel da literatura em língua portuguesa – José de Nicola.
Adaptado.
Com base na norma-padrão da língua portuguesa, assinalar a alternativa que preenche as lacunas no texto CORRETAMENTE.
Alternativas
Q3023779 Português

A intertextualidade e a literatura

    O termo intertextualidade foi cunhado na década de 1960, no âmbito da teoria literária, por Julia Kristeva e referia-se ao universo dos textos literários e do diálogo entre esses textos ao longo da história da literatura. Quando a intertextualidade se dá entre dois textos literários efetivamente escritos e se manifesta de forma direta, clara, explícita, podemos dizer que se trata de intertextualidade em sentido restrito.

    Quando um determinado autor recorre a outros textos para compor os próprios, certamente tem um motivo muito claro — fazer uma crítica, uma reflexão ou uma releitura desses textos. Percorrer o caminho inverso, ou seja, buscar esse motivo e reconstruir o processo de produção desses textos leva a desvendar seus significados específicos. Assim, o conhecimento das relações entre os textos é um poderoso recurso de produção e apreensão de significados.

    Esse conhecimento, porém, não se dá por acaso nem por obra da intuição, ____ por meio de um trabalho bastante específico: o exercício da leitura. Quanto ____ experiente for o leitor (entenda-se como leitor experiente aquele que leu muito e bem), ____ possibilidades terá de compreender os caminhos percorridos (e os textos visitados) por um outro autor em sua produção e de percorrer o próprio caminho em suas criações.

   Portanto, nossos processos de leitura podem ser mais proveitosos devido aos numerosos caminhos de leitura que percorremos. Nossas produções podem aprimorar-se à medida que incorporamos essas leituras a nossos textos. E não é exagero dizer que esses procedimentos se ampliam de tal forma que atingem uma outra área, bem mais ampla – a que diz respeito à própria leitura do mundo.


Painel da literatura em língua portuguesa – José de Nicola.
Adaptado.
Com base nas informações presentes no texto, avaliar se as afirmativas são certas (C) ou erradas (E) e assinalar a sequência correspondente.

( ) A quantidade de livros que uma pessoa leu durante a vida interfere na sua capacidade de compreender a intertextualidade.
( ) Intertextualidade é o termo dado a obras que possuem autorreferências, mas não referências a outros textos.
( ) O conhecimento das relações entre textos é uma forma poderosa de produção e apreensão de significados.
Alternativas
Q3023578 Português
Quem tem olhos

      Eu vinha andando na rua e vi a mulher na janela. Uma mulher como as de antigamente. De cabeça branca e braços pálidos apoiados no peitoril. Sentada, olhava para fora. Uma mulher como as de antigamente, posta à janela, espiando o mundo.
      Mas a janela não era ao nível da rua, como as de antigamente. Nem era de uma casa. Era acima da entrada do prédio, acima da garagem, acima do playground. Era lá no alto. E diante daquela janela a única coisa que havia para se ver era, do lado oposto da rua, a parede cega de um edifício.
      Não havia árvores. Ou outras janelas. Somente a parede lisa e cinzenta, manchada de umidade. Alta, muito alta.
      De onde estava, assim sentada, a mulher não podia ver a rua, o movimento da rua, as pessoas passando. Teria tido que debruçar-se, para vê-los. E não se debruçava.
      Também não via o céu. Teria tido que esticar o pescoço e torcer a cabeça para vê-lo lá no alto, acima da parede cinzenta e do seu próprio edifício, faixa de céu estreita como uma passadeira. E a mulher mantinha-se composta, o olhar lançado para a frente. Serena, a mulher olhava a parede cinzenta.
      Não era como nas pequenas cidades onde ficar à janela é estar numa frisa ou camarote para ver e ser vista, é maneira astuciosa de estar na rua sem perder o recato da casa, de meter-se na vida alheia sem expor a própria. Não era uma forma barricada de participação. Ali ninguém falava com ela, ninguém a cumprimentava ou via – a não ser eu que parada na calçada a observava – e não havia nada para ela ver.
      A mulher olhava para a parede cinzenta. E parecia estar bem.
      E por um instante o bem-estar dela me doeu, porque acreditei que sorrisse em plena renúncia à vitalidade, que se mantivesse serena debaixo da canga de solidão e cimento que a cidade lhe impunha, tendo aberto mão de qualquer protesto. Desejei tirá-la dali ou dar-lhe outra vista. Depois, entendi.
      A mulher olhava a parede cinzenta, mas diante dela não havia uma parede cinzenta. Havia um telão. Um telão imenso, imperturbável, onde histórias se passavam. Que ela própria projetava, mas das quais era devotada espectadora e eventual personagem. Suas fantasias, suas lembranças, seus desejos moviam-se sobre a parede que já não era cinzenta, que era o suporte do mundo, ao vivo e a cores. Só ela os via. Mas com que nitidez! (...)
      Quem tem ouvidos ouça, disse o profeta. E, Ele não disse, mas digo eu, quem tem olhos veja.

(COLASANTI, Marina. In: PINTO, Manuel da Costa (Org.). Crônica brasileira contemporânea: antologia de crônicas. São Paulo: Moderna, 2005. Fragmento.)
A alegação feita pelo narrador no final da crônica foi retirada do texto bíblico. Jesus teria dito aos apóstolos “Quem tem ouvidos ouça”, quando contava a eles as parábolas e esperava que eles extraíssem delas significados mais sutis, como ensinamentos. Dessa forma, podemos perceber que a autora utiliza um recurso intertextual ao trazer elementos de outras obras para dentro da sua, estabelecendo, assim, uma relação entre elas. Ao fazer a afirmação “Quem tem olhos veja”, depreende-se que: 
Alternativas
Q3023577 Português
Quem tem olhos

      Eu vinha andando na rua e vi a mulher na janela. Uma mulher como as de antigamente. De cabeça branca e braços pálidos apoiados no peitoril. Sentada, olhava para fora. Uma mulher como as de antigamente, posta à janela, espiando o mundo.
      Mas a janela não era ao nível da rua, como as de antigamente. Nem era de uma casa. Era acima da entrada do prédio, acima da garagem, acima do playground. Era lá no alto. E diante daquela janela a única coisa que havia para se ver era, do lado oposto da rua, a parede cega de um edifício.
      Não havia árvores. Ou outras janelas. Somente a parede lisa e cinzenta, manchada de umidade. Alta, muito alta.
      De onde estava, assim sentada, a mulher não podia ver a rua, o movimento da rua, as pessoas passando. Teria tido que debruçar-se, para vê-los. E não se debruçava.
      Também não via o céu. Teria tido que esticar o pescoço e torcer a cabeça para vê-lo lá no alto, acima da parede cinzenta e do seu próprio edifício, faixa de céu estreita como uma passadeira. E a mulher mantinha-se composta, o olhar lançado para a frente. Serena, a mulher olhava a parede cinzenta.
      Não era como nas pequenas cidades onde ficar à janela é estar numa frisa ou camarote para ver e ser vista, é maneira astuciosa de estar na rua sem perder o recato da casa, de meter-se na vida alheia sem expor a própria. Não era uma forma barricada de participação. Ali ninguém falava com ela, ninguém a cumprimentava ou via – a não ser eu que parada na calçada a observava – e não havia nada para ela ver.
      A mulher olhava para a parede cinzenta. E parecia estar bem.
      E por um instante o bem-estar dela me doeu, porque acreditei que sorrisse em plena renúncia à vitalidade, que se mantivesse serena debaixo da canga de solidão e cimento que a cidade lhe impunha, tendo aberto mão de qualquer protesto. Desejei tirá-la dali ou dar-lhe outra vista. Depois, entendi.
      A mulher olhava a parede cinzenta, mas diante dela não havia uma parede cinzenta. Havia um telão. Um telão imenso, imperturbável, onde histórias se passavam. Que ela própria projetava, mas das quais era devotada espectadora e eventual personagem. Suas fantasias, suas lembranças, seus desejos moviam-se sobre a parede que já não era cinzenta, que era o suporte do mundo, ao vivo e a cores. Só ela os via. Mas com que nitidez! (...)
      Quem tem ouvidos ouça, disse o profeta. E, Ele não disse, mas digo eu, quem tem olhos veja.

(COLASANTI, Marina. In: PINTO, Manuel da Costa (Org.). Crônica brasileira contemporânea: antologia de crônicas. São Paulo: Moderna, 2005. Fragmento.)
O fragmento de texto a seguir relacionado que denota ideia de intensificação é: 
Alternativas
Q3023576 Português
Quem tem olhos

      Eu vinha andando na rua e vi a mulher na janela. Uma mulher como as de antigamente. De cabeça branca e braços pálidos apoiados no peitoril. Sentada, olhava para fora. Uma mulher como as de antigamente, posta à janela, espiando o mundo.
      Mas a janela não era ao nível da rua, como as de antigamente. Nem era de uma casa. Era acima da entrada do prédio, acima da garagem, acima do playground. Era lá no alto. E diante daquela janela a única coisa que havia para se ver era, do lado oposto da rua, a parede cega de um edifício.
      Não havia árvores. Ou outras janelas. Somente a parede lisa e cinzenta, manchada de umidade. Alta, muito alta.
      De onde estava, assim sentada, a mulher não podia ver a rua, o movimento da rua, as pessoas passando. Teria tido que debruçar-se, para vê-los. E não se debruçava.
      Também não via o céu. Teria tido que esticar o pescoço e torcer a cabeça para vê-lo lá no alto, acima da parede cinzenta e do seu próprio edifício, faixa de céu estreita como uma passadeira. E a mulher mantinha-se composta, o olhar lançado para a frente. Serena, a mulher olhava a parede cinzenta.
      Não era como nas pequenas cidades onde ficar à janela é estar numa frisa ou camarote para ver e ser vista, é maneira astuciosa de estar na rua sem perder o recato da casa, de meter-se na vida alheia sem expor a própria. Não era uma forma barricada de participação. Ali ninguém falava com ela, ninguém a cumprimentava ou via – a não ser eu que parada na calçada a observava – e não havia nada para ela ver.
      A mulher olhava para a parede cinzenta. E parecia estar bem.
      E por um instante o bem-estar dela me doeu, porque acreditei que sorrisse em plena renúncia à vitalidade, que se mantivesse serena debaixo da canga de solidão e cimento que a cidade lhe impunha, tendo aberto mão de qualquer protesto. Desejei tirá-la dali ou dar-lhe outra vista. Depois, entendi.
      A mulher olhava a parede cinzenta, mas diante dela não havia uma parede cinzenta. Havia um telão. Um telão imenso, imperturbável, onde histórias se passavam. Que ela própria projetava, mas das quais era devotada espectadora e eventual personagem. Suas fantasias, suas lembranças, seus desejos moviam-se sobre a parede que já não era cinzenta, que era o suporte do mundo, ao vivo e a cores. Só ela os via. Mas com que nitidez! (...)
      Quem tem ouvidos ouça, disse o profeta. E, Ele não disse, mas digo eu, quem tem olhos veja.

(COLASANTI, Marina. In: PINTO, Manuel da Costa (Org.). Crônica brasileira contemporânea: antologia de crônicas. São Paulo: Moderna, 2005. Fragmento.)
Mas a janela não era ao nível da rua, como as de antigamente.” (2º§) As expressões destacadas podem ser substituídas, sem alterar o sentido do texto, respectivamente, por: 
Alternativas
Q3023574 Português
Quem tem olhos

      Eu vinha andando na rua e vi a mulher na janela. Uma mulher como as de antigamente. De cabeça branca e braços pálidos apoiados no peitoril. Sentada, olhava para fora. Uma mulher como as de antigamente, posta à janela, espiando o mundo.
      Mas a janela não era ao nível da rua, como as de antigamente. Nem era de uma casa. Era acima da entrada do prédio, acima da garagem, acima do playground. Era lá no alto. E diante daquela janela a única coisa que havia para se ver era, do lado oposto da rua, a parede cega de um edifício.
      Não havia árvores. Ou outras janelas. Somente a parede lisa e cinzenta, manchada de umidade. Alta, muito alta.
      De onde estava, assim sentada, a mulher não podia ver a rua, o movimento da rua, as pessoas passando. Teria tido que debruçar-se, para vê-los. E não se debruçava.
      Também não via o céu. Teria tido que esticar o pescoço e torcer a cabeça para vê-lo lá no alto, acima da parede cinzenta e do seu próprio edifício, faixa de céu estreita como uma passadeira. E a mulher mantinha-se composta, o olhar lançado para a frente. Serena, a mulher olhava a parede cinzenta.
      Não era como nas pequenas cidades onde ficar à janela é estar numa frisa ou camarote para ver e ser vista, é maneira astuciosa de estar na rua sem perder o recato da casa, de meter-se na vida alheia sem expor a própria. Não era uma forma barricada de participação. Ali ninguém falava com ela, ninguém a cumprimentava ou via – a não ser eu que parada na calçada a observava – e não havia nada para ela ver.
      A mulher olhava para a parede cinzenta. E parecia estar bem.
      E por um instante o bem-estar dela me doeu, porque acreditei que sorrisse em plena renúncia à vitalidade, que se mantivesse serena debaixo da canga de solidão e cimento que a cidade lhe impunha, tendo aberto mão de qualquer protesto. Desejei tirá-la dali ou dar-lhe outra vista. Depois, entendi.
      A mulher olhava a parede cinzenta, mas diante dela não havia uma parede cinzenta. Havia um telão. Um telão imenso, imperturbável, onde histórias se passavam. Que ela própria projetava, mas das quais era devotada espectadora e eventual personagem. Suas fantasias, suas lembranças, seus desejos moviam-se sobre a parede que já não era cinzenta, que era o suporte do mundo, ao vivo e a cores. Só ela os via. Mas com que nitidez! (...)
      Quem tem ouvidos ouça, disse o profeta. E, Ele não disse, mas digo eu, quem tem olhos veja.

(COLASANTI, Marina. In: PINTO, Manuel da Costa (Org.). Crônica brasileira contemporânea: antologia de crônicas. São Paulo: Moderna, 2005. Fragmento.)
Analise as transcrições textuais a seguir e o tipo de circunstância que elas expressam no texto. A indicação NÃO está correta em: 
Alternativas
Q3023572 Português
Quem tem olhos

      Eu vinha andando na rua e vi a mulher na janela. Uma mulher como as de antigamente. De cabeça branca e braços pálidos apoiados no peitoril. Sentada, olhava para fora. Uma mulher como as de antigamente, posta à janela, espiando o mundo.
      Mas a janela não era ao nível da rua, como as de antigamente. Nem era de uma casa. Era acima da entrada do prédio, acima da garagem, acima do playground. Era lá no alto. E diante daquela janela a única coisa que havia para se ver era, do lado oposto da rua, a parede cega de um edifício.
      Não havia árvores. Ou outras janelas. Somente a parede lisa e cinzenta, manchada de umidade. Alta, muito alta.
      De onde estava, assim sentada, a mulher não podia ver a rua, o movimento da rua, as pessoas passando. Teria tido que debruçar-se, para vê-los. E não se debruçava.
      Também não via o céu. Teria tido que esticar o pescoço e torcer a cabeça para vê-lo lá no alto, acima da parede cinzenta e do seu próprio edifício, faixa de céu estreita como uma passadeira. E a mulher mantinha-se composta, o olhar lançado para a frente. Serena, a mulher olhava a parede cinzenta.
      Não era como nas pequenas cidades onde ficar à janela é estar numa frisa ou camarote para ver e ser vista, é maneira astuciosa de estar na rua sem perder o recato da casa, de meter-se na vida alheia sem expor a própria. Não era uma forma barricada de participação. Ali ninguém falava com ela, ninguém a cumprimentava ou via – a não ser eu que parada na calçada a observava – e não havia nada para ela ver.
      A mulher olhava para a parede cinzenta. E parecia estar bem.
      E por um instante o bem-estar dela me doeu, porque acreditei que sorrisse em plena renúncia à vitalidade, que se mantivesse serena debaixo da canga de solidão e cimento que a cidade lhe impunha, tendo aberto mão de qualquer protesto. Desejei tirá-la dali ou dar-lhe outra vista. Depois, entendi.
      A mulher olhava a parede cinzenta, mas diante dela não havia uma parede cinzenta. Havia um telão. Um telão imenso, imperturbável, onde histórias se passavam. Que ela própria projetava, mas das quais era devotada espectadora e eventual personagem. Suas fantasias, suas lembranças, seus desejos moviam-se sobre a parede que já não era cinzenta, que era o suporte do mundo, ao vivo e a cores. Só ela os via. Mas com que nitidez! (...)
      Quem tem ouvidos ouça, disse o profeta. E, Ele não disse, mas digo eu, quem tem olhos veja.

(COLASANTI, Marina. In: PINTO, Manuel da Costa (Org.). Crônica brasileira contemporânea: antologia de crônicas. São Paulo: Moderna, 2005. Fragmento.)
O emprego de recursos próprios da linguagem subjetiva caracteriza o texto literário. Considere os trechos a seguir selecionados e assinale o que eviencia linguagem subjetiva, ou seja, que expressa a visão pessoal da autora a respeito de determinado assunto. 
Alternativas
Q3023571 Português
Quem tem olhos

      Eu vinha andando na rua e vi a mulher na janela. Uma mulher como as de antigamente. De cabeça branca e braços pálidos apoiados no peitoril. Sentada, olhava para fora. Uma mulher como as de antigamente, posta à janela, espiando o mundo.
      Mas a janela não era ao nível da rua, como as de antigamente. Nem era de uma casa. Era acima da entrada do prédio, acima da garagem, acima do playground. Era lá no alto. E diante daquela janela a única coisa que havia para se ver era, do lado oposto da rua, a parede cega de um edifício.
      Não havia árvores. Ou outras janelas. Somente a parede lisa e cinzenta, manchada de umidade. Alta, muito alta.
      De onde estava, assim sentada, a mulher não podia ver a rua, o movimento da rua, as pessoas passando. Teria tido que debruçar-se, para vê-los. E não se debruçava.
      Também não via o céu. Teria tido que esticar o pescoço e torcer a cabeça para vê-lo lá no alto, acima da parede cinzenta e do seu próprio edifício, faixa de céu estreita como uma passadeira. E a mulher mantinha-se composta, o olhar lançado para a frente. Serena, a mulher olhava a parede cinzenta.
      Não era como nas pequenas cidades onde ficar à janela é estar numa frisa ou camarote para ver e ser vista, é maneira astuciosa de estar na rua sem perder o recato da casa, de meter-se na vida alheia sem expor a própria. Não era uma forma barricada de participação. Ali ninguém falava com ela, ninguém a cumprimentava ou via – a não ser eu que parada na calçada a observava – e não havia nada para ela ver.
      A mulher olhava para a parede cinzenta. E parecia estar bem.
      E por um instante o bem-estar dela me doeu, porque acreditei que sorrisse em plena renúncia à vitalidade, que se mantivesse serena debaixo da canga de solidão e cimento que a cidade lhe impunha, tendo aberto mão de qualquer protesto. Desejei tirá-la dali ou dar-lhe outra vista. Depois, entendi.
      A mulher olhava a parede cinzenta, mas diante dela não havia uma parede cinzenta. Havia um telão. Um telão imenso, imperturbável, onde histórias se passavam. Que ela própria projetava, mas das quais era devotada espectadora e eventual personagem. Suas fantasias, suas lembranças, seus desejos moviam-se sobre a parede que já não era cinzenta, que era o suporte do mundo, ao vivo e a cores. Só ela os via. Mas com que nitidez! (...)
      Quem tem ouvidos ouça, disse o profeta. E, Ele não disse, mas digo eu, quem tem olhos veja.

(COLASANTI, Marina. In: PINTO, Manuel da Costa (Org.). Crônica brasileira contemporânea: antologia de crônicas. São Paulo: Moderna, 2005. Fragmento.)
O feminino emerge das páginas escritas por Marina Colasanti, ora subjugado, ora em plenitude, ora transitando de um polo a outro. De acordo com o texto, é IMPOSSÍVEL inferir que a crônica “Quem tem olhos”: 
Alternativas
Q3023570 Português
Quem tem olhos

      Eu vinha andando na rua e vi a mulher na janela. Uma mulher como as de antigamente. De cabeça branca e braços pálidos apoiados no peitoril. Sentada, olhava para fora. Uma mulher como as de antigamente, posta à janela, espiando o mundo.
      Mas a janela não era ao nível da rua, como as de antigamente. Nem era de uma casa. Era acima da entrada do prédio, acima da garagem, acima do playground. Era lá no alto. E diante daquela janela a única coisa que havia para se ver era, do lado oposto da rua, a parede cega de um edifício.
      Não havia árvores. Ou outras janelas. Somente a parede lisa e cinzenta, manchada de umidade. Alta, muito alta.
      De onde estava, assim sentada, a mulher não podia ver a rua, o movimento da rua, as pessoas passando. Teria tido que debruçar-se, para vê-los. E não se debruçava.
      Também não via o céu. Teria tido que esticar o pescoço e torcer a cabeça para vê-lo lá no alto, acima da parede cinzenta e do seu próprio edifício, faixa de céu estreita como uma passadeira. E a mulher mantinha-se composta, o olhar lançado para a frente. Serena, a mulher olhava a parede cinzenta.
      Não era como nas pequenas cidades onde ficar à janela é estar numa frisa ou camarote para ver e ser vista, é maneira astuciosa de estar na rua sem perder o recato da casa, de meter-se na vida alheia sem expor a própria. Não era uma forma barricada de participação. Ali ninguém falava com ela, ninguém a cumprimentava ou via – a não ser eu que parada na calçada a observava – e não havia nada para ela ver.
      A mulher olhava para a parede cinzenta. E parecia estar bem.
      E por um instante o bem-estar dela me doeu, porque acreditei que sorrisse em plena renúncia à vitalidade, que se mantivesse serena debaixo da canga de solidão e cimento que a cidade lhe impunha, tendo aberto mão de qualquer protesto. Desejei tirá-la dali ou dar-lhe outra vista. Depois, entendi.
      A mulher olhava a parede cinzenta, mas diante dela não havia uma parede cinzenta. Havia um telão. Um telão imenso, imperturbável, onde histórias se passavam. Que ela própria projetava, mas das quais era devotada espectadora e eventual personagem. Suas fantasias, suas lembranças, seus desejos moviam-se sobre a parede que já não era cinzenta, que era o suporte do mundo, ao vivo e a cores. Só ela os via. Mas com que nitidez! (...)
      Quem tem ouvidos ouça, disse o profeta. E, Ele não disse, mas digo eu, quem tem olhos veja.

(COLASANTI, Marina. In: PINTO, Manuel da Costa (Org.). Crônica brasileira contemporânea: antologia de crônicas. São Paulo: Moderna, 2005. Fragmento.)
O texto não significa exclusivamente por si mesmo. Seu sentido é construído não só pelo produtor como também pelo recebedor, que precisa deter os conhecimentos necessários à sua interpretação.
(VAL, Maria da Graça C. Redação e Textualidade. São Paulo: Martins Fontes, 1999.)

Assinale, a seguir, a alternativa em que a palavra destacada tem seu significado INDEVIDAMENTE indicado. 
Alternativas
Q3023569 Português
Quem tem olhos

      Eu vinha andando na rua e vi a mulher na janela. Uma mulher como as de antigamente. De cabeça branca e braços pálidos apoiados no peitoril. Sentada, olhava para fora. Uma mulher como as de antigamente, posta à janela, espiando o mundo.
      Mas a janela não era ao nível da rua, como as de antigamente. Nem era de uma casa. Era acima da entrada do prédio, acima da garagem, acima do playground. Era lá no alto. E diante daquela janela a única coisa que havia para se ver era, do lado oposto da rua, a parede cega de um edifício.
      Não havia árvores. Ou outras janelas. Somente a parede lisa e cinzenta, manchada de umidade. Alta, muito alta.
      De onde estava, assim sentada, a mulher não podia ver a rua, o movimento da rua, as pessoas passando. Teria tido que debruçar-se, para vê-los. E não se debruçava.
      Também não via o céu. Teria tido que esticar o pescoço e torcer a cabeça para vê-lo lá no alto, acima da parede cinzenta e do seu próprio edifício, faixa de céu estreita como uma passadeira. E a mulher mantinha-se composta, o olhar lançado para a frente. Serena, a mulher olhava a parede cinzenta.
      Não era como nas pequenas cidades onde ficar à janela é estar numa frisa ou camarote para ver e ser vista, é maneira astuciosa de estar na rua sem perder o recato da casa, de meter-se na vida alheia sem expor a própria. Não era uma forma barricada de participação. Ali ninguém falava com ela, ninguém a cumprimentava ou via – a não ser eu que parada na calçada a observava – e não havia nada para ela ver.
      A mulher olhava para a parede cinzenta. E parecia estar bem.
      E por um instante o bem-estar dela me doeu, porque acreditei que sorrisse em plena renúncia à vitalidade, que se mantivesse serena debaixo da canga de solidão e cimento que a cidade lhe impunha, tendo aberto mão de qualquer protesto. Desejei tirá-la dali ou dar-lhe outra vista. Depois, entendi.
      A mulher olhava a parede cinzenta, mas diante dela não havia uma parede cinzenta. Havia um telão. Um telão imenso, imperturbável, onde histórias se passavam. Que ela própria projetava, mas das quais era devotada espectadora e eventual personagem. Suas fantasias, suas lembranças, seus desejos moviam-se sobre a parede que já não era cinzenta, que era o suporte do mundo, ao vivo e a cores. Só ela os via. Mas com que nitidez! (...)
      Quem tem ouvidos ouça, disse o profeta. E, Ele não disse, mas digo eu, quem tem olhos veja.

(COLASANTI, Marina. In: PINTO, Manuel da Costa (Org.). Crônica brasileira contemporânea: antologia de crônicas. São Paulo: Moderna, 2005. Fragmento.)
Ainda que encharcado dessa herança dos contos de fadas da tradição, o texto de Marina Colasanti é contemporâneo. Através da linguagem metafórica e de um tratamento simbólico, afloram, na narrativa, os conflitos existenciais da atualidade e o mundo complexo dos sentimentos e das relações humanas. A crônica tem como matéria-prima a realidade. Os fatos são apresentados, segundo a interpretação que a autora faz deles, havendo predomínio de um caráter: 
Alternativas
Q3023542 Português

Leia o texto e responda a questão.


UM TEXTO A CAVALO

Marina Colasanti


       Crônica, vamos dizer assim, é um texto a cavalo. Mantém um pé no estribo da literatura. E outro no do jornalismo. Bem estribada desse jeito, tem conseguido vencer belas provas mesmo correndo em pista pesada.

       Você sabe o que é pista pesada? É quando a pista de areia - ou seria saibro? - está molhada, tornando mais difícil e cansativa a corrida. Pois bem, a crônica corre em pista pesada porque lida ao mesmo tempo com as coisas mais ásperas, como economia e política, as mais dramáticas, como guerras, violência e tragédia, e as mais poéticas, como um momento de beleza ou uma reflexão sobre a vida. E o bom cronista é aquele que consegue o melhor equilíbrio entre esses elementos tão diferentes, entrelaçando-os e alternando-os com harmonia.

       Pode parecer que o cronista faz biscoitos, ou seja, coisinhas pequenas com algum açúcar por cima. Mas, na verdade, a crônica é uma tessitura complexa.

       Pois o cronista sabe que não está escrevendo só naquele momento, naquele dia, para aquela rápida publicação no jornal ou revista, mas está falando para um leitor que, na maioria das vezes, voltará a ele, que o acompanhará, somando dentro de si as crônicas lidas e vivendo-as, no seu todo, como uma obra maior.

       O leitor tem expectativas em relação ao “seu” cronista. Espera que diga aquilo que ele quer ouvir, e que, ao mesmo tempo, o surpreenda. Mas o cronista desconhece essas expectativas e, ao contrário do publicitário que trabalha voltado para o perfil do cliente potencial, trabalha às cegas.

       Às cegas em relação ao leitor, bem entendido. Como preencher então as expectativas? Eu, pessoalmente, acho que a melhor maneira é não pensando nelas. O leitor escolhe o cronista porque gosta do seu jeito de pensar e de escrever, e o cronista justifica mais plenamente essa escolha continuando a ser quem ele é.

       Eu comecei a fazer crônicas quando muito jovem, logo no início da minha carreira de jornalista. Mudei bastante ao longo do percurso. Antes era movida à emoção, escrevia de um jato, qualquer assunto me servia. Hoje sou mais reflexiva, afinei o olhar, preocupo-me muito com a qualidade das ideias. Mas aquela paixão que eu tinha no princípio continua igual. Hoje como ontem, toda vez que me sento para escrever uma crônica é com alegria.


COLASANTI, Marina. A casa das palavras e outras crônicas.

São Paulo: Ática, 2006. p. 5-6. (Para gostar de ler, 32). 

Para Marina Colasanti, mesmo não parecendo, a crônica trata-se de uma: 
Alternativas
Respostas
4881: E
4882: B
4883: E
4884: C
4885: A
4886: C
4887: D
4888: A
4889: D
4890: C
4891: B
4892: C
4893: A
4894: D
4895: B
4896: D
4897: B
4898: C
4899: B
4900: B