Questões de Concurso
Sobre interpretação de textos em português
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Dadas as afirmações, quanto ao texto,
I. O processo de reinvenção de cada ser tem como ferramenta imprescindível o pensamento.
II. O ser humano deve comportar-se e agir de forma audaciosa e transgressora, se quiser alcançar a sua essência.
III. Reinventar a si mesmo é uma forma de renovação, de se manter vivo.
IV. O pensamento conduz-nos a escolhas, à reflexão, ao enfrentamento da nossa vida.
verifica-se que
Sobre o processo de humanização, compreende-se que:
Não se aplica à redação oficial a seguinte característica:
Hoje não escrevo
Carlos Drummond de Andrade
1______Chega um dia de falta de assunto. Ou, mais propriamente, de falta de apetite para os
2 milhares de assuntos.
3 Escrever é triste. Impede a conjugação de tantos outros verbos. Os dedos sobre o
4 teclado, as letras se reunindo com maior ou menor velocidade, mas com igual indiferença
5 pelo que vão dizendo, enquanto lá fora a vida estoura não só em bombas como também em
6 dádivas de toda natureza, inclusive a simples claridade da hora, vedada a você, que está de
7 olho na maquininha. O mundo deixa de ser realidade quente para se reduzir a marginália,
8 purê de palavras, reflexos no espelho (infiel) do dicionário.
9______O que você perde em viver, escrevinhando sobre a vida. Não apenas o sol, mas tudo
10 o que ele ilumina. Tudo o que se faz sem você, porque com você não é possível contar.
11 Você esperando que os outros vivam para depois comentá-los com a maior cara-de-pau.
12 Selecionando os retalhos de vida dos outros, para objeto de sua divagação
13 descompromissada. Sereno. Superior. Divino. Sim, como se fosse deus, rei proprietário do
14 universo, que escolhe para o seu jantar de notícias um terremoto, uma revolução, um
15 adultério grego - às vezes nem isso, porque no painel imenso você escolhe só um besouro
16 em campanha para verrumar a madeira. Sim, senhor, que importância a sua: sentado aí,
17 camisa aberta, sandálias, ar condicionado, cafezinho, dando sua opinião sobre a angústia, a
18 revolta, o ridículo, a maluquice dos homens. Esquecido de que é um deles.
19_____Ah, você participa com palavras? Sua escrita - por hipótese - transforma a cara das
20 coisas, há capítulos da História devidos à sua maneira de ajuntar substantivos, adjetivos,
21 verbos? Mas foram os outros, crédulos, sugestionáveis, que fizeram o acontecimento. Não é
22 todos os dias que se mete uma idéia na cabeça do próximo, por via gramatical. E a regra
23 situa no mesmo saco escrever e abster-se. Vazio, antes e depois da operação.
[com adaptações]
http://www. memoriaviva.com .br/drummond/prosa03.htm
Quanto aos fatos de língua, é falso afirmar que
Hoje não escrevo
Carlos Drummond de Andrade
1______Chega um dia de falta de assunto. Ou, mais propriamente, de falta de apetite para os
2 milhares de assuntos.
3 Escrever é triste. Impede a conjugação de tantos outros verbos. Os dedos sobre o
4 teclado, as letras se reunindo com maior ou menor velocidade, mas com igual indiferença
5 pelo que vão dizendo, enquanto lá fora a vida estoura não só em bombas como também em
6 dádivas de toda natureza, inclusive a simples claridade da hora, vedada a você, que está de
7 olho na maquininha. O mundo deixa de ser realidade quente para se reduzir a marginália,
8 purê de palavras, reflexos no espelho (infiel) do dicionário.
9______O que você perde em viver, escrevinhando sobre a vida. Não apenas o sol, mas tudo
10 o que ele ilumina. Tudo o que se faz sem você, porque com você não é possível contar.
11 Você esperando que os outros vivam para depois comentá-los com a maior cara-de-pau.
12 Selecionando os retalhos de vida dos outros, para objeto de sua divagação
13 descompromissada. Sereno. Superior. Divino. Sim, como se fosse deus, rei proprietário do
14 universo, que escolhe para o seu jantar de notícias um terremoto, uma revolução, um
15 adultério grego - às vezes nem isso, porque no painel imenso você escolhe só um besouro
16 em campanha para verrumar a madeira. Sim, senhor, que importância a sua: sentado aí,
17 camisa aberta, sandálias, ar condicionado, cafezinho, dando sua opinião sobre a angústia, a
18 revolta, o ridículo, a maluquice dos homens. Esquecido de que é um deles.
19_____Ah, você participa com palavras? Sua escrita - por hipótese - transforma a cara das
20 coisas, há capítulos da História devidos à sua maneira de ajuntar substantivos, adjetivos,
21 verbos? Mas foram os outros, crédulos, sugestionáveis, que fizeram o acontecimento. Não é
22 todos os dias que se mete uma idéia na cabeça do próximo, por via gramatical. E a regra
23 situa no mesmo saco escrever e abster-se. Vazio, antes e depois da operação.
[com adaptações]
http://www. memoriaviva.com .br/drummond/prosa03.htm
Com base no contexto, pode-se depreender que “marginália” (linha 7) e “crédulos” (linha 21) significam, respectivamente,
Hoje não escrevo
Carlos Drummond de Andrade
1______Chega um dia de falta de assunto. Ou, mais propriamente, de falta de apetite para os
2 milhares de assuntos.
3 Escrever é triste. Impede a conjugação de tantos outros verbos. Os dedos sobre o
4 teclado, as letras se reunindo com maior ou menor velocidade, mas com igual indiferença
5 pelo que vão dizendo, enquanto lá fora a vida estoura não só em bombas como também em
6 dádivas de toda natureza, inclusive a simples claridade da hora, vedada a você, que está de
7 olho na maquininha. O mundo deixa de ser realidade quente para se reduzir a marginália,
8 purê de palavras, reflexos no espelho (infiel) do dicionário.
9______O que você perde em viver, escrevinhando sobre a vida. Não apenas o sol, mas tudo
10 o que ele ilumina. Tudo o que se faz sem você, porque com você não é possível contar.
11 Você esperando que os outros vivam para depois comentá-los com a maior cara-de-pau.
12 Selecionando os retalhos de vida dos outros, para objeto de sua divagação
13 descompromissada. Sereno. Superior. Divino. Sim, como se fosse deus, rei proprietário do
14 universo, que escolhe para o seu jantar de notícias um terremoto, uma revolução, um
15 adultério grego - às vezes nem isso, porque no painel imenso você escolhe só um besouro
16 em campanha para verrumar a madeira. Sim, senhor, que importância a sua: sentado aí,
17 camisa aberta, sandálias, ar condicionado, cafezinho, dando sua opinião sobre a angústia, a
18 revolta, o ridículo, a maluquice dos homens. Esquecido de que é um deles.
19_____Ah, você participa com palavras? Sua escrita - por hipótese - transforma a cara das
20 coisas, há capítulos da História devidos à sua maneira de ajuntar substantivos, adjetivos,
21 verbos? Mas foram os outros, crédulos, sugestionáveis, que fizeram o acontecimento. Não é
22 todos os dias que se mete uma idéia na cabeça do próximo, por via gramatical. E a regra
23 situa no mesmo saco escrever e abster-se. Vazio, antes e depois da operação.
[com adaptações]
http://www. memoriaviva.com .br/drummond/prosa03.htm
Segundo Carlos Drummond de Andrade, o ofício do escritor é triste porque aquele que escreve
Internet: <www.agencia.tse.gov.br> (com adaptações).
Com relação às estruturas linguísticas do texto acima, assinale a
opção correta.
Considerando os sentidos das palavras empregadas no texto, há relação de sinonímia contextual entre
Com relação às idéias expressas no texto, assinale a opção correta.
Quanto ao recurso narrativo denominado flash-back, assinale a alternativa correta.
Hoje não escrevo
Carlos Drummond de Andrade
1______Chega um dia de falta de assunto. Ou, mais propriamente, de falta de apetite para os
2 milhares de assuntos.
3 Escrever é triste. Impede a conjugação de tantos outros verbos. Os dedos sobre o
4 teclado, as letras se reunindo com maior ou menor velocidade, mas com igual indiferença
5 pelo que vão dizendo, enquanto lá fora a vida estoura não só em bombas como também em
6 dádivas de toda natureza, inclusive a simples claridade da hora, vedada a você, que está de
7 olho na maquininha. O mundo deixa de ser realidade quente para se reduzir a marginália,
8 purê de palavras, reflexos no espelho (infiel) do dicionário.
9______O que você perde em viver, escrevinhando sobre a vida. Não apenas o sol, mas tudo
10 o que ele ilumina. Tudo o que se faz sem você, porque com você não é possível contar.
11 Você esperando que os outros vivam para depois comentá-los com a maior cara-de-pau.
12 Selecionando os retalhos de vida dos outros, para objeto de sua divagação
13 descompromissada. Sereno. Superior. Divino. Sim, como se fosse deus, rei proprietário do
14 universo, que escolhe para o seu jantar de notícias um terremoto, uma revolução, um
15 adultério grego - às vezes nem isso, porque no painel imenso você escolhe só um besouro
16 em campanha para verrumar a madeira. Sim, senhor, que importância a sua: sentado aí,
17 camisa aberta, sandálias, ar condicionado, cafezinho, dando sua opinião sobre a angústia, a
18 revolta, o ridículo, a maluquice dos homens. Esquecido de que é um deles.
19_____Ah, você participa com palavras? Sua escrita - por hipótese - transforma a cara das
20 coisas, há capítulos da História devidos à sua maneira de ajuntar substantivos, adjetivos,
21 verbos? Mas foram os outros, crédulos, sugestionáveis, que fizeram o acontecimento. Não é
22 todos os dias que se mete uma idéia na cabeça do próximo, por via gramatical. E a regra
23 situa no mesmo saco escrever e abster-se. Vazio, antes e depois da operação.
[com adaptações]
http://www. memoriaviva.com .br/drummond/prosa03.htm
Em Hoje não escrevo, Carlos Drummond de Andrade