Questões de Concurso
Sobre interpretação de textos em português
Foram encontradas 106.098 questões
O texto literário e o não-literário, embora ambos sejam formas de comunicação e expressão, diferem significativamente em suas intenções, estruturas e funções. O texto literário busca principalmente a expressão estética, emocional e subjetiva, utilizando recursos como metáforas, figuras de linguagem e narrativas que exploram a imaginação e o simbolismo. Ele é marcado pela liberdade criativa, pela busca por emoções intensas e pela reflexão sobre a condição humana. Exemplos clássicos incluem romances, poesias e peças teatrais, onde o foco está mais no processo de criação e na experiência sensorial e intelectual do leitor.
Por outro lado, o texto não-literário tem uma função mais direta e informativa. Seu principal objetivo é transmitir informações objetivas, analisar situações, argumentar ou explicar, com base em uma linguagem clara e precisa. Textos como artigos jornalísticos, manuais, relatórios, ensaios acadêmicos e textos técnicos se encaixam nessa categoria, pois visam comunicar ideias de maneira lógica, sem a preocupação com a estética ou o prazer literário.
A principal diferença entre os dois tipos de texto está na forma e na finalidade: enquanto o literário apela à imaginação e ao sentimento, o não-literário é voltado para a clareza, objetividade e a transmissão de conhecimento. Ambos, no entanto, são essenciais na comunicação humana, cada um em seu próprio domínio e com suas peculiaridades (SANT'ANNA, 2023).
Com base nas distinções entre o texto literário e o não-literário, pode-se afirmar que o:
Ela havia prometido à avó colher algumas amoras para o chá da noite, mas, ao chegar perto do bosque, algo incomum chamou sua atenção. Um pássaro de plumagem azul vibrante, diferente de qualquer outro que já tivesse visto, estava pousado no galho baixo de uma árvore. Clara parou, encantada. O pássaro, por sua vez, a olhou com curiosidade, inclinando levemente a cabeça.
Sem pensar, Clara deixou o cesto cair e estendeu a mão em direção à ave, que, para sua surpresa, não fugiu. Em vez disso, soltou um leve trinado, quase como se estivesse chamando-a para segui-lo. Hesitante, mas tomada por um estranho impulso, Clara deu o primeiro passo, adentrando o bosque como se estivesse entrando em um mundo novo (FERREIRA, 2024).
O gênero literário predominante no texto é:
O texto seguinte servirá de base para responder à questão.
Aspectos Básicos do Texto Literário: Denotação e Conotação
No estudo da linguagem, especialmente no contexto literário, os conceitos de denotação e conotação desempenham um papel fundamental na construção e interpretação dos textos. Essas duas formas de significado, embora interligadas, possuem características distintas que enriquecem a análise literária e permitem uma compreensão mais profunda das obras.
A denotação é o significado literal, direto e objetivo das palavras, aquele que se encontra no dicionário, livre de qualquer interpretação subjetiva. No contexto literário, a denotação é a base sobre a qual o autor constrói suas ideias. Ao utilizar uma palavra denotativa, o escritor se refere ao seu sentido original, sem procurar evocar emoções ou significados implícitos. Por exemplo, ao se referir ao "mar", a palavra carrega o significado simples e literal de uma grande massa de água salgada que cobre grande parte da superfície terrestre.
Porém, a riqueza do texto literário vai muito além do simples significado denotativo. A conotação, por outro lado, é o significado secundário e subjetivo que as palavras adquirem em determinado contexto. Ela está relacionada à carga emocional, cultural ou simbólica que as palavras podem carregar, ampliando a interpretação do leitor. Quando o autor usa a palavra "mar" de forma conotativa, ele pode estar se referindo a algo mais profundo, como o sentimento de vastidão, solidão ou liberdade. Nesse caso, o "mar" não é apenas um corpo d'água, mas se torna um símbolo de emoções ou situações específicas.
No texto literário, a utilização das palavras de forma conotativa permite ao escritor criar camadas de significado que desafiam o leitor a ir além da superfície do texto. A conotação pode evocar imagens poéticas, metáforas ou reflexões filosóficas que enriquecem a obra, tornando-a mais complexa e multifacetada. Um bom exemplo disso é a utilização de figuras de linguagem, como a metáfora, a metonímia e a sinédoque, que são fundamentadas no uso conotativo das palavras.
A interação entre denotação e conotação no texto literário é fundamental para a criação de sentidos e significados. Em um romance, por exemplo, o autor pode usar uma descrição aparentemente simples, mas que, ao ser analisada sob uma perspectiva conotativa, revela tensões, emoções e conflitos internos dos personagens. A denotação fornece o ponto de partida, enquanto a conotação abre espaço para a interpretação criativa e subjetiva.
Em resumo, a denotação e a conotação são dois aspectos essenciais do texto literário, ambos desempenhando papéis distintos, mas complementares. Enquanto a denotação estabelece um significado claro e preciso, a conotação adiciona camadas de complexidade, emoção e simbolismo, transformando o texto em uma rica experiência interpretativa para o leitor. Juntas, essas duas formas de significado tornam a literatura uma ferramenta poderosa de comunicação e reflexão, desafiando o leitor a explorar não apenas as palavras, mas também os sentidos subjacentes e as emoções que elas despertam
FIORIN, José Luiz. Elementos de análise do discurso. São Paulo: Contexto, 2015.
Com base no texto apresentado, analise as afirmativas e escolha a opção correta sobre o papel da denotação e da conotação no contexto literário.
O texto seguinte servirá de base para responder à questão.
Aspectos Básicos do Texto Literário: Denotação e Conotação
No estudo da linguagem, especialmente no contexto literário, os conceitos de denotação e conotação desempenham um papel fundamental na construção e interpretação dos textos. Essas duas formas de significado, embora interligadas, possuem características distintas que enriquecem a análise literária e permitem uma compreensão mais profunda das obras.
A denotação é o significado literal, direto e objetivo das palavras, aquele que se encontra no dicionário, livre de qualquer interpretação subjetiva. No contexto literário, a denotação é a base sobre a qual o autor constrói suas ideias. Ao utilizar uma palavra denotativa, o escritor se refere ao seu sentido original, sem procurar evocar emoções ou significados implícitos. Por exemplo, ao se referir ao "mar", a palavra carrega o significado simples e literal de uma grande massa de água salgada que cobre grande parte da superfície terrestre.
Porém, a riqueza do texto literário vai muito além do simples significado denotativo. A conotação, por outro lado, é o significado secundário e subjetivo que as palavras adquirem em determinado contexto. Ela está relacionada à carga emocional, cultural ou simbólica que as palavras podem carregar, ampliando a interpretação do leitor. Quando o autor usa a palavra "mar" de forma conotativa, ele pode estar se referindo a algo mais profundo, como o sentimento de vastidão, solidão ou liberdade. Nesse caso, o "mar" não é apenas um corpo d'água, mas se torna um símbolo de emoções ou situações específicas.
No texto literário, a utilização das palavras de forma conotativa permite ao escritor criar camadas de significado que desafiam o leitor a ir além da superfície do texto. A conotação pode evocar imagens poéticas, metáforas ou reflexões filosóficas que enriquecem a obra, tornando-a mais complexa e multifacetada. Um bom exemplo disso é a utilização de figuras de linguagem, como a metáfora, a metonímia e a sinédoque, que são fundamentadas no uso conotativo das palavras.
A interação entre denotação e conotação no texto literário é fundamental para a criação de sentidos e significados. Em um romance, por exemplo, o autor pode usar uma descrição aparentemente simples, mas que, ao ser analisada sob uma perspectiva conotativa, revela tensões, emoções e conflitos internos dos personagens. A denotação fornece o ponto de partida, enquanto a conotação abre espaço para a interpretação criativa e subjetiva.
Em resumo, a denotação e a conotação são dois aspectos essenciais do texto literário, ambos desempenhando papéis distintos, mas complementares. Enquanto a denotação estabelece um significado claro e preciso, a conotação adiciona camadas de complexidade, emoção e simbolismo, transformando o texto em uma rica experiência interpretativa para o leitor. Juntas, essas duas formas de significado tornam a literatura uma ferramenta poderosa de comunicação e reflexão, desafiando o leitor a explorar não apenas as palavras, mas também os sentidos subjacentes e as emoções que elas despertam
FIORIN, José Luiz. Elementos de análise do discurso. São Paulo: Contexto, 2015.
Com base no texto, qual das afirmativas a seguir melhor representa a relação entre denotação e conotação no texto literário?
De acordo com o texto, qual das alternativas melhor descreve a relação entre os elementos que compõem a experiência humana?
Qual a principal função da literatura segundo o texto?
Identifique a função da linguagem predominante no texto a seguir:
Então escrever é o modo de quem tem a palavra como isca: a palavra pescando o que não é palavra. Quando essa não palavra – a entrelinha – morde a isca, alguma coisa se escreveu. Uma vez que se pescou a entrelinha, poder-se-ia com alívio jogar a palavra fora. Mas aí cessa a analogia: a não palavra, ao morder a isca, incorporoua. O que salva então é ler distraidamente. (Clarice Lispector)
Leia o texto a seguir:
Das vantagens de ser bobo
O bobo, por não se ocupar com ambições, tem tempo para ver, ouvir e tocar no mundo.
O bobo é capaz de ficar sentado, quase sem se mexer por duas horas. Se perguntando por que não faz alguma coisa, responde: "Estou fazendo. Estou pensando."
Ser bobo às vezes oferece um mundo de saída porque os espertos só se lembram de sair por meio da esperteza, e o bobo tem originalidade, espontaneamente lhe vem a ideia.
O bobo tem oportunidade de ver coisas que os espertos não veem.
Os espertos estão sempre tão atentos às espertezas alheias que se descontraem diante dos bobos, e estes os veem como simples pessoas humanas.
O bobo ganha liberdade e sabedoria para viver.
O bobo nunca parece ter tido vez. No entanto, muitas vezes, o bobo é um Dostoievski.
Há desvantagem, obviamente. Uma boba, por exemplo, confiou na palavra de um desconhecido para a compra de um ar refrigerado de segunda mão: ele disse que o aparelho era novo, praticamente sem uso porque se mudara para a Gávea onde é fresco. Vai a boba e compra o aparelho sem vê-lo sequer. Resultado: não funciona. Chamado um técnico, a opinião deste era de que o aparelho estava tão estragado que o conserto seria caríssimo: mais valia comprar outro.
Mas, em contrapartida, a vantagem de ser bobo é ter boa-fé, não desconfiar, e portanto estar tranquilo. Enquanto o esperto não dorme à noite com medo de ser ludibriado.
O esperto vence com úlcera no estômago. O bobo nem nota que venceu.
Aviso: não confundir bobos com burros.
Desvantagem: pode receber uma punhalada de quem menos espera. É uma das tristezas que o bobo não prevê. César terminou dizendo a célebre frase: "Até tu, Brutus?"
Bobo não reclama. Em compensação, como exclama!
Os bobos, com suas palhaçadas, devem estar todos no céu.
Se Cristo tivesse sido esperto não teria morrido na cruz.
O bobo é sempre tão simpático que há espertos que se fazem passar por bobos.
Ser bobo é uma criatividade e, como toda criação, é difícil. Por isso é que os espertos não conseguem passar por bobos.
Os espertos ganham dos outros. Em compensação os bobos ganham vida.
Bem-aventurados os bobos porque sabem sem que ninguém desconfie. Aliás não se importam que saibam que eles sabem.
Há lugares que facilitam mais as pessoas serem bobas (não confundir bobo com burro, com tolo, com fútil). Minas Gerais, por exemplo, facilita ser bobo. Ah, quantos perdem por não nascer em Minas!
Bobo é Chagall, que põe vaca no espaço, voando por cima das casas.
É quase impossível evitar excesso de amor que um bobo provoca. É que só o bobo é capaz de excesso de amor. E só o amor faz o bobo.
Clarice Lispector, a descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.
Com base em sua análise, assinale a alternativa que apresenta uma interpretação correta de um conceito linguístico ou retórico presente no texto:
Leia o texto a seguir:
Estudo realizado com 800 pares de gêmeos indica que DNA é o fator que mais influencia no bem-estar de uma pessoa – não o que ela vive durante a vida.
O que mais influi na felicidade de uma pessoa? As experiências que ela tem durante a vida? Ou características previamente escritas em seu código genético? Essa discussão, que mobiliza a ciência há décadas, acaba de ser desequilibrada a favor de um lado: o DNA. Foi o que concluiu um estudo feito pela Universidade de Edimburgo, na Escócia, que analisou 837 pares de gêmeos. Cada par de gêmeos havia sido criado na mesma casa, pelos mesmos pais, e por isso teve experiências parecidas na vida. Metade dos gêmeos era univitelina, ou seja, com DNA idêntico, e a outra metade bivitelina, com DNA diferente. O objetivo do estudo foi comparar univitelinos e bivitelinos, e com isso identificar a influência do DNA sobre determinadas características do ser humano – inclusive de quem não é gêmeo.
Os voluntários responderam a questionários que mediam vários aspectos do bem-estar psicológico, como o grau de autonomia da pessoa e sua capacidade de ter relacionamentos saudáveis. Os gêmeos univitelinos, de DNA igual, tiveram pontuação mais parecida que os bivitelinos – que têm DNA diferentes, mas cresceram no mesmo ambiente. Ou seja: na prática, o DNA influencia mais que o ambiente no grau de felicidade da pessoa. "Houve influências genéticas substanciais em todos os componentes", diz o psicólogo Timothy Bates, autor do estudo. "Já os efeitos do ambiente foram insignificantes". Em suma: cada pessoa tende a um nível natural de felicidade, que já vem programado no seu código genético. Lembre-se disso na próxima vez em que você estiver muito feliz – ou infeliz.
Fonte: Superinteressante, Julho/2012.
Após efetuar a leitura do texto, é correto afirmar que:
I. O estudo realizado com gêmeos univitelinos e bivitelinos sugere que as experiências de vida têm um impacto significativo e indispensável no bem-estar psicológico dos indivíduos.
II. A pesquisa conclui que a genética exerce uma influência preponderante sobre o grau de felicidade, em comparação ao ambiente em que a pessoa é criada.
III. Os gêmeos univitelinos apresentaram pontuações de bem-estar psicológico mais similares entre si do que os gêmeos bivitelinos.
IV. O estudo desconsidera a influência do ambiente na formação do bem-estar psicológico das pessoas.
Com essa frase, Platão valoriza.
“O direito não se impõe somente com o peso dos exércitos. Também se impõe, e melhor, com a pressão dos povos.”
A respeito desse pensamento, assinale a afirmativa correta.
Observe a tirinha abaixo e identifique a afirmativa correto sobre ela:
Qual é a relação entre os processos descritos no texto e a manutenção da salinidade dos oceanos?
O sinônimo que representa o termo destacado, nesta frase, é: