Questões de Concurso Sobre interpretação de textos em português

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Q3132256 Português

TEXTO I

Aos 102 anos, idoso volta à sala de aula e inspira alunos.


     A sala de aula voltou a fazer parte da rotina do Pedro Francisco de Souza, de 102 anos. Nascido em Catu, na Bahia, ele se mudou ano passado para o Espírito Santo e, na nova cidade, resolveu voltar a estudar.

      Pedro hoje está na primeira etapa do Ensino de Jovens e Adultos (EJA), na rede municipal de Vitória. Ele tem sido um ótimo aluno e, segundo os professores, inspira muita gente mais nova! “Eu me sinto feliz e, por essa felicidade, ainda quero aprender mais para falar melhor com o público”, contou o idoso.

      Realização

     O ensino foi bastante escasso ao longo da vida de Pedro, embora ele tenha aprendido a ler e escrever. “Sem ler não podemos falar, não podemos fazer nada. É por isso que continuo estudando. Enquanto há vida, há esperança”, refletiu.

    Para Pedro, voltar à sala de aula é uma realização. O filho dele, André Souza, de 46 anos, disse que o pai adora cantar, tocar violão, conversar e ler a Bíblia e que ele é completamente independente. “Ele come sozinho, toma banho sozinho, faz tudo sozinho”, completou o filho orgulhoso.

     Inspiração para os mais jovens

     Pedro é um dos 200 alunos matriculados no EJA. E foi a idade o que mais chamou a atenção dos professores e outros colegas de sala dele, que também são idosos.

   André disse que essa nova rotina tem sido inspiradora também para ele. Pedro se sente orgulhoso por ser um motivador e tem cuidado melhor, inclusive, da própria saúde.


Disponível em: https:// https://cutt.ly/WmeFT2E. Acesso em: 26 jun. 2021 (adaptado).


Leia atentamente o texto, e responda à questão.

De acordo com o texto, assinale a alternativa correta.
Alternativas
Q3132255 Português
“As cores primárias ou cores puras são as que não surgem da mistura de outras cores, ou seja, o vermelho, o amarelo e o azul”. Assinale a alternativa incorreta sobre o assunto.
Alternativas
Q3132252 Português

TEXTO I

Emoção em família: mãe e filha se formam juntas na faculdade


     As britânicas Vicki Lawlor e sua filha Hannah conquistaram seus diplomas na Universidade de Stirling, na Escócia As britânicas Vicki Lawlor, de 43 anos, e sua filha Hannah, de 21, se formaram juntas na Universidade de Stirling, na Escócia, nessa semana (06/2021). A emoção de receber o diploma ao mesmo tempo levou mãe e filha a planejar uma festa no jardim de sua casa para comemorar a dupla conquista.

     Em entrevista ao Daily Mail, Vicki disse: “É uma coincidência estarmos nos formando juntas. Levei um pouco mais de tempo do que Hannah para concluir meu curso e não foi uma jornada fácil, mas tê-la ao meu lado e compartilhar experiências semelhantes de cumprimento de prazos e conclusão de tarefas foi muito gratificante”.

    Vicki concluiu o bacharelado em Ciências, enquanto Hannah se formou como bacharel em Artes.

Disponível em: https://cutt.ly/nmeU6oV. Acesso em: 26 jun. 2021 (adaptado).


Leia atentamente o texto, e responda à questão.

De acordo com o texto, assinale a alternativa correta.
Alternativas
Q3132251 Português

TEXTO I

Emoção em família: mãe e filha se formam juntas na faculdade


     As britânicas Vicki Lawlor e sua filha Hannah conquistaram seus diplomas na Universidade de Stirling, na Escócia As britânicas Vicki Lawlor, de 43 anos, e sua filha Hannah, de 21, se formaram juntas na Universidade de Stirling, na Escócia, nessa semana (06/2021). A emoção de receber o diploma ao mesmo tempo levou mãe e filha a planejar uma festa no jardim de sua casa para comemorar a dupla conquista.

     Em entrevista ao Daily Mail, Vicki disse: “É uma coincidência estarmos nos formando juntas. Levei um pouco mais de tempo do que Hannah para concluir meu curso e não foi uma jornada fácil, mas tê-la ao meu lado e compartilhar experiências semelhantes de cumprimento de prazos e conclusão de tarefas foi muito gratificante”.

    Vicki concluiu o bacharelado em Ciências, enquanto Hannah se formou como bacharel em Artes.

Disponível em: https://cutt.ly/nmeU6oV. Acesso em: 26 jun. 2021 (adaptado).


Leia atentamente o texto, e responda à questão.

Esse texto é:
Alternativas
Q3132231 Português
Por Que é Preciso Capacitar Médicos Analógicos no Uso das Tecnologias Digitais


Quando comecei a atuar como oftalmologista, os pacientes iam ao meu consultório para trocar de óculos. Hoje, me procuram para se livrar deles fazendo, por exemplo, a cirurgia refrativa, popularmente conhecida como cirurgia de miopia. O eletrocardiograma é um exame corriqueiro para a avaliação da função cardíaca. Mas, há cerca de quatro décadas, os especialistas do coração produziam seu diagnóstico sem o auxílio dessa ferramenta. Ela, então, não existia. Ambos os casos ilustram como a medicina sempre andou de mãos dadas com os avanços da ciência. É essa simbiose que faz surgir tratamentos inovadores, traz a cura de doenças e permite que a gente viva mais e com mais saúde.

A medicina é um dos ramos da ciência cada vez mais permeados pelas novidades tecnológicas. Tal característica, ao mesmo tempo em que pode acelerar a solução de um problema que parecia insolúvel, é vista muitas vezes com desconfiança e até descrédito, o que, de certa forma, é natural. Tudo aquilo que desafia a norma estabelecida, o procedimento conhecido, tende a ser recebido em um primeiro momento com ressalvas. Quando o uso do estetoscópio para auscultar os sons internos do corpo se popularizou definitivamente, nos anos 1960, ouviu-se muito que os médicos estavam perdendo a capacidade de fazer diagnósticos, ao trocar sua sensibilidade treinada pela intermediação de um aparelho.

Reação semelhante vejo acontecer agora diante da opção pelas consultas remotas, a chamada telemedicina. De um lado, há pacientes duvidando que o médico consiga realizar um atendimento efetivo tendo contato somente por meio de uma videochamada. De outro, representantes da classe médica mostram temor de que esse tipo de recurso possa limitar a atuação dos profissionais de saúde. Na minha opinião, nem uma coisa nem outra.

A telemedicina pode, ao contrário, dar uma grande contribuição ao ecossistema de saúde — em especial aos sobrecarregados serviços de saúde pública — se empregada de forma a aproveitar uma das suas principais virtudes: fazer a triagem inicial de pacientes. Pela consulta de vídeo o médico tem condições de avaliar sintomas como febre, dores, erupções cutâneas ou problemas respiratórios, prescrever tratamento nos casos mais simples, ou então fazer o encaminhamento para um especialista ou recomendar atendimento presencial. Esse filtro inicial ajuda a otimizar recursos, evitando visitas desnecessárias as unidades de saúde, priorizando as situações mais urgentes.

Em um país de dimensões continentais como o Brasil, a telemedicina é uma maneira de levar atendimento à população de regiões remotas. Durante a pandemia e, mais recentemente, nas enchentes que atingiram o sul do país, entre abril e maio, a ferramenta mostrou como pode ser útil dando acesso às consultas, permitindo o monitoramento de pacientes e, no caso da Covid-19, mitigando o risco de contágio de pacientes e médicos.

Citei o caso da telemedicina, mas posso falar da aplicação cada vez maior da Inteligência Artificial (IA) nos vários campos da medicina: pesquisa, diagnóstico e tratamento. Trata-se de uma ferramenta formidável, um sistema que pensa mais rápido e é capaz de processar mais dados do que o nosso cérebro consegue fazer. A IA é empregada com sucesso, por exemplo, na interpretação de imagens como ressonâncias e tomografias, na robótica cirúrgica garantindo procedimentos mais preciso e menos invasivo, fazendo a análise de dados clínicos e sintomas relatados pelo paciente, auxiliando o médico na tomada de decisão em casos complexos.

O impacto das novas tecnologias para a medicina é profundo e positivo. Um grande desafio, ao meu ver, está na capacitação dos profissionais de saúde, de maneira que entendem e sejam capazes de utilizar as ferramentas digitais em sua plenitude. À geração de médicos mais jovens, que foi alfabetizada digitalmente, isso não é um problema. Refiro-me aqueles acostumados as práticas e rotinas tradicionais. É preciso treiná-los para a nova realidade. Não podemos abrir da sua experiência e conhecimento. Afinal, mesmo a melhor tecnologia não substitui o olho clínico.


https://forbes.com.br/forbessaude/2024/09/claudio-lottenberg-e-precisocapacitar-medicos-analogicos-no-uso-das-tecnologias-digitais/

Ao examinar o texto, avalie as afirmativas e identifique aquela que NÃO está relacionada ao conteúdo apresentado.
Alternativas
Q3132155 Português

O texto seguinte servirá de base para responder à questão.


Cuidado com o Pé de Garrafa


Nem bem entraram na mata, os homens foram surpreendidos por um assovio muito alto, tão alto que doeu os ouvidos: fiiiuuú!!! Todos que estavam agachados, deixando suas ferramentas no chão, ficaram de pé, em alerta, assustados. "O que foi isso?", disse um deles, e os outros deram de ombros. Os olhos de todos estavam arregalados, e os corpos quentes, em alerta, estavam prontos para correr. Mas, por que esse pânico todo? Primeiro, porque sabiam que o que iriam fazer na floresta não era certo. Afinal, eles tinham uma fileira de árvores para derrubar e um monte de bichos para caçar. Segundo, porque se lembraram de uma história horripilante contada pelos habitantes locais, a história do Pé de Garrafa!


Quem é esse? Nem queira saber! Mas quem mora lá pelas bandas do Mato Grosso do Sul sabe bem quem é. O Pé de Garrafa é um monstro que não se parece com nada que conhecemos. Não é gente, nem é bicho. Na cabeça, no lugar de cabelo, traz uns trapos de pano podre. Tem uma perna só, com o pé com um casco que deixa um rastro redondo por onde passa, como o fundo de uma garrafa. Por isso, claro, é conhecido como Pé de Garrafa.


Às sextas-feiras, por volta da meia-noite, é o momento preferido do monstro aparecer. Mas, se ele sente que a mata vai ser invadida, ele aparece a qualquer hora. Primeiro, dá o seu assobio, que é ouvido somente por caçadores ou pessoas mal-intencionadas. Quem escuta se confunde, pois o som ecoa para todos os lados. É aí que armadilha começa. A pessoa se perde na floresta, fica desorientada com o assobio e se embrenha na mata.


Quem voltou para contar diz que sentiu um vento nas costas enquanto corria sem parar, parecia um bater de asas muito pesadas ou encharcadas de água. Dizem que o Pé de Garrafa voa e parece ter asas de ema. Do alto, ele grita, e grita forte, por umas duas horas sem parar. É para todo mundo ouvir, da mata ou da cidade.


*O Pé de Garrafa é uma lenda brasileira, contada por moradores do Mato Grosso do Sul, mas que também é conhecida em outros estados brasileiros. Em algumas versões, ele ganha o nome de Troá, além de pernas de aves, pelos e espinhos. Esta versão foi livremente adaptada pela CHC.


(https://chc.org.br/artigo/cuidado-com-o-pe-de-garrafa/)

Analise as afirmativas relacionadas ao que pode ter causado pânico aos homens após ouvirem o assovio:

I.A consciência de que suas atividades na floresta não eram corretas.
II.O fato deles estarem perdidos e desorientados.
III.O fato de ser sexta-feira, dia em que o monstro costumava aparecer.
IV.A lembrança de uma história aterrorizante (a do Pé de Garrafa).

Estão corretas:
Alternativas
Q3131965 Português
Elementos da comunicação dizem respeito a cada aspecto presente no fluxo comunicativo, desde o momento em que a mensagem é emitida, até quando é recebida e compreendida.
Na ausência ou no mau uso de um dos elementos, diz-se que houve ruído na comunicação, o que significa dizer que ela não foi bem-sucedida. Os elementos da comunicação são: emissor, receptor, mensagem, referente, canal e código.
(https://brasilescola.uol.com.br/redacao/elementos -presentes-no-ato-comunicacao.htm)

Nas alternativas abaixo as definições estão de acordo com os elementos da comunicação, EXCETO em:
Alternativas
Q3131722 Português
Mais do que a expectativa de vida, você deveria se preocupar com a sua expectativa de saúde mental

Estima-se que mais de 1 bilhão de pessoas conviva com os mais variados transtornos mentais e uso de substâncias

Minha mãe tem 94 anos. Certamente, ela já ultrapassou, em muito, o tempo de vida de seus pais e de seus avós. A cada ano que passa, lemos que o mundo está envelhecendo aceleradamente e os responsáveis por isso são o crescente corpo de pesquisas na área da longevidade, as novas tecnologias na área médica e o avanço constante do saneamento básico e das disciplinas da área da saúde.

Mas o que eu quero chamar a atenção é para algo que costuma ser relegado a segundo plano e afeta a nossa esperança de vida tanto quanto os males orgânicos: a saúde mental.

Será que, mais do que nos preocupar apenas com número médio de anos que esperamos viver, não deveríamos estar atentos à nossa expectativa de saúde mental? Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que mais de 1 bilhão de pessoas conviva com os mais variados transtornos mentais e uso de substâncias (de álcool às drogas potentes).

E o que as evidências têm nos mostrado é que pessoas com transtornos mentais vivem menos. Ou seja, uma saúde mental comprometida pode nos tirar anos de vida.

Mais do que isso, um transtorno mental não tratado transforma-se em um fardo e mesmo em sofrimento não só para aquela pessoa, mas para aqueles que vivem no entorno dela, o que também pode lhes roubar anos de vida.

Muitos problemas de saúde mental, como é o caso, por exemplo, de depressões graves, são altamente incapacitantes. Isso significa que, se não tratadas, essas condições não permitem àqueles que vivem com esses transtornos aproveitar a vida em toda a sua capacidade.

Por ser médico, lógico, pude acompanhar a saúde física da minha mãe muito de perto. Mas eu credito a sua longevidade à saúde mental dela. Ela faz a sua fisioterapia todos os dias, reserva um tempinho diário para cuidar de suas plantas, fiscaliza as minhas redes sociais, lê as suas revistas e jornais e está sempre cercada pelos filhos, netos e agora bisnetos.

Penso que esses cuidados de minha mãe para com ela mesma são responsáveis por ela ter tido, ao longo dos anos, uma vida plena.

Por isso, nesta semana em que se celebra o Dia Mundial da Saúde Mental, dia 10 de outubro, faço o convite para que, se você está se sentindo estranho, desanimado, sem energia, sem vontade de acordar, bebendo além do razoável, dormindo mal, fazendo uso de remédios para dormir ou de drogas psicoativas, que busque um profissional de saúde. Problemas de saúde mental, gosto sempre de reforçar, quando tratados, equivalem à boa saúde mental.

Faço também o convite para que cada um volte o olhar a si mesmo e busque descobrir que mudanças no seu estilo de vida o levariam a melhorar a sua saúde mental nem que seja um pouquinho. Cada um terá o seu termômetro. É sempre bom lembrar: qualquer mudança é um tijolo a mais na construção de uma saúde mental melhor.


(https://forbes.com.br/forbessaude/2024/10/arthur-guerra-mais-do-quea-expectativa-de-vida-voce-deveria-se-preocupar-com-a-sua-expectativ a-de-saude-mental/)
"Faço também o convite para que cada um volte o olhar a si mesmo e busque descobrir que mudanças no seu estilo de vida o levariam a melhorar a sua saúde mental nem que seja um pouquinho. Cada um terá o seu termômetro. É sempre bom lembrar: qualquer mudança é um tijolo a mais na construção de uma saúde mental melhor."
Com base na afirmação do autor no trecho acima e no contexto geral do texto, analise as seguintes afirmativas:
I. Pequenas mudanças podem ter um impacto positivo, reforçando a ideia de que não são necessárias mudanças drásticas para obter uma melhora na saúde mental.
II.A consistência nas práticas de autocuidado pode ser desenvolvida com práticas regulares e sustentadas.
III. Alguns problemas de saúde mental podem exigir intervenções mais intensas, como terapia intensiva ou tratamento médico, ao invés de apenas mudanças no estilo de vida.
IV. Cada pessoa tem suas próprias necessidades, critérios e formas de medir seu bem-estar e saúde mental.

Estão corretas: 
Alternativas
Q3131684 Português
As Cidades Mais Fáceis para se Viver, Segundo Estudo

Nova ferramenta de pesquisa identifica lugares onde os residentes podem acessar serviços essenciais a pé ou de bicicleta em menos de 15 minutos

Cidades com a acessibilidade a serviços próximos ao local de residência é fundamental para garantir uma boa qualidade de vida. Todos desejam poder acessar, em uma curta distância, serviços como médicos, escolas, academias, locais de trabalho, parques e supermercados — e, melhor ainda, se isso puder ser feito a pé ou de bicicleta.

Recentemente, foi publicada uma pesquisa sobre "cidades de 15 minutos" na revista Nature Cities, desenvolvida pelos Laboratórios de Ciência da Computação da Sony (Sony CSL) em Roma. O estudo identifica as melhores cidades que se enquadram nesse conceito, além de oferecer uma ferramenta para que os usuários possam verificar como suas cidades se posicionam globalmente. Essa ferramenta utiliza dados de código aberto e analisa 10.000 cidades ao redor do mundo.

Paris: Um Exemplo de Cidade de 15 Minutos

O conceito de cidade de 15 minutos surgiu na década de 1960, mas ganhou notoriedade nas políticas urbanas a partir de 2016, impulsionado pelo trabalho do cientista francês-colombiano Carlos Moreno. Na França, essa abordagem é conhecida como "la ville du quart d'heure". A prefeita de Paris, Anne Hidalgo, adotou esse conceito para implementar políticas públicas que vão desde a criação de ciclovias até a remoção de faixas exclusivas para veículos ao longo das margens do rio Sena. Hidalgo utilizou essa ideia como parte de sua campanha eleitoral em 2014, mas ela ganhou um novo impulso global durante os lockdowns da pandemia.

Matteo Bruno, autor principal do estudo, explica que essa pode ser uma das razões pelas quais Paris se destaca na nova pesquisa. Apesar de ser uma das maiores cidades do mundo, Paris se caracteriza por uma infraestrutura que facilita o deslocamento, com uma "porção considerável da cida Cidades Europeias em Destaque

O mapa apresentado no estudo mostra as áreas classificadas como "cidades de 15 minutos", coloridas em azul, enquanto aquelas que não se enquadram no conceito aparecem em vermelho. A densidade populacional desempenha um papel crucial: em áreas com alta concentração de habitantes, há uma maior disponibilidade de serviços acessíveis em distâncias menores. Nesse sentido, cidades como Milão e Barcelona se destacam por sua compactação.

Os pesquisadores observam que as cidades europeias tendem a se sair melhor nesse quesito, pois foram planejadas antes da popularização do uso de automóveis, obrigando a criação de uma infraestrutura que atendesse à proximidade dos serviços, especialmente em seus centros urbanos.

Por outro lado, o estudo revela que grandes cidades nos Estados Unidos, como Atlanta e Los Angeles, estão muito distantes do ideal de uma cidade de 15 minutos. Em contrapartida, diversas áreas de Nova York, São Francisco e Milwaukee se adequam a essa regra, com Manhattan se destacando como uma das partes mais densas do país, oferecendo fácil acesso a uma variedade de serviços.

É importante ressaltar que o conceito de cidade de 15 minutos não deve ser o único critério na escolha de um local para viver. Embora muitas cidades europeias possam oferecer uma ampla gama de amenidades, esses dados não consideram que muitos residentes vivem em apartamentos e não têm acesso a espaços ao ar livre, um fator que pode impactar significativamente a qualidade de vida.

Os planejadores urbanos e potenciais moradores devem levar em conta outros aspectos que contribuem para uma cidade ideal, como igualdade, qualidade do transporte público, tráfego reduzido e a eficácia dos serviços de saúde e educação.


(https://forbes.com.br/forbeslife/2024/10/as-cidades-mais-faceis-para-s e-viver-segundo-estudo/ adaptado)
De acordo com o texto é INCORRETO afirmar:
Alternativas
Q3131306 Português

Canção para os fonemas da alegria


                               Thiago de Mello


Peço licença para algumas coisas.

Primeiramente para desfraldar

este canto de amor publicamente. 


Sucede que só sei dizer amor

quando reparto o ramo azul de estrelas

que em meu peito floresce de menino.


Peço licença para soletrar,

no alfabeto do sol pernambucano,

a palavra ti-jo-lo, por exemplo, 


e poder ver que dentro dela vivem

paredes, aconchegos e janelas,

e descobrir que todos os fonemas 


são mágicos sinais que vão se abrindo

constelação de girassóis gerando

em círculos de amor que de repente

estalam como flor no chão da casa. 


Às vezes nem há casa: é só o chão.

Mas sobre o chão quem reina agora é um homem

diferente, que acaba de nascer: 


porque unindo pedaços de palavras

aos poucos vai unindo argila e orvalho,

tristeza e pão, cambão e beija-flor,


e acaba por unir

a própria vida no seu peito partida e repartida

quando afinal descobre num clarão 


que o mundo é seu também, que o seu trabalho

não é a pena que paga por ser homem,

mas um modo de amar — e de ajudar 


o mundo a ser melhor. Peço licença

para avisar que, ao gosto de Jesus,

este homem renascido é um homem novo:


ele atravessa os campos espalhando

a boa-nova, e chama os companheiros

a pelejar no limpo, fronte a fronte, 


contra o bicho de quatrocentos anos,

mas cujo fel espesso não resiste

a quarenta horas de total ternura. 


Peço licença para terminar

soletrando a canção de rebeldia

que existe nos fonemas da alegria:


canção de amor geral que eu vi crescer

nos olhos do homem que aprendeu a ler. 


Thiago de Mello. Faz escuro mas eu canto. São Paulo: Global Editora, 2017. 

Julgue o item que se segue, relativo à análise linguística do poema precedente.
No primeiro verso da sétima estrofe, o sujeito da oração “unindo pedaços de palavras” remete, semanticamente, ao sintagma “um homem / diferente”, na estrofe anterior. 
Alternativas
Q3131305 Português

Canção para os fonemas da alegria


                               Thiago de Mello


Peço licença para algumas coisas.

Primeiramente para desfraldar

este canto de amor publicamente. 


Sucede que só sei dizer amor

quando reparto o ramo azul de estrelas

que em meu peito floresce de menino.


Peço licença para soletrar,

no alfabeto do sol pernambucano,

a palavra ti-jo-lo, por exemplo, 


e poder ver que dentro dela vivem

paredes, aconchegos e janelas,

e descobrir que todos os fonemas 


são mágicos sinais que vão se abrindo

constelação de girassóis gerando

em círculos de amor que de repente

estalam como flor no chão da casa. 


Às vezes nem há casa: é só o chão.

Mas sobre o chão quem reina agora é um homem

diferente, que acaba de nascer: 


porque unindo pedaços de palavras

aos poucos vai unindo argila e orvalho,

tristeza e pão, cambão e beija-flor,


e acaba por unir

a própria vida no seu peito partida e repartida

quando afinal descobre num clarão 


que o mundo é seu também, que o seu trabalho

não é a pena que paga por ser homem,

mas um modo de amar — e de ajudar 


o mundo a ser melhor. Peço licença

para avisar que, ao gosto de Jesus,

este homem renascido é um homem novo:


ele atravessa os campos espalhando

a boa-nova, e chama os companheiros

a pelejar no limpo, fronte a fronte, 


contra o bicho de quatrocentos anos,

mas cujo fel espesso não resiste

a quarenta horas de total ternura. 


Peço licença para terminar

soletrando a canção de rebeldia

que existe nos fonemas da alegria:


canção de amor geral que eu vi crescer

nos olhos do homem que aprendeu a ler. 


Thiago de Mello. Faz escuro mas eu canto. São Paulo: Global Editora, 2017. 

Julgue o item que se segue, relativo à análise linguística do poema precedente.
Na primeira oração da sexta estrofe, a substituição do vocábulo “nem” por não preservaria a coerência do poema, mas alteraria a carga semântica atribuída ao verso. 
Alternativas
Q3131297 Português
Uma galinha

        Parecia calma. Desde sábado encolhera-se num canto da cozinha. Não olhava para ninguém, ninguém olhava para ela. Mesmo quando a escolheram, apalpando sua intimidade com indiferença, não souberam dizer se era gorda ou magra. Nunca se adivinharia nela um anseio.

        Foi pois uma surpresa quando a viram abrir as asas de curto voo, inchar o peito e, em dois ou três lances, alcançar a murada do terraço. Um instante ainda vacilou — o tempo da cozinheira dar um grito — e em breve estava no terraço do vizinho, de onde, em outro voo desajeitado, alcançou um telhado. Lá ficou em adorno deslocado, hesitando ora num, ora noutro pé. A família foi chamada com urgência e consternada viu o almoço junto de uma chaminé. O dono da casa, lembrando-se da dupla necessidade de fazer esporadicamente algum esporte e de almoçar, vestiu radiante um calção de banho e resolveu seguir o itinerário da galinha: em pulos cautelosos alcançou o telhado onde esta, hesitante e trêmula, escolhia com urgência outro rumo. A perseguição tornou-se mais intensa. De telhado a telhado foi percorrido mais de um quarteirão da rua. Pouco afeita a uma luta mais selvagem pela vida, a galinha tinha que decidir por si mesma os caminhos a tomar, sem nenhum auxílio de sua raça. O rapaz, porém, era um caçador adormecido. E por mais ínfima que fosse a presa o grito de conquista havia soado.

        Sozinha no mundo, sem pai nem mãe, ela corria, arfava, muda, concentrada. Às vezes, na fuga, pairava ofegante num beiral de telhado e enquanto o rapaz galgava outros com dificuldade tinha tempo de se refazer por um momento. E então parecia tão livre.

        Estúpida, tímida e livre. Não vitoriosa como seria um galo em fuga. Que é que havia nas suas vísceras que fazia dela um ser? A galinha é um ser. É verdade que não se poderia contar com ela para nada. Nem ela própria contava consigo, como o galo crê na sua crista. Sua única vantagem é que havia tantas galinhas que morrendo uma surgiria no mesmo instante outra tão igual como se fora a mesma.

Clarice Lispector. Laços de Família.
Rio de Janeiro: Editora Rocco, 1998 (com adaptações).


Em relação a estruturas e recursos de estilo do trecho precedente de Uma galinha, julgue o item seguinte.


Pela forma como a autora utiliza recursos narrativos ficcionais e factuais, conclui-se que o texto pode ser caracterizado como uma reportagem. 

Alternativas
Q3131292 Português
Uma galinha

        Parecia calma. Desde sábado encolhera-se num canto da cozinha. Não olhava para ninguém, ninguém olhava para ela. Mesmo quando a escolheram, apalpando sua intimidade com indiferença, não souberam dizer se era gorda ou magra. Nunca se adivinharia nela um anseio.

        Foi pois uma surpresa quando a viram abrir as asas de curto voo, inchar o peito e, em dois ou três lances, alcançar a murada do terraço. Um instante ainda vacilou — o tempo da cozinheira dar um grito — e em breve estava no terraço do vizinho, de onde, em outro voo desajeitado, alcançou um telhado. Lá ficou em adorno deslocado, hesitando ora num, ora noutro pé. A família foi chamada com urgência e consternada viu o almoço junto de uma chaminé. O dono da casa, lembrando-se da dupla necessidade de fazer esporadicamente algum esporte e de almoçar, vestiu radiante um calção de banho e resolveu seguir o itinerário da galinha: em pulos cautelosos alcançou o telhado onde esta, hesitante e trêmula, escolhia com urgência outro rumo. A perseguição tornou-se mais intensa. De telhado a telhado foi percorrido mais de um quarteirão da rua. Pouco afeita a uma luta mais selvagem pela vida, a galinha tinha que decidir por si mesma os caminhos a tomar, sem nenhum auxílio de sua raça. O rapaz, porém, era um caçador adormecido. E por mais ínfima que fosse a presa o grito de conquista havia soado.

        Sozinha no mundo, sem pai nem mãe, ela corria, arfava, muda, concentrada. Às vezes, na fuga, pairava ofegante num beiral de telhado e enquanto o rapaz galgava outros com dificuldade tinha tempo de se refazer por um momento. E então parecia tão livre.

        Estúpida, tímida e livre. Não vitoriosa como seria um galo em fuga. Que é que havia nas suas vísceras que fazia dela um ser? A galinha é um ser. É verdade que não se poderia contar com ela para nada. Nem ela própria contava consigo, como o galo crê na sua crista. Sua única vantagem é que havia tantas galinhas que morrendo uma surgiria no mesmo instante outra tão igual como se fora a mesma.

Clarice Lispector. Laços de Família.
Rio de Janeiro: Editora Rocco, 1998 (com adaptações).


Em relação a estruturas e recursos de estilo do trecho precedente de Uma galinha, julgue o item seguinte.


A frase “Estúpida, tímida e livre” (primeiro período do último parágrafo) reúne termos que, organizados em sequência, compõem uma gradação. 

Alternativas
Q3131291 Português
Uma galinha

        Parecia calma. Desde sábado encolhera-se num canto da cozinha. Não olhava para ninguém, ninguém olhava para ela. Mesmo quando a escolheram, apalpando sua intimidade com indiferença, não souberam dizer se era gorda ou magra. Nunca se adivinharia nela um anseio.

        Foi pois uma surpresa quando a viram abrir as asas de curto voo, inchar o peito e, em dois ou três lances, alcançar a murada do terraço. Um instante ainda vacilou — o tempo da cozinheira dar um grito — e em breve estava no terraço do vizinho, de onde, em outro voo desajeitado, alcançou um telhado. Lá ficou em adorno deslocado, hesitando ora num, ora noutro pé. A família foi chamada com urgência e consternada viu o almoço junto de uma chaminé. O dono da casa, lembrando-se da dupla necessidade de fazer esporadicamente algum esporte e de almoçar, vestiu radiante um calção de banho e resolveu seguir o itinerário da galinha: em pulos cautelosos alcançou o telhado onde esta, hesitante e trêmula, escolhia com urgência outro rumo. A perseguição tornou-se mais intensa. De telhado a telhado foi percorrido mais de um quarteirão da rua. Pouco afeita a uma luta mais selvagem pela vida, a galinha tinha que decidir por si mesma os caminhos a tomar, sem nenhum auxílio de sua raça. O rapaz, porém, era um caçador adormecido. E por mais ínfima que fosse a presa o grito de conquista havia soado.

        Sozinha no mundo, sem pai nem mãe, ela corria, arfava, muda, concentrada. Às vezes, na fuga, pairava ofegante num beiral de telhado e enquanto o rapaz galgava outros com dificuldade tinha tempo de se refazer por um momento. E então parecia tão livre.

        Estúpida, tímida e livre. Não vitoriosa como seria um galo em fuga. Que é que havia nas suas vísceras que fazia dela um ser? A galinha é um ser. É verdade que não se poderia contar com ela para nada. Nem ela própria contava consigo, como o galo crê na sua crista. Sua única vantagem é que havia tantas galinhas que morrendo uma surgiria no mesmo instante outra tão igual como se fora a mesma.

Clarice Lispector. Laços de Família.
Rio de Janeiro: Editora Rocco, 1998 (com adaptações).


Em relação a estruturas e recursos de estilo do trecho precedente de Uma galinha, julgue o item seguinte.


O sétimo período do segundo parágrafo poderia ser reescrito, com correção gramatical e sentido equivalente ao original, da seguinte forma: De telhado a telhado, percorreu-se mais de um quarteirão da rua. 


Alternativas
Q3131290 Português
Uma galinha

        Parecia calma. Desde sábado encolhera-se num canto da cozinha. Não olhava para ninguém, ninguém olhava para ela. Mesmo quando a escolheram, apalpando sua intimidade com indiferença, não souberam dizer se era gorda ou magra. Nunca se adivinharia nela um anseio.

        Foi pois uma surpresa quando a viram abrir as asas de curto voo, inchar o peito e, em dois ou três lances, alcançar a murada do terraço. Um instante ainda vacilou — o tempo da cozinheira dar um grito — e em breve estava no terraço do vizinho, de onde, em outro voo desajeitado, alcançou um telhado. Lá ficou em adorno deslocado, hesitando ora num, ora noutro pé. A família foi chamada com urgência e consternada viu o almoço junto de uma chaminé. O dono da casa, lembrando-se da dupla necessidade de fazer esporadicamente algum esporte e de almoçar, vestiu radiante um calção de banho e resolveu seguir o itinerário da galinha: em pulos cautelosos alcançou o telhado onde esta, hesitante e trêmula, escolhia com urgência outro rumo. A perseguição tornou-se mais intensa. De telhado a telhado foi percorrido mais de um quarteirão da rua. Pouco afeita a uma luta mais selvagem pela vida, a galinha tinha que decidir por si mesma os caminhos a tomar, sem nenhum auxílio de sua raça. O rapaz, porém, era um caçador adormecido. E por mais ínfima que fosse a presa o grito de conquista havia soado.

        Sozinha no mundo, sem pai nem mãe, ela corria, arfava, muda, concentrada. Às vezes, na fuga, pairava ofegante num beiral de telhado e enquanto o rapaz galgava outros com dificuldade tinha tempo de se refazer por um momento. E então parecia tão livre.

        Estúpida, tímida e livre. Não vitoriosa como seria um galo em fuga. Que é que havia nas suas vísceras que fazia dela um ser? A galinha é um ser. É verdade que não se poderia contar com ela para nada. Nem ela própria contava consigo, como o galo crê na sua crista. Sua única vantagem é que havia tantas galinhas que morrendo uma surgiria no mesmo instante outra tão igual como se fora a mesma.

Clarice Lispector. Laços de Família.
Rio de Janeiro: Editora Rocco, 1998 (com adaptações).


O termo “outros” (segundo período do terceiro parágrafo) refere-se a “pai” e “mãe” (primeiro período do terceiro parágrafo).
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Q3131288 Português
Uma galinha

        Parecia calma. Desde sábado encolhera-se num canto da cozinha. Não olhava para ninguém, ninguém olhava para ela. Mesmo quando a escolheram, apalpando sua intimidade com indiferença, não souberam dizer se era gorda ou magra. Nunca se adivinharia nela um anseio.

        Foi pois uma surpresa quando a viram abrir as asas de curto voo, inchar o peito e, em dois ou três lances, alcançar a murada do terraço. Um instante ainda vacilou — o tempo da cozinheira dar um grito — e em breve estava no terraço do vizinho, de onde, em outro voo desajeitado, alcançou um telhado. Lá ficou em adorno deslocado, hesitando ora num, ora noutro pé. A família foi chamada com urgência e consternada viu o almoço junto de uma chaminé. O dono da casa, lembrando-se da dupla necessidade de fazer esporadicamente algum esporte e de almoçar, vestiu radiante um calção de banho e resolveu seguir o itinerário da galinha: em pulos cautelosos alcançou o telhado onde esta, hesitante e trêmula, escolhia com urgência outro rumo. A perseguição tornou-se mais intensa. De telhado a telhado foi percorrido mais de um quarteirão da rua. Pouco afeita a uma luta mais selvagem pela vida, a galinha tinha que decidir por si mesma os caminhos a tomar, sem nenhum auxílio de sua raça. O rapaz, porém, era um caçador adormecido. E por mais ínfima que fosse a presa o grito de conquista havia soado.

        Sozinha no mundo, sem pai nem mãe, ela corria, arfava, muda, concentrada. Às vezes, na fuga, pairava ofegante num beiral de telhado e enquanto o rapaz galgava outros com dificuldade tinha tempo de se refazer por um momento. E então parecia tão livre.

        Estúpida, tímida e livre. Não vitoriosa como seria um galo em fuga. Que é que havia nas suas vísceras que fazia dela um ser? A galinha é um ser. É verdade que não se poderia contar com ela para nada. Nem ela própria contava consigo, como o galo crê na sua crista. Sua única vantagem é que havia tantas galinhas que morrendo uma surgiria no mesmo instante outra tão igual como se fora a mesma.

Clarice Lispector. Laços de Família.
Rio de Janeiro: Editora Rocco, 1998 (com adaptações).


As expressões “em pulos cautelosos” e “hesitante e trêmula” (quinto período do segundo parágrafo) são empregadas em referência a um mesmo personagem.
Alternativas
Q3131287 Português
Uma galinha

        Parecia calma. Desde sábado encolhera-se num canto da cozinha. Não olhava para ninguém, ninguém olhava para ela. Mesmo quando a escolheram, apalpando sua intimidade com indiferença, não souberam dizer se era gorda ou magra. Nunca se adivinharia nela um anseio.

        Foi pois uma surpresa quando a viram abrir as asas de curto voo, inchar o peito e, em dois ou três lances, alcançar a murada do terraço. Um instante ainda vacilou — o tempo da cozinheira dar um grito — e em breve estava no terraço do vizinho, de onde, em outro voo desajeitado, alcançou um telhado. Lá ficou em adorno deslocado, hesitando ora num, ora noutro pé. A família foi chamada com urgência e consternada viu o almoço junto de uma chaminé. O dono da casa, lembrando-se da dupla necessidade de fazer esporadicamente algum esporte e de almoçar, vestiu radiante um calção de banho e resolveu seguir o itinerário da galinha: em pulos cautelosos alcançou o telhado onde esta, hesitante e trêmula, escolhia com urgência outro rumo. A perseguição tornou-se mais intensa. De telhado a telhado foi percorrido mais de um quarteirão da rua. Pouco afeita a uma luta mais selvagem pela vida, a galinha tinha que decidir por si mesma os caminhos a tomar, sem nenhum auxílio de sua raça. O rapaz, porém, era um caçador adormecido. E por mais ínfima que fosse a presa o grito de conquista havia soado.

        Sozinha no mundo, sem pai nem mãe, ela corria, arfava, muda, concentrada. Às vezes, na fuga, pairava ofegante num beiral de telhado e enquanto o rapaz galgava outros com dificuldade tinha tempo de se refazer por um momento. E então parecia tão livre.

        Estúpida, tímida e livre. Não vitoriosa como seria um galo em fuga. Que é que havia nas suas vísceras que fazia dela um ser? A galinha é um ser. É verdade que não se poderia contar com ela para nada. Nem ela própria contava consigo, como o galo crê na sua crista. Sua única vantagem é que havia tantas galinhas que morrendo uma surgiria no mesmo instante outra tão igual como se fora a mesma.

Clarice Lispector. Laços de Família.
Rio de Janeiro: Editora Rocco, 1998 (com adaptações).


A expressão “o almoço” (quarto período do segundo parágrafo) retoma, por coesão lexical, o termo que nomeia a personagem título do texto.
Alternativas
Q3131286 Português

        Art. 1.º Fica proibido o uso indiscriminado de celulares e outros dispositivos eletrônicos pelos alunos nas unidades de ensino da rede pública municipal, estadual, federal e privada em todo o território nacional, exceto para os casos de pessoas com necessidades especiais, tais como autistas, entre outras.


        Parágrafo Único. Os professores e órgãos fiscalizadores e responsáveis pela educação nacional, estadual, municipal e as instituições educacionais deverão regulamentar o possível uso desses equipamentos quando necessário, através de portaria interna, versando sobre: quando, como e em quais locais e atividades deverão ser utilizados.


Brasil. Câmara dos Deputados. Projeto de Lei n.º 246/2024 (em tramitação).

Internet: <camara.leg.br> (com adaptações).


Considerando as ideias e o estilo do texto precedente, bem como as concepções de linguagem, língua e interação, julgue o item a seguir. 

Predomina no texto a função apelativa da linguagem, visto que seu objetivo discursivo é estabelecer uma regra a que todos devem obedecer.
Alternativas
Q3131285 Português

        Art. 1.º Fica proibido o uso indiscriminado de celulares e outros dispositivos eletrônicos pelos alunos nas unidades de ensino da rede pública municipal, estadual, federal e privada em todo o território nacional, exceto para os casos de pessoas com necessidades especiais, tais como autistas, entre outras.


        Parágrafo Único. Os professores e órgãos fiscalizadores e responsáveis pela educação nacional, estadual, municipal e as instituições educacionais deverão regulamentar o possível uso desses equipamentos quando necessário, através de portaria interna, versando sobre: quando, como e em quais locais e atividades deverão ser utilizados.


Brasil. Câmara dos Deputados. Projeto de Lei n.º 246/2024 (em tramitação).

Internet: <camara.leg.br> (com adaptações).


Considerando as ideias e o estilo do texto precedente, bem como as concepções de linguagem, língua e interação, julgue o item a seguir. 

No texto, o emprego da linguagem denotativa e da variedade padrão justificam-se pela necessidade de se manter a precisão e a clareza do discurso e facilitar a compreensão do leitor.
Alternativas
Q3131282 Português

        As abordagens da linguagem do ponto de vista filosófico, estrutural, funcional e até discursivo conservam, de alguma forma, o gesto de Saussure ao considerar na linguagem uma dualidade fundamental: língua/fala, código/mensagem, competência/performance, língua/discurso. Se contestam o objeto da linguística colocado por Saussure, nunca o fazem de uma maneira radical. Mesmo quando buscam, no objeto da linguística, a parte marginalizada por Saussure, a linguagem continua a ser concebida como uma entidade de duas faces: uma formal, constituída pelo “núcleo duro” da língua e uma outra parte por meio da qual a linguagem se relaciona com o mundo pela ação dos falantes.


        Essa dualidade da linguagem foi, contudo, duramente contestada pelo filósofo soviético Bakhtin, já no final da década de 20. A oposição que Bakhtin faz a Saussure é radical, se levarmos em conta que a linguagem, para esse filósofo, não se divide em duas instâncias. A enunciação, “a verdadeira substância da língua”, é, para Bakhtin, a síntese do processo da linguagem, o conceito-chave para se entender os processos linguísticos.


        Bakhtin afasta-se de Saussure ao ver a língua como algo concreto, fruto da manifestação interindividual, valorizando assim, a manifestação concreta da língua e não o sistema abstrato de formas. E essa manifestação é eminentemente social.


        Segundo Bakhtin, o que de fato existe é o processo linguístico, sendo a enunciação o motor da língua: “a língua vive e evolui historicamente na comunicação verbal concreta, não no sistema linguístico abstrato das formas da língua nem no psiquismo individual dos falantes”.


Sílvia Helena Barbi Cardoso. Discurso e ensino. 2 ed. Belo Horizonte:

Autêntica/ FALE-UFMG, 2005. p. 24-25. (com adaptações). 



A partir das ideias veiculadas no texto precedente, julgue o item que se segue, relativo às concepções de língua, linguagem e interação.


As funções da linguagem predominantes no texto são a referencial e a metalinguística, o que se observa pelo fato de ele ser informativo e o tema nele abordado ser a própria linguagem.  

Alternativas
Respostas
1541: C
1542: D
1543: B
1544: D
1545: B
1546: D
1547: A
1548: E
1549: E
1550: C
1551: C
1552: E
1553: E
1554: C
1555: E
1556: E
1557: C
1558: E
1559: C
1560: C