Questões de Concurso
Sobre interpretação de textos em português
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O que pode ser feito no DF para enfrentar a crise climática?
As condições climáticas estão cada vez mais adversas, e a nossa rotina precisa mudar. Além dessa quantidade de dias sem chuva, o clima do DF é extremamente seco, com variações de temperatura muito grandes. Não tem organismo que dê conta dessas variações, fisiologicamente falando. Isso tem um impacto, especialmente, para idosos, para crianças e pessoas que têm alguma comorbidade associada. Então, é fundamental se atentar à melhoria da qualidade de vida dessas pessoas. Ingestão de água em quantidade maior; espaços onde você dorme, evitando aqueles que estejam abafados e com poeira, optar por locais ventilados; deixar toalha na beira da cama; evitar exposição à alta temperatura, onde o ar é mais seco. O uso de máscara é recomendado para não inalar fuligem e fumaça. São medidas muito simples, que irão melhorar, de maneira considerável, a qualidade de vida. Sobre a população vulnerável, é a que está próxima da área com o maior número de queimadas. O fogo chega muito perto da casa dessas pessoas, a qualidade de vida delas com essas intempéries fica precária e vão adoecer mais. (...) Políticas públicas específicas para essa população têm que ser para ontem.
https://www.correiobraziliense.com.br/cidades-df/2024/10/6956894
Texto 1- RECEITA DE OLHAR – Roseana Murray
nas primeiras horas da manhã desamarre o olhar deixe que se derrame sobre todas as coisas belas o mundo é sempre novo e a terra dança e acorda em acordes de sol faça do seu olhar imensa caravela
MURRAY, Roseana. Receita de olhar. São Paulo, FTD, 1997. p. 44.
Texto 2 - Suco do bom humor - Por Equipe Gold 360
Preparo - 00h10min Serve até 2 Nível Fácil
Ingredientes • 2 fatias de abacaxi picadas • 1 banana-nanica picada • ½ xícara (chá) de framboesas • 1 e ½ xícara (chá) de água gelada
Modo de preparo:
Bata todos os ingredientes no liquidificador, adoce a gosto e sirva.
Suco do bom humor - Ana Maria Braga (globo.com)
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Considerando os trechos abaixo, do poema de sete faces de Carlos Drummond de Andrade, identifique quais são elas e marque a alternativa correta:
“As casas espiam os homens que correm atrás de mulheres”
“o bonde passa cheio de pernas”
“...botam a gente comovido como o diabo.”
“O pai vivera assim, o avô também.”
(Vidas Secas, Graciliano Ramos).
A figura de linguagem presente nesse trecho é:
Antigamente as moças chamavam-se “mademoiselles” e eram todas mimosas e muito prendadas. Não faziam anos: completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas, mesmo não sendo rapagões, faziam-lhe pé-de-alferes, arrastando a asa, mas ficavam longos meses debaixo do balaio. E se levavam tábua, o remédio era tirar o cavalo da chuva e ir pregar em outra freguesia.
As pessoas, quando corriam, antigamente, era para tirar o pai da forca, e não caíam de cavalo magro. Algumas jogavam verde para colher maduro, e sabiam com quantos paus se faz uma canoa. O que não impedia que, nesse entremente, esse ou aquele embarcasse em canoa furada. Encontravam alguém que lhes passava a manta e azulava, dando às de Vila-Diogo. Os mais idosos, depois da janta, faziam o quilo, saindo para tomar a fresca; e também tomavam cautela de não apanhar o sereno. Os mais jovens, esses iam ao animatógrafo, chupando balas de alteia. Ou sonhavam em andar de aeroplano. Estes, de pouco siso, se metiam em camisa de onze varas e até em calças pardas; não admira que dessem com os burros n’água.
Havia os que tomavam chá em criança e, ao visitarem uma família da maior consideração, sabiam cuspir na escarradeira. Se mandavam seus respeitos a alguém, o portador garantia-lhes: “Farei presente”. Outros, ao cruzarem com um sacerdote, tiravam o chapéu, exclamando: “Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo”; ao que o cumprimentado respondia: “Para sempre seja louvado”. E os eruditos, se alguém espirrava – sinal de defluxo – eram impelidos a exortar: “Dominus tecum”.
Embora sem saber da missa a metade, os presunçosos queriam ensinar padre-nosso ao vigário, e com isso punham a mão em cumbuca. Era natural que com eles se perdesse a tramontana. A pessoa cheia de melindres ficava sentida com a desfeita que lhe faziam quando, por exemplo, insinuavam que seu filho era artioso. É verdade que às vezes os meninos eram encapetados, e chegavam a pitar escondido atrás da igreja. As meninas não: verdadeiros cromos, umas teteias.
Antigamente, certos tipos faziam negócios e ficavam a ver navios; outros eram pegados com a boca na botija, contavam tudo tintim-por-tintim e iam comer o pão que o diabo amassou, lá onde Judas perdeu as botas.
Uns raros amarravam cachorros com linguiça. E alguns ouviam cantar o galo, mas não sabiam onde. As famílias faziam sortimento na venda, tinham conta no carniceiro e arrematavam qualquer quitanda que passasse à porta, desde que o moleque do tabuleiro, quase sempre um “cabrito”, não tivesse catinga. Acolhiam com satisfação a visita do cometa, que, andando por ceca e meca, traziam as novidades “de baixo”, ou seja, do Rio de Janeiro. Ele vinha dar uma prosa e deixar presente ao dono da casa um canivete roscofe. As donzelas punham carmim e chegavam à sacada para vê-lo apear do macho faceiro. Infelizmente, alguns eram mais que velhacos: eram grandessíssimos tratantes.
Acontecia o indivíduo apanhar uma constipação; ficando perrengue, mandava um próprio chamar o doutor e, depois, ia à botica para aviar a receita, de cápsulas ou pílulas fedorentas. Doença nefasta era a phtysica.
Antigamente os sobrados tinham assombrações; os meninos, lombrigas; asthma, os gatos; os homens portavam ceroulas, botinas e capa de goma; a casimira tinha de ser superior e mesmo X.P.T.O. London; não havia fotógrafos, mas retratistas e os cristãos não morriam: descansavam. Mas tudo isso era antigamente, isto é, outrora.
(Carlos Drummond de Andrade, Quadrante, 14ª Edição, Rio de Janeiro, Editora do Autor, 1966)
MULHERES MADURAS Fabrício Carpinejar
Na adolescência ou na juventude, você se apaixona por uma pessoa. É uma paixão personalizada: quer alguém para fazer parte de sua rotina, para estar com você, próximo de você. Existe ciúme, possessividade, insegurança, medo de ser abandonado.
Na velhice, e só na velhice, você se apaixona por um estilo de vida. O patamar é outro: você anseia por existências surpreendentes.
É o que acontece frequentemente com as mulheres maduras. Os homens mais velhos ainda não lidam bem com a solidão e acabam se tornando mais dependentes e mais carrapatos. Têm horror ao vazio. Ficam mendigando uma reconciliação às ex-esposas quando são deixados pelos seus romances meteóricos com parceiras que têm a metade das suas idades. Buscam tardiamente corrimões nas alianças antigas para ficar novamente de pé.
Por sua vez, as mulheres maduras alcançam um extremo de sabedoria. Escolarizadas pelo espírito aventureiro, elas se desapegam da noção material e avarenta da presença.
Não é por acaso que apresentam uma longevidade maior do que a dos homens. Não se prendem à simbiose nem se subjugam a uma convivência.
Já estão num ponto das trajetórias em que não é qualquer fato que despertará a sua atenção. Viveram muito e já não se assustam com dores ou tragédias.
Sequer temem a solteirice. Idolatram a independência. Namoram, mas não casam. Não abrem mão da casa separada, de cada um com a sua família, dos horários a sós.
Apaixonam-se por obras de escritores, de músicos, de cineastas, por pensamentos, por teorias, por visões de mundo, como se fossem amores carnais. São capazes de sentir os mesmos arrepios e suspiros.
Matriculam-se em cursos e oficinas, escrevem livros, mudam de carreira.
Os prazeres não se restringem a estar acompanhadas. Antes povoam a alma com a sua própria companhia, vivenciando novas culturas e hábitos para aperfeiçoar a personalidade.
Exploram a ciência da sensibilidade. Pretendem viajar, sair, conversar, beber, gastar seu tempo ouvindo biografias interessantes e exóticas. Quanto mais fora da caixa, melhor o interlocutor.
Depois de fazer tudo pelos maridos, filhos e netos, cansaram-se das sombras, das desculpas, do futuro postergado.
Preferem as amizades aos relacionamentos amorosos, a lealdade à fidelidade.
São compreensivas com os erros humanos, com os percalços e, principalmente, com as suas dúvidas. A curiosidade é o motor das suas esperanças.
Não são reféns da jovialidade, da cultura da aparência.
Encontraram algo superior no caminho: a vitalidade do autoconhecimento.
Descobriram que o coração não tem rugas. Que podem amar ideias, não somente pessoas.
Minha coluna no jornal Zero Hora, GZH, última página, Porto Alegre (RS), 5/10/2022
Nutricionista Marina Gusmão
Chamar alguém de plus size é mais "aceitável" do que chamar alguém de gorda, ou seja, o termo plus size se tornou um eufemismo para a palavra gorda. Mas por que precisamos de um termo mais “brando” para o adjetivo gorda? Por que tem que ter um nome específico para tamanhos maiores? Por que não existe um termo antagonista ao plus size, um “less size”? Por que o termo gord@ é ofensivo, mas o termo magr@ é elogio?
A palavra plus size não deveria servir como um “escudo”, porque a palavra gorda não é ofensiva. Pelo menos não deveria ter essa conotação. O número da balança não determina absolutamente nada sobre o seu caráter, os seus valores e a sua essência. Porém a mídia, por estar o tempo todo repetindo a mensagem de que gordura é sinônimo de fracasso, infelicidade, doença, e que o seu valor é determinado pelo número da balança, nós acreditamos que isso é um fato. É aquela história de água mole, pedra dura. Nós aceitamos que a frase “gorda é xingamento” sem questionar o porquê disso. Gordo não é um xingamento. Gordo é apenas uma característica física de uma pessoa, assim como alto/baixo. E como alto/baixo significa apenas DIFERENTE DE e não PIOR ou MELHOR QUE, a palavra gorda também deveria ter uma carga neutra. Particularmente, eu prefiro a palavra gorda, por ser mais honesta e menos preconceituosa.
@nutriricardodurante, em https://www.facebook.com/photo/?fbid=1935929506542&set=a.758961 699571668&_tn_=,0#f
Mantendo a coesão e coerência do trecho acima, a melhor rescrita está na alternativa:
O período acima apresenta um vício de linguagem denominado:
1. Podemos facilmente estabelecer uma dieta balanceada.
2. Há vários razões para o ser humano comer.
3. O ideal seria personalizar a dieta e a alimentação para cada um de nós.
Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
O texto seguinte servirá de base para responder a questão.
O preço do vazio
Após almoçarmos em um sofisticado shopping de São Paulo, eu e uma amiga decidimos olhar vitrines. Fiquei assustada com os preços: uma bolsa custava R$ 11 mil!
Tudo bem, é de grife italiana, mas... uma bolsa?
Enquanto esperávamos o Uber, vimos duas crianças, gêmeas idênticas, acompanhadas por suas respectivas babás. Fiquei pensando: que vida terão essas meninas? Estarão sempre protegidas numa redoma? Ao crescerem, saberão enfrentar adversidades? Não questiono a presença de babás, mas "duas babás" me fizeram refletir: haverá espaço para a mãe?
No mesmo local, uma mulher com um motorista carregava várias sacolas. Imaginei o valor daquelas compras. Claro, esses preços existem porque há quem pague. Mas minha consciência não permitiria tal extravagância, especialmente em um país onde muitos lutam para pagar as contas básicas.
No dia seguinte, caminhando pelo Parque Ibirapuera, vimos um mundo mais simples e real: famílias, crianças, bicicletas e cachorros. Um café e um pão de queijo bastaram para a tarde. Conversamos sobre os passeios com minhas filhas no Parque Municipal, tempos em que as crianças eram crianças. Um lago com pedalinhos, o pipoqueiro, balões a gás e vestidinhos coloridos da Feira Hippie compunham a "Disneylândia" da infância delas.
Lembramos como a vida era mais simples. Quando "não" era "não", um machucado se resolvia com carinho e Merthiolate, e perder um dente trazia histórias de fadas e sorvete.
A tarde passou rápido. Era hora de voltar ao presente, chamar o Uber e enfrentar o mundo lá fora.
Fabrício Carpinejar - Texto Adaptado
https://www.otempo.com.br/opiniao/fabricio-carpinejar/o-preco-do-vazio -1.2220555
No texto "O preço do vazio", de Fabrício Carpinejar, o autor utiliza a linguagem de forma cuidadosa para expressar reflexões sobre a simplicidade e o consumismo. Suponha que houvesse vícios de linguagem no trecho a seguir:
"Após almoçarmos em um sofisticado shopping de São Paulo, eu e minha amiga decidimos olhar vitrines, tipo, porque queríamos matar o tempo, sabe?"
Identifique a alternativa que apresenta corretamente um exemplo de vício de linguagem:
Internet:<www.oglobo.globo.com>
Com base no texto, julgue o item seguinte.
A expressão “o francês”, na linha 39, funciona como um elemento coesivo que retoma “Victor Hugo”.
Internet: <www.machado.mec.gov.br>
Com base no texto, julgue o item a seguir.
Na linha 14, a palavra “veleidade” é sinônimo de “verdade”.