Questões de Português - Locução Verbal para Concurso

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Q2126716 Português

O texto seguinte servirá de base para responder à questão.



Por que alguns vegetais correm risco de extinção


Muitos dos alimentos são objeto da invenção, imaginação e sabedoria de centenas de gerações de agricultores e cozinheiros.

Isto é: nossos ancestrais melhoraram, adaptaram e tornaram comestíveis alguns frutos da terra ao longo de milhares de anos. Mas, em nossos tempos, essa rica diversidade está se perdendo rapidamente.

Saladino viajou para vários cantos do planeta para conhecer comunidades que cultivam e preparam alimentos tão únicos e ameaçados quanto seus estilos de vida. O jornalista alerta para "a imensidão do que estamos perdendo" e afirma que o nosso atual sistema de produção alimentar altamente intensivo "contribui para a destruição do planeta".

Dan Saladino conversou com a BBC News Mundo. Na entrevista, ele defendeu que os alimentos ameaçados compõem um verdadeiro tesouro, alertou para os riscos de um mundo cada vez mais uniforme e deu sugestões do que fazer para combater a perda da diversidade.

O primeiro programa que fiz me levou para a Sicília. Fui lá esperando contar a colheita de cítricos em tom de festa. Minha família vem da Sicília e eu sabia que as frutas cítricas impactavam a cultura, a paisagem e a identidade da ilha por milhares de anos

Mas, ao conversar com produtores das típicas laranjas da Sicília, eles me disseram que colhiam sua última safra, porque com a demanda por variedades importadas, os pequenos agricultores não podiam mais continuar.

Uma imagem comovente é aquela contada por Cary Fowler, o cientista que teve a ideia de criar o banco de sementes diversificado de Svalbard, no Ártico da Noruega. Ele disse que muitos visitantes do banco de sementes saem chorando e dizendo que "as sementes são resultado do trabalho de meus ancestrais e também de seus ancestrais".

Quaisquer que sejam os ingredientes que você use, gostaria de convidá-lo a parar por um momento e pensar que há uma história por trás desse ingrediente, uma história de milhares e milhares de anos de agricultores que adaptaram o cultivo para que ele chegasse ao seu prato. Conhecer essa história é importante.

Também os convidaria a comprar outra variedade deste ingrediente, com visual e sabor diferentes, em uma próxima oportunidade. E convido todos também a estabelecer contato com quem produz seus alimentos.

Um agricultor chinês de setenta anos cultiva uma variedade ameaçada de arroz vermelho. Quando perguntei como ele conseguia vender o produto, ele pegou o celular e me mostrou como se comunicava com os consumidores em Pequim por meio do Wechat, que é como o WhatsApp na China. Com a tecnologia moderna, é possível conectar-se com as pessoas que cultivam nossos alimentos e incentivá-las a fornecer mais diversidade no futuro.


 https://www.bbc.com/portuguese/articles/cd1065ryqn9o. Adaptado. 


O cientista que teve a ideia de criar o banco de sementes diversificado de Svalbard, 'no Ártico da Noruega'.
Morfologicamente, a expressão em destaque é uma locução: 
Alternativas
Q2125896 Português
Tomando por base o excerto da matéria abaixo exposta, responda à questão.


NADAALÉM DO NECESSÁRIO


No quiet quitting, nova e ruidosa tendência do mundo corporativo, o funcionário cumpre apenas o que foi estabelecido pelo contrato de trabalho – nem mais, nem menos


        “O trabalho dignifica o homem.” A máxima do sociólogo alemão Max Weber (1864-1920) perdura há mais de um século como a mais nobre definição sobre o termo que, a rigor, deriva do latim tripalium, que designava um instrumento de tortura. O conceito parece estar cada vez mais embaralhado em tempos pós-pandêmicos. A Covid-19 alterou para sempre a dinâmica corporativa, normalizou o home office e escancarou a necessidade de priorizar o bem-estar. Especialmente no começo do surto, funcionários esticaram a jornada por temer a demissão. [...] A conta chegou com efeitos devastadores à saúde física e mental dos sobreviventes. Nesse contexto, surgiu uma alternativa inusitada: o quiet quitting, algo como “desistência silenciosa”, em tradução livre.
             Não se trata exatamente de uma tendência consolidada, mas de uma ideia que ganhou tração nas redes sociais, especialmente no Tik Tok, depois que Zaid Khan, um engenheiro de 24 anos, passou a detalhar seu propósito. [...]
         Por trás disso tudo está um termo em inglês mundialmente conhecido: o burnout, que desde 1º de janeiro é classificado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma doença ocupacional. A pane pode acometer qualquer funcionário e deve ser tratada com urgência. [...]
         A consagração do trabalho remoto ou híbrido impôs novos desafios: é possível treinar um estagiário à distância com a mesma eficiência? Para Priscyla Queiroz, analista de recrutamento e seleção do CIEE, trata-se de um caminho sem volta. [...]
       O conceito, ressalve-se, é recauchutado. Em 1996, o sociólogo suíço Johannes Siegrist documentou a necessidade de equilíbrio entre esforço e recompensa no ambiente do trabalho. A falta de reciprocidade pode desencadear uma série de emoções negativas.[...]
         As maiores corporações estão atentas. Há inclusive implicações legais para quem negligenciar a saúde de seus colaboradores.
[...]
         Os especialistas entrevistados por Veja afirmaram que o termo quiet quitting não é o mais adequado, por não se tratar de desistência do trabalho e por não ser uma reação silenciosa, às escondidas. O mérito de Zaid Khan e de seus seguidores foi, na verdade, trazer a questão para o centro dos debates. O segredo é encontrar o equilíbrio.

(Luiz Felipe Castro/Veja, 14/09/22)
Dentre as orações citadas nas alternativas abaixo listadas, qual delas apresenta locução verbal em que o antecedente do verbo principal consiste em um verbo AUXILIAR MODAL, que, seguramente, denota “dúvida”. 
Alternativas
Q2121517 Português
Leia o texto para responder a questão.

Centenários anónimos
O Outono repete o modo como me vou esquecendo dos mortos, à medida que os dias encurtam

Não sei se há estação mais nefasta do que o Outono, mas as estações são o que elas fizeram conosco. Por estes dias, o meu avô faria perto de cem anos. Talvez não valham de nada os centenários dos cidadãos anónimos, comparados com os das pessoas célebres. Os sobreviventes lembram-se, quem sabe um deles faz um brinde ou vai ao cemitério, trocam-se algumas palavras.
O Outono é a estação em que a natureza se parece mais com o que a passagem do tempo faz à lembrança daqueles que amei. No começo, estão diante de mim, quase os vejo, ainda são nítidas as mãos e as caras. Vão-se desbotando, com a passagem dos anos, primeiro ainda fantasmas, depois nem isso, quero lembrarme de como eram. Não consigo.
[...]

Arranjei uma máquina de escrever e escrevo uma página. Não estou habituada a ter de ter as frases na cabeça ou a precisar de memorizar a frase anterior e a frase seguinte. Muito depressa, vejo que escrevo à máquina como uma criança de seis anos, apesar de escrever todos os dias e de os meus dedos bailarem pelo teclado com muita experiência, a máquina de escrever obriga-me a projectar as palavras no ar, como se projectava nas aulas de geometria descritiva. Muito rapidamente, basta uma pequena alteração, e percebo que não sei fazer aquilo que faço todos os dias.
Rabisco listas de coisas que gostava de mostrar ao meu pai morto e de experimentar com ele. Numa livraria, decido escolher um livro pela capa e, sem saber a língua, compro uma antologia de histórias sobre pais.
Sinto-o guiar-me os passos, os caminhos. Como nos nossos passeios infantis, ele anda a meu lado pela rua e tira-me o medo a cada momento.
Também as pessoas célebres, cujos centenários se comemoram, são pessoas anónimas para aqueles que as amaram.
[...]

Djaimilia Pereira de Almeida. “Centenários anónimos”. In: Quatro cinco um. Novembro de 2022, p. 8. Adaptado.
Sobre o texto, é correto afirmar que
Alternativas
Q2111643 Português
Texto 2A1-I

     O ordenamento jurídico vem sendo confrontado com as inovações tecnológicas decorrentes da aplicação da inteligência artificial (IA) nos sistemas computacionais. Não apenas se vivencia uma ampliação do uso de sistemas lastreados em IA no cotidiano, como também se observa a existência de robôs com sistemas computacionais cada vez mais potentes, nos quais os algoritmos passam a decidir autonomamente, superando a programação original. Nesse contexto, um dos grandes desafios ético-jurídicos do uso massivo de sistemas de inteligência artificial é a questão da responsabilidade civil advinda de danos decorrentes de robôs inteligentes, uma vez que os sistemas delituais tradicionais são baseados na culpa e essa centralidade da culpa na responsabilidade civil se encontra desafiada pela realidade de sistemas de inteligência artificial.

       Perante a autonomia algorítmica na qual os sistemas de IA passam a decidir de forma diversa da programada, há uma dificuldade de diferenciar quais danos decorreram de erro humano e aqueles que derivaram de uma escolha equivocada realizada pelo próprio sistema ao agir de forma autônoma. O comportamento emergente da máquina, em função do processo de aprendizado profundo, sem receber qualquer controle da parte de um agente humano, torna difícil indicar quem seria o responsável pelo dano, uma vez que o processo decisório decorreu de um aprendizado automático que culminou com escolhas equivocadas realizadas pelo próprio sistema. Há evidentes situações em que se pode vislumbrar a existência de culpa do operador do sistema, como naquelas em que não foram realizadas atualizações de software ou, até mesmo, de quebra de deveres objetivos de cuidado, como falhas que permitem que hackers interfiram no sistema. Entretanto, excluídas essas situações, estará ausente o juízo de censura necessário para a responsabilização com base na culpa. 


B. L. da Anunciação Melo e H. Ribeiro Cardoso. Sistemas de inteligência
artificial e responsabilidade civil: uma análise da proposta europeia acerca
da atribuição de personalidade civil. In: Revista Brasileira de Direitos
Fundamentais & Justiça, 16(1), 2020, p. 93-4 (com adaptações). 
Em relação às construções sintáticas do texto 2A1-I, julgue o próximo item.

No segundo período do segundo parágrafo, a expressão “uma vez que” confere noção de consequência à oração “o processo decisório decorreu de um aprendizado automático”.  

Alternativas
Q2105162 Português
Com base neste excerto “Além disso — prossegue Irene —, somos obrigados a estudar e a saber conjugar de cor tempos verbais que muito raramente são empregados na língua diária. Por outro lado, há tempos verbais que simplesmente nunca são mostrados nas gramáticas e nos livros didáticos, como se não existissem, e que a gente emprega o tempo todo” (BAGNO, 2006)*, observa-se a constante crítica às gramáticas cujas regras se sustentam no português-padrão, na norma culta, ou seja, não elencam formas também corretas da flexão verbal, muito frequentemente empregadas em situações reais de comunicação, quando muito, apenas as mencionam sem lhes conferir o caráter de correção devido. Toma-se como exemplo desse caso:

*BAGNO, Marcos. A língua de Eulália: novela sociolingüística. 15 ed. São Paulo: Contexto, 2006, p. 70.
Alternativas
Respostas
86: C
87: B
88: D
89: E
90: D