Questões de Concurso Comentadas sobre morfologia - verbos em português

Foram encontradas 3.749 questões

Q1991766 Português

Em todas as frases abaixo está presente o verbo “ver”.

A substituição desse verbo por outro, adequada ao contexto, é:

Alternativas
Q1991765 Português

Em todas as frases abaixo substituímos por um particípio o segmento sublinhado.

Assinale a frase em que essa substituição foi feita de forma inadequada.

Alternativas
Q1991572 Português
       Por que não aprendi a tocar violão? Sempre me constituiu motivo de tristeza e humilhação esta precária musicalidade. Uns tocam piano, existe até quem toque harpa. Eu, nem ao violão me afiz. E não se diga que era pouco o esforço de D. Chiquinha, minha mestra. Afinava, afinava, apertava as cravelhas, dava um dó agudíssimo na prima, depois outro dó grave no bordão...
     Eu pegava no violão de luxo que minha madrinha de crisma mandara do Pará, ajeitava-o mal e mal no colo, começava de boa vontade: dum, dum, dum...
       — Não! Valha-me Santa Cecília! Segunda! Mude!
       E eu: dum, dum, dum...
      Ai, música, divina música. D. Chiquinha carpia-se. Tanto sentimento de que ela dava exemplo, tanta devoção empregada à toa. Eu recomeçava, dócil: primeira, segunda...
       — D. Chiquinha, fiquei com uma bolha no dedo.
    Já não sei como a descobrimos: decerto andava nas suas idas e vindas de casa em casa de aluno. Cobrava dez mil-réis por mês e mais o dinheiro do bonde. Duas aulas por semana.
     Professora de violão, o seu sonho secreto fora sempre o violino, entretanto. Nas prateleiras da sua sala, guardava ela o seu estradivário — uma rabeca de cego, fanhosa, inválida, metida numa remendada mortalha de veludo azul. Em certos dias de bom humor e segredo, ela pegava comovida o arco e executava ao violino a valsa dos Sinos de Comeville.
     Fora desfeita da sorte aquele meu fracasso, porque eu me supunha dotada e alimentava ambições. Chegara até a pensar, não digo em concertos, mas num brilhante recital de caridade em que aparecesse de vestido comprido (teria então uns doze anos) e, num belo contralto, cantasse ao violão certo tango argentino da minha preferência. Mas tudo neste mundo são vaidades: jamais atingi o tango argentino.
       Voltando a D. Chiquinha: o instrumento plebeu que ensinava constituía para minha mestra uma fonte de dissabores. A começar pelo apelido que lhe davam: D. Chiquinha do Violão. Quando alguém o repetia em sua frente, ela corrigia logo, irritada: — Chiquinha do Violão, não senhor. Francisca dos Santos. Violão não é meu dono.
       Por música clássica não tinha interesse, ou antes, a ignorava. Para D. Chiquinha, a mais requintada manifestação de arte era a serenata. E dentro desse critério me ensinava visando talvez fazer de mim o que ela já fora em moça —- a musa de todos os seresteiros da cidade. Sim, não só objeto passivo de canções e arpejos noturnos mas musa ativa e colaborante. O seresteiro dizia da calçada a sua trova, e lá da penumbra da alcova a donzela tomava do violão e na mesma toada respondia. Eram essas as suas lembranças mais queridas, aqueles duelos musicais, canta tu de lá, canto eu de cá-e entre os dois o grupo desvanecido dos comparsas que ajudavam no acompanhamento.   
       Nos acompanhamentos, a nossa favorita era a modinha “A mais gentil das praieiras”. Dessa eu gostava muito. Porém a mão rebelde não me acompanhava o entusiasmo.


(Adaptado de: QUEIROZ, Rachel. “A mais gentil das praieiras”. Melhores crônicas. São Paulo: Global Editora, 2012, 1? edição digital)  
Chegara até a pensar, não digo em concertos, mas num brilhante recital de caridade em que aparecesse de vestido comprido (teria então uns doze anos) e, num belo contralto, cantasse ao violão certo tango argentino da minha preferência.
Consideradas as relações de sentido estabelecidas pelo contexto, substituindo “Chegara" por “Cheguei”, os verbos sublinhados assumirão as seguintes formas: 
Alternativas
Q1991567 Português
1. Qual é a principal obra que produzem os autores e narradores dos novos gêneros autobiográficos? Um personagem chamado eu. O que todos criam e recriam ao performar as suas vidas nas vitrines interativas de hoje é a própria personalidade.
2. A autoconstrução de si como um personagem visível seria uma das metas prioritárias de grande parte dos relatos cotidianos, compostos por imagens autorreferentes, numa sorte de espetáculo pessoal em diálogo com os demais membros das diversas redes.
3. Por isso, os canais de comunicação das mídias sociais da intemet são também ferramentas para a criação de si. Esses instrumentos de autoestilização agora se encontram à disposição de qualquer um. Isso significa um setor crescente da população mundial, mas também, ao mesmo tempo, remete a outro sentido dessa expressão. “Qualquer um” significa ninguém extraordinário, em princípio, por ter produzido alguma coisa excepcional, e que tampouco se vê impelido a fazê-lo para virar um personagem público. A insistência nessa ideia de que “agora qualquer um pode” encontra-se no ceme das louvações democratizantes plasmadas em conceitos como os de “inclusão digital”, recorrentes nas análises mais entusiastas destes fenômenos, tanto no âmbito acadêmico como no jornalístico.
4. Em que pese a suposta liberdade de escolha de cada usuário, há códigos implícitos e fórmulas bastante explícitas para o sucesso dessa autocriação.
5. As diversas versões dessas personalidades que performam em múltiplas telas admitem certa variabilidade individual, mas costumam partir de uma base comum. Essa modalidade subjetiva que hoje triunfa está impregnada com alguns vestígios do estilo do artista romântico, mas não se trata de alguém que procura produzir uma obra independente do seu criador. Ao invés disso, toda a energia e os recursos estilísticos estão dirigidos a que esse autor de si mesmo seja capaz de criar um personagem dotado de uma personalidade atraente. Trata-se de uma obra para ser vista e, nessa exposição, a obra precisa conquistar os aplausos do público. É uma subjetividade que se autocria em contato permanente com o olhar alheio, algo que se cinzela a todo momento para ser compartilhado, curtido, comentado e admirado. Por isso, trata-se de um tipo de construção de si alterdirigida, recorrendo aos conceitos propostos pelo sociólogo David Riesman, no livro A multidão solitária.

(Adaptado de: Paula Sibilia. O show do eu: a intimidade como espetáculo. Contraponto, edição digital)  
A frase que admite transposição para a voz passiva encontra-se em: 
Alternativas
Q1990534 Português
  Uma organização de trabalho é uma entidade holística, um sistema integrado que se baseia na interação dos indivíduos que dela fazem parte. O desempenho de cada um afeta toda a empresa. Por isso é tão importante para o sucesso da organização que os funcionários não apenas tenham o melhor desempenho possível, mas também ajudem os outros a fazer o mesmo.

  No contexto da inteligência emocional, isso significa ajudar os demais a controlar as emoções, a se comunicar eficazmente, a solucionar seus problemas, resolver conflitos e permanecer motivados.

   Usar a inteligência emocional no ambiente de trabalho é um processo que exige tempo e bastante prática. Temos que aprender certas técnicas; em muitos casos, precisaremos aprender a fazer de outro modo certas coisas que temos feito de determinada maneira há muitos anos (como lidar com a raiva, por exemplo). Precisamos estar cônscios das muitas atividades subconscientes, tais como comportamentos que possam comunicar uma impressão incorreta.

  Não é preciso dizer que ajudar outra pessoa a agir e reagir de modo emocionalmente inteligente é ainda mais difícil, por diversas razões: você está lidando com uma pessoa a quem conhece menos do que a si mesmo; uma pessoa que pode não ter tido a oportunidade de aprender a usar a inteligência emocional. Além disso, há, nessa situação, uma dinâmica adicional: o relacionamento de vocês.

  Embora seja algo extremamente complicado, ajudar as pessoas a se ajudarem é uma das práticas mais gratificantes da inteligência emocional: ajudar uma pessoa a aprender, crescer, ser mais produtiva e desenvolver um relacionamento baseado na confiança e na lealdade – duas qualidades essenciais no mundo profissional.

(Fonte: PROEDU - adaptado.)
O vocábulo “holístico” é considerado pertencente a qual classe de palavras na língua portuguesa?
Alternativas
Q1990533 Português
  Uma organização de trabalho é uma entidade holística, um sistema integrado que se baseia na interação dos indivíduos que dela fazem parte. O desempenho de cada um afeta toda a empresa. Por isso é tão importante para o sucesso da organização que os funcionários não apenas tenham o melhor desempenho possível, mas também ajudem os outros a fazer o mesmo.

  No contexto da inteligência emocional, isso significa ajudar os demais a controlar as emoções, a se comunicar eficazmente, a solucionar seus problemas, resolver conflitos e permanecer motivados.

   Usar a inteligência emocional no ambiente de trabalho é um processo que exige tempo e bastante prática. Temos que aprender certas técnicas; em muitos casos, precisaremos aprender a fazer de outro modo certas coisas que temos feito de determinada maneira há muitos anos (como lidar com a raiva, por exemplo). Precisamos estar cônscios das muitas atividades subconscientes, tais como comportamentos que possam comunicar uma impressão incorreta.

  Não é preciso dizer que ajudar outra pessoa a agir e reagir de modo emocionalmente inteligente é ainda mais difícil, por diversas razões: você está lidando com uma pessoa a quem conhece menos do que a si mesmo; uma pessoa que pode não ter tido a oportunidade de aprender a usar a inteligência emocional. Além disso, há, nessa situação, uma dinâmica adicional: o relacionamento de vocês.

  Embora seja algo extremamente complicado, ajudar as pessoas a se ajudarem é uma das práticas mais gratificantes da inteligência emocional: ajudar uma pessoa a aprender, crescer, ser mais produtiva e desenvolver um relacionamento baseado na confiança e na lealdade – duas qualidades essenciais no mundo profissional.

(Fonte: PROEDU - adaptado.)
Em relação às palavras “agir” e “reagir”, presentes no quarto parágrafo do texto, é possível classificá-las como pertencentes a qual classe de palavras na língua portuguesa?  
Alternativas
Q1990532 Português
  Uma organização de trabalho é uma entidade holística, um sistema integrado que se baseia na interação dos indivíduos que dela fazem parte. O desempenho de cada um afeta toda a empresa. Por isso é tão importante para o sucesso da organização que os funcionários não apenas tenham o melhor desempenho possível, mas também ajudem os outros a fazer o mesmo.

  No contexto da inteligência emocional, isso significa ajudar os demais a controlar as emoções, a se comunicar eficazmente, a solucionar seus problemas, resolver conflitos e permanecer motivados.

   Usar a inteligência emocional no ambiente de trabalho é um processo que exige tempo e bastante prática. Temos que aprender certas técnicas; em muitos casos, precisaremos aprender a fazer de outro modo certas coisas que temos feito de determinada maneira há muitos anos (como lidar com a raiva, por exemplo). Precisamos estar cônscios das muitas atividades subconscientes, tais como comportamentos que possam comunicar uma impressão incorreta.

  Não é preciso dizer que ajudar outra pessoa a agir e reagir de modo emocionalmente inteligente é ainda mais difícil, por diversas razões: você está lidando com uma pessoa a quem conhece menos do que a si mesmo; uma pessoa que pode não ter tido a oportunidade de aprender a usar a inteligência emocional. Além disso, há, nessa situação, uma dinâmica adicional: o relacionamento de vocês.

  Embora seja algo extremamente complicado, ajudar as pessoas a se ajudarem é uma das práticas mais gratificantes da inteligência emocional: ajudar uma pessoa a aprender, crescer, ser mais produtiva e desenvolver um relacionamento baseado na confiança e na lealdade – duas qualidades essenciais no mundo profissional.

(Fonte: PROEDU - adaptado.)
No trecho “[...] você está lidando com uma pessoa a quem conhece menos do que a si mesmo [...]”, a palavra sublinhada é classificada na língua portuguesa como uma forma nominal de um verbo, que indica noção de ação, de continuidade. Trata-se de um: 
Alternativas
Q1990338 Português

Atenção: Para responder à questão, leia o início do conto “Missa do Galo”, de Machado de Assis.  


        Nunca pude entender a conversação que tive com uma senhora, há muitos anos, contava eu dezessete, ela, trinta. Era noite de Natal. Havendo ajustado com um vizinho irmos à missa do galo, preferi não dormir; combinei que eu iria acordá-lo à meia-noite.

        A casa em que eu estava hospedado era a do escrivão Meneses, que fora casado, em primeiras núpcias, com uma de minhas primas. A segunda mulher, Conceição, e a mãe desta acolheram-me bem quando vim de Mangaratiba para o Rio de Janeiro, meses antes, a estudar preparatórios. Vivia tranquilo, naquela casa assobradada da Rua do Senado, com os meus livros, poucas relações, alguns passeios. A família era pequena, o escrivão, a mulher, a sogra e duas escravas. Costumes velhos. Às dez horas da noite toda a gente estava nos quartos; às dez e meia a casa dormia. Nunca tinha ido ao teatro, e mais de uma vez, ouvindo dizer ao Meneses que ia ao teatro, pedi-lhe que me levasse consigo. Nessas ocasiões, a sogra fazia uma careta, e as escravas riam à socapa; ele não respondia, vestia-se, saía e só tornava na manhã seguinte. Mais tarde é que eu soube que o teatro era um eufemismo em ação. Meneses trazia amores com uma senhora, separada do marido, e dormia fora de casa uma vez por semana. Conceição padecera, a princípio, com a existência da comborça*; mas afinal, resignara-se, acostumara-se, e acabou achando que era muito direito.

        Boa Conceição! Chamavam-lhe “a santa”, e fazia jus ao título, tão facilmente suportava os esquecimentos do marido. Em verdade, era um temperamento moderado, sem extremos, nem grandes lágrimas, nem grandes risos. Tudo nela era atenuado e passivo. O próprio rosto era mediano, nem bonito nem feio. Era o que chamamos uma pessoa simpática. Não dizia mal de ninguém, perdoava tudo. Não sabia odiar; pode ser até que não soubesse amar.

        Naquela noite de Natal foi o escrivão ao teatro. Era pelos anos de 1861 ou 1862. Eu já devia estar em Mangaratiba, em férias; mas fiquei até o Natal para ver “a missa do galo na Corte”. A família recolheu-se à hora do costume; eu meti-me na sala da frente, vestido e pronto. Dali passaria ao corredor da entrada e sairia sem acordar ninguém. Tinha três chaves a porta; uma estava com o escrivão, eu levaria outra, a terceira ficava em casa.

        — Mas, Sr. Nogueira, que fará você todo esse tempo? perguntou-me a mãe de Conceição.

        — Leio, D. Inácia.

        Tinha comigo um romance, os Três Mosqueteiros, velha tradução creio do Jornal do Comércio. Sentei-me à mesa que havia no centro da sala, e à luz de um candeeiro de querosene, enquanto a casa dormia, trepei ainda uma vez ao cavalo magro de D'Artagnan e fui-me às aventuras. Os minutos voavam, ao contrário do que costumam fazer, quando são de espera; ouvi bater onze horas, mas quase sem dar por elas, um acaso. Entretanto, um pequeno rumor que ouvi dentro veio acordar-me da leitura.

(Adaptado de: Machado de Assis. Contos: uma antologia. São Paulo: Companhia das Letras, 1988)

*comborça: qualificação humilhante da amante de homem casado 

Nunca tinha ido ao teatro, e mais de uma vez, ouvindo dizer ao Meneses que ia ao teatro, pedi-lhe que me levasse consigo.


No trecho acima, indica uma ação anterior a outra ocorrida no passado a seguinte forma verbal:  

Alternativas
Q1990337 Português

Atenção: Para responder à questão, leia o início do conto “Missa do Galo”, de Machado de Assis.  


        Nunca pude entender a conversação que tive com uma senhora, há muitos anos, contava eu dezessete, ela, trinta. Era noite de Natal. Havendo ajustado com um vizinho irmos à missa do galo, preferi não dormir; combinei que eu iria acordá-lo à meia-noite.

        A casa em que eu estava hospedado era a do escrivão Meneses, que fora casado, em primeiras núpcias, com uma de minhas primas. A segunda mulher, Conceição, e a mãe desta acolheram-me bem quando vim de Mangaratiba para o Rio de Janeiro, meses antes, a estudar preparatórios. Vivia tranquilo, naquela casa assobradada da Rua do Senado, com os meus livros, poucas relações, alguns passeios. A família era pequena, o escrivão, a mulher, a sogra e duas escravas. Costumes velhos. Às dez horas da noite toda a gente estava nos quartos; às dez e meia a casa dormia. Nunca tinha ido ao teatro, e mais de uma vez, ouvindo dizer ao Meneses que ia ao teatro, pedi-lhe que me levasse consigo. Nessas ocasiões, a sogra fazia uma careta, e as escravas riam à socapa; ele não respondia, vestia-se, saía e só tornava na manhã seguinte. Mais tarde é que eu soube que o teatro era um eufemismo em ação. Meneses trazia amores com uma senhora, separada do marido, e dormia fora de casa uma vez por semana. Conceição padecera, a princípio, com a existência da comborça*; mas afinal, resignara-se, acostumara-se, e acabou achando que era muito direito.

        Boa Conceição! Chamavam-lhe “a santa”, e fazia jus ao título, tão facilmente suportava os esquecimentos do marido. Em verdade, era um temperamento moderado, sem extremos, nem grandes lágrimas, nem grandes risos. Tudo nela era atenuado e passivo. O próprio rosto era mediano, nem bonito nem feio. Era o que chamamos uma pessoa simpática. Não dizia mal de ninguém, perdoava tudo. Não sabia odiar; pode ser até que não soubesse amar.

        Naquela noite de Natal foi o escrivão ao teatro. Era pelos anos de 1861 ou 1862. Eu já devia estar em Mangaratiba, em férias; mas fiquei até o Natal para ver “a missa do galo na Corte”. A família recolheu-se à hora do costume; eu meti-me na sala da frente, vestido e pronto. Dali passaria ao corredor da entrada e sairia sem acordar ninguém. Tinha três chaves a porta; uma estava com o escrivão, eu levaria outra, a terceira ficava em casa.

        — Mas, Sr. Nogueira, que fará você todo esse tempo? perguntou-me a mãe de Conceição.

        — Leio, D. Inácia.

        Tinha comigo um romance, os Três Mosqueteiros, velha tradução creio do Jornal do Comércio. Sentei-me à mesa que havia no centro da sala, e à luz de um candeeiro de querosene, enquanto a casa dormia, trepei ainda uma vez ao cavalo magro de D'Artagnan e fui-me às aventuras. Os minutos voavam, ao contrário do que costumam fazer, quando são de espera; ouvi bater onze horas, mas quase sem dar por elas, um acaso. Entretanto, um pequeno rumor que ouvi dentro veio acordar-me da leitura.

(Adaptado de: Machado de Assis. Contos: uma antologia. São Paulo: Companhia das Letras, 1988)

*comborça: qualificação humilhante da amante de homem casado 

O verbo em negrito deve sua flexão ao termo sublinhado em: 
Alternativas
Q1989917 Português

Instrução: Leia atentamente a crônica a seguir e responda à questão.


Juventude além dos anos

Fui à exposição dos czares russos, recentemente encerrada. Em plena quinta-feira à tarde, notei dois grupos distintos: adolescentes e idosos. Ambos animadíssimos. Uma senhora à minha frente comentou, diante de uma vestimenta de veludo, toda bordada:

- Já tive um vestido parecido!

Observei-a. Deve ter ficado parecida com um tapete! Outras se encantavam com bules, saleiros, ícones. Puxei conversa:

- Está gostando? - perguntei a uma delas.

- Ah, sempre é bom conhecer coisas novas!

Surpreendi-me. Fui criado com a ideia de que as pessoas se aposentam e se lamentam por tudo que não fizeram. Diante de mim estava uma senhora cheia de vida, disposta a aprender, apesar dos cabelos grisalhos. Lembrei-me da mãe de um amigo que, ao ficar viúva, mudou completamente. Deu todos os móveis. E também os porta-retratos, medalhas, jogos de louça, faqueiros, copos. Até presentes que guardava da época do casamento! Alugou seu apartamento de classe média. Foi para um bem menor, mais fácil de cuidar. Com a renda, passou a viajar em excursões. Encontrei-a há poucos dias. Rejuvenescida. Cabelinhos curtos, roupas práticas e alegres.

- Agora que meus filhos estão criados, quero aproveitar!

Resultado: seus netos a adoram!

(CARRASCO, Walcyr. Veja SP, 6 jul. 2005.)

Releia o trecho Encontrei-a há poucos dias. Assinale a alternativa em que a análise da palavra dada está correta.
Alternativas
Q1988644 Português

Quanto aos aspectos gramaticais e aos sentidos do texto apresentado, julgue o item.


A expressão “estavam considerando” (linha 26) denota uma ação contínua que se iniciou no passado, mas que se estende até o presente. 

Alternativas
Q1987718 Português

O texto contextualiza a questão . Leia-o atentamente.


        Decrescer para sobreviver, talvez a única estratégia

        A ideia de que a economia deve crescer sempre, infinitamente, é tão arraigada que chega a parecer tão natural quanto a lei da gravidade. Faz parte do discurso dos políticos, dos economistas e da expectativa das pessoas comuns. Não por acaso, foi no momento em que a industrialização avançava a todo vapor (literalmente), no século XVIII, que a economia começou a se tornar uma disciplina científica. E a ideia do crescimento, com pensadores como Adam Smith (1723-1990) e David Ricardo (1772-1823), ocupou desde o início um papel central. Ao longo do tempo, consolidou-se o entendimento de que a contínua expansão da economia seria até mesmo uma garantia para a sobrevivência do capitalismo, pois os trabalhadores poderiam ganhar mais sem que o capital perdesse. Ou, como afirmou Delfim Netto quando foi ministro no regime militar, o projeto era crescer o bolo para depois dividi-lo. Mas não há nada de “natural” no crescimento infinito. Civilizações do passado ora se expandiam, ora encolhiam, e estabilidade era mais desejável que crescimento.

        Será o crescimento inevitável? Nos últimos anos, cada vez mais vozes têm questionado essa ideia. Deixando de lado pioneiros como Alexandre von Humboldt (1769-1859), que já no começo do século XIX alertava sobre o delicado equilíbrio planetário, podemos estabelecer 1971 como o ano zero da crítica ao crescimento sem limites, pois foi quando o economista romeno-americano Nicholas Georgescu-Roegen publicou “A Lei da Entropia e o Processo Econômico”. Neste livro, ele mostrou que nosso planeta não poderia nos abastecer, infinitamente, de recursos naturais não renováveis. Para muita gente, na época, as ideias do pensador romeno pareceram pura excentricidade. Não mais. Até mesmo Robert Solow, Nobel de economia de 1987 e célebre defensor do crescimento, já admitiu que, se os limites biológicos da natureza forem levados em conta, as teorias do crescimento econômico ilimitado se tornam inviáveis. Hoje, quando a crise climática nos atinge com intensidade cada vez maior, os críticos do crescimento passaram a ser ouvidos. Como disse o documentarista inglês David Attenborough, “quem defende crescimento infinito num planeta finito ou é louco ou é economista”.

        É amplo o espectro de críticos ao crescimento descontrolado. De um lado, mais palatáveis a governos e empresas, estão os “green-growthers” (desenvolvimentistas verdes), que defendem o crescimento sustentável e ecologicamente responsável. É nesse campo que vicejam propostas mitigatórias, como, por exemplo, a dos negócios com créditos de carbono, criados em Kyoto, em 1997 (quem libera compra créditos de quem sequestra, sem que a emissão seja necessariamente reduzida). Um dos nomes mais conhecidos desse grupo é o norueguês Per Espen Stoknes. Em seu mais recente livro, “A Economia do Amanhã – Um Guia para a Criação do Crescimento Verde e Saudável” (em tradução livre, 2021), há um belo apanhado de tudo que se tem falado, criticado e sugerido a respeito das possibilidades do crescimento sustentável: mais energias limpas, educação, inclusão e reciclagem, menos consumo de carne etc. Mas Stoknes admite, na conclusão, que mesmo que todas as boas práticas venham a ser globalmente adotadas, não se pode ter certeza de que conseguirão salvar o planeta.

        Na extremidade oposta estão os defensores da tese do decrescimento. Herdeiros diretos de Georgescu, eles acreditam que, por mais que se recicle, reutilize e otimize, o problema é apenas adiado, pois, no fim, a conta não vai fechar. Um dos pioneiros dessa turma, o economista e filósofo francês Serge Latouche, resumiu muito bem a questão, dizendo que, se você embarca num trem e, no meio do caminho, descobre que está indo para a cidade errada, não adianta diminuir a velocidade do trem, pois ainda estará indo na direção errada. Para ele, não existe crescimento sustentável, mas, simplesmente, crescimento insustentável mais lento.

(AUBERT, André Caramuru. Decrescer para sobreviver, talvez a única estratégia. O Estado de São Paulo, São Paulo, ano 143, nº 47084, 15 set. 2022. A Fundo, C6, p. 50.)

A substituição do elemento sublinhado pelo sugerido entre parênteses provoca alteração na flexão do verbo em:
Alternativas
Q1987355 Português
Leia a tira para responder à questão.




(Bill Watterson. O essencial de Calvin e Haroldo. São Paulo: Conrad, 2018)
A respeito das formas verbais usadas na tira, é correto afirmar que
Alternativas
Q1986857 Português
Considerando a norma-padrão da língua portuguesa, assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas das frases a seguir.
Ela disse ao irmão que todos aqueles gastos excessivos e frequentes dele _____________ muito sacrifício. ____________ é muito importante ______________ daqui para a frente.
Alternativas
Q1985711 Português
Em todas as frases a seguir, a forma verbal destacada está relacionada à ação de cair.
Assinale a opção que indica a frase em que a seleção do verbo está corretamente feita.
Alternativas
Q1983648 Português
Assinale a frase verbal que foi nominalizada de forma inadequada.
Alternativas
Q1983637 Português
Em todas as frases a seguir substituímos por um particípio o segmento sublinhado.
Assinale a frase em que essa substituição foi feita de forma inadequada.
Alternativas
Q1983632 Português
Em todas as frases abaixo, a forma verbal destacada está relacionada à ação de “falar”.
Assinale a frase em que a seleção do verbo está incorretamente feita.
Alternativas
Q1983098 Português

Em todas as frases abaixo, palavras de valor negativo foram substituídas por vocábulos de valor positivo.

Assinale a frase em que essa modificação foi feita de forma adequada.

Alternativas
Q1982461 Português
Atenção: Para responder à questão, baseie-se no texto abaixo.

Escravo da razão

   O grande pensador Montaigne (1533-1592) foi um conservador, mas nada teve de rígido ou estreito, muito menos de dogmático. Por temperamento e razão foi bem o contrário de um revolucionário; certamente faltaram-lhe a fé e a energia de um homem de ação, o idealismo e a vontade. Seu conservadorismo pode ser visto, sob certos aspectos, como o que no século XIX viria a ser chamado de liberalismo. Em sua concepção política o indivíduo é deixado livre dentro do quadro das leis e procura tornar tão leve quanto possível a autoridade do Estado.
   Para Montaigne, o melhor governo seria o que menos se faz sentir e assegura a ordem pública sem pôr em perigo a vida privada, e sem pretender orientar os espíritos. Um tal tipo de governo é o que convém a homens esclarecidos, conscientes de seus direitos e deveres, obedientes às leis, homens que agem não por temor, mas por vontade própria.
   Escravo da razão, Montaigne transmitiu essa servidão à filosofia que lhe sucedeu e marcou uma linha de desenvolvimento do pensamento ocidental. Com ela, destruiu verdades dogmáticas e mostrou que todas se contradizem, mas deixou aberta a possibilidade de se concluir que a própria contradição possa encerrar uma verdade. 


(Extraído do encarte sem indicação autoral do volume MONTAIGNE, da coleção Os Pensadores. Porto Alegre: Globo, 1972, p. 223) 
Os tempos verbais estão adequadamente articulados na frase:
Alternativas
Respostas
921: A
922: D
923: A
924: D
925: A
926: D
927: B
928: A
929: C
930: A
931: E
932: C
933: C
934: A
935: C
936: E
937: D
938: A
939: A
940: A