Questões de Concurso
Sobre morfologia em português
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Leia o texto a seguir:
Na obra literária “Triste fim de Policarpo Quaresma”, do autor brasileiro Lima Barreto, a figura do protagonista é construída a partir de um ideal ultranacionalista baseado na valorização das questões do próprio país. Analogamente, fora da ficção, a sociedade brasileira não se comporta como Policarpo, visto que esta não se preocupa em valorizar a memória dos povos tradicionais brasileiros, embora sejam tão importantes para a identidade nacional. Nesse interím, entende-se a negligência estatal e a não eficiência da legislação como causas desse desafio.
A princípio, sobre esse assunto, vale ressaltar a importância de um Estado ativo na resolução de questões sociais. Dessa forma, para o filósofo polonês Zygmmunt Bauman, uma instituição, quando posicionada de forma a ignorar sua função original, é considerada em um estado de “zumbi”. Sob esse viés, o Estado brasileiro é análogo a esse conceito, visto que, no que tange à valorização e proteção dessas comunidades, ele é ausente. Isso posto, tal postura negligente contribui para que os povos tradicionais não recebam o amparo estatal necessário, colocando em risco anos de história, de resistência e de memória de uma parcela fundamental da sociedade.
Outrossim, a ausência de uma legislação que abrace a causa ameaça diretamente a sobrevivência desses grupos. Nessa ótica, a obra literária “Cidadão de papel”, do jornalista Gilberto Dimenstein, apresenta um contexto social em que as garantias constitucionais estão restritas apenas à parte escrita, sem ser colocada em prática. Diante disso, essas comunidades originais tupiniquins podem ser consideradas de papel, tendo em vista a não eficiência das leis e projetos que garantem seus direitos. Assim, ao invés de promover a valorização e o reconhecimento dessas populações, tais determinações falhas contribuem para a manutenção do sentimento de invisibilidade social desses povos.
Destarte, é inegável que, a respeito dos povos tradicionais, o Brasil possui entraves que precisam ser resolvidos. Logo, o Governo Federal, órgão de maior poder político nacional, deve, em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Social, criar projetos de reconhecimento e que garantam os direitos desses grupos. Essa ação será viabilizada por meio de campanhas estabelecidas pela Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais (PNPCT), de forma que a valorização dessas populações torne-se cada vez mais uma pauta discutida na sociedade. Para isso, é fulcral a disseminação de informações acerca da importância de proteger os territórios indígenas e quilombolas, evidenciando a necessidade da não reivindicação desses locais para fins economicos e privados. Dessa forma, será possível formar uma sociedade ciente das causas sociais do país e, principalmente, manter viva a memória daqueles que essencialmente formaram a identidade nacional. (Maria Eduarda Braz) Texto disponível em: https://g1.globo.com/educacao/noticia/2023/04/10/enem2022-leia-redacoes-nota-mil.ghtml. Acesso em 22SET2024
Leia o texto a seguir:
A vida dá voltas
Sou um tipo meio fatalista. Acho que a vida dá voltas. Um amigo meu, Luís, casou-se com Cláudia, uma mulher egoísta. Ele era filho único, de mãe separada e sem pensão. Durante algum tempo, a mãe de Luís foi sustentada pelo próprio tio, um solteirão. Quando este faleceu, começaram as brigas domésticas: Cláudia não admitia que Luís desse dinheiro à mãe. Ele era um rapaz de classe média. Por algum tempo, arrumou trabalhos extras para ajudar a idosa.
Convencido pela esposa, ele mudou-se para longe. Visitava a mãe uma vez por ano. Para se livrar da questão financeira, Luís convenceu a mãe a vender o apartamento. Durante alguns anos, ela viveu desse dinheiro. Muitas vezes, lamentava a falta do filho, mas o que fazer? Luís, sempre tão ocupado, viajando pelo mundo todo, não tinha tempo disponível. Na casa da mãe, faltou até o essencial. E ela faleceu sozinha.
O tempo passou. Hoje, Luís, antes um profissional disputado, está desempregado. Foi obrigado a se instalar com a família na casa dos sogros, onde é atormentado diariamente. A filha de Luís e Cláudia cresceu e saiu de casa. Quer seguir seu próprio rumo!
Luís não tem renda, nem bens. Está quase se divorciando. Ficou fora do mercado de trabalho. O que vai acontecer? A filha cuidará dele? Tenho dúvidas, porque ele não a ensinou com seu próprio exemplo.
A vida é um eterno ciclo afetivo. Em uma época todos nós somos filhos. Em outra, tornamo-nos pais: é a nossa vez de cuidar de quem cuidou de nós.
(Walcyr Carrasco)
Disponível Disponível em: http://vejasp.abril.com.br. Acesso em 25.09.2024. Adaptado)
Leia o texto a seguir:
A vida dá voltas
Sou um tipo meio fatalista. Acho que a vida dá voltas. Um amigo meu, Luís, casou-se com Cláudia, uma mulher egoísta. Ele era filho único, de mãe separada e sem pensão. Durante algum tempo, a mãe de Luís foi sustentada pelo próprio tio, um solteirão. Quando este faleceu, começaram as brigas domésticas: Cláudia não admitia que Luís desse dinheiro à mãe. Ele era um rapaz de classe média. Por algum tempo, arrumou trabalhos extras para ajudar a idosa.
Convencido pela esposa, ele mudou-se para longe. Visitava a mãe uma vez por ano. Para se livrar da questão financeira, Luís convenceu a mãe a vender o apartamento. Durante alguns anos, ela viveu desse dinheiro. Muitas vezes, lamentava a falta do filho, mas o que fazer? Luís, sempre tão ocupado, viajando pelo mundo todo, não tinha tempo disponível. Na casa da mãe, faltou até o essencial. E ela faleceu sozinha.
O tempo passou. Hoje, Luís, antes um profissional disputado, está desempregado. Foi obrigado a se instalar com a família na casa dos sogros, onde é atormentado diariamente. A filha de Luís e Cláudia cresceu e saiu de casa. Quer seguir seu próprio rumo!
Luís não tem renda, nem bens. Está quase se divorciando. Ficou fora do mercado de trabalho. O que vai acontecer? A filha cuidará dele? Tenho dúvidas, porque ele não a ensinou com seu próprio exemplo.
A vida é um eterno ciclo afetivo. Em uma época todos nós somos filhos. Em outra, tornamo-nos pais: é a nossa vez de cuidar de quem cuidou de nós.
(Walcyr Carrasco)
Disponível Disponível em: http://vejasp.abril.com.br. Acesso em 25.09.2024. Adaptado)
Assinale a opção em que todos os vocábulos sejam adjetivos.
Assinale a opção em que todos os vocábulos sejam substantivos.
A respeito dos aspectos linguísticos do texto CB1A1-II, julgue o item que se segue.
Dada sua função na oração, o termo “da mente” (quarto período do quarto parágrafo) pode ser substituído pelo adjetivo mental, sem prejuízo da correção gramatical e do sentido original do trecho.
A palavra ficção nos remete a histórias inventadas (total
ou parcialmente). Pode ser uma fantasia, que envolva monstros,
heróis ou fantasmas, pode ser uma ficção científica, que envolva
tecnologias que vão muito além daquelas que existem hoje, e
também pode ser um romance comum, totalmente realista, mas
com enredo, personagens ou ambientes inventados.
Dessa forma, uma matéria jornalística jamais poderia ser
considerada ficcional, já que um dos pilares do jornalismo é a
busca pela verdade e a publicização das informações com
precisão e veracidade. Um jornal que noticiasse ficções estaria
ferindo um de seus princípios mais fundamentais.
Apesar de essa definição de ficção ser bem popular, os
críticos e teóricos de cinema franceses Jacques Aumont e Michel
Marie afirmam que a ficção é uma forma de discurso que faz
referência a personagens ou a ações que só existem na
imaginação daquele que a escreve ou lê. Segundo eles, a ficção
não é uma mentira, mas um simulacro da realidade, uma das
possíveis maneiras de se representar o real.
Assim, podemos dizer que todo relato é uma tentativa de
representar a realidade por meio de palavras. Um relato de um
acontecimento não é o próprio acontecimento em si. Os fatos
ficam no passado, depois que acontecem. Qualquer tentativa de
retomá-los no presente, por meio de uma história, será uma
representação, será uma construção da mente de uma pessoa.
Logo, será uma ficção.
Lucia Mascarenhas de Miranda. A fronteira entre fato e ficção.
In: Ciência Hoje, outubro de 2024.
Internet:
A respeito dos aspectos linguísticos do texto CB1A1-II, julgue o item que se segue.
Dada sua função na oração, o termo “da mente” (quarto período do quarto parágrafo) pode ser substituído pelo adjetivo mental, sem prejuízo da correção gramatical e do sentido original do trecho.
( ) Os substantivos que terminam em “il” são pluralizados de duas formas: a) em palavras oxítonas terminadas em “il”, coloca-se “s” no lugar do “i”; b) em palavras paroxítonas terminadas em “il”, acrescenta-se “eis” no lugar do “il”.
( ) Os substantivos terminados em consoante “z” e “s” fazem o plural de duas formas: a) em substantivos monossilábicos ou oxítonos, há o acréscimo de “es”; b) os substantivos paroxítonos ou proparoxítonos são invariáveis.
( ) Os substantivos terminados em “ão” podem ser pluralizados de três formas: a) substituindo o “ão” por “ões”; b) substituindo o “ão” por “ães”, c) substituindo o “ão” por “ãos”.
( ) Os substantivos terminados em consoante “x” são invariáveis.
A incompatibilidade entre certas condições físicas e a profissão de seus portadores pode ser dramática. Minha amiga, a feminista Rose Marie Muraro, nascida quase cega, precisava usar óculos muito grossos e lupa para conseguir ler. E qual era sua profissão? Leitora da Editora Vozes. Portinari, para muitos o maior pintor brasileiro, era alérgico a certas tintas. Morreu em 1962, envenenado por elas, depois de 40 anos de trabalho. E Garrincha, cujos dribles você sabe, tinha uma perna para dentro e outra para fora, como dois parênteses lado a lado: )).
Os termos destacados expressam, correta e respectivamente, valor semântico de:
“É preciso reconhecer as perdas, mas também se comprometer a reconquistar a confiança do trabalhador. Isso exige um resgate do sindicalismo raiz, com foco nas pautas que realmente impactam o dia a dia da classe trabalhadora.” (5º parágrafo)
I – A oração “reconhecer as perdas” é complemento do adjetivo “preciso”.
II – O termo “da classe trabalhadora” ocupa a função de adjunto adnominal.
III – O pronome relativo “que” ocupa a função de sujeito.
Marque a alternativa correta.