Questões de Português - Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto para Concurso

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Q1859890 Português
Observe a tirinha abaixo: 

Imagem associada para resolução da questão

No contexto apresentado, o vocábulo que traz certa ambiguidade para a tirinha, ou seja, que apresenta duplicidade de sentidos, é: 
Alternativas
Q1859615 Português
Texto CG2A1
     Previsto na Constituição Federal de 1988, o Sistema Único de Saúde (SUS) é reconhecido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como o maior e mais eficiente sistema gratuito de saúde do mundo, criado para atender a toda a coletividade brasileira, sem distinção.
     Ao criar o SUS como uma política pública, evidenciado na pauta da política dos anos 80 do século passado, o Brasil deu um passo decisivo que mudou o modelo de atendimento à saúde, antes seletivo e centralizado. O SUS é inclusivo e está presente em todas as áreas da saúde, realizando procedimentos dos mais simples aos mais complexos. Trinta anos após sua criação, presta atendimento a mais de 11 milhões de pessoas por dia e realiza aproximadamente 127 procedimentos por segundo.
       O SUS sobreviveu às mudanças de governo e está associado à redução da mortalidade infantil, ao aumento da expectativa de vida e à melhoria generalizada dos principais indicadores de saúde no Brasil, nas três últimas décadas. Essa é uma conquista da população que não pode ser desprezada. Conforme dados de 2019, sete em cada dez brasileiros dependem, exclusivamente, do sistema público de saúde, o que equivale a 74% da população do país.
     A atenção primária à saúde integral, porta de entrada preferencial no SUS, que garante atenção oportuna e resolutiva, alcança hoje 50% dos usuários. Com base em evidências científicas internacionais, a OMS afirma que sistemas de saúde embasados nessa premissa apresentam melhores resultados, menores custos e maior qualidade de atendimento. Nesse sentido, os inquestionáveis avanços do SUS a favor das necessidades e dos direitos da população constituem patamar inabdicável de realizações, conhecimentos e práticas, por meio do incremento da integração das ações promotoras, protetoras e recuperadoras da saúde, apoiadas em diagnósticos epidemiológicos e sociais, formação profissional e processos de trabalho em equipe. Na prática, a resolutividade pode chegar a 90% de atendimento às necessidades de saúde.

Manoel Carlos Neri da Silva e Maria Helena Machado. Sistema de saúde e trabalho: desafios para a Enfermagem no Brasil. In: Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 25, n.º 1, jan./2020 (com adaptações).
No primeiro parágrafo do texto CG2A1, os termos
Alternativas
Q1859574 Português

Texto para responder à questão.


(Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/cartum/

cartunsdiarios/. Acesso em: 06/12/2013.)

Em relação à tirinha, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.
( ) A palavra “anonimato” é um indício de que, na internet, as pessoas não precisam revelar suas identidades.
( ) Na tirinha, o cartunista explora concretamente a extensão de sentido do verbo “navegar” no contexto tecnológico.
( ) O personagem da tirinha se oculta no segundo quadrinho, sugerindo que outras pessoas também podem estar navegando do mesmo modo pela internet.
A sequência está correta em
Alternativas
Q1859571 Português
Texto para responder à questão.


Desculpe, morri
Atendo ao telefone e:
“Boa noite, é Marcelo?”
“Quem é?”
“É você?”
“Quem está falando?”
“Poxa, que bom, eu precisava tanto falar com você, não
imagina o trabalho que deu pra descolar o seu...”
“Quer falar com quem?”
“Com você mesmo, Cariri.”
“Cariri?”
“Não era o seu apelido em Santos?”
“Como você sabe?”
“Pesquisei. Apelido louco. Por que te deram esse
apelido?”
“Olha, o que você quer?”
“Sou estudante e estou fazendo o meu trabalho.”
“Como você descolou o meu telefone?”
“Desculpe, Cariri. A pessoa que me deu pediu para não
ser identificada. Você é uma figurinha difícil de achar,
hein? Marcelão, Marcelão... Como vão as coisas?”
“Indo.”
“O seu Corinthians, hein?”
“Meu e de muita gente.”
“E a Ana?”
“Ana?”
“A do livro.”
“Que livro?”
“Como que livro, o seu livro!”
“Qual deles?”
“Tem mais de um?”
“Tem alguns.”
“Caramba! Estou falando do primeiro [...].”
“Pô, você é doidão, mesmo. Quando tempo você levou
pra escrever?”
“O quê?”
“Como o quê? O ‘Feliz Ano Passado’?”
“Ah... Levei um ano.”
“Pô, e você ficou uma fera com aquela enfermeira. Meu,
rolei de rir naquela parte. Marcelão, que figura. A gente
tem que se conhecer, cara, temos muitas coisas em
comum.”
“Sério?”
“Com certeza, pô, posso falar? Este livro marcou uma
época, tá ligado? Tipo assim, marcou uma geração,
certo?”
“Ouvi dizer.”
“Então, como vão as coisas?”
“Indo.”
“Pô, conta mais.”
“É que estou jantando.”
“Ah... Olha só. Eu preciso te entrevistar, cara. Pro meu
trabalho de TCC, tá ligado? Trabalho de Conclusão de
Curso.”
“Tô ligado.”
“Aí, vamos marcar?”
“Cara, não fica chateado, mas é a quinta pessoa que liga nessa semana pedindo, e não vai dar. Fim de ano, é sempre assim, um monte de estudantes liga, e tenho minha rotina, eu trabalho muito, não é pessoal, vê se me entende.”
“Ah, não vai dizer que vai regular?”
“Cara, é muita gente, não dá para atender todos...”
“São só 25 perguntinhas.”
“Só?”
[...]

(PAIVA, Marcelo Rubens [seleção: Regina Zilberman]. Crônicas para ler
na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2011, pp. 15-17. Adaptado.)
Cara, não fica chateado, mas é a quinta pessoa que me liga nessa semana me pedindo, [...]” O termo destacado explicita uma relação de sentido de:
Alternativas
Q1859567 Português
Texto para responder à questão.


Desculpe, morri
Atendo ao telefone e:
“Boa noite, é Marcelo?”
“Quem é?”
“É você?”
“Quem está falando?”
“Poxa, que bom, eu precisava tanto falar com você, não
imagina o trabalho que deu pra descolar o seu...”
“Quer falar com quem?”
“Com você mesmo, Cariri.”
“Cariri?”
“Não era o seu apelido em Santos?”
“Como você sabe?”
“Pesquisei. Apelido louco. Por que te deram esse
apelido?”
“Olha, o que você quer?”
“Sou estudante e estou fazendo o meu trabalho.”
“Como você descolou o meu telefone?”
“Desculpe, Cariri. A pessoa que me deu pediu para não
ser identificada. Você é uma figurinha difícil de achar,
hein? Marcelão, Marcelão... Como vão as coisas?”
“Indo.”
“O seu Corinthians, hein?”
“Meu e de muita gente.”
“E a Ana?”
“Ana?”
“A do livro.”
“Que livro?”
“Como que livro, o seu livro!”
“Qual deles?”
“Tem mais de um?”
“Tem alguns.”
“Caramba! Estou falando do primeiro [...].”
“Pô, você é doidão, mesmo. Quando tempo você levou
pra escrever?”
“O quê?”
“Como o quê? O ‘Feliz Ano Passado’?”
“Ah... Levei um ano.”
“Pô, e você ficou uma fera com aquela enfermeira. Meu,
rolei de rir naquela parte. Marcelão, que figura. A gente
tem que se conhecer, cara, temos muitas coisas em
comum.”
“Sério?”
“Com certeza, pô, posso falar? Este livro marcou uma
época, tá ligado? Tipo assim, marcou uma geração,
certo?”
“Ouvi dizer.”
“Então, como vão as coisas?”
“Indo.”
“Pô, conta mais.”
“É que estou jantando.”
“Ah... Olha só. Eu preciso te entrevistar, cara. Pro meu
trabalho de TCC, tá ligado? Trabalho de Conclusão de
Curso.”
“Tô ligado.”
“Aí, vamos marcar?”
“Cara, não fica chateado, mas é a quinta pessoa que liga nessa semana pedindo, e não vai dar. Fim de ano, é sempre assim, um monte de estudantes liga, e tenho minha rotina, eu trabalho muito, não é pessoal, vê se me entende.”
“Ah, não vai dizer que vai regular?”
“Cara, é muita gente, não dá para atender todos...”
“São só 25 perguntinhas.”
“Só?”
[...]

(PAIVA, Marcelo Rubens [seleção: Regina Zilberman]. Crônicas para ler
na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2011, pp. 15-17. Adaptado.)
Considerando o texto, analise as afirmativas a seguir.
I. As aspas foram usadas para sinalizar as falas dos personagens.
II. A história do texto começa quando Marcelo atende à chamada telefônica de um amigo.
III. O texto é narrado em 1ª pessoa e se desenvolve na estrutura de diálogo entre dois personagens.
Está correto o que se afirma apenas em
Alternativas
Q1859481 Português
Leia o texto a seguir para responder à questão.

Investimento em educação e ciência
Por RUY ALTENFELDER - Curador dos Prêmios Fundação Bunge, presidente do Conselho Superior de Estudos Avançados (Consea) e presidente da Academia de Letras Jurídicas

A contenção do aquecimento global, cujos efeitos já podemos sentir nos dias de hoje, é o grande desafio das próximas gerações. Para frear o desequilíbrio ambiental, precisaremos de combustíveis menos poluentes, de novas técnicas agrícolas, de novas fontes de energia. Teremos que inventar modelos urbanos, econômicos e sociais mais sustentáveis. Estamos na antessala de um rearranjo completo das cadeias produtivas globais e do nosso próprio modo de vida, desafios que só serão superados com base em novos conhecimentos e novas tecnologias.
O investimento em educação e ciência, portanto, nunca foi tão importante. Avanço científico e progresso social sempre foram fenômenos indissociáveis, mas nota-se agora que a própria sobrevivência da espécie humana está em jogo. Sociedades que valorizam a ciência são aquelas com melhores chances de encontrar soluções para os grandes desafios deste século.
A pandemia de covid-19 deu uma amostra disso. Graças à ciência, conseguimos mapear a evolução do vírus e desenvolver vacinas em tempo recorde, as quais vêm reduzindo drasticamente o número de mortes e oferecendo uma rota de saída para a pandemia.
Investir em ciência não é um gasto, mas uma aposta no futuro. No médio e longo prazos, não há aplicação que traga tanto retorno, inclusive financeiro, quanto a valorização do trabalho dos cientistas.
Tecnologias inovadoras podem se tornar negócios bilionários, além de serem decisivas, como vimos, para a construção de um presente sustentável para toda a humanidade.
[...]
Diante de problemas ambientais, sociais e sanitários cada vez mais complexos, infelizmente ainda temos dificuldade para compreender o trabalho do cientista como essencial ao desenvolvimento nacional e até à nossa sobrevivência.
Investir em ciência é garantir que estaremos à altura dos grandes desafios que este século nos reserva.
Quanto antes aprendermos essa lição, mais chances teremos de construir um futuro próspero e sustentável para todos os brasileiros.
postado em 17/11/2021 – texto adaptado
https://www.correiobraziliense.com.br
“Sociedades que valorizam a ciência são aquelas com melhores chances de encontrar soluções para os grandes desafios deste século.” 2º§
A afirmação contida na oração destacada exprime ideia de:
Alternativas
Q1859319 Português
Leia o poema “Retrato” para responder a questão.


Retrato
1 Eu não tinha este rosto de hoje:
2 Assim calmo, assim triste, assim magro,
3 Nem estes olhos tão vazios,
4 Nem o lábio amargo.
-
5 Eu não tinha estas mãos sem força,
6 Tão paradas e frias e mortas;
7 Eu não tinha este coração
8 Que nem se mostra.
-
9 Eu não dei por esta mudança,
10 Tão simples, tão certa, tão fácil:
11 Em que espelho ficou perdida
12 a minha face? 
Cecília Meireles

Observe as alternativas abaixo e marque a alternativa correta:
Alternativas
Q1859315 Português
Assalto a Banco

Alô? Quem tá falando?
— Aqui é o ladrão.
— Desculpe, a telefonista deve ter se enganado, eu não queria falar com o dono do banco. Tem algum funcionário aí?
— Não, os funcionário tá tudo refém.
— Há, eu entendo. Afinal, eles trabalham quatorze horas por dia, ganham um salário ridículo, vivem levando esporro, mas não pedem demissão porque não encontram outro emprego, né? Vida difícil... mas será que eu não poderia dar uma palavrinha com um deles?
— Impossível. Eles tá tudo amordaçado.
— Foi o que pensei. Gestão moderna, né? Se fizerem qualquer crítica, vão pro olho da rua. Não haverá, então, algum chefe por aí?
— Claro que não mermão. Quanta inguinorânça! O chefe tá na cadeia, que é o lugar mais seguro pra se comandar assalto!
— Bom... Sabe o que que é? Eu tenho uma conta...
— Tamo levando tudo, ô bacana. O saldo da tua conta é zero!
— Não, isso eu já sabia. Eu sou professor! O que eu queria mesmo era uma informação sobre juro.
— Companheiro, eu sou um ladrão pé-de-chinelo. Meu negócio é pequeno. Assalto a banco, vez ou outra um sequestro. Pra saber de juro é melhor tu ligá pra Brasília. 
— Sei, sei. O senhor ta na informalidade, né? Também, com o preço que tão cobrando por um voto hoje em dia... mas, será que não podia fazer um favor pra mim? É que eu atrasei o pagamento do cartão e queria saber quanto vou pagar de taxa.
— Tu tá pensando que eu tô brincando? Isso é um assalto!
— Longe de mim pensar que o senhor está de brincadeira! Que é um assalto eu sei perfeitamente; ninguém no mundo cobra os juros que cobram no Brasil. Mas queria saber o número preciso: seis por cento, sete por cento?
— Eu acho que tu não tá entendendo, ô mané. Sou assaltante. Trabalho na base da intimidação e da chantagem, saca?
— Ah, já tava esperando. Você vai querer vender um seguro de vida ou um título de capitalização, né?
— Não...já falei...eu sou... Peraí bacana... hoje eu tô bonzinho e vou quebrar o teu galho.
(um minuto depois)
— Alô? O sujeito aqui tá dizendo que é oito por cento ao mês.
— Puxa, que incrível!
— Incrive por que? Tu achava que era menos?
— Não, achava que era mais ou menos isso mesmo. Tô impressionado é que, pela primeira vez na vida, eu consegui obter uma informação de uma empresa prestadora de serviço pelo telefone em menos de meia hora e sem ouvir 'Pour Elise'.
— Quer saber? Fui com a tua cara. Acabei de dar umas bordoadas no gerente e ele falou que vai te dar um desconto. Só vai te cobrar quatro por cento, tá ligado?
— Não acredito! E eu não vou ter que comprar nenhum produto do banco?
— Nadica de nada, já ta tudo acertado!
— Muito obrigado, meu senhor. Nunca fui tratado dessa...
(De repente, ouvem-se tiros, gritos)
— Ih, sujou! Puliça!
— Polícia? Que polícia? Alô? Alô?
(sinal de ocupado)
— Droga! Maldito Estado: quando o negócio começa a funcionar, entra o Governo e estraga tudo!
Luis Fernando Verissimo

Leia o texto “Assalto a Banco”, em seguida responda a questão:
A linguagem utilizada no texto acima é classificada como:
Alternativas
Q1859196 Português
Texto CG1A1-I
     O conceito de saúde reflete a conjuntura social, econômica, política e cultural. Ou seja: saúde não representa a mesma coisa para todas as pessoas. Dependerá da época, do lugar, da classe social. Dependerá de valores individuais e de concepções científicas, religiosas, filosóficas. O mesmo, aliás, pode ser dito das doenças. Aquilo que é considerado doença varia muito.
     Real ou imaginária, a doença é um antigo acompanhante da espécie humana, como o revelam pesquisas paleontológicas. Múmias egípcias apresentam sinais de doença (como, por exemplo, a varíola do faraó Ramsés V). Não admira que, desde muito cedo, a humanidade se tenha empenhado em enfrentar essa ameaça, e de várias formas, baseadas em diferentes conceitos do que vem a ser a doença (e a saúde). Assim, a concepção mágico-religiosa partia, e parte, do princípio de que a doença resulta da ação de forças alheias ao organismo que neste se introduzem por causa do pecado ou de maldição.
     A medicina grega representa uma importante inflexão na maneira de encarar a doença. É verdade que, na mitologia grega, várias divindades estavam vinculadas à saúde. Os gregos cultuavam, além da divindade da medicina, Asclepius ou Aesculapius (que é mencionado como figura histórica no poema épico Ilíada), duas outras deusas, Higieia, a Saúde, e Panacea, a Cura. Higieia era uma das manifestações de Athena, a deusa da razão, e o seu culto, como sugere o nome, representa uma valorização das práticas higiênicas. Se Panacea representa a ideia de que tudo pode ser curado — uma crença basicamente mágica ou religiosa —, deve-se notar que a cura, para os gregos, era obtida pelo uso de plantas e de métodos naturais, e não apenas por procedimentos ritualísticos.
Moacyr Scliar. História do conceito de saúde. In: Physis: Revista de Saúde Coletiva, v. 17, n.º 1, 2007, p. 29-41 (com adaptações).
Com relação aos aspectos linguísticos do texto CG1A1-I, é correto afirmar que,
Alternativas
Q1859195 Português
Texto CG1A1-I
     O conceito de saúde reflete a conjuntura social, econômica, política e cultural. Ou seja: saúde não representa a mesma coisa para todas as pessoas. Dependerá da época, do lugar, da classe social. Dependerá de valores individuais e de concepções científicas, religiosas, filosóficas. O mesmo, aliás, pode ser dito das doenças. Aquilo que é considerado doença varia muito.
     Real ou imaginária, a doença é um antigo acompanhante da espécie humana, como o revelam pesquisas paleontológicas. Múmias egípcias apresentam sinais de doença (como, por exemplo, a varíola do faraó Ramsés V). Não admira que, desde muito cedo, a humanidade se tenha empenhado em enfrentar essa ameaça, e de várias formas, baseadas em diferentes conceitos do que vem a ser a doença (e a saúde). Assim, a concepção mágico-religiosa partia, e parte, do princípio de que a doença resulta da ação de forças alheias ao organismo que neste se introduzem por causa do pecado ou de maldição.
     A medicina grega representa uma importante inflexão na maneira de encarar a doença. É verdade que, na mitologia grega, várias divindades estavam vinculadas à saúde. Os gregos cultuavam, além da divindade da medicina, Asclepius ou Aesculapius (que é mencionado como figura histórica no poema épico Ilíada), duas outras deusas, Higieia, a Saúde, e Panacea, a Cura. Higieia era uma das manifestações de Athena, a deusa da razão, e o seu culto, como sugere o nome, representa uma valorização das práticas higiênicas. Se Panacea representa a ideia de que tudo pode ser curado — uma crença basicamente mágica ou religiosa —, deve-se notar que a cura, para os gregos, era obtida pelo uso de plantas e de métodos naturais, e não apenas por procedimentos ritualísticos.
Moacyr Scliar. História do conceito de saúde. In: Physis: Revista de Saúde Coletiva, v. 17, n.º 1, 2007, p. 29-41 (com adaptações).
De acordo com o texto CG1A1-I,
Alternativas
Q1858574 Português
Atenção: Para responder à questão, baseie-se no texto abaixo.

Duas revoluções da humanidade

    Estamos hoje na confluência de duas imensas revoluções. Por um lado, biólogos estão decifrando os mistérios do corpo humano, particularmente do cérebro e dos sentimentos. Ao mesmo tempo, os cientistas da computação estão nos dando um poder de processamento de dados sem precedente. Quando a revolução na biotecnologia se fundir com a revolução na tecnologia da informática, essa fusão produzirá algoritmos de longo alcance capazes de monitorar e compreender nossos sentimentos muito melhor do que nós mesmos, e então a autoridade decisiva passará dos humanos para os computadores.
    Nossa ilusão de que detemos uma total e livre capacidade de escolha, a que damos o nome de livre arbítrio, provavelmente vai se desintegrar à medida que nos depararmos, diariamente, com instituições, corporações e agências do governo que compreendem e manipulam o que era, até então, do domínio do nosso inacessível reino interior. 
   Isso já está acontecendo no campo da medicina. As decisões médicas mais importantes de nossa vida se baseiam não na sensação de estarmos doentes ou saudáveis, nem mesmo nos prognósticos informados por nosso médico − mas nos cálculos de computadores que entendem do nosso corpo muito melhor do que nós. Eles serão capazes de monitorar nossa saúde 24 horas por dia, sete dias por semana. Serão capazes de detectar, logo em seu início, a gripe, o câncer, o mal de Alzheimer, muito antes de sentirmos que há algo errado conosco. Poderão então recomendar tratamentos adequados, dietas e regimes diários, sob medida para nossa compleição física, nosso DNA e nossa personalidade, que são únicos.
(Adaptado de: HARARI, Yuval Noah. 21 lições para o século 21. São Paulo: Companhia das Letras, 2018, p. 74-75) 
É uma hipótese do texto a ideia de que aquilo a que damos o nome de livre arbítrio (2º parágrafo) deverá se extinguir em razão do
Alternativas
Q1858573 Português
Atenção: Para responder à questão, baseie-se no texto abaixo.

A crônica em sua função

   A palavra crônica é conhecida e designa um gênero de texto. Vem por vezes acompanhada de adjetivo: política, esportiva, social, policial etc. Se vier desacompanhada de qualquer qualificativo, é porque ela serve a um cronista não especializado, um escritor de linguagem cativante que pode falar de qualquer coisa que desperte o interesse do leitor. Não há jornal ou revista que dispense esse tipo de cronista. Que função terá essa modalidade de crônica, livre que está para abordar não importa o que seja?
     Quando, ao ler um jornal, nos detemos nela, é porque sabemos que a mão do escritor, com leveza de estilo, com algum humor, com um mínimo de sabedoria e perspicácia, nos conduzirá por um texto que nos poupa da gravidade dos grandes assuntos da política ou da economia e chamará nossa atenção para algum assunto que, não sendo manchete, diz respeito à nossa vida pequenina, ao nosso cotidiano, aos nossos hábitos, aos nossos valores mais íntimos. Uma crônica pode falar de uma dor de dente, de um incidente na praia, de um caso de amor, de uma viagem, de um momento de tédio ou até mesmo da falta de assunto. O importante é que o cronista faça de seu texto um objeto hipnótico, do qual não se consegue tirar os olhos. Para isso, há que haver talento. 
    Entre nós, pontifica até hoje o nome do cronista Rubem Braga (1913-1990). É uma unanimidade: todos o consideram o maior de todos, o mestre do gênero. De fato, Rubem Braga cumpriu com excelência o alcance de um cronista: deu-nos poesia, reflexão, análise, lucidez, ironia, humor − tudo numa linguagem de exemplar clareza e densidade subjetiva. A crônica de Rubem Braga cumpriu à perfeição o papel fundamental desse gênero literário pouco homenageado. Nas palavras do crítico Antonio Candido, uma crônica “pega o miúdo da vida e mostra nele uma grandeza, uma beleza ou uma singularidade insuspeitadas. Isto acontece porque ela não tem a pretensão de durar, uma vez que é filha do jornal e da era da máquina, onde tudo acaba tão depressa”. O crítico não tem dúvida em considerar que as boas crônicas, “por serem leves e acessíveis talvez comuniquem, mais do que poderia fazer um estudo intencional, a visão humana do homem na sua vida de todo dia”. Não é pouca coisa. Vida longa aos bons cronistas. 
(Jeremias Salustiano, inédito)
Está clara e correta a redação deste livre comentário sobre o texto:
Alternativas
Q1858568 Português
Atenção: Para responder à questão, baseie-se no texto abaixo.

A crônica em sua função

   A palavra crônica é conhecida e designa um gênero de texto. Vem por vezes acompanhada de adjetivo: política, esportiva, social, policial etc. Se vier desacompanhada de qualquer qualificativo, é porque ela serve a um cronista não especializado, um escritor de linguagem cativante que pode falar de qualquer coisa que desperte o interesse do leitor. Não há jornal ou revista que dispense esse tipo de cronista. Que função terá essa modalidade de crônica, livre que está para abordar não importa o que seja?
     Quando, ao ler um jornal, nos detemos nela, é porque sabemos que a mão do escritor, com leveza de estilo, com algum humor, com um mínimo de sabedoria e perspicácia, nos conduzirá por um texto que nos poupa da gravidade dos grandes assuntos da política ou da economia e chamará nossa atenção para algum assunto que, não sendo manchete, diz respeito à nossa vida pequenina, ao nosso cotidiano, aos nossos hábitos, aos nossos valores mais íntimos. Uma crônica pode falar de uma dor de dente, de um incidente na praia, de um caso de amor, de uma viagem, de um momento de tédio ou até mesmo da falta de assunto. O importante é que o cronista faça de seu texto um objeto hipnótico, do qual não se consegue tirar os olhos. Para isso, há que haver talento. 
    Entre nós, pontifica até hoje o nome do cronista Rubem Braga (1913-1990). É uma unanimidade: todos o consideram o maior de todos, o mestre do gênero. De fato, Rubem Braga cumpriu com excelência o alcance de um cronista: deu-nos poesia, reflexão, análise, lucidez, ironia, humor − tudo numa linguagem de exemplar clareza e densidade subjetiva. A crônica de Rubem Braga cumpriu à perfeição o papel fundamental desse gênero literário pouco homenageado. Nas palavras do crítico Antonio Candido, uma crônica “pega o miúdo da vida e mostra nele uma grandeza, uma beleza ou uma singularidade insuspeitadas. Isto acontece porque ela não tem a pretensão de durar, uma vez que é filha do jornal e da era da máquina, onde tudo acaba tão depressa”. O crítico não tem dúvida em considerar que as boas crônicas, “por serem leves e acessíveis talvez comuniquem, mais do que poderia fazer um estudo intencional, a visão humana do homem na sua vida de todo dia”. Não é pouca coisa. Vida longa aos bons cronistas. 
(Jeremias Salustiano, inédito)
No primeiro parágrafo do texto, informa-se que a crônica
Alternativas
Q1858031 Português
Texto para a questão

A commodity certa no momento errado: reflexões sobre a manteiga de tartaruga 

 
Coincidentemente, enquanto as consequências da prática predatória faziam desaparecer do Amazonas as tartarugas, seus ovos, e a manteiga, a commodity foi descoberta pela indústria cosmética. (linhas 32 e 33)
No período acima, o termo sublinhado apresenta mormente valor
Alternativas
Q1858029 Português
Texto para a questão

A commodity certa no momento errado: reflexões sobre a manteiga de tartaruga 

 
Em relação às ideias do texto e suas corretas inferências, analise as afirmativas a seguir:
I. Embora houvesse um período na história em que o Brasil, em sua capitania de São José do Rio Preto, tivesse alto lucro com a exploração e a produção da commodity, um verdadeiro “ciclo da manteiga de tartaruga”, não há, contraditoriamente, nos livros de História, referências desenvolvidas ao evento. II. O texto afirma que o nome “manteiga” constitui na realidade uma impropriedade semântica, o que pode ser comprovado ao se conhecer o processo de produção da commodity. III. Se houvesse sustentabilidade na produção, o Brasil teria alcançado, em mais cinquenta anos, lugar de destaque econômico com a comercialização da manteiga de tartaruga.
Assinale
Alternativas
Q1857442 Português

    No fim do século XVIII e começo do XIX, a despeito de algumas grandes fogueiras, a melancólica festa de punição vai-se extinguindo. Nessa transformação, misturaram-se dois processos. Não tiveram nem a mesma cronologia, nem as mesmas razões de ser. De um lado, a supressão do espetáculo punitivo. O cerimonial da pena vai sendo obliterado e passa a ser apenas um novo ato de procedimento ou de administração. A punição pouco a pouco deixou de ser uma cena. E tudo o que pudesse implicar de espetáculo desde então terá um cunho negativo; e como as funções da cerimônia penal deixavam pouco a pouco de ser compreendidas, ficou a suspeita de que tal rito que dava um “fecho” ao crime mantinha com ele afinidades espúrias: igualando-o, ou mesmo ultrapassando-o em selvageria, acostumando os espectadores a uma ferocidade de que todos queriam vê-los afastados, mostrando-lhes a frequência dos crimes, fazendo o carrasco se parecer com criminoso, os juízes com os assassinos, invertendo no último momento os papéis, fazendo do supliciado um objeto de piedade e de admiração.

     A execução pública é vista então como uma fornalha em que se acende a violência. A punição vai-se tornando, pois, a parte mais velada do processo penal, provocando várias consequências: deixa o campo da percepção quase diária e entra no da consciência abstrata; sua eficácia é atribuída à sua fatalidade, não à sua intensidade visível; a certeza de ser punido é que deve desviar o homem do crime e não mais o abominável teatro; a mecânica exemplar da punição muda as engrenagens.

Michel Foucault. Vigiar e punir: nascimento da prisão. Tradução:

Raquel Ramalhete. Petrópolis: Vozes, 1987 (com adaptações).  

Com relação aos aspectos linguísticos e aos sentidos do texto apresentado, julgue o item seguinte. 

O texto aponta para uma reflexão sobre o sistema de punição de criminosos: a violência envolvida na pena pode fazê-la se parecer com os crimes que se deseja evitar.

Alternativas
Q1857439 Português

    No fim do século XVIII e começo do XIX, a despeito de algumas grandes fogueiras, a melancólica festa de punição vai-se extinguindo. Nessa transformação, misturaram-se dois processos. Não tiveram nem a mesma cronologia, nem as mesmas razões de ser. De um lado, a supressão do espetáculo punitivo. O cerimonial da pena vai sendo obliterado e passa a ser apenas um novo ato de procedimento ou de administração. A punição pouco a pouco deixou de ser uma cena. E tudo o que pudesse implicar de espetáculo desde então terá um cunho negativo; e como as funções da cerimônia penal deixavam pouco a pouco de ser compreendidas, ficou a suspeita de que tal rito que dava um “fecho” ao crime mantinha com ele afinidades espúrias: igualando-o, ou mesmo ultrapassando-o em selvageria, acostumando os espectadores a uma ferocidade de que todos queriam vê-los afastados, mostrando-lhes a frequência dos crimes, fazendo o carrasco se parecer com criminoso, os juízes com os assassinos, invertendo no último momento os papéis, fazendo do supliciado um objeto de piedade e de admiração.

     A execução pública é vista então como uma fornalha em que se acende a violência. A punição vai-se tornando, pois, a parte mais velada do processo penal, provocando várias consequências: deixa o campo da percepção quase diária e entra no da consciência abstrata; sua eficácia é atribuída à sua fatalidade, não à sua intensidade visível; a certeza de ser punido é que deve desviar o homem do crime e não mais o abominável teatro; a mecânica exemplar da punição muda as engrenagens.

Michel Foucault. Vigiar e punir: nascimento da prisão. Tradução:

Raquel Ramalhete. Petrópolis: Vozes, 1987 (com adaptações).  

Com relação aos aspectos linguísticos e aos sentidos do texto apresentado, julgue o item seguinte. 

Ao empregar o adjetivo “melancólica” para caracterizar “festa”, em “a melancólica festa de punição” (primeiro parágrafo), o autor apresenta seu ponto de vista sobre a forma de punição que se vai “extinguindo”. 

Alternativas
Q1857437 Português

    No fim do século XVIII e começo do XIX, a despeito de algumas grandes fogueiras, a melancólica festa de punição vai-se extinguindo. Nessa transformação, misturaram-se dois processos. Não tiveram nem a mesma cronologia, nem as mesmas razões de ser. De um lado, a supressão do espetáculo punitivo. O cerimonial da pena vai sendo obliterado e passa a ser apenas um novo ato de procedimento ou de administração. A punição pouco a pouco deixou de ser uma cena. E tudo o que pudesse implicar de espetáculo desde então terá um cunho negativo; e como as funções da cerimônia penal deixavam pouco a pouco de ser compreendidas, ficou a suspeita de que tal rito que dava um “fecho” ao crime mantinha com ele afinidades espúrias: igualando-o, ou mesmo ultrapassando-o em selvageria, acostumando os espectadores a uma ferocidade de que todos queriam vê-los afastados, mostrando-lhes a frequência dos crimes, fazendo o carrasco se parecer com criminoso, os juízes com os assassinos, invertendo no último momento os papéis, fazendo do supliciado um objeto de piedade e de admiração.

     A execução pública é vista então como uma fornalha em que se acende a violência. A punição vai-se tornando, pois, a parte mais velada do processo penal, provocando várias consequências: deixa o campo da percepção quase diária e entra no da consciência abstrata; sua eficácia é atribuída à sua fatalidade, não à sua intensidade visível; a certeza de ser punido é que deve desviar o homem do crime e não mais o abominável teatro; a mecânica exemplar da punição muda as engrenagens.

Michel Foucault. Vigiar e punir: nascimento da prisão. Tradução:

Raquel Ramalhete. Petrópolis: Vozes, 1987 (com adaptações).  

Com relação aos aspectos linguísticos e aos sentidos do texto apresentado, julgue o item seguinte. 

No trecho “acostumando os espectadores a uma ferocidade de que todos queriam vê-los afastados, mostrando-lhes a frequência dos crimes” (primeiro parágrafo), as formas pronominais “los” e “lhes” retomam “todos”.  

Alternativas
Q1857127 Português

Texto para o item. 

Internet:<tribunadonorte.com.br>  (com adaptações).

Considerando os mecanismos de coesão no texto, julgue o item no que se refere à correta correspondência entre o termo destacado e o respectivo elemento de referência.


“previsto” (linha 31) – “projeto” (linha 30)

Alternativas
Q1857125 Português

Texto para o item. 

Internet:<tribunadonorte.com.br>  (com adaptações).

Considerando os mecanismos de coesão no texto, julgue o item no que se refere à correta correspondência entre o termo destacado e o respectivo elemento de referência.


“pronto” (linha 27) – “o complexo” (linha 28) 

Alternativas
Respostas
3841: A
3842: B
3843: A
3844: C
3845: C
3846: B
3847: A
3848: A
3849: B
3850: D
3851: D
3852: B
3853: D
3854: D
3855: C
3856: C
3857: C
3858: E
3859: E
3860: C