Questões de Concurso Sobre numerais em português

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Q1801815 Português
TEXTO 
O texto abaixo servirá de base para responder a questão.

Assim o principezinho cativou a raposa. Mas, quando chegou a hora da partida, a raposa disse:
- Ah! Eu vou chorar.
- A culpa é tua, disse o principezinho, eu não queria te fazer mal; mas tu quiseste que eu te cativasse...
- Quis, disse a raposa.
- Mas tu vais chorar! disse o principezinho.
- Vou, disse a raposa.
- Então, não sais lucrando nada!
- Eu lucro, disse a raposa, por causa da cor do trigo.
Depois ela acrescentou:
- Vai rever as rosas. Tu compreenderás que a tua é a única no mundo. Tu voltarás para me dizer adeus, e eu te farei presente de um segredo.
Foi o principezinho rever as rosas:
- Vós não sois absolutamente iguais à minha rosa, vós não sois nada ainda. Ninguém ainda vos cativou, nem cativastes a ninguém. Sois como era a minha raposa. Era uma raposa igual a cem mil outras. Mas eu fiz dela um amigo. Ela á agora única no mundo.
E as rosas estavam desapontadas.
- Sois belas, mas vazias, disse ele ainda. Não se pode morrer por vós. Minha rosa, sem dúvida um transeunte qualquer pensaria que se parece convosco. Ela sozinha é, porém, mais importante que vós todas, pois foi a ela que eu reguei. Foi a ela que pus sob a redoma. Foi a ela que abriguei com o pára-vento. Foi dela que eu matei as larvas (exceto duas ou três por causa das borboletas). Foi a ela que eu escutei queixar-se ou gabar-se, ou mesmo calar-se algumas vezes. É a minha rosa.
E voltou, então, à raposa:
- Adeus, disse ele...
- Adeus, disse a raposa. Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos.
- O essencial é invisível para os olhos, repetiu o principezinho, a fim de se lembrar. - Foi o tempo que perdeste com tua rosa que fez tua rosa tão importante.
- Foi o tempo que eu perdi com a minha rosa... repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.
- Os homens esqueceram essa verdade, disse a raposa. Mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Tu és responsável pela rosa...
- Eu sou responsável pela minha rosa... repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.

SAINT-EXUPÉRY, Antoine. O Pequeno Príncipe, capítulo XXI. Tradução: Dom Marcos Barbosa. Editora Agir.
No trecho "Era uma raposa igual a cem mil outras. Mas eu fiz dela um amigo. Ela é agora única no mundo", os termos destacados são, respectivamente:
Alternativas
Q1801555 Português
Metade das praias do mundo poderá desaparecer até 2100, diz estudo

    As mudanças climáticas e o aumento do nível dos oceanos poderiam fazer desaparecer metade das praias de areia no mundo até 2100, segundo um estudo publicado nesta segunda-feira (2) na revista Nature Climate Change.
    Mesmo que a humanidade consiga reduzir de forma eficaz as emissões de gases de efeito estufa, responsáveis pelo aquecimento global, mais de um terço da costa arenosa está ameaçado, segundo este estudo. 
    Seu desaparecimento teria um grande impacto sobre as atividades turísticas, mas não somente. 
    As praias de areia ocupam mais de um terço dos litorais marítimos do mundo e frequentemente se encontram em regiões densamente povoadas. Mas são ameaçadas pela erosão por causa das novas construções, do aumento do nível dos oceanos, tempestades, ameaçando assim as infraestruturas e a vida.
    A Austrália poderia ser o país mais duramente afetado, com seus quase 15 mil km de praias arenosas apagadas do mapa em 80 anos, à frente de Canadá, Chile e Estados Unidos. México, China, Rússia, Argentina, Índia e Brasil também estão entre os países mais vulneráveis.

(Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2020/03. Acesso em: 20/03/2020.)
A coluna da esquerda apresenta classes de palavras e a da direita, exemplos retirados do texto. Numere a coluna da direita de acordo com a da esquerda.
1- Numeral 2- Adjetivo 3- Advérbio 4- Pronome 5- Conjunção
( ) segundo (linha 2) ( ) metade (linha 1) ( ) seus (linha 11) ( ) eficaz (linha 4) ( ) frequentemente (linha 8)
Marque a sequência correta.
Alternativas
Q1798036 Português
Chore e lute, filha.

  Dentre as tantas lições que recebi e recebo de minha mãe, considero duas primordiais: chore sempre que quiser chorar, filha. Lute mesmo quando não quiser lutar, filha.
Sou filha de uma virginiana de origem germânica, regras rígidas, poucas palavras. Mas não houve uma única vez em que ela tenha me mandado engolir o choro, como tanto se ouve por aí. Pelo contrário, ela dizia, com sua escassa e preciosa doçura: “O choro é o xixi do coração, filha. Tem que deixar que ele saia”. Aprendi a obedecer (porque não lhe obedecer segue sendo o erro mais certo de todos) e choro invariavelmente, abandonando constrangimentos e preocupação com olhares de terceiros.
   Sobre a luta, ela nunca verbalizou. Preferiu, nesse caso, ser apenas um exemplo permanente. Por vezes, soltava frases duras como “Segure isso pelo chifre”, “Mostre para o cavalo quem é o cavaleiro aqui”, “Segure as rédeas da sua vida ou ela vai para onde quiser”, “Mantenha só na sua mão a chave da sua felicidade”, ou ainda “Deus nunca nos dá um fardo mais pesado do que podemos aguentar”. As frases ficaram como marcas, mas, no fundo, sempre bastou observá-la, no presente e no passado corajoso.
   Sua luta nunca foi barulhenta. Olhares. Gestos. Frases curtas em tom de voz sereno e firme. Longas cartas manuscritas. Venho, há anos, aprendendo nesse treinamento inconsciente a duelar sem armas, a gritar sem som, a intimidar com os olhos e a romper sem cortes.
   Nunca a vi abandonar ideais, relativizar princípios ou tolerar afrontas. Sempre a vi lutar pelo que acredita e, sobretudo, por aqueles em quem acredita. Sempre a vi continuar acreditando, embora com os olhos um pouco inchados, de quem chorou por meia dúzia de minutos atrás da necessária porta do banheiro (porque filhos podem chorar no seu colo, mas ela, mãe germânica, chora sozinha).
   Um dia ela me disse, em tom de confidência, que me achava muito corajosa. Eu quis, com todas as minhas forças, acreditar nesse elogio com o qual nunca nem ousaria sonhar. Ainda não acredito. Ainda me julgo borboleta, cheia de cores, leve, superficial e frágil. Ainda me tornarei como ela: árvore, raiz, tronco, verde e vida.
   Por enquanto, em tempos estranhos, em campo minado, em terreno incerto, em pedras falsas e em total incerteza na vida, sigo no choro sincero, sigo na luta honesta. Sigo por mim, por ela, por tantos. Porque, como dizem por aí, luto só me serve se for verbo. E assim seguimos caminhando.

(MANUS,Ruth. Um dia ainda vamos rir de tudo isso. p. 67/68.).

“(...) de quem chorou por meia dúzia de minutos atrás (...)'. Não se relaciona ao termo “meia dúzia”:

Alternativas
Q1786736 Português

Ou agimos agora ou será tarde demais

O clima não espera: cientistas do IPCC alertam que combater

o aquecimento global exige mudanças sem precedentes,

mas ainda é possível se não perdermos tempo;

e nossas florestas são motivo para ter esperança

por Rodrigo Gerhardt


    O time mais robusto de cientistas do mundo, o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, em inglês), divulgou nesta segunda-feira, na Coreia do Sul, um novo relatório sobre o caminho para limitar o aquecimento global a 1.5 grau e assim cumprir o histórico Acordo de Paris. É uma tarefa que envolve escolhas difíceis e urgentes, e só poderá ser alcançada se não perdermos mais tempo. Para líderes politicos e corporativos, a mensagem é clara: “Ajam agora!”.

    Atualmente, já enfrentamos 1 grau Celsius de aquecimento. Para os cientistas da ONU, que revisaram mais de 6 mil estudos, estamos muito próximos de atingir 1.5º C e até mesmo chegar a 2º C de aquecimento já na primeira metade do século, ou seja, logo daqui trinta anos. Este é o nível mínimo seguro para a forma como vivemos no planeta. A única solução possível, diz o relatório, é reduzir pela metade até 2030 a emissão de gases que esquentam o planeta, para então zerá-las em 2050, além de absorver parte do carbono que já está na atmosfera. Neste caminho não bastam só novas tecnologias e energia limpa – as florestas também terão papel fundamental.

    “No cenário traçado pelo IPCC, o futuro da humanidade depende não apenas de eliminarmos os combustíveis fósseis, como carvão e petróleo, e zerar o desmatamento em escala mundial para reduzir as emissões, mas também proteger florestas, savanas e outras formas de vegetação natural para capturar o excesso de CO2 que já está na atmosfera e o que ainda será emitido na fase de transição para uma economia neutra em carbono”, diz o estrategista internacional de Florestas do Greenpeace, Paulo Adário.

    Para ele, a melhor e mais aceitável forma de fazer isso é adotar um ambicioso programa de restauração das florestas degradadas em escala global. “Afinal, as árvores são ‘usinas’ naturais de captação de carbono desenvolvidas e testadas há milhões de anos”, afirma.

    No Brasil, líderes políticos e empresariais têm o dever de ampliar os compromissos já assumidos com a comunidade global e adotar as medidas necessárias para nos proteger dos impactos que já estão sendo sentidos, como secas severas prolongadas e tempestades com força recorde. “Além de acelerar a transição para uma matriz energética 100% limpa e renovável, o país tem o desafio de revolucionar o setor agropecuário – que responde por cerca de 70% das emissões brasileiras, incluído ao ‘pum’ dos rebanhos, o uso de fertilizantes e o desmatamento de novas áreas – e trazê-lo para um patamar sustentável”, afirma.


Disponível em https://www.greenpeace.org/brasil/blog/ou-agimos-agora-ou-sera-tarde-demais/?gclid=EAIaIQobChMI3tOxh57c6AIVRwmRCh00vQZTEAAYASAAEgI WhvD_BwE

Analise: “o futuro da humanidade depende não apenas de eliminarmos os combustíveis fósseis, como carvão e petróleo” e assinale a alternativa que apresenta a classificação correta dos vocábulos em destaque.
Alternativas
Q1782635 Português
O Brasil nacionalista


NARLOCH, Leandro. Guia politicamente incorreto da história do Brasil. Rio de Janeiro: Leya, 2011, p. 150-152
Em “o fato de serem súditos de dom Pedro II” (l. 16 e 17), o numeral constante desse fragmento classifica-se como:
Alternativas
Q1782307 Português

Texto: Uma Vela para Dário 

Dario vinha apressado, guarda-chuva no braço esquerdo e, assim que dobrou a esquina, diminuiu o passo até parar, encostando-se à parede de uma casa. Por ela escorregando, sentou-se na calçada, ainda úmida da chuva, e descansou na pedra o cachimbo.

Dois ou três passantes, rodearam-no e indagaram se não se sentia bem. Dario abriu a boca, moveu os lábios, não se ouviu resposta. O senhor gordo, de branco, sugeriu que devia sofrer de ataque.

Ele reclinou-se mais um pouco, estendido agora na calçada, e o cachimbo tinha apagado. O rapaz de bigode pediu aos outros que se afastassem e o deixassem respirar. Abriu-lhe o paletó, o colarinho, a gravata e a cinta. Quando lhe retiraram os sapatos, Dario roncou feio e bolhas de espuma surgiram no canto da boca.

Cada pessoa que chegava erguia-se na ponta dos pés, embora não pudesse ver. Os moradores da rua conversavam de uma porta à outra, as crianças foram despertadas e de pijama acudiram à janela. O senhor gordo repetia que Dario sentara-se na calçada, soprando ainda a fumaça do cachimbo e encostando o guardachuva na parede. Mas não se via guarda-chuva ou cachimbo ao seu lado. 

A velhinha de cabeça grisalha gritou que ele estava morrendo. Um grupo o arrastou para o táxi da esquina. Já no carro a metade do corpo, protestou o motorista: quem pagaria a corrida? Concordaram chamar a ambulância. Dario conduzido de volta e recostado à parede – não tinha os sapatos nem o alfinete de pérola na gravata.

Alguém informou da farmácia na outra rua. Não carregaram Dario além da esquina; a farmácia no fim do quarteirão e, além do mais, muito pesado. Foi largado na porta de uma peixaria. Enxame de moscas lhe cobriu o rosto, sem que fizesse um gesto para espantá-las.

Ocupado o café próximo pelas pessoas que vieram apreciar o incidente e, agora, comendo e bebendo, gozavam as delícias da noite. Dario ficou torto como o deixaram, no degrau da peixaria, sem o relógio de pulso. 

Um terceiro sugeriu que lhe examinassem os papéis, retirados – com vários objetos – de seus bolsos e alinhados sobre a camisa branca. Ficaram sabendo do nome, idade, sinal de nascença. O endereço na carteira era de outra cidade.

Registrou-se correria de mais de duzentos curiosos que, a essa hora, ocupavam toda rua e calçada: era a polícia. O carro negro investiu a multidão. Várias pessoas tropeçaram no corpo de Dario, que foi pisoteado dezessete vezes.

O guarda aproximou-se do cadáver e não pode identificá-lo – os bolsos vazios.

Restava a aliança de ouro na mão esquerda, que ele próprio, quando vivo, só podia destacar umidecida com sabonete. Ficou decidido que o caso era com o rabecão.

A última boca repetiu – Ele morreu, ele morreu. A gente começou a se dispersar. Dario levara duas horas para morrer, ninguém acreditou que estivesse no fim. Agora aos que podiam vê-lo, tinha todo o ar de um defunto.

Dalton Trevisan

Fonte: (Vinte Contos Menores. Record: Rio de Janeiro, 1979, p.2.)

Leia o fragmento para responder a questão que se refere a compreensão de Morfologia (Classe de Palavras):
Dois ou três passantes, rodearam-no e indagaram se não se sentia bem. Dario abriu a boca, moveu os lábios, não se ouviu resposta. O senhor gordo, de branco, sugeriu que devia sofrer de ataque.
O termo em negrito, de destacado no fragmento retirado do texto, está corretamente classificado em:
Alternativas
Q1782306 Português

Texto: Uma Vela para Dário 

Dario vinha apressado, guarda-chuva no braço esquerdo e, assim que dobrou a esquina, diminuiu o passo até parar, encostando-se à parede de uma casa. Por ela escorregando, sentou-se na calçada, ainda úmida da chuva, e descansou na pedra o cachimbo.

Dois ou três passantes, rodearam-no e indagaram se não se sentia bem. Dario abriu a boca, moveu os lábios, não se ouviu resposta. O senhor gordo, de branco, sugeriu que devia sofrer de ataque.

Ele reclinou-se mais um pouco, estendido agora na calçada, e o cachimbo tinha apagado. O rapaz de bigode pediu aos outros que se afastassem e o deixassem respirar. Abriu-lhe o paletó, o colarinho, a gravata e a cinta. Quando lhe retiraram os sapatos, Dario roncou feio e bolhas de espuma surgiram no canto da boca.

Cada pessoa que chegava erguia-se na ponta dos pés, embora não pudesse ver. Os moradores da rua conversavam de uma porta à outra, as crianças foram despertadas e de pijama acudiram à janela. O senhor gordo repetia que Dario sentara-se na calçada, soprando ainda a fumaça do cachimbo e encostando o guardachuva na parede. Mas não se via guarda-chuva ou cachimbo ao seu lado. 

A velhinha de cabeça grisalha gritou que ele estava morrendo. Um grupo o arrastou para o táxi da esquina. Já no carro a metade do corpo, protestou o motorista: quem pagaria a corrida? Concordaram chamar a ambulância. Dario conduzido de volta e recostado à parede – não tinha os sapatos nem o alfinete de pérola na gravata.

Alguém informou da farmácia na outra rua. Não carregaram Dario além da esquina; a farmácia no fim do quarteirão e, além do mais, muito pesado. Foi largado na porta de uma peixaria. Enxame de moscas lhe cobriu o rosto, sem que fizesse um gesto para espantá-las.

Ocupado o café próximo pelas pessoas que vieram apreciar o incidente e, agora, comendo e bebendo, gozavam as delícias da noite. Dario ficou torto como o deixaram, no degrau da peixaria, sem o relógio de pulso. 

Um terceiro sugeriu que lhe examinassem os papéis, retirados – com vários objetos – de seus bolsos e alinhados sobre a camisa branca. Ficaram sabendo do nome, idade, sinal de nascença. O endereço na carteira era de outra cidade.

Registrou-se correria de mais de duzentos curiosos que, a essa hora, ocupavam toda rua e calçada: era a polícia. O carro negro investiu a multidão. Várias pessoas tropeçaram no corpo de Dario, que foi pisoteado dezessete vezes.

O guarda aproximou-se do cadáver e não pode identificá-lo – os bolsos vazios.

Restava a aliança de ouro na mão esquerda, que ele próprio, quando vivo, só podia destacar umidecida com sabonete. Ficou decidido que o caso era com o rabecão.

A última boca repetiu – Ele morreu, ele morreu. A gente começou a se dispersar. Dario levara duas horas para morrer, ninguém acreditou que estivesse no fim. Agora aos que podiam vê-lo, tinha todo o ar de um defunto.

Dalton Trevisan

Fonte: (Vinte Contos Menores. Record: Rio de Janeiro, 1979, p.2.)

Leia o fragmento para responder a questão que se refere a compreensão de Morfologia (Classe de Palavras):
Dois ou três passantes, rodearam-no e indagaram se não se sentia bem. Dario abriu a boca, moveu os lábios, não se ouviu resposta. O senhor gordo, de branco, sugeriu que devia sofrer de ataque.
A palavra gordo sublinhada no fragmento, tem a seguinte classificação, descrita na alternativa.
Alternativas
Q1782305 Português

Texto: Uma Vela para Dário 

Dario vinha apressado, guarda-chuva no braço esquerdo e, assim que dobrou a esquina, diminuiu o passo até parar, encostando-se à parede de uma casa. Por ela escorregando, sentou-se na calçada, ainda úmida da chuva, e descansou na pedra o cachimbo.

Dois ou três passantes, rodearam-no e indagaram se não se sentia bem. Dario abriu a boca, moveu os lábios, não se ouviu resposta. O senhor gordo, de branco, sugeriu que devia sofrer de ataque.

Ele reclinou-se mais um pouco, estendido agora na calçada, e o cachimbo tinha apagado. O rapaz de bigode pediu aos outros que se afastassem e o deixassem respirar. Abriu-lhe o paletó, o colarinho, a gravata e a cinta. Quando lhe retiraram os sapatos, Dario roncou feio e bolhas de espuma surgiram no canto da boca.

Cada pessoa que chegava erguia-se na ponta dos pés, embora não pudesse ver. Os moradores da rua conversavam de uma porta à outra, as crianças foram despertadas e de pijama acudiram à janela. O senhor gordo repetia que Dario sentara-se na calçada, soprando ainda a fumaça do cachimbo e encostando o guardachuva na parede. Mas não se via guarda-chuva ou cachimbo ao seu lado. 

A velhinha de cabeça grisalha gritou que ele estava morrendo. Um grupo o arrastou para o táxi da esquina. Já no carro a metade do corpo, protestou o motorista: quem pagaria a corrida? Concordaram chamar a ambulância. Dario conduzido de volta e recostado à parede – não tinha os sapatos nem o alfinete de pérola na gravata.

Alguém informou da farmácia na outra rua. Não carregaram Dario além da esquina; a farmácia no fim do quarteirão e, além do mais, muito pesado. Foi largado na porta de uma peixaria. Enxame de moscas lhe cobriu o rosto, sem que fizesse um gesto para espantá-las.

Ocupado o café próximo pelas pessoas que vieram apreciar o incidente e, agora, comendo e bebendo, gozavam as delícias da noite. Dario ficou torto como o deixaram, no degrau da peixaria, sem o relógio de pulso. 

Um terceiro sugeriu que lhe examinassem os papéis, retirados – com vários objetos – de seus bolsos e alinhados sobre a camisa branca. Ficaram sabendo do nome, idade, sinal de nascença. O endereço na carteira era de outra cidade.

Registrou-se correria de mais de duzentos curiosos que, a essa hora, ocupavam toda rua e calçada: era a polícia. O carro negro investiu a multidão. Várias pessoas tropeçaram no corpo de Dario, que foi pisoteado dezessete vezes.

O guarda aproximou-se do cadáver e não pode identificá-lo – os bolsos vazios.

Restava a aliança de ouro na mão esquerda, que ele próprio, quando vivo, só podia destacar umidecida com sabonete. Ficou decidido que o caso era com o rabecão.

A última boca repetiu – Ele morreu, ele morreu. A gente começou a se dispersar. Dario levara duas horas para morrer, ninguém acreditou que estivesse no fim. Agora aos que podiam vê-lo, tinha todo o ar de um defunto.

Dalton Trevisan

Fonte: (Vinte Contos Menores. Record: Rio de Janeiro, 1979, p.2.)

Leia o fragmento para responder a questão que se refere a compreensão de Morfologia (Classe de Palavras):
Dois ou três passantes, rodearam-no e indagaram se não se sentia bem. Dario abriu a boca, moveu os lábios, não se ouviu resposta. O senhor gordo, de branco, sugeriu que devia sofrer de ataque.
O termo três, no fragmento apresentado tem a correta denominação em classes de palavras como:
Alternativas
Q1773445 Português
Em “ Tenho dois terços do terreno e meu irmão apenas um terço.”, os numerais são:
Alternativas
Q1771382 Português
TEXTO
O texto abaixo servirá de base para responder a questão.

Assim o principezinho cativou a raposa. Mas, quando chegou a hora da partida, a raposa disse:
- Ah! Eu vou chorar.
- A culpa é tua, disse o principezinho, eu não queria te fazer mal; mas tu quiseste que eu te cativasse...
- Quis, disse a raposa.
- Mas tu vais chorar! disse o principezinho.
- Vou, disse a raposa.
- Então, não sais lucrando nada!
- Eu lucro, disse a raposa, por causa da cor do trigo.
Depois ela acrescentou:
- Vai rever as rosas. Tu compreenderás que a tua é a única no mundo. Tu voltarás para me dizer adeus, e eu te farei presente de um segredo.
Foi o principezinho rever as rosas:
- Vós não sois absolutamente iguais à minha rosa, vós não sois nada ainda. Ninguém ainda vos cativou, nem cativastes a ninguém. Sois como era a minha raposa. Era uma raposa igual a cem mil outras. Mas eu fiz dela um amigo. Ela á agora única no mundo.
E as rosas estavam desapontadas.
- Sois belas, mas vazias, disse ele ainda. Não se pode morrer por vós. Minha rosa, sem dúvida um transeunte qualquer pensaria que se parece convosco. Ela sozinha é, porém, mais importante que vós todas, pois foi a ela que eu reguei. Foi a ela que pus sob a redoma. Foi a ela que abriguei com o pára-vento. Foi dela que eu matei as larvas (exceto duas ou três por causa das borboletas). Foi a ela que eu escutei queixar-se ou gabar-se, ou mesmo calar-se algumas vezes. É a minha rosa.
E voltou, então, à raposa:
- Adeus, disse ele...
- Adeus, disse a raposa. Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos.
- O essencial é invisível para os olhos, repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.
- Foi o tempo que perdeste com tua rosa que fez tua rosa tão importante.
- Foi o tempo que eu perdi com a minha rosa... repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.
- Os homens esqueceram essa verdade, disse a raposa. Mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Tu és responsável pela rosa...
- Eu sou responsável pela minha rosa... repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.

SAINT-EXUPÉRY, Antoine. O Pequeno Príncipe, capítulo XXI. Tradução: Dom Marcos Barbosa. Editora Agir. 
No trecho "Era uma raposa igual a cem mil outras. Mas eu fiz dela um amigo. Ela é agora única no mundo", os termos destacados são, respectivamente:
Alternativas
Q1770711 Português


Adaptado de https://www.facebook.com/diariojurista/posts/584960891622563. Acesso em 02/03/2020.
O numeral “doze” (l. 01) é classificado como:
Alternativas
Q1770565 Português

Leia o texto abaixo e responda a questão.


Os dois pedreiros


Dois pedreiros estavam construindo uma parede com tijolos, quando foram interrompidos por um “passante”, que perguntou ao primeiro:

“O que você está fazendo?”

O pedreiro respondeu:

“Levantando uma parede, ora!”

que estava bem mais adiantado no seu trabalho:

“E você, o que está fazendo?”

O segundo pedreiro, diferentemente do primeiro,

respondeu:

“Construindo uma catedral.”

Autor Desconhecido



As palavras “ Dois, primeiro , segundo” em relação aos numerais são classificadas conforme a sequência em:
Alternativas
Q1770479 Português

Leia o texto abaixo e responda a questão.


Pandemia e tecnologia: estamos sendo vigiados?


O mundo já não é mais o mesmo do final de 2019. A pandemia do Coronavírus tem, certamente, modificado muito dos nossos hábitos. Neste novo normal, a tecnologia, que já vinha ocupando um espaço significativo nas relações humanas, passou a ser o centro das comunicações e a unir a sociedade de um modo nunca visto antes. Em tempos de isolamento social, embora distante das ruas movimentadas, os “rastros pessoais” multiplicam-se em novas plataformas que vão desde o home-office ao TikTok. Este último, com mais de 100 milhões de instalações, foi um dos aplicativos mais baixados no mundo no mês de maio.

Estes rastros, também chamados de dados, são informações particulares do usuário que criam a sua identidade digital. É a partir deles que os algoritmos podem lhe proporcionar uma melhor qualidade na navegação em rede. Assim se explica a razão do Google já conhecer a sua pergunta na barra de pesquisa ou o anúncio no Youtube coincidir com o seu desejo[...]

Rahellen Ramos Redação adaptada :< https://www.politize.com.br/pandemia-e-tecnologia/ Publicado em 1 de julho de 2020>

Este último, com mais de 100 milhões de instalações, foi um dos aplicativos mais baixados no mundo no mês de maio. As palavras sublinhadas de acordo com o texto conforme a sequência estão classificadas em:
Alternativas
Q1769776 Português

Leia o texto abaixo e responda o que se pede na questão.


Números e delongas


Há quem acredite que os números são eloquentes e prescindem de mais delongas. Esta é uma edição de números eloquentes. Como você verá, porém, o que está por trás deles é o que impressiona. Comecemos pela reportagem de capa. O tema é um país de 1 bilhão e 300 milhões de pessoas – o mais populoso do planeta – cuja economia cresce espantosos dez pontos percentuais ao ano. Por trás desses números, é evidente, há uma revolução em andamento, uma imensa e abrangente revolução que abala a rotina, o pensamento e a tradição da misteriosa China [...].

Fonte: Ronny Hein. Diretor de Redação. Caminhos da Terra, ano 14, nº 165, p.4, jan.2006. 

Analise as proposições e, logo após, marque a alternativa CORRETA.


I- Vemos que os numerais podem desempenhar uma importante função persuasiva.

II- O excerto do texto enreda o leitor, a partir do título, dando aos numerais o papel central na busca do convencimento.

III- No primeiro enunciado, o autor consegue se isentar da assertiva exposta, usando um verbo impessoal.

Alternativas
Q1769647 Português
Leia com atenção: “Ela ficou com o terceiro lugar.” O item destacado na frase acima é:
Alternativas
Q1766296 Português

Leia o texto abaixo e responda o que se pede.


Números e delongas


Há quem acredite que os números são eloquentes e prescindem de mais delongas. Esta é uma edição de números eloquentes. Como você verá, porém, o que está por trás deles é o que impressiona. Comecemos pela reportagem de capa. O tema é um país de 1 bilhão e 300 milhões de pessoas – o mais populoso do planeta – cuja economia cresce espantosos dez pontos percentuais ao ano. Por trás desses números, é evidente, há uma revolução em andamento, uma imensa e abrangente revolução que abala a rotina, o pensamento e a tradição da misteriosa China [...].

Fonte: Ronny Hein. Diretor de Redação. Caminhos da Terra, ano 14, nº 165, p.4, jan.2006.





Analise as proposições e, logo após, marque a alternativa CORRETA.


I- Vemos que os numerais podem desempenhar uma importante função persuasiva.

II- O excerto do texto enreda o leitor, a partir do título, dando aos numerais o papel central na busca do convencimento.

III- No primeiro enunciado, o autor consegue se isentar da assertiva exposta, usando um verbo impessoal.

Alternativas
Ano: 2021 Banca: OMNI Órgão: Conderg - SP Prova: OMNI - 2021 - Conderg - SP - Maqueiro |
Q1761749 Português
TEXTO 01
O texto seguinte servirá de base para responder à questão.

A cigarra e a formiga

Havia uma cigarra que passou todo o verão a cantar, aproveitando os agradáveis fins de tarde e curtindo o tempo de forma despreocupada.
Mas quando chegou o gelado inverno, a cigarra já não estava alegre, pois estava faminta e tremendo de frio.
Assim, foi pedir ajuda à formiga, que havia trabalhado muito no verão. Pediu que a colega lhe desse alimento e abrigo. Ao que a formiga perguntou:
O que você fez durante todo o verão?
- Estive a cantar - respondeu a cigarra.
E a formiga lhe deu uma resposta grosseira:
- Pois então, agora dance!

Fábulas de Esopo - Disponível em https://www.culturagenial.com/melhores-fabulas-com-moral/ (Adaptado) 

Considere o seguinte trecho: "E a formiga lhe deu uma resposta grosseira". As palavras sublinhadas são classificadas, respectivamente, como:

Alternativas
Q1758600 Português

Leia o texto abaixo e responda o que se pede na questão.


Números e delongas

Há quem acredite que os números são eloquentes e prescindem de mais delongas. Esta é uma edição de números eloquentes. Como você verá, porém, o que está por trás deles é o que impressiona. Comecemos pela reportagem de capa. O tema é um país de 1 bilhão e 300 milhões de pessoas – o mais populoso do planeta – cuja economia cresce espantosos dez pontos percentuais ao ano. Por trás desses números, é evidente, há uma revolução em andamento, uma imensa e abrangente revolução que abala a rotina, o pensamento e a tradição da misteriosa China [...].

Fonte: Ronny Hein. Diretor de Redação. Caminhos da Terra, ano 14, nº 165, p.4, jan.2006.

Analise as proposições e, logo após, marque a alternativa CORRETA.


I- Vemos que os numerais podem desempenhar uma importante função persuasiva.

II- O excerto do texto enreda o leitor, a partir do título, dando aos numerais o papel central na busca do convencimento.

III- No primeiro enunciado, o autor consegue se isentar da assertiva exposta, usando um verbo impessoal.

Alternativas
Q1756286 Português

Analise as frases abaixo e aponte, considerando a morfologia, em qual delas a palavra “um” é numeral.

Alternativas
Q1755102 Português
Sobre Classes Gramaticais, avalie as afirmações que seguem, assinalando V, se verdadeiras, ou F, se falsas. ( ) Conforme nos diz Celso Cunha, são morfemas gramaticais os substantivos, os adjetivos, os verbos e os advérbios de modo. São morfemas lexicais os artigos, os pronomes, os numerais, as preposições, as conjunções e os demais advérbios, bem como as formas indicadoras de número, gênero, tempo, modo ou aspecto verbal. ( ) Para Bechara, substantivo é a classe de palavra que se caracteriza por significar o que convencionalmente chamamos objetos substantivos, isto é, em primeiro lugar, substâncias (homem, casa, livro) e, em segundo lugar, quaisquer outros objetos mentalmente apreendidos como substâncias, quais sejam qualidades (bondade, brancura), estados (saúde, doença), processos (chegada, entrega, aceitação). ( ) Segundo Cegalla, na Língua Portuguesa, há dez classes gramaticais, sendo que seis são variáveis, ou seja, flexionam-se, e outras quatro invariáveis. Deve-se considerar que a mesma palavra pode pertencer a mais de uma classe, dependendo do contexto em que ocorre. A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:
Alternativas
Respostas
241: C
242: A
243: B
244: B
245: A
246: D
247: B
248: C
249: C
250: C
251: B
252: A
253: A
254: C
255: B
256: C
257: B
258: C
259: D
260: A