Questões de Português - Orações coordenadas sindéticas: Aditivas, Adversativas, Alternativas, Conclusivas... para Concurso
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“A língua não é um barco no estaleiro, mas um barco lançado ao mar”.
Adaptado de: <http://revistagalileu.globo.com/Sociedade/noticia/2017/10/et-caicara-suposto-ovni-deixa-marcas-no-litoral-de-saopaulo.html>. Acesso em 23 out. 2017.
Texto para responder à questão.
Dinamarca, um país contra o desperdício de comida
Embora o desperdício alim entar seja socialmente mal visto, o que geralmente é uma das primeiras lições aprendidas em casa, os maus hábitos superam as boas intenções. Na Dinamarca, o esforço dos últimos cinco anos deu frutos: o país reduziu as perdas de alimentos em 25% graças ao impulso popular do movimento encabeçado pela plataforma Stop Spild Af Mad (“basta de desperdiçar comida”, no idioma local). Esse grupo é o motor, mas já embarcaram na ideia gigantes como Nestlé e Unilever, chefs famosos e redes de supermercados como a Rema 1000. De tanto ser martelada, em meia década essa mensagem impregnou a sociedade.
Numa loja da Rema 1000 em Copenhague, há um saco de cenouras e outro de cherovias (uma raiz semelhante à cenoura) ao lado da balança onde frutas e hortaliças são pesadas. Esses dois produtos, muito populares, são vendidos por unidade, e não em maços ou sacos. É simples e ajuda o consumidor a comprar só o que necessita. Um pouco mais adiante, junto às geladeiras de laticínios, são guardados os ovos. Ficam refrigerados a 12oC para prolongar seu uso sem problemas de toxicidade. Os sacos de pão de forma apresentam meias porções, e as de bolinhos vêm com apenas cinco. Nos freezers das carnes, bifes e peitos de frango com prazo de validade muito exíguo têm um adesivo chamativo e preço reduzido. Em nenhum lugar há ofertas do tipo “leve três e pague dois”.
“Se você for analisar, faz sentido. Para que comprar mais do que o necessário? E, no entanto, todos nós fazemos isso”, diz Anne-Marie Jensen Kerstens, consultora alimentar da Federação de Comerciantes Varejistas (DSK, na sigla em dinamarquês). Em 2008, essa foi a primeira rede de supermercados da Dinamarca a eliminar os descontos por volume, como o 3x2, preferindo oferecer produtos unitários a preços baixos. “Não só não atrapalhou as vendas como o cliente tende a levara quantidade exata”, comenta Jense Kerstens.
O caminho dinamarquês contra o desperdício de alimentos - todos os caminhos, na verdade - levam a Selina Juul, uma designer gráfica transformada em ativista que abalou as consciências. Nascida em Moscou em 1980, chegou à Dinamarca com 13 anos e logo percebeu um fato para ela inconcebível. “As pessoas jogavam fora os restos de comida, quando em Moscou não sabíamos o que íamos comer no dia seguinte”, lembra a criadora de Stop Spild Af Mad em um restaurante do centro perto do Ministério de Alimentação, Agricultura e Pesca. É uma de suas piscadelas típicas. Isso e sua determinação a transformaram na Dinamarquesa do Ano em 2014. De cidadã irritada com o desperdício de alimentos (um total de 700.000 toneladas por ano, das quais 260.000 correspondem ao consumidor), Juul transformou Stop Spild Af Mad na maior ONG de seu tipo no país.
Isabel Rerrer. El País,15/10/2016
Leia o texto abaixo e responda, em seguida, à questão proposta.
Crescimento de 7,5% ao ano das igrejas evangélicas brasileiras, um milhão de católicos presentes ao velório do Papa João Paulo II no Vaticano, conversões em massa, na Índia, ao hinduísmo: o que esses eventos têm em comum? Dizer “Deus” é apostar em uma resposta arriscada. Se existe um deus, ou vários, ou não, é um dado que a ciência ainda não é capaz de provar, talvez nunca seja. Mas por que cremos é algo que já pode ser mais bem compreendido. E trabalhos recentes afirmam que as bases da fé estão nos nossos instintos primitivos, como a nossa tendência natural a comer mais do que precisamos, nossa preferência por parceiros fortes e saudáveis para a reprodução e a nossa capacidade de ser feliz (ou a falta dela).
Até um quarto de século atrás, os cientistas acreditavam que o comportamento religioso era produto da socialização ou da educação recebida em casa. Não é o que diz a pesquisa de Laura Koenig, psicóloga americana da Universidade de Minnesota, que acaba de divulgar o resultado de seus estudos com gêmeos. Em seu relatório, Koenig atribui ao DNA cerca de 40% de participação no nível de religiosidade de uma pessoa. É um número que impressiona. Para se ter uma comparação, sabe-se que os genes são responsáveis por 27 % dos casos de câncer de mama, por exemplo.
Mais de 250 pares de gêmeos, idênticos e nãoidênticos, responderam a perguntas sobre a freqüência de serviços religiosos, orações e discussões teológicas em suas vidas. Dados sobre pais e outros irmãos também foram coletados. Conclusão: quando eram mais novos, e conviviam mais com outros membros da família, todos tendiam a ter um nível de espiritualidade semelhante, demonstrando forte influência do ambiente na decisão; na idade adulta, somente os univitelinos (que têm carga genética 100% igual) continuavam compartilhando os mesmos índices:
– Quando os filhos saem de casa e entram na universidade ou no trabalho, a interferência dos pais começa a enfraquecer – diz a pesquisadora. – Nesse ponto, temos de tomar as nossas próprias decisões e a biologia passa a falar mais alto.
Em suma: sejamos crentes ou céticos, a “culpa”, em grande parte, é da nossa genética.
(Adaptado de ARTONI, Camila. Os genes de Deus. Galileu. São
Paulo: Editora Globo, n. 166, maio de 2005, p. 46.)
“Quando os filhos saem de casa e entram na universidade ou no trabalho, a interferência dos pais começa a enfraquecer.”
Nessa frase do texto, as orações coordenadas mantêm com a principal as seguintes relações semânticas:
DOS HÓSPEDES
Esta vida é uma estranha hospedaria, De onde se parte quase sempre às tontas, Pois nunca as nossas malas estão prontas, E a nossa conta nunca está em dia...
A oração destacada classifica-se como:
Leia o texto para responder a questão.
CASO DE CANÁRIO
Carlos Drummond de Andrade
Casara-se havia duas semanas. Por isso, em casa dos sogros, a família resolveu que ele é que daria cabo do canário:
__ Você compreende. Nenhum de nós teria coragem de sacrificar o pobrezinho, que nos deu tanta alegria. Todos somos muito ligados a ele, seria uma barbaridade. Você é diferente, ainda não teve tempo de afeiçoar-se ao bichinho. Vai ver que nem reparou nele, durante o noivado.
__ Mas eu também tenho coração, ora essa. Como é que vou matar um pássaro só porque o conheço há menos tempo do que vocês?
__ Porque não tem cura, o médico já disse. Pensa que não tentamos tudo? É para ele não sofrer mais e não aumentar o nosso sofrimento. Seja bom; vá.
O sogro e a sogra apelaram no mesmo tom. Os olhos claros de sua mulher pediram-lhe com doçura:
__ Vai, meu bem.
Com repugnância pela obra de misericórdia que ia praticar, ele aproximou-se da gaiola. O canário nem sequer abriu o olho. Jazia a um canto, arrepiado, morto-vivo. É, esse está mesmo na última lona, e dói ver a lenta agonia de um ser tão gracioso, que viveu para cantar.
__ Primeiro me tragam um vidro de éter e algodão. Assim ele não sentirá o horror da coisa.
Embebeu de éter a bolinha de algodão, tirou o canário para fora com infinita delicadeza, aconchegou-o na palma da mão esquerda e, olhando para outro lado, aplicou-lhe a bolinha no bico. Sempre sem olhar para a vítima, deu-lhe uma torcida rápida e leve, com dois dedos no pescoço.
E saiu para a rua, pequenino por dentro, angustiado, achando a condição humana uma droga. As pessoas da casa não quiseram aproximar-se do cadáver. Coube à cozinheira recolher a gaiola, para que sua vista não despertasse saudade e remorso em ninguém. Não havendo jardim para sepultar o corpo, depositou-o na lata de lixo.
Chegou a hora de jantar, mas quem é que tinha fome naquela casa enlutada? O sacrificador, esse ficara rodando por aí, e seu desejo seria não voltar para casa nem para dentro de si mesmo. No dia seguinte, pela manhã, a cozinheira foi ajeitar a lata de lixo para o caminhão, e recebeu uma bicada voraz no dedo.
__ Ui!
Não é que o canário tinha ressuscitado, perdão, reluzia vivinho da silva, com uma fome danada?
__ Ele estava precisando mesmo era de éter -
concluiu o estrangulador, que se sentiu ressuscitar, por
sua vez.
E o que nos cabe como educadores? Cabe ajudar o aluno a entender o que é ético para que ele possa se pautar por uma conduta adequada aos dias de hoje, não obstante baseado em princípios que sempre existiram. A única novidade é o meio.
(Fonte: Adaptação da entrevista de Fernandes E. com Almeida, M.E. Disponível em https://gestaoescolar.org.br/conteudo/627/mariaelizabeth-de-almeida-fala-sobre-tecnologia-na-sala-de-aula. Acesso em 29 de junho de 2019)
Em “Cabe ajudar o aluno a entender o que é ético para que ele possa se pautar por uma conduta adequada aos dias de hoje, não obstante baseado em princípios que sempre existiram”, a oração: “não obstante baseado em princípios que sempre existiram” é:
Na Serra da Barriga, em sua encosta oriental, viveram, sessenta e sete anos, os negros livres dos Palmares.
Tinham fugido de várias fazendas, engenhos, cidades e vilas, reunindo-se, agrupando-se derredor dos chefes, fundando uma administração, um Estado autônomo, defendido pelos guerreiros que eram, nas horas de paz, plantadores de roças e criadores de gado.
As orações coordenadas estão ligadas uma à outra apenas pelo sentido, sendo sintaticamente independentes. assinale a alternativa CORRETA para os processos de coordenação assindética ou sindética.
“Rodrigo fez um ótimo trabalho, por isso será contratado novamente”
Têm-se orações:
¹O amor é difícil, ²mas pode luzir em qualquer ponto da cidade. (Ferreira Gullar)
As orações acima são classificadas respectivamente como:
Em português, os períodos compostos se dividem em coordenados e subordinados. Esses dois tipos, por sua vez, subdividem-se em diversos subtipos. Com base nisso, relacione as orações grifadas abaixo à sua classificação:
I. Se houvesse uma despedida talvez fosse mais triste.
II. Creio que será permitido guardar uma leve tristeza.
III. E que houve grandes momentos perfeitos que passaram.
IV. Lembremos apenas as coisas douradas e digamos apenas a pequena palavra: adeus.
V. A pequena palavra que se alonga como um canto de cigarra perdido numa tarde de domingo.
a. Oração subordinada relativa.
b. Oração coordenada aditiva.
c. Oração subordinada substantiva objetiva direta.
d. Oração subordinada condicional.
Atenção: Para responder a questão, considere o texto abaixo.
(Adaptado de: ALVES, Rubem. “Escritores e cozinheiros”. O retorno e terno. Campinas: Papirus, 1995, p. 155-158)
O termo sublinhado acima introduz, no contexto, noção de
Para responder à questão, leia o texto abaixo.
Garganta de Galvão Bueno mostra sinais de desgaste
durante transmissão dos Jogos Olímpicos
A garganta de Galvão Bueno já mostra sinais visíveis de
desgaste.
De acordo com o colunista Flávio Ricco, o locutor
da Rede Globo tem acumulado diversas funções nas
transmissões dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro e isso
não está sendo bom para sua voz.
Galvão, que deveria narrar somente os eventos
mais importantes, está fazendo diversas participações no
canal, inclusive apresentando o Jornal Nacional com Renata
Vasconcellos do Parque Olímpico.
E, falando no locutor, Galvão virou motivo de piada depois que um narrador da BBC se sentiu incomodado com seus gritos na cabine de transmissão durante a prova de natação com o super medalhista olímpico Michel Phelps
"Ele precisa calar a boca!", disse o narrador estrangeiro ao vivo. "É muito, muito barulho no estádio. E muito barulho vindo aqui de perto de mim. Este comentarista precisa calar a boca no começo da prova. Desculpem. Neste momento, por exemplo: todo mundo está quieto, mas ele não", acrescentou, depois da largada da prova ter sido interrompida pela juíza.
Um dia após o incidente, Galvão Bueno respondeu aos comentários do narrador da BBC. "Pra quem tá com falta de pauta! Equipe da RedeGlobo e BBC juntas. O careca é o campeão Olímpico em Seoul 1988 nos 100mts peito AdrianMoorhouse. Companheiros de trabalho de outras olimpíadas. É que meu som vazou no microfone dele e reclamaram. Eu errei. Tinha que estar calado na largada. Fim do mimimi. somostosdosolimpicos", escreveu em seu Instagram.
(g1.globo.com)
Analise as seguintes afirmativas quanto à oração destacada no segundo parágrafo do texto.
I. É coordenada.
II. Classifica-se como adjetiva.
III. Classifica-se como explicativa.
Está correto o que se afirma em:
O período composto por coordenação, a partir da ideia
expressa na ilustração, encontra-se na opção:
Leia o texto para responder a questão.
A advogada que deixou a carreira para virar professora e emocionou as redes ao ganhar chá de bebê dos alunos Por Vinícius Lemos
Na tarde do dia 27 de novembro, a professora Natália Garcia Leão, de 33 anos, encontrou os alunos da sua turma reunidos em uma sala. Grávida de cinco meses, ela se emocionou ao descobrir que as crianças haviam preparado um chá de bebê em sua homenagem.
Para a docente, a surpresa representou a certeza de que fez a coisa certa ao trocar a advocacia pelas salas de aula do ensino fundamental.
A carreira como advogada estava consolidada quando ela percebeu que precisava repensar o futuro. "Eu não era uma pessoa feliz e isso me deixava angustiada. Sempre ia trabalhar desmotivada", diz.
Aos 28 anos, ela visitou a escola particular onde estudou do maternal ao ensino médio, em Rondonópolis, Mato Grosso - cidade em que nasceu e onde mora até hoje - e se redescobriu. "Quando entrei no setor da educação infantil, as crianças estavam sentadas em círculos. Fiquei olhando para elas e pensei: 'quero muito trabalhar aqui'", relata à BBC News Brasil.
Meses depois, ela ingressou no curso de pedagogia. Hoje, formada e trabalhando na escola, está realizada. "Parece que tirei um peso das costas depois que descobri que o Direito não era para mim. Agora me vejo como professora de ensino fundamental", declara.
Para completar a felicidade, descobriu, em meados deste ano, que está grávida do primeiro filho. O chá de bebê surpresa, no fim do mês passado, é considerado pela professora como um dos momentos mais importantes que viveu durante o ainda curto período na nova carreira. "Foi uma emoção sem tamanho", comenta.
De advogada a professora
No fim do ensino médio, Natália decidiu cursar Direito. "Nunca foi o meu sonho, mas era um dos poucos cursos que havia em Rondonópolis e não queria ir para outra cidade", explica.
Na metade do curso, descobriu que não gostava da área. "Mas concluí a faculdade, porque era particular e meu pai já havia investido dinheiro", conta. Logo que concluiu Direito, aos 22 anos, fez exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). "Não acreditava que fosse passar. Mas fui aprovada. Então, não tive outra opção e segui na área."
Quando tinha pouco mais de cinco anos como advogada, Natália se sentiu ainda mais desmotivada e buscou alternativas para a carreira. A docente voltou a estudar para se preparar para concursos. "Foi o período mais longo da minha vida, porque não queria fazer aquilo, mas não tinha outra opção", revela.
Certa vez, quando Natália ainda se dedicava aos concursos, uma prima dela, que passou a infância em Rondonópolis e havia se mudado para Uberlândia (MG), foi visitar a família na cidade mato-grossense. A parente quis ir ao lugar em que elas estudaram na infância e Natália a acompanhou. "Fiquei feliz em poder visitar a escola. Sempre guardei muitas boas lembranças de lá", comenta Natália.
Para a advogada, o momento mais especial da visita à escola foi ver as crianças reunidas. "Senti uma energia diferente. Sempre gostei muito de crianças, mas não tinha noção de que gostava tanto assim."
Em seguida, Natália conversou com a diretora da unidade de ensino. "Disse a ela que me deu muita vontade de trabalhar na escola. Ela estranhou, porque sabia que eu era advogada, mas me aconselhou a cursar Pedagogia para trabalhar ali." Dias depois, ela fez vestibular para uma universidade particular de Rondonópolis e no semestre seguinte começou o curso.
A carreira como docente
No início do curso, Natália, na época com 28 anos, temia não se adaptar. "Foi muito assustador, porque foi uma mudança radical", comenta. Mesmo com a insegurança, ela relata que tinha a certeza de que estava em um bom caminho. "Estava certa de que valeria a pena."
Nos primeiros meses da faculdade, começou a ser chamada para trabalhar como auxiliar de professora na escola em que estudou quando era mais nova.
"Quando alguma auxiliar faltava, me ligavam para ser a substituta. Sempre que me chamavam, eu ia muito feliz para trabalhar com as crianças. Fiquei encantada, porque era algo completamente diferente pra mim", diz.
Cerca de um ano depois de ingressar na universidade, Natália foi contratada como auxiliar na escola em que estudou. No início deste ano, após concluir o curso de Pedagogia em 2017, a unidade de ensino contratou Natália como professora.
Ela tornou-se responsável pela turma do segundo ano do ensino fundamental. Os 22 alunos têm entre sete e oito anos.
O chá de bebê
A professora comenta que teve uma boa relação com a turma desde o primeiro dia de aula. Em razão disso, pouco depois de descobrir a primeira gestação, contou aos estudantes sobre o fato. "Depois, sempre levava os ultrassons para que eles pudessem ver", diz.
Casada há três anos, Natália e o marido queriam ter filhos desde o início do relacionamento. Ela não engravidou antes porque queria concluir o curso de Pedagogia. "Neste ano, começamos a planejar certinho. Está sendo muito desafiador. É um amor muito diferente."
Segundo a professora, as crianças passaram a ser mais cuidadosas com ela depois que souberam da gestação. "Eles não me deixavam abaixar. Se caía algo no chão, eles mesmos pegavam. Além disso, pararam de levar doces para mim e começaram a levar somente frutas, porque falavam que eu só poderia comer coisas saudáveis."
Para homenagear a docente, em um dos últimos dias de aula, as mães das crianças se uniram, por meio de um grupo de WhatsApp, e organizaram um chá de bebê surpresa. Uma das responsáveis por organizar a homenagem, a zootecnista Mirelli Forgiarini, mãe de um dos alunos, comenta que o evento foi organizado com ajuda da escola.
"Os alunos sempre levam lanches individuais para comer no recreio e pedem para que os professores guardem. Nesse dia, para disfarçarmos, dissemos para a Natália que eles levariam salgadinhos, como se fosse um lanche coletivo de despedida, e por isso as coisas ficariam guardadas na secretaria", comenta Mirelli.
A professora conta que não desconfiava da festa surpresa dos alunos. "Quando soube do lanche coletivo, já estava a caminho da escola e fiquei preocupada, porque não havia me organizado para levar nada", comenta Natália.
No intervalo da aula, a coordenadora da escola chamou a professora e os alunos. Ao chegar à sala onde havia sido preparada a surpresa, a professora não conteve a emoção. "Comecei a chorar quando vi que era um chá de bebê. Me emocionei ainda mais quando as crianças colocaram as mãos em direção à minha barriga e começaram a fazer uma oração."
Em seguida, os pequenos deram os presentes para Natália. Eles também entregaram desenhos em homenagem a ela e ao filho. As mães dos alunos acompanharam a comemoração por meio do WhatsApp. "A coordenadora nos enviou as fotos de tudo o que estava acontecendo", conta Mirelli.
A homenagem para a professora foi um dos últimos eventos do ano letivo da turma. Em 2019, Natália não deve continuar como professora fixa de nenhuma turma, em razão da licença-maternidade, que deverá começar em março.
Mesmo não sendo mais a professora dos alunos que a homenagearam, ela pretende continuar com a relação de proximidade com os pequenos. "Irei encontrá-los sempre, porque estaremos na mesma escola. Eles me fizeram prometer que vou levar meu filho para que possam conhecer. Queriam que eu o levasse no dia do nascimento, mas expliquei que não poderá ser tão rápido assim."
Para Natália, a surpresa das crianças trouxe a certeza de que estava certa ao mudar de carreira. Ela mantém a inscrição na OAB, "por pura precaução", como define, mas não quer voltar a advogar. "Não me vejo mais como advogada. Nunca foi a minha área. Tanto é que não consigo mais usar ternos, nem roupas sociais."
Como professora, a remuneração é menor. O fato, porém, não a desestimula. "Eu ganhava mais, mas era infeliz. Para o meu futuro, me vejo continuando como professora de crianças. Estou muito feliz assim. Há dificuldades, como a falta de valorização da nossa profissão, mas nada disso me faz querer desistir."
Disponível em https://www.bbc.com/portuguese/salasocial-46595161