Questões de Concurso Sobre orações subordinadas adjetivas: restritivas, explicativas em português

Foram encontradas 1.140 questões

Q1808707 Português
Leia o trecho da crônica Zaptiqueta, de Antônio Prata, publicada em 17/11/2019, para responder à questão.

Já que estamos viciados nos celulares e autocondenados a arrastá-los por aí como as bolas de chumbo dos prisioneiros nas histórias em quadrinhos, é mister entrarmos num acordo sobre algumas mínimas normas de etiqueta. Não me refiro aos trolls do Twitter, aos ogros da dark web, às almas sebosas que dedicam a vida a aprofundar, via redes sociais, o murundu em que nos encontramos (sic). Desses cuidará o capeta no décimo nono círculo do inferno atualizado de Dante. Falo aqui das pessoas de bom coração que, por falta de um protocolo, atrapalham-se com os talheres do WhatsApp.

FONTE: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/antonioprata/2019/11/zaptiqueta.shtml

“Não me refiro aos trolls do Twitter, aos ogros da dark web, às almas sebosas que dedicam a vida a aprofundar, via redes sociais, o murundu em que nos encontramos (sic).”
Sobre o trecho acima, é correto afirmar:
Alternativas
Q1807495 Português
O texto seguinte servirá de base para responder à questão.

 A Águia

A águia é a ave que possui a maior longevidade da espécie. Chega a viver, cerca de 70 anos. Porém, para chegar a essa idade, aos 40 anos, ela precisa tomar uma séria e difícil decisão. Aos 40 anos, suas unhas estão compridas e flexíveis e já não conseguem mais agarrar as presas, das quais se alimenta.
O bico, alongado e pontiagudo, se curva. Apontando contra o peito, estão as asas, envelhecidas e pesadas, em função da grossura das penas, e, voar, aos 40 anos, já é bem difícil! Nessa situação a águia só tem duas alternativas: deixar-se morrer... ou enfrentar um dolorido processo de renovação que irá durar 150 dias.
Esse processo consiste em voar para o alto de uma montanha e lá recolher-se, em um ninho que esteja próximo a um paredão. Um lugar de onde, para retornar, ela necessite dar um voo firme e pleno. Ao encontrar esse lugar, a águia começa a bater o bico contra a parede até conseguir arrancá-lo, enfrentando, corajosamente, a dor que essa atitude acarreta. Espera nascer um novo bico, com o qual irá arrancar as suas velhas unhas. 
Com as novas unhas ela passa a arrancar as velhas penas. E só após cinco meses, "renascida", sai para o famoso voo de renovação, para viver, então, por mais 30 anos.

http://www.marco.eng.br/reflexoes/conteudo/1-Aguia

Esse processo consiste em voar para o alto de uma montanha e lá recolher-se, em um ninho QUE ESTEJA PRÓXIMO A UM PAREDÃO.", a oração destacada é classificada sintaticamente como:
Alternativas
Q1805850 Português

O texto a seguir deverá ser utilizado para responder à questãao. Leia-o atentamente.


    De tempos em tempos a humanidade passa por situações que funcionam como marcos disruptivos e, certamente, a pandemia do novo coronavírus é um deles. Essa crise sanitária sem precedentes tem funcionado como um catalisador e vem para acelerar e consolidar tendências como o trabalho remoto e a educação a distância. Neste aspecto, certas mudanças contábeis que já estavam em curso agora se antecipam e se tornam mais claras, tendo em vista que o segmento é a linha de frente das transformações sofridas pelo empreendedorismo.

(Disponível em: https://www.robertodiasduarte.com.br/tendencias-da-contabilidade-no-mundo-pos-covid-19/. Fragmento.)

Acerca de alguns aspectos linguísticos observados no texto, leia as afirmativas a seguir.


I. A expressão “educação a distância” dispensa o uso do acento grave, indicador de crase por se tratar de uma locução verbal de modo.

II. A substituição de “tendo em vista que” por “já que” manteria o sentido do trecho sem que houvesse prejuízo para a correção gramatical.

III. O acréscimo de vírgula antecedendo a expressão “pelo empreendedorismo” permitiria o destaque do agente da passiva, mantendo a correção gramatical.

IV. O termo destacado no fragmento anterior introduz oração subordinada adjetiva, referenciando substantivo da oração principal e estabelecendo a coesão entre as orações.


Está correto o que se afirma apenas em

Alternativas
Q1805720 Português

O texto seguinte servirá de base para responder à questão.


Cão ciclista fica eufórico ao sair de casa para fazer trilhas de bicicleta com o tutor


Katraka, um cachorro da raça pinscher, não consegue ouvir a palavra "pedalar" sem ficar completamente tomado por uma enorme euforia. Conhecido como um cão ciclista, ele acompanha o frentista Sandro Farias, de 41 anos, em trilhas de bicicleta em São Carlos, no interior de São Paulo.

A presença do cachorro nas aventuras do tutor chama a atenção por onde quer que Sandro passe. Não é incomum, inclusive, que crianças e adultos peçam para tirar fotos ao lado de Katraka, que tem 1 ano e 9 meses e já ganhou até perfil em rede social.

(...)

Desde 2019, o pinscher é a alegria da casa. Além de Sandro, sua esposa, Kátia Farias, também é bastante apegada ao animal, tratado como membro da família. Katraka chegou ao lar quando tinha apenas dois meses de idade e, desde então, vive cercado de cuidados e afeto. O carinho da família é também uma retribuição ao amor que o cachorro oferece ao casal, tendo inclusive ajudado Kátia a superar uma depressão.

(...)

Adaptado.

https://anda.jor.br/2021/08/17/cao-ciclista-fica-euforico-ao-sair-de-casa-para-fazer-t rilhas-de-bicicleta-com-o-tutor/

Sobre o trecho "Não é incomum, inclusive, QUE CRIANÇAS E ADULTOS PEÇAM PARA TIRAR FOTOS AO LADO DE KATRAKA... ", a oração destacada é classificada sintaticamente como:
Alternativas
Q1805701 Português

O texto seguinte servirá de base para responder à questão.


Pit bull fica todo feliz ao descobrir que foi adotado em abrigo

POR GABRIEL PIETRO, AGOSTO 17, 2021


Faz sete anos que o pit bull Meaty foi resgatado das ruas de Central Valley, na Califórnia (EUA), por voluntários de um abrigo. Antes um cachorro muito traumatizado, Meaty foi se curando aos poucos, permitindo que os cuidadores cuidassem dele.

Hoje, é certo que esse sorridente cachorro encontrou o amor, especialmente após ser acolhido por uma família adotiva.

Levou dois anos para Meaty ser adotado, mas o grande dia chegou: no verão de 2016, a americana Lisa Reilly levou-o para casa após se apaixonar por uma foto do pittie divulgada pelo abrigo nas redes sociais.

O acolhimento não poderia ter vindo em melhor hora: Lisa estava entristecida por ter perdido um da mesma raça, três meses antes, e encontrou motivos para sorrir em Meaty.

Lisa lembra como se fosse ontem do primeiro encontro que teve com o pit bull: era uma tarde ensolarada quando ela chegou no abrigo para conhecê-lo e o encontrou esparramado sob o sol escaldante. Aquela cena conquistou seu coração!

"(O abrigo) Fresno Bully Rescue fez um ótimo trabalho cuidando de Meaty desde a primeira vez que o vi até que fui capaz de trazê-lo para casa", disse a tutora ao portal The Dodo.

Meaty recebeu um lar cheio de irmãos caninos: dois pit bulls resgatados, Punky e Ricardo Tubbs, bem como os bassês Bitty e Dappe.


Família completa!

Adaptado. https://razoesparaacreditar.com/pit-bull-feliz-descobrir-adocao-abrigo/

Sobre o período "Hoje, é certo QUE ESSE SORRIDENTE CACHORRO ENCONTROU O AMOR ...", a oração destacada é classificada sintaticamente como:
Alternativas
Q1798727 Português
TEXTO I

Ler pouco
Rubem Alves

   Jovem, eu sonhava ter uma grande biblioteca. E fui assim pela vida, comprando os livros que podia. Tive de desenvolver métodos para controlar minha voracidade, porque o dinheiro e o tempo eram poucos. Entrava na livraria, separava todos os livros que desejava comprar e, ao me aproximar do caixa, colocava-os sobre o balcão e me perguntava diante de cada um: ― Tenho necessidade imediata desse livro? Tenho outros, em casa, ainda não lidos? Posso esperar?‖ E assim ia pegando cada um deles e os devolvendo às prateleiras. A despeito desse método de controle cheguei a ter uma biblioteca significativa, mais do que suficiente para as minhas necessidades.
   Notei, à medida que envelhecia uma mudança nas minhas preferências: passei a ter mais prazer na seção dos livros de arte nas livrarias. Os livros de ciência a gente lê uma vez, fica sabendo e não tem necessidade de ler de novo. Com os livros de arte acontece diferente. Cada vez que os abrimos é um encantamento novo! Creio que meu amor pelos livros de arte tem a ver com experiências infantis.
   Talvez que os psicanalistas interpretem esse amor como uma manifestação neurótica de regressão. Não me incomodo. Pois, em oposição à psicanálise que considera a infância como um período de imaturidade que deve ser ultrapassado para que nos tornemos adultos, eu, inspirado por teólogos e poetas, considero a maturidade como uma doença a ser curada. Bem reza a Adélia Prado: ''Meu Deus, me dá cinco anos, me cura de ser grande…''E não pensem que isso é maluquice de poeta. Peter Berger, um sociólogo inteligente e com senso de humor, definiu ''maturidade'', essa qualidade tão valorizada, como '' um estado de mente que se acomodou, ajustou-se ao status quo e abandonou os sonhos selvagens de aventura e realização…'' Menino de cinco anos, eu passava horas vendo um livro da minha mãe, cheio de figuras. Lembro-me: uma delas era um prédio de dez andares com a seguinte explicação: ''Nos Estados Unidos há casas de dez andares.'' E havia a figura de um caçador de jacarés, e de crianças esquimós saudando a chegada do sol.
   O fato é que comecei a mudar os meus gostos e chegou um momento em que, olhando para aquelas estantes cheias de livros, eu me perguntei: ''Já sou velho. Terei tempo de ler todos esses livros? Eu quero ler todos esses livros?'' Não, nem tenho tempo e nem quero. Então, por que guardá-los? Resolvi dar os livros que eu não amava. Compreendi, então, que não se pode falar em amor pelos livros, em geral. Um homem que diz amar todas as mulheres na verdade não ama nenhuma. Nunca se apaixonará. O mesmo vale para os livros. Assim, fui aos meus livros com a pergunta: ''Você me ama?'' (Acha que estou louco? É Roland Barthes que declara que o texto tem de dar provas de que me deseja. Há muitos livros que dão provas de que me odeiam. Outros me ignoram totalmente, nada querem de mim…). ''Vou querer ler você de novo?'' Se as respostas eram negativas o livro era separado para ser dado.
   Essa coisa de ''amor universal aos livros'' fez-me lembrar um texto de Nietzsche sobre o filósofo Tales de Mileto, em que ele recorda que ''a palavra grega que designa o ''sábio'' se prende, etimologicamente, a sapio, eu saboreio, sapiens, o degustador, sisyphos, o homem de gosto mais apurado; um apurado degustar e distinguir, um significativo discernimento, constitui, pois, (…) a arte peculiar do filósofo. (…) A ciência, sem essa seleção, sem esse refinamento de gosto, precipita-se sobre tudo o que é possível saber, na cega avidez de querer conhecer a qualquer preço; enquanto o pensar filosófico está sempre no rastro das coisas dignas de serem sabidas…'' E depois, no Zaratustra, ele comenta com ironia: ''Mastigar e digerir tudo – essa é uma maneira suína.''
   O fato é que muitos estudantes são obrigados a ler à maneira suína, mastigando e engolindo o que não desejam. Depois, é claro, vomitam tudo… Como eu já passei dessa fase, posso me entregar ao prazer de ler os livros à maneira canina. Nenhum cachorro abocanha a comida. Primeiro ele cheira. Se o nariz não disser ''sim'' ele não come. Faço o mesmo com os livros. Primeiro cheiro. O que procuro? O cheiro do escritor. Se não tem cheiro humano, não como. Nietzsche também cheirava primeiro. Dizia só amar os livros escritos com sangue.
   Ler é um ritual antropofágico. Sabia disso Murilo Mendes quando escreveu: ''No tempo em que eu não era antropófago, isto é, no tempo em que eu não devorava livros – e os livros não são homens, não contém a substância, o próprio sangue do homem?'' A antropofagia não se fazia por razões alimentares. Fazia-se por razões mágicas. Quem come a carne do sacrificado se apropria das virtudes que moravam no seu corpo. Como na eucaristia cristã, que é um ritual antropofágico: ''Esse pão é a minha carne, esse vinho é o meu sangue…'' Cada livro é um sacramento. Cada leitura é um ritual mágico. Quem lê um livro escrito com sangue corre o risco de ficar parecido com o escritor. Já aconteceu comigo…

TEXTO II

(Concurso Milagres/2018) Dada o excerto, classifique a oração em destaque: “Quem come a carne do sacrificado se apropria das virtudes que moravam no seu corpo.
Alternativas
Q1798724 Português
TEXTO I

Ler pouco
Rubem Alves

   Jovem, eu sonhava ter uma grande biblioteca. E fui assim pela vida, comprando os livros que podia. Tive de desenvolver métodos para controlar minha voracidade, porque o dinheiro e o tempo eram poucos. Entrava na livraria, separava todos os livros que desejava comprar e, ao me aproximar do caixa, colocava-os sobre o balcão e me perguntava diante de cada um: ― Tenho necessidade imediata desse livro? Tenho outros, em casa, ainda não lidos? Posso esperar?‖ E assim ia pegando cada um deles e os devolvendo às prateleiras. A despeito desse método de controle cheguei a ter uma biblioteca significativa, mais do que suficiente para as minhas necessidades.
   Notei, à medida que envelhecia uma mudança nas minhas preferências: passei a ter mais prazer na seção dos livros de arte nas livrarias. Os livros de ciência a gente lê uma vez, fica sabendo e não tem necessidade de ler de novo. Com os livros de arte acontece diferente. Cada vez que os abrimos é um encantamento novo! Creio que meu amor pelos livros de arte tem a ver com experiências infantis.
   Talvez que os psicanalistas interpretem esse amor como uma manifestação neurótica de regressão. Não me incomodo. Pois, em oposição à psicanálise que considera a infância como um período de imaturidade que deve ser ultrapassado para que nos tornemos adultos, eu, inspirado por teólogos e poetas, considero a maturidade como uma doença a ser curada. Bem reza a Adélia Prado: ''Meu Deus, me dá cinco anos, me cura de ser grande…''E não pensem que isso é maluquice de poeta. Peter Berger, um sociólogo inteligente e com senso de humor, definiu ''maturidade'', essa qualidade tão valorizada, como '' um estado de mente que se acomodou, ajustou-se ao status quo e abandonou os sonhos selvagens de aventura e realização…'' Menino de cinco anos, eu passava horas vendo um livro da minha mãe, cheio de figuras. Lembro-me: uma delas era um prédio de dez andares com a seguinte explicação: ''Nos Estados Unidos há casas de dez andares.'' E havia a figura de um caçador de jacarés, e de crianças esquimós saudando a chegada do sol.
   O fato é que comecei a mudar os meus gostos e chegou um momento em que, olhando para aquelas estantes cheias de livros, eu me perguntei: ''Já sou velho. Terei tempo de ler todos esses livros? Eu quero ler todos esses livros?'' Não, nem tenho tempo e nem quero. Então, por que guardá-los? Resolvi dar os livros que eu não amava. Compreendi, então, que não se pode falar em amor pelos livros, em geral. Um homem que diz amar todas as mulheres na verdade não ama nenhuma. Nunca se apaixonará. O mesmo vale para os livros. Assim, fui aos meus livros com a pergunta: ''Você me ama?'' (Acha que estou louco? É Roland Barthes que declara que o texto tem de dar provas de que me deseja. Há muitos livros que dão provas de que me odeiam. Outros me ignoram totalmente, nada querem de mim…). ''Vou querer ler você de novo?'' Se as respostas eram negativas o livro era separado para ser dado.
   Essa coisa de ''amor universal aos livros'' fez-me lembrar um texto de Nietzsche sobre o filósofo Tales de Mileto, em que ele recorda que ''a palavra grega que designa o ''sábio'' se prende, etimologicamente, a sapio, eu saboreio, sapiens, o degustador, sisyphos, o homem de gosto mais apurado; um apurado degustar e distinguir, um significativo discernimento, constitui, pois, (…) a arte peculiar do filósofo. (…) A ciência, sem essa seleção, sem esse refinamento de gosto, precipita-se sobre tudo o que é possível saber, na cega avidez de querer conhecer a qualquer preço; enquanto o pensar filosófico está sempre no rastro das coisas dignas de serem sabidas…'' E depois, no Zaratustra, ele comenta com ironia: ''Mastigar e digerir tudo – essa é uma maneira suína.''
   O fato é que muitos estudantes são obrigados a ler à maneira suína, mastigando e engolindo o que não desejam. Depois, é claro, vomitam tudo… Como eu já passei dessa fase, posso me entregar ao prazer de ler os livros à maneira canina. Nenhum cachorro abocanha a comida. Primeiro ele cheira. Se o nariz não disser ''sim'' ele não come. Faço o mesmo com os livros. Primeiro cheiro. O que procuro? O cheiro do escritor. Se não tem cheiro humano, não como. Nietzsche também cheirava primeiro. Dizia só amar os livros escritos com sangue.
   Ler é um ritual antropofágico. Sabia disso Murilo Mendes quando escreveu: ''No tempo em que eu não era antropófago, isto é, no tempo em que eu não devorava livros – e os livros não são homens, não contém a substância, o próprio sangue do homem?'' A antropofagia não se fazia por razões alimentares. Fazia-se por razões mágicas. Quem come a carne do sacrificado se apropria das virtudes que moravam no seu corpo. Como na eucaristia cristã, que é um ritual antropofágico: ''Esse pão é a minha carne, esse vinho é o meu sangue…'' Cada livro é um sacramento. Cada leitura é um ritual mágico. Quem lê um livro escrito com sangue corre o risco de ficar parecido com o escritor. Já aconteceu comigo…

TEXTO II

(Concurso Milagres/2018) “Peter Berger, um sociólogo inteligente e com senso de humor, definiu “maturidade”,  essa qualidade tão valorizada [...]” O fragmento destacado é classificado sintaticamente como um(a):
Alternativas
Q1797924 Português
Leia o texto e responda o que se pede no comando da questão.

Álcool tipo exportação

   Ao adotar nova legislação sobre a mistura do etanol à gasolina, a China anima os produtores brasileiros a vender o biocombustívellá fora. 
   A ambição de emplacar o etanol como base da matriz energética brasileira é antiga e remonta ao primeiro governo de Getúlio Vargas, quando foi criado o já extinto Instituto do Açúcar | e Álcool. Desde então - e lá se vão 86 anos-, os discursos sem- . pre se fizeram acompanhar de uma generosa dose de otimismo, | mas nunca passaram disso. Emjunho de 2008, na esteira de um programa do BNDES de subsídio ao setor, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou que o Brasil se tornaria a Arábia Saudita verde.
   O atual governo também marcou posição no assunto no fim de setembro, quando o presidente Jair Bolsonaro, em uma de suas lives no Facebook, deixou o diretor de biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia, Miguel Ivan Lacerda, bradar que o país tem hoje o “maior programa de descarbonizaçãoede transição energética do mundo”. Assertivo, o presidente corroborou: “O Brasil está preocupado com a questão ambiental e faz a sua parte”. Para além da retórica oficial, o etanol, que nunca passou de um coadjuvante do petróleo, tem finalmente a chance de alcançar um inédito papel entre as exportações do país. E tal ascensão se deverá à China.
  O gigante asiático aprovou recentemente uma legislação que determina que sejam misturados 10% de etanol na gasolina consumida no país, a chamada E10, a partir de 2020, com o intuito de reduzir as quantidades de gases poluentes no ar. Os chineses são os maiores emissores de CO2 do mundo esignatários do Acordo de Paris, firmado em 2015 com o intuito de conter o aquecimento global. “Lá, a lei é para valer, tanto que a China já está se organizando para distribuir o combustível. É aí que nós entramos: os chineses precisarão importar todo esse etanol, diz Gustavo Junqueira, secretário de Agricultura e Abastecimento de São Paulo. 
   Empresários do setor calculam que a decisão da China, dona da maior frota de veículos do planeta, demandará pelo menos15 bilhões de litros de etanol por ano - metade da produção nacional. Diante do novo cenário, as movimentações já são perceptíveis. No Brasil, o grupo São Martinho, o maior produtor mundial de cana, anunciou a construção de uma nova unidade em Goiás. Além disso, planeja produzir álcool a partir do milho nos períodos de entressafra da cana. Haverá, contudo, concorrência para os brasileiros: as multinacionais Bunge, de origem holandesa, e British Petroleum, da Inglaterra, informaram que vão fundir suas subsidiárias dedicadas à fabricação e distribuição de etanol para aumentar seu peso no mercado internacional.
   Há mais fatores que animam o mercado do biocombustível. Um deles é a animosidade comercial entre a China e os Estados Unidos, o maior produtor de etanol do planeta. Outro foi o ataque de drones às principais refinarias sauditas, o que fez o preço do petróleo disparar. Para aproveitar as circunstâncias, um grupo de usineiros brasileiros esteve recentemente na China, no Japão e nos Emirados Árabes - e planeja voar para a Índia, país que, seguindo o exemplo chinês, debate uma lei para implementar a E10 em 2022. “No passado, o álcool era visto como adversário dos combustíveis fósseis, mas isso mudou: |( agora são produtos complementares, aliados importantes para diminuir a poluição”, acredita Evandro Gussi, presidente da União da Indústria de Cana de Açúcar. Depois de passar décadas como alternativa restrita ao mercado brasileiro, o etanol, enfim, ganha fôlego para conquistar o mundo.
Eduardo Gonçalves
Leia o excerto a seguir: “Para além da retórica oficial, o etanol, que nunca passou de um coadjuvante do petróleo, tem finalmente a chance de (...)”.
A classificação da oração “que nunca passou de um coadjuvante do petróleo” está correta em:
Alternativas
Q1792093 Português
O texto a seguir refere-se à questão.

Oi, Chico!

Clarice Lispector

      Oh, Chico Buarque, pois não é que recebi uma carta de uma cidade do Rio Grande do Sul, Santa Maria, a respeito de você e de mim? É o seguinte: a moça me lê num jornal de Porto Alegre. E, muito jovem, diz que sente grande afinidade comigo, que eu escrevo exatamente como ela sente. Mas que sua maior afinidade comigo vem do fato de eu ter escrito sobre você, Chico. Diz: "Eu, como você, tenho uma inclinação enorme por ele. Achava eu que esta inclinação (que é motivo de troça de meus amigos) era um pouco de infantilismo meu, talvez uma regressão à infância, mas lendo seus bilhetes descobri que não, que a razão é justamente conforme suas palavras: ser ele altamente gostável e possuir candura. Você também tem candura, que se percebe ao ler uma só linha sua." Ela, Chico, não entendeu que você não é meu ídolo; eu não tenho ídolos. Você para mim é um rapaz de ouro, cheio de talento e bondade. Inclusive fico simplesmente feliz em ouvir quinhentas vezes em seguida "A banda", e um dia desse dancei com um de meus filhos. Mas é só, meu caro amigo. [...] Olhe, moça simpática, sua carta é um amor, e tenho certeza de que Chico ia gostar de você, é impossível não. Pois se Chico tem candura, e você acha que também tenho, você, minha amiguinha, é mil vezes mais cândida do que nós. Mando-lhe um beijo e tenho certeza de que Chico lhe manda outro beijo ― não, não desmaie. [...]

(Texto publicado originalmente no Jornal do Brasil, de 23/03/1968 e, posteriormente, no livro Todas as crônicas, de 2018.
Adaptado de: https://cronicabrasileira.org.br/cronicas/15396/oichico). Acesso em: 14 ma. 2021.)
Sobre o excerto “Achava eu que esta inclinação (que é motivo de troça de meus amigos) era um pouco de infantilismo meu [...]”, assinale a alternativa correta.
Alternativas
Q1792090 Português
O texto a seguir refere-se à questão.

COMO DEFINIR OBJETIVOS QUANDO NÃO SABEMOS O QUE QUEREMOS

Pilar Jericó - 11 MAI 2021

   Somos estimulados a sonhar, a buscar objetivos e a nos orientar em direção ao que desejamos. Às vezes, o problema é que não sabemos o que queremos. É o que tenho observado em muitas pessoas, até em mim mesma. A dúvida aparece quando terminamos uma etapa, como concluir alguns estudos ou finalizar um trabalho. Também surge quando estamos cansados de uma determinada situação, quando temos de nos reinventar devido às circunstâncias ou quando nos deparamos com um fracasso ou um contratempo. [...] Um pequeno exercício de reflexão pode nos ajudar a recuperar sonhos e a definir objetivos que nos animem. Vejamos algumas dicas práticas.
   Primeiro, não devemos confundir nossos sonhos com fantasias. Um sonho é um projeto que nos anima, como estudar algo novo, comprar um carro ou ter um filho. Pode ser mais ou menos ambicioso, mas nos impulsiona a nos esforçar para conseguir realizá-lo. Já uma fantasia é algo que vive em nossa mente, que gostamos de imaginar, mas que, no fundo, sabemos que nunca vamos dedicar muita energia para alcançá-lo. [...] Dar a volta ao mundo, viver nas ilhas paradisíacas do Pacífico ou se tornar diretor de cinema em Hollywood poderiam ser alguns exemplos. Aprender a diferenciar os sonhos das fantasias nos faz ser honestos conosco mesmos e nos alivia da pressão de conseguir estas últimas, das quais, insistimos, não necessitamos. 
   [...] Quando não sabemos o que queremos ou não temos um sonho claro, podemos fazer várias coisas. Por um lado, podemos recuperar sonhos do passado como forma de inspiração. A adolescência é uma época muito frutífera de ideias. Valeria a pena lembrar do que gostávamos ou o que nos animava. O objetivo não é realizar os sonhos ao pé da letra. Talvez tenham ficado um pouco desatualizados ou, simplesmente, sejam impossíveis de alcançar, como se queríamos ser astronautas e agora temos 40 anos. Os velhos sonhos atuam como faróis, não são cartas de navegação, daí a importância de recuperá-los. Retomando o exemplo anterior do astronauta, obtemos informações sobre nós mesmos. Com esse exercício simples, lembramos que gostávamos de aventuras ou de estudar as estrelas. Dessa forma, podemos nos matricular em um curso de astronomia, comprar um telescópio ou acessar os recursos da NASA para conhecer mais a respeito. E você, o que gostava de fazer quando era mais jovem? O que pode extrair daquilo? 
   Outra forma de nos orientarmos é pensar naquilo que não queremos. Talvez este exercício não seja tão atraente quanto imaginar a si mesmo no futuro, mas é um passo válido. O que eu quero parar de fazer? Pode ser no âmbito pessoal ou profissional, como evitar me irritar por alguma coisa, não continuar neste trabalho ou manter uma amizade.
   Quando estamos em uma dúvida profunda sobre o que fazer ou quais são nossos sonhos, temos outra opção: refletir sobre com quem gostaríamos de parecer, mesmo que seja um personagem de ficção. Mais uma vez, isso funciona como farol, mas volta a nos dar pistas sobre nós mesmos. Com este exercício, podemos tirar conclusões que nos ajudem a aterrissar na realidade e a definir objetivos concretos. 

Adaptado de: https://brasil.elpais.com/estilo/2021-05-11/
comodefinir-objetivos-quando-nao-sabemos-o-que-queremos.html.
Acesso em: 14 mai. 2021.
Sobre a utilização da vírgula nos seguintes excertos, assinale a alternativa correta.
Alternativas
Q1790676 Português
Feita a leitura dos fragmentos textuais (I) e (II) abaixo expostos, extraídos da reportagem “CORTAR, CORTAR E CORTAR (Veja, 18/09/19), responda à questão, respectivamente. 

Fragmento I

“O descalabro das contas públicas, devido a uma máquina inchada e cara, que falha em entregar serviços adequados para a população em áreas cruciais, exige que o país faça com urgência uma reforma administrativa. E um dos caminhos é reduzir drasticamente os gastos com pessoal, que consomem mais de 13% do PIB anualmente e custará cerca de 325 bilhões de reais neste ano. Torna-se urgente modificar as regras do funcionalismo, a fim de impedir que o colapso fiscal mantenha a escalada de crescimento.
Essa pauta incontornável está na mira do congresso. O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), já diagnosticou que, sem a mudança das regras para o funcionalismo, de nada adiantará se empenhar numa reforma que mexe nos tributos. Sem diminuir o tamanho do Estado, acredita Maia, não se reduz a carga tributária. No momento, a equipe econômica trabalha nos bastidores em uma proposta [...]”

Fragmento II

“Para chegar a um modelo eficaz, o Executivo estuda sistemas adotados em países desenvolvidos, como o da Holanda, onde o servidor pode ser demitido em caso de performance abaixo do esperado, ou o da Inglaterra, país que pune afastamentos médicos frequentes. Além de experiências estrangeiras, o governo avalia estudos do setor privado e de organizações civis que têm se mobilizado para combater os gastos, que crescem acima da inflação, e a escalada de contratações”.
Analise as estruturas em destaque em (1) e (2) abaixo, e responda ao que se pede:
1. “.... sistemas como o da Holanda, onde o servidor pode ser demitido em caso de performance abaixo do esperado,...2. “....ou o da Inglaterra, país que pune afastamentos médicos frequentes.
Assinale a alternativa que apresenta, na sequência, a classificação CORRETA.
Alternativas
Q1790670 Português
No fragmento textual abaixo transcrito, como se classifica a oração subordinada em destaque?
“Chamo de hipertecnologias a inteligência artificial, a robótica e a biotecnologia. Estima-se que, em um futuro próximo, essas três modalidades de tecnologia convergirão e, com isso, haverá um grande salto tecnológico, algo jamais visto na história. [...]”
Fonte: (Revista Filosofia – Ano III, no 150 – (www.portalespaçodosaber.com.br).
Alternativas
Q1788521 Português
Feita a leitura dos fragmentos textuais (I) e (II) abaixo expostos, extraídos da reportagem “CORTAR, CORTAR E CORTAR (Veja, 18/09/19), responda à questão.

Fragmento I

“O descalabro das contas públicas, devido a uma máquina inchada e cara, que falha em entregar serviços adequados para a população em áreas cruciais, exige que o país faça com urgência uma reforma administrativa. E um dos caminhos é reduzir drasticamente os gastos com pessoal, que consomem mais de 13% do PIB anualmente e custará cerca de 325 bilhões de reais neste ano. Torna-se urgente modificar as regras do funcionalismo, a fim de impedir que o colapso fiscal mantenha a escalada de crescimento.
Essa pauta incontornável está na mira do congresso. O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), já diagnosticou que, sem a mudança das regras para o funcionalismo, de nada adiantará se empenhar numa reforma que mexe nos tributos. Sem diminuir o tamanho do Estado, acredita Maia, não se reduz a carga tributária. No momento, a equipe econômica trabalha nos bastidores em uma proposta [...]” 

Fragmento II

“Para chegar a um modelo eficaz, o Executivo estuda sistemas adotados em países desenvolvidos, como o da Holanda, onde o servidor pode ser demitido em caso de performance abaixo do esperado, ou o da Inglaterra, país que pune afastamentos médicos frequentes. Além de experiências estrangeiras, o governo avalia estudos do setor privado e de organizações civis que têm se mobilizado para combater os gastos, que crescem acima da inflação, e a escalada de contratações”.

Analise as estruturas em destaque em (1) e (2) abaixo, e responda ao que se pede:
1. “.... sistemas como o da Holanda, onde o servidor pode ser demitido em caso de performance abaixo do esperado,...” 2. “....ou o da Inglaterra, país que pune afastamentos médicos frequentes.”
Assinale a alternativa que apresenta, na sequência, a classificação CORRETA. 
Alternativas
Q1788515 Português
No fragmento textual abaixo transcrito, como se classifica a oração subordinada em destaque?
“Chamo de hipertecnologias a inteligência artificial, a robótica e a biotecnologia. Estima-se que, em um futuro próximo, essas três modalidades de tecnologia convergirão e, com isso, haverá um grande salto tecnológico, algo jamais visto na história. [...]” Fonte: (Revista Filosofia – Ano III, no 150 – (www.portalespaçodosaber.com.br).
Alternativas
Q1788397 Português

Após a leitura do texto 2 a seguir, responda à questão.


Texto 2


'ANJO BOM DABAHIA' 


Nascida em Salvador, Irmã Dulce, que ficou conhecida como "anjo bom da Bahia", teve uma trajetória de fé e obstinação na qual enfrentou as rígidas regras de enclausuramento da igreja para prestar assistência a comunidades pobres da cidade, trabalho que realizou até a morte.
Ela ingressou na vida religiosa como noviça na Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição, em São Cristóvão (SE).

Em Salvador, passou a se dedicar a ações sociais. Em 1959, ocupou um galinheiro ao lado do Convento Santo Antônio e improvisou uma enfermaria para cuidar de doentes. Foi o embrião das Obras Sociais Irmã Dulce, que atualmente atende uma média de 3,5 milhões de pessoas por ano.
Fonte: https://br.noticias.yahoo.com/

Com relação à estruturação das sentenças, atribua (V) para as assertivas verdadeiras ou (F) para as assertivas falsas:
( ) A oração “que ficou conhecida como 'anjo bom da Bahia” pode ser suprimida do texto, sem prejuízo para o sentido da oração principal à qual está subordinada. ( ) O período: “Em 1959, ocupou um galinheiro ao lado do Convento Santo Antônio e improvisou uma enfermaria para cuidar de doentes” é constituído por duas orações coordenadas, separadas pela conjunção aditiva “e”, e uma oração subordinada adverbial final, introduzida pela conjunção “para”. ( ) No período: “Foi o embrião das Obras Sociais Irmã Dulce, que atualmente atende uma média de 3,5 milhões de pessoas por ano.”, a oração introduzida pelo pronome relativo é classificada como subordinada adjetiva explicativa.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA de preenchimento dos parênteses.
Alternativas
Q1786840 Português

"Tudo em ’Torto arado’ é presente no mundo rural do Brasil. Há pessoas em condições análogas à escravidão"


     Quando Bibiana e Belonísia nasceram, tinham outros nomes. O baiano Itamar Vieira Junior tinha 16 anos quando começou a escrever Torto arado (Todavia), que ganhou nesta quinta-feira o Prêmio Jabuti de melhor romance, e suas protagonistas tinham outras identidades. A essência da narrativa, no entanto, permaneceu inalterada: a história de duas irmãs, contada a partir de sua relação com o pai e com a terra onde viviam. O título, retirado do poema Marília de Dirceu, de Tomás Antônio Gonzaga, tampouco mudou. O que veio depois foi a vontade de levar a história para o sertão da Chapada Diamantina, longe da capital ou do Recôncavo Baiano, onde a maioria dos seus conterrâneos ambientam suas narrativas. "A gente fala do sertão, do semiárido, parece que se trata de uma coisa só, mas o sertão da Chapada tem uma regularidade de chuva, uma diversidade de paisagem, de mato, que salta aos olhos", conta Vieira Junior, hoje com 41 anos, ao EL PAÍS, por telefone.

    

    Profundamente influenciado pelas leituras de Graciliano Ramos, Jorge Amado e Rachel de Queiroz, ele escreveu as primeiras 80 páginas da obra, mas o manuscrito se perdeu durante uma mudança da família. Vieira Junior só retomaria a história vinte anos depois, quando, formado geógrafo e funcionário público do INCRA, conheceu as realidades de indígenas, quilombolas, ribeirinhos e assentados no sertão baiano e maranhense. "Ao longo de 15 anos, aprendi muito sobre a vida no campo e vi um Brasil muito diverso do que vivemos cotidianamente nas cidades. Existe uma vida muito pulsante no campo, uma vida que está em risco, porque essas pessoas vivem em constante conflito na defesa de seus territórios. Tudo isso reacendeu a chama de escrever Torto arado", conta o escritor, que lembra que o Brasil é um dos países com maiores índices de violência no campo. No ano passado, foram registrados 1.883 conflitos, incluindo 32 assassinatos, de acordo com o levantamento anual realizado pela Comissão Pastoral da Terra (CPT).

    

    Em 2017, quando escrevia a segunda - e definitiva - versão do romance, nove trabalhadores rurais com os quais Vieira Junior teve contato foram assassinados, seis deles em uma chacina. "Foi um ano brutal", lembra. São as vidas e lutas dessa gente que estão contadas em sua obra, que acompanha a família das irmãs Bibiana e Belonísia no cotidiano de Água Negra, uma fazenda onde os trabalhadores aram a terra sem receber salário, tendo apenas o direito de construir casebres de barro que precisam ser reconstruídos a cada chuva, pois o fazendeiro não autoriza construções de alvenaria. Quando não estão plantando e colhendo nas terras do patrão, cultivam roças nos próprios quintais para comer e ganhar um pouco dinheiro vendendo abóbora, feijão e batata na feira. São quase todos negros, descendentes de escravizados libertos havia poucas décadas, como é o próprio autor. Descendente de negros escravizados vindos de Serra Leoa e da Nigéria e de indígenas Tupinambás, Vieira Junior construiu um sertão real, que tem vida e verde, graças, em parte, às histórias dos avós paternos, que viveram no campo, na região de Coqueiros do Paraguaçu, no Recôncavo Baiano.

    

    O torto arado que dá nome ao livro é um objeto que, usado pelos antepassados das protagonistas na lida com a terra, atravessa o tempo para representar essa herança escravocrata de tantas desigualdades. Narrado primeiramente por Bibiana, depois por Belonísia e, na terceira parte, por outra personagem, o romance já começa com o clímax de um acidente: crianças, as duas irmãs ? filhas de Zeca Chapéu Grande, um líder comunitário e espiritual encontram uma faca da avó Donana. A partir daí, a linguagem, central na narrativa desde a prosa melodiosa com que o autor escreve, torna-se ainda mais importante. O não dito é tão importante quanto o que está impresso no papel. Uma irmã torna-se a voz da outra, e, como estão descritos os gestos, mas não as palavras das personagens, o leitor não sabe quem foi mutilada até chegar a um terço do romance. 


(FONTE: El País. Texto de Joana Oliveira. Disponível em https://brasil.elpais.com/cultura/2020-12- 02/tudo-em-torto-arado-ainda-e-presente-no-mundo-rural-brasileiro-ha-pessoas-em-condicoes-analogas-a-escravidao.html)

No trecho "O torto arado que dá nome ao livro é um objeto que, usado pelos antepassados das protagonistas na lida com a terra, atravessa o tempo para representar essa herança escravocrata de tantas desigualdades.", os termos destacados exercem, respectivamente, a função sintática de:
Alternativas
Q1786472 Português
Após a leitura do texto 2 a seguir, responda à questão.

Texto 2

'ANJO BOM DA BAHIA'

Nascida em Salvador, Irmã Dulce, que ficou conhecida como "anjo bom da Bahia", teve uma trajetória de fé e obstinação na qual enfrentou as rígidas regras de enclausuramento da igreja para prestar assistência a comunidades pobres da cidade, trabalho que realizou até a morte.
Ela ingressou na vida religiosa como noviça na Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição, em São Cristóvão (SE).

Em Salvador, passou a se dedicar a ações sociais. Em 1959, ocupou um galinheiro ao lado do Convento Santo Antônio e improvisou uma enfermaria para cuidar de doentes. Foi o embrião das Obras Sociais Irmã Dulce, que atualmente atende uma média de 3,5 milhões de pessoas por ano.
Fonte: https://br.noticias.yahoo.com/ 

Com relação à estruturação das sentenças, atribua (V) para as assertivas verdadeiras ou (F) para as assertivas falsas:


( ) A oração “que ficou conhecida como 'anjo bom da Bahia” pode ser suprimida do texto, sem prejuízo para o sentido da oração principal à qual está subordinada.

( ) O período: “Em 1959, ocupou um galinheiro ao lado do Convento Santo Antônio e improvisou uma enfermaria para cuidar de doentes” é constituído por duas orações coordenadas, separadas pela conjunção aditiva “e”, e uma oração subordinada adverbial final, introduzida pela conjunção “para”.

( ) No período: “Foi o embrião das Obras Sociais Irmã Dulce, que atualmente atende uma média de 3,5 milhões de pessoas por ano.”, a oração introduzida pelo pronome relativo é classificada como subordinada adjetiva explicativa.


Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA de preenchimento dos parênteses.

Alternativas
Q1785781 Português

Considere os termos grifados na afirmativa a seguir.


“Um novo estudo mostrou que Fobos segue em sua órbita através de um fluxo de partículas carregadas, que saíram do Planeta Vermelho”.


Sintaticamente, o termo “que” introduz, respectivamente, uma oração subordinada e uma oração subordinada

Alternativas
Q1785591 Português

A SUA SUPERDESENVOLVIDA HABILIDADE DE LER MENTES

Renato Caruso Vieira

   Você é encarregado de conduzir uma reunião com quatro diretores de filiais da sua empresa: a Srª A., o Sr. B., a Srª C. e o Sr. D. Dirigindo-se à sala de reuniões, você é saída, ainda no corredor, por um de seus assessores, com quem trava o seguinte diálogo:

   Você: — Todos os diretores chegaram?

   Assessor: — Alguns chegaram.

  Adentrando a sala, você avista, já acomodados e preparados, a Srª A., o Sr. B., a Srª C. e o Sr. D. Confuso, você interpela discretamente o assessor:

  — Por que você disse alguns que dos diretores anteriores chegado se todos eles já chegaram?

 — Tudo o que eu disse foi que alguns dos diretores chegados chegados. A Srª A. e o Sr. B são alguns dos diretores e eles chegaram. Portanto, eu falei a verdade.

   Apesar de reconhecer uma consistência lógica irretocável da justificativa, você dificilmente absolveria seu assessor da culpa de ter feito mau uso da linguagem. [...]

  A correta interpretação de uma sentença proferida por um falante depende da habilidade de reconhecimento das intenções que ele pretendeu comunicar com aquela escolha de palavras. E a escolha de palavras do falante depende da avaliação que ele faz da habilidade do ouvinte de reconhecer as intenções comunicadas por ele. Assim, a culpa pelo mau uso da linguagem que atribuímos ao assessor, na narração ilustrativa que introduziu este texto, adveio de sua incapacidade de reconhecer a indução à inferência de “somente alguns [diretores chegaram], mas não todos” provocada pela escolha de palavras que fez naquele contexto particular.

   [...] Podemos identificar as interações conversacionais como constantes exercícios de metarrepresentação (representação mental da representação mental do outro) sustentados pela superdesenvolvida habilidade humana de “leitura de mentes” [...].
   A “leitura de mentes”, que conceitualmente se confunde com a capacidade de reconhecimento das intenções alheias, é uma adaptação humana com participação em todas as grandes conquistas evolutivas da nossa espécie em termos de cognição social. Não se observa no reino animal capacidade comparável à humana de comunicação, de cooperação, de compartilhamento de informações, de negociação. [...]


Adaptado de: <http://www.roseta.org.br/pt/2020/03/16/a-suasuperdesenvolvida-habilidade-de-ler-mentes/>. Acesso em 13 jul.2020.

Assinale a alternativa em que a oração destacada NÃO é uma oração adjetiva restritiva, isto é, NÃO restringe o significado de um elemento anterior.
Alternativas
Q1782640 Português
O Brasil nacionalista


NARLOCH, Leandro. Guia politicamente incorreto da história do Brasil. Rio de Janeiro: Leya, 2011, p. 150-152
Este extrato “O futebol era um estrangeirismo que muitos intelectuais reprovavam” (l. 13) compõe-se de:
Alternativas
Respostas
481: C
482: B
483: C
484: C
485: A
486: A
487: B
488: A
489: C
490: D
491: D
492: C
493: D
494: C
495: A
496: A
497: A
498: C
499: E
500: A