Questões de Concurso Sobre ortografia em português

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Q2349750 Português
Observe a frase a seguir: “Você pronuncia essas palavras de forma tão diferente por quê?”

Nessa frase, o vocábulo “que” recebe acento gráfico porque
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Q2349030 Português
Na varanda 


   Já faz parte do anedotário lírico brasileiro aquele episódio (autêntico) de Murilo Mendes caminhando por uma rua, nem sei mais se de Minas ou do Rio. De repente vê uma moça debruçada na janela. Há tanto que não presenciava cena semelhante, comum no interior e em tempos idos, mas praticamente extinta na vida urbana, que, invocado e cheio de entusiasmo, ajoelhou-se e começou a exclamar aos berros, gesticulando com excitação:

   – Mulher na janela, que beleza! Mulher na janela, meus parabéns!

  A moça deve ter fugido assustada, provavelmente sem entender o que aquele homem alto e ossudo saudava com tamanha efusão. Como explicar-lhe que, com certeiro instinto, Murilo identificara e estava fixando para sempre, da maneira espontânea e exuberante que lhe era própria, um flagrante poético perfeito, o milagre que ela própria, sem perceber, corporizava? Moça que, em plena cidade e infensa à agitação a seu redor, dispunha ainda de lazer e prazer para pôr-se à janela e contemplar a rua, os transeuntes, a tarde, as nuvens. Mulher na janela...

  Pois a mim também, há pouco, me foi concedido o privilégio de captar um momento desses, tão impregnados de passado que dir-se-iam irreais nos dias de hoje – coisa de outra civilização. Eram quase duas horas de uma quarta-feira e buscávamos, meu amigo e eu, um lugar tranquilo para almoçar. Apesar do mau tempo, ou por causa dele, todos os restaurantes do Leblon, com mesinhas na calçada, estavam repletos. Numa esquina de Ipanema encontramos um, semivazio, onde se costuma comer uma boa massa, e para lá nos dirigimos às carreiras, impulsionados pela fome e pela chuva. De repente, estacamos diante de um sobradinho, desses que vão se tornando raridade no Rio. Não fizemos o menor comentário, mas ali permanecemos alguns minutos, imóveis, perplexos, enquanto a água ia caindo. A casa estava rodeada por um mínimo jardim e tinha à frente um alpendre também pequenino, protegido da chuva. Nele, um casal de velhinhos conversava. 

  – Velhinhos na varanda! – gritei dentro de mim mesma, deslumbrada. – Que coisa mais linda, velhinhos na varanda! Os dois nem repararam em nossa presença curiosa, ou, se o fizeram, acharam-na corriqueira. Talvez estivessem acostumados a despertar a atenção dos que passavam, pois, ao vê-los, tive imediatamente a certeza de que sentar-se na varanda à hora da sesta era um ritual que ambos executavam regularmente. As cadeiras eram de vime, colocadas uma ao lado da outra; não havia mesa entre elas, só vasos com plantas e flores pelos cantos. Junto à porta aberta, um capacho. Os dois se olhavam, falavam sem pressa, quase sem gestos, e sorriam de leve. Tudo muito devagar, como se nada urgisse, e aquele colóquio, diante da chuva, tivesse a importância natural das coisas mais simples.

  Velhinhos na varanda.... Nem eram assim tão velhos – meu amigo e eu comentamos depois. O diminutivo surgia instintivamente, como demonstração de ternura, e me lembrei do que outro poeta, o Bandeira, explicava a respeito do Aleijadinho, cujo apelido refletia apenas a solidariedade e o carinho que a doença daquele mulato robusto e de boa altura despertava no povo da Vila Rica. Velhos na varanda – não, isso não expressa o que vimos. Eram um velhinho e uma velhinha, numa varanda de Ipanema (ou seria em Mariana?), conversando tranquilamente depois do almoço. Como não confiar na vida, depois desse flash apenas entrevisto, mas tão bonito, tão comovedor, que imediatamente se cristalizou em nós? Em janeiro de 1980, quando a cidade se desequilibra entre a inflação e a violência, quando o mundo assiste, aflito e impotente, aos desvarios que ameaçam dilacerá-lo, quando...

  Um casal de velhinhos se senta na varanda, num começo de tarde chuvosa, e conversa. Sobre quê? Sobre tudo, sobre nada – não interessa. Estão sentados e conversam. Ela nem sequer faz algum trabalho manual, uma blusinha de crochê para a neta, um paninho para colocar debaixo da fruteira da sala; ele não tem nenhum jornal ou livro no colo. Estão ali exclusivamente para conversar um com o outro. Olham a rua distraidamente. O fundamental são eles mesmos, conversando (pouco), sentados nas cadeiras de vime, num dia de semana como qualquer outro.

   É, nem tudo está perdido, pelo contrário, se ainda resta gente que pode e quer cultivar essas delicadas flores do espírito, comentando isso e aquilo, o namoro da empregada, a nova receita de bolo, o último capítulo da novela, o preço da alcatra – esquecida de tudo que é triste e feio e ruim, de tudo que não cabe naquele alpendre úmido. Velhinhos na varanda...

   Enquanto almoçamos, fico imaginando que não há de faltar muito para cumprirem as bodas de ouro; que os filhos se casaram; que devem reunir-se todos no sobrado, para o ajantarado de domingo, gente madura, jovens, meninos, bebês e babás, em torno dos dois velhinhos. Talvez tenham perdido uma filha ainda adolescente, vítima de alguma doença estranha que os médicos não souberam diagnosticar. Talvez tenham feito uma longa viagem à Europa depois que ele se aposentou, ou passado uma temporada nos Estados Unidos quando o caçula esteve completando o PhD. Talvez nada disso. Fico imaginando, mas nenhuma dessas histórias me seduz. Gostei mesmo é do que vi: o casal de velhinhos conversando na varanda.

  Comemos quase em silêncio, meu amigo e eu, sem reparar se a massa estava gostosa. À saída passamos diante do sobradinho, em cujo alpendre não havia mais ninguém.


(Coleção Melhores Crônicas: Maria Julieta Drummond de Andrade. Seleção e prefácio de Marcos Pasche. Global, 2012, pp.187-190. Publicada no livroUm buquê de alcachofras, 1980.)
Sabe-se que, para dispor de escrita e pronúncia adequadas, é indispensável ter ciência quanto às regras de acentuação. Considere, portanto, o trecho: “Sobre quê? Sobre tudo, sobre nada – não interessa.” (8º§). É correto afirmar que, nesse caso, o termo “quê” levou acento circunflexo porque veio:
Alternativas
Q2348837 Português
Assinale a opção em que há uma afirmativa incorreta sobre o emprego de acentos gráficos.
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Q2348580 Português
Considerando-se o vocabulário e a correta aplicação das palavras e expressões sublinhadas em relação ao contexto da frase, marcar C para as afirmativas Certas, E para as Erradas e, após, assinalar a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: 


( ) Ele não sabia o que estava fazendo ali, e eu tampouco.
( ) É preciso modificar as regras desse jogo para que seja justo.
( ) A nível de instituição, aquela universidade pública é exemplar.
Alternativas
Q2348578 Português
Assinalar a alternativa em que a palavra sublinhada está escrita de forma CORRETA:
Alternativas
Q2348520 Português
Assinale a alternativa em que a palavra, no texto, tenha sido acentuada seguindo regra distinta da das demais.
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Q2348382 Português
Em relação à ortografia, assinalar a alternativa CORRETA:
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Q2348154 Português
Julgue o item subsequente. 

Os casos a seguir exigem a utilização de hífen: ligação de pronomes átonos a verbos (ex.: deu-lhe, cansou-se, contaram-me); união de elementos em palavras compostas (ex.: beija-flor, bem-vindo, recém-nascido); translineação (situação em que a palavra é dividida por não caber em um determinado espaço, tendo sua continuação na próxima linha).
Alternativas
Q2348152 Português
Julgue o item subsequente. 

Escrevem-se com iniciais maiúsculas: nomes de pessoas, empresas e instituições, regiões, períodos, episódios e momentos históricos, festas e datas religiosas, estabelecimentos públicos ou particulares, eventos esportivos e culturais, símbolos nacionais, planos e programas de governo e nomes dos corpos celestes. 

Alternativas
Q2348140 Português
Julgue o item subsequente. 

De acordo com o novo Acordo Ortográfico, não são mais acentuadas as palavras paroxítonas com ditongos abertos “ei” e “oi” (ex.: ideia, plateia, paranoia, boia) nem as paroxítonas finalizadas em oo(s) (ex.: abençoo, perdoo, magoo, voo).
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Q2347919 Português

Darwin já via emoções ligadas à neurologia e à fisiologia 








(Luciano Magalhães Melo. https://www1.folha.uol.com.br/colunas/luciano-melo/2023/12/darwin-javia-emocoes-ligadas-a-neurologia-e-a-fisiologia.shtml. 4.dez.2023, com adaptações.)

Assinale a alternativa em que a palavra indicada tenha sido acentuada seguindo regra distinta da das demais.
Alternativas
Q2347842 Português
Julgue o item que se segue.

O novo Acordo Ortográfico eliminou o acento agudo de determinadas palavras, como é o caso das paroxítonas com ditongos abertos “ei” e “oi” (ex.: Coreia, europeia, asteroide, joia) e das vogais tônicas “i” ou “u”, nas paroxítonas, quando vêm depois de ditongos (ex.: feiura e bocaiuva).
Alternativas
Q2347839 Português

Julgue o item que se segue.


A letra maiúscula inicial é usada: nos topónimos/topônimos, reais ou fictícios (ex.: Rio de Janeiro e Atlântida); nos antropónimos/antropônimos, reais ou fictícios (ex.: Machado de Assis e Cinderela); nos usos de “Fulano”, “Sicrano” e “Beltrano”; nos pontos cardeais (ex.: Norte e Sul); nas estações do ano (ex.: Primavera e Inverno).

Alternativas
Q2347831 Português
Julgue o item que se segue.

Conforme o novo Acordo Ortográfico, nos casos em que um prefixo ou falso prefixo termina em vogal e o segundo elemento é iniciado por “r” ou “s”, essas consoantes devem ser duplicadas, de maneira que o hífen não é utilizado. Assim, as palavras “contrarregra”, “biorritmo”, “psicossocial” e “semissólido” estão escritas de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa. 

Alternativas
Q2347727 Português
Julgue o item subsequente. 

Segundo o novo Acordo Ortográfico, o trema não deve mais ser utilizado na língua portuguesa. Dessa forma, todas as palavras passam a ser escritas obrigatoriamente sem esse sinal diacrítico (ex.: “liqüidificador” se torna “liquidificador”), o que vale tanto para substantivos comuns quanto para nomes próprios provenientes de língua estrangeira (ex.: Bündchen se torna Bundchen)
Alternativas
Q2347718 Português
Julgue o item subsequente. 

É adequado grafar com iniciais minúsculas: formas de tratamento, títulos honoríficos, títulos pessoais e cargos, unidades político-administrativas, pontos cardeais (quando indicam direção ou lugar), doutrinas, correntes e escolas de pensamento, documentos públicos (menos quando possuem nome próprio ou vêm acompanhado do respectivo número) etc. 
Alternativas
Q2347708 Português
Julgue o item subsequente. 

São acentuadas com acento circunflexo (^) as palavras oxítonas terminadas nas vogais tônicas fechadas que se grafam -e ou -o, seguidas ou não de -s; enquanto as palavras oxítonas terminadas nas vogais tônicas abertas grafadas -a, -e ou -o, seguidas ou não de -s, recebem o acento agudo (´).

Alternativas
Q2347238 Português
Assinalar a alternativa que apresenta uma palavra proparoxítona: 
Alternativas
Q2347236 Português
Assinalar a alternativa que preenche as lacunas abaixo CORRETAMENTE:

Meu pai pediu que eu fosse até o ___________ comprar _____________.
Alternativas
Respostas
2501: B
2502: C
2503: E
2504: B
2505: A
2506: C
2507: A
2508: A
2509: C
2510: C
2511: C
2512: C
2513: C
2514: E
2515: C
2516: E
2517: C
2518: C
2519: C
2520: C