Questões de Português - Parênteses para Concurso

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Q1641292 Português

Leia o texto a seguir, para responder às questão.


O direito à tristeza


Contardo Calligaris


    As crianças têm dois deveres. Um, salutar, é o dever de crescer e parar de ser crianças. O outro, mais complicado, é o de ser felizes, ou melhor, de encenar a felicidade para os adultos. Esses dois deveres são um pouco contraditórios, pois, crescendo e saindo da infância, a gente descobre, por exemplo, que os picolés não são de graça. Portanto, torna-se mais difícil saltitar sorrindo pelos parques à espera de que a máquina fotográfica do papai imortalize o momento. Em suma, se obedeço ao dever de crescer, desobedeço ao dever de ser feliz. A descoberta dessa contradição pode levar uma criança a desistir de crescer. E pode fazer a tristeza (às vezes o desespero) de outra criança, incomodada pela tarefa de ser, para a família inteira, a representante da felicidade que os adultos perderam (por serem adultos, porque a vida é dura, porque doem as costas, porque o casamento é tenso, porque não sabemos direito o que desejamos).

    A ideia da infância como um tempo específico, bem distinto da vida adulta, sem as atrapalhações dos desejos sexuais, sem os apertos da necessidade de ganhar a vida, é recente. Tem pouco mais de 200 anos. Idealizar a infância como tempo feliz é uma peça central do sentimento e da ideologia da modernidade. É crucial lembrar-se disso na hora em que somos convidados a espreitar índices e sinais de depressão nas nossas crianças.

    O convite é irresistível, pois a criança deprimida contraria nossa vontade de vê-la feliz. Um menino ou uma menina tristes nos privam de um espetáculo ao qual achamos que temos direito: o espetáculo da felicidade à qual aspiramos, da qual somos frustrados e que sobra para as crianças como uma tarefa. “Meu filho, minha filha, seja feliz por mim.” É só escutar os adultos falando de suas crianças tristes para constatar que a vida da criança é sistematicamente desconhecida por aqueles que parecem se preocupar com a felicidade do rebento. “Como pode, com tudo que fazemos e fizemos por ela?” ou “Como pode, ele que não tem preocupação nenhuma, ele que é criança?”. A criança triste é uma espécie de desertor: abandonou seu lugar na peça da vida dos adultos, tirou sua fantasia de palhaço.

    Conselho aos adultos (pais, terapeutas etc.): quando uma criança parece estar deprimida, o mais urgente não é reconhecer os “sinais” de uma doença e inventar jeitos de lhe devolver uma caricatura de sorriso. O mais urgente, para seu bem, é reconhecer que uma criança tem o DIREITO de estar triste, porque ela não é apenas um boneco cuja euforia deve nos consolar das perdas e danos de nossa existência; ela tem vida própria. 

    Mais uma observação para evitar a precipitação. Aparentemente, nas últimas décadas, a depressão se tornou uma doença muito comum. Será que somos mais tristes que nossos pais e antepassados próximos? Acredito que não. As más línguas dizem que a depressão foi promovida como doença pelas indústrias farmacêuticas, quando encontraram um remédio que podiam comercializar para “curá-la”. Mas isso seria o de menos. É mais importante notar que a depressão se tornou uma doença tão relevante (pelo número de doentes e pela gravidade do sofrimento), porque ela é um pecado contra o espírito do tempo. Quem se deprime não pega peixes e ainda menos sobe no bonde andando.

    Será que vamos conseguir transformar também a tristeza infantil num pecado? Claro que sim. Aliás, amanhã, quando seu filho voltar da escola, além de verificar se ele não está com frieiras, veja também se ele não pegou uma deprê. E, se for o caso, dê um castigo, pois, afinal, como é que ele ousa fazer cara feia quando acabamos de lhe comprar um gameboy? Ora! E, se o castigo não bastar, pílulas e terapia nele. Qualquer coisa para evitar de admitir que a infância não é nenhum paraíso.

Disponível em: <https://laboratoriodesensibilidades.wordpress.com/2012/08/08/o-direito-a-tristeza-contardo-calligari-2/> Acesso em: 20 nov. 2018.



No que se refere ao emprego da pontuação, considere as afirmativas a seguir:


I. No 1° parágrafo, em “Esses dois deveres são um pouco contraditórios, pois, crescendo...”, as vírgulas foram empregadas para isolar conjunção conclusiva.

II. No 1° parágrafo, em “E pode fazer a tristeza (às vezes o desespero) de outra criança...”, os parênteses foram utilizados para acrescentar informação acessória.

III. No 3° parágrafo, em ”Meu filho, minha filha, seja feliz por mim.“, as vírgulas foram utilizadas para indicar vocativo.

IV. No 4° parágrafo, em “... quando uma criança parece estar deprimida, o mais urgente...”, a vírgula foi empregada para sinalizar deslocamento de oração adverbial.

V. No 5° parágrafo, as aspas empregadas em “curá-la” foram utilizadas para demarcar citação do discurso alheio.


Estão corretas apenas as afirmativas

Alternativas
Q1639848 Português
Atenção: A questão baseia-se no texto apresentado abaixo.

    Com as agravantes do desmatamento e do aquecimento global, a seca na Amazônia ganha alguns contornos de novidade que se dissipam no longo curso da história da região. De acordo com o meteorologista Pedro Dias, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a atual redução das chuvas se encaixa no padrão de ciclos observado na Amazônia no último século. É o que os técnicos chamam de “variabilidade decadal do Oceano Pacífico”, que impacta o Atlântico.
    Os regimes de chuvas ao norte e ao sul do Rio Amazonas se têm alternado, em ciclos de três décadas, ao longo de 120 anos. Nos anos 40, 50 e 60 choveu menos na Amazônia. Nas três décadas seguintes, as chuvas aumentaram. Agora, no início do século XXI, a região pode estar começando um novo ciclo de 10% a 15% a menos de chuva, assim como aconteceu no início do século XX. “Nos últimos 100 a 120 anos, os ciclos têm sido bastante regulares”, diz.
    Coincidentemente, as variações possivelmente causadas pelo efeito estufa também são da ordem de 10% a 15%. “Há um consenso de que o aumento do efeito estufa já tem uma magnitude comparável à da variação natural”, registra Pedro Dias. Assim, o que poderia acontecer, falando grosseiramente, é que a variação causada por esse efeito venha se somar à variação natural, duplicando o impacto sobre o ambiente. O meteorologista salienta, em qualquer caso, que se trata de variações médias ao longo de três décadas, e não de ano a ano, quando o comportamento pode ser bem diferente.
    Numa escala ainda maior de tempo, a atual seca se torna mais relativa. Entre 5 mil e 3 mil anos atrás, onde hoje existe floresta, havia grandes extensões de savana, característica de regiões com longos períodos de seca. Também há registros de grandes variações nas chuvas e de períodos em que os rios baixaram, causando mudanças significativas na fauna e na flora, lembra Virgílio Viana, Secretário do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas.
    “Esta é a maior seca com internet e cobertura em tempo real”, ironiza Elpídio Gomes Filho, Superintendente da Administração das Hidrovias da Amazônia Ocidental (Ahimoc). Adaptados a grandes variações de profundidade dos rios entre os períodos de chuva e de estiagem, os portos da Amazônia têm um sistema de braços flutuantes – inventado pelos ingleses – que sobem e descem, acompanhando a superfície da água.
    “Os rios sobem 14 metros durante 6 meses e descem 14 metros durante 6 meses, de forma previsível, milenar e regularmente”, assegura Elpídio.

(Adaptado de Lourival Sant’Anna, O Estado de S. Paulo, 16 de outubro de 2005, A 13).
Considere as frases do texto:
I. ... “variabilidade decadal do Oceano Pacífico”, que impacta o Atlântico.
... “variabilidade decadal do Oceano Pacífico” que impacta o Atlântico.
II. Nos anos 40, 50 e 60 choveu menos na Amazônia. Nas três décadas seguintes, as chuvas aumentaram. Nos anos 40, 50 e 60 choveu menos na Amazônia; nas três décadas seguintes, as chuvas aumentaram.
III. .... têm um sistema de braços flutuantes – inventado pelos ingleses –, que sobem e descem... ... têm um sistema de braços flutuantes (inventado pelos ingleses), que sobem e descem...
Com a alteração dos sinais de pontuação, ocorreu também alteração de sentido SOMENTE em
Alternativas
Q1637895 Português

Texto



OLIVEIRA, Regis Fernandes de & HORVATH, Estevão. Manual de direito financeiro. 6 ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2003, p. 83

Analise as seguintes afirmações referentes ao Texto.


I. Os dois pontos utilizados na frase “As opções podem variar: ...” (linha 10) introduzem um aposto discriminativo.


II. No início do segundo parágrafo, a oração “Uma vez estabelecidas as prioridades” poderia ser substituída por “Depois que são estabelecidas as prioridades” sem prejuízo gramatical ou de sentido.


III. No segundo parágrafo, as expressões entre parênteses esclarecem os termos anteriores: “autorização legislativa” (linha 13 e 14) e “despesa” (linha 16), respectivamente. Nestes casos, o uso de travessões no lugar de parênteses não estaria correto.


IV. No segundo parágrafo, “pelas formas estabelecidas em lei” (linhas 16 e 17) poderia ser corretamente reescrito como “de acordo com as formas estabelecidas em lei”, sem prejuízo do sentido.


V. O pronome que, destacado ao final do texto (linha 17), está substituindo o vocábulo anterior lei.


Assinale a alternativa que contém todas as afirmativas corretas.

Alternativas
Q1632529 Português

FONTE: Texto especialmente adaptado para esta prova. Original disponível em: http://www.personare.com.br/veganismo-para-leigos-m769. Acesso em 24/04/2017.
Considere as seguintes possibilidades de mudança na estrutura e no emprego de sinais de pontuação no seguinte período, retirado do texto.
O veganismo não é apenas um tipo de alimentação; embora seja atrelado à escolha dietética, esta está longe de ser o foco central.
I. O veganismo não é apenas um tipo de alimentação. Embora seja atrelado à escolha dietética, esta está longe de ser o foco central. II. O veganismo não é apenas um tipo de alimentação, embora seja atrelado à escolha dietética. Esta está longe de ser o foco central. III. Embora seja atrelado à escolha dietética (a qual está longe ser o foco central), o veganismo não é apenas um tipo de alimentação. IV. O veganismo, embora seja atrelado à escolha dietética; não é apenas um tipo de alimentação, esta está longe de ser o foco central.
Quais mantêm a correção estrutural e o sentido original?
Alternativas
Ano: 2016 Banca: CEFET-BA Órgão: SESC-BA Prova: CEFET-BA - 2016 - SESC-BA - Enfermeiro |
Q1629553 Português
Texto  1

  (SCLIAR, Moacyr. Memórias de um aprendiz de escritor. São Paulo: Ed. Nacional, 1984, p. 9-11. Fragmento.) Disponível em:
<http://www.lpm.com.br/livros/Imagens/minha_mae_nao_dorme_2011.pdf>. Acesso em: 29 out. 2016. 
Em muitos momentos do relato, Scliar conta sobre sua infância. Que recurso de pontuação é usado pelo autor para marcar o trecho em que ele duvida de sua memória e reflete sobre a veracidade das informações relatadas por ele?
Alternativas
Respostas
171: C
172: A
173: A
174: C
175: D