Questões de Português - Pontuação para Concurso

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Q2119507 Português

Leia o texto para responder à questão.


     O que ainda restava da minha visão iluminista está fazendo água. A ideia de que estamos inexoravelmente "evoluindo" vem sendo questionada há muito tempo, mas confesso que ainda alimentava alguma ilusão. Meu erro foi o de elevar a tecnologia a um grau de importância que ela não merece ter. Não se trata de avaliar o "custo-benefício", é coisa mais profunda do que contabilidades possam alcançar. [...]


    Não é novidade que somos seres gregários, que necessitamos uns dos outros [...]. O que tem nos passado despercebido é que à medida que reduzimos a qualidade das relações colocamos em risco nossa própria existência. Estamos perdendo qualidade, iludidos com a quantidade de relações e a brevidade do tempo a elas dedicado. É só retrocedermos um pouco no tempo.


    Muitos devem se lembrar de que visitávamos parentes e amigos sem aviso prévio. A surpresa era parte do processo, da liberação de adrenalina que estimulava as confidências, o olho no olho, a troca de afetos. [...] Pouco tempo depois caiu em desuso a visita surpresa e passamos a pedir autorização para visitar.


    O próximo passo foi quando abandonamos o encontro e adotamos a conversa por telefone. Na base da voz tentamos substituir o encontro presencial e, iludidos com pobres equações que relacionavam economia de tempo de deslocamento com maior produtividade, acatamos a filosofia de botequim: "Tempo é dinheiro, ganhe dinheiro não perdendo tempo". [...]


    Logo a seguir passamos a perguntar, por mensagens, se poderíamos ligar: pode falar? Chegava o tempo da necessidade da autorização para o telefonema. Aos poucos as conversas vão rareando e são substituídas por mensagens. Nem mais a surpresa do telefonema é permitida: o bina anuncia quem liga e agora a mensagem busca o agendamento da fala.


    Não demora muito e as mensagens passam a encurtar, limitando-se a certo número de caracteres. Convenciona-se um limite suportável de caracteres e o Twitter dá o tom ao assumir um número mágico: 140. Transmita tudo o que quiser, sintetize o que pensa, resuma seus sentimentos em 140 caracteres.


    Ao mesmo tempo, as mensagens por áudio ganham força sob o argumento da praticidade e da economia de tempo. E deixamos de exercitar a escrita, processo que exige reflexão sobre conteúdo, forma e modo de expressar o que sentimos. E passamos a escutar as mensagens em velocidade duplicada — afinal (adivinhe), tempo é dinheiro.


    O certo é que, de um jeito ou de outro, conformados em tentar transmitir o que pensamos através das mensagens, escrevemos subordinados a esses códigos que nos limitam. [...]



ABRAHÃO, Jorge. Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/colunas/>. Acesso em: 13 fev. 2023. (Fragmento).

No trecho “A ideia de que estamos inexoravelmente ‘evoluindo’ vem sendo questionada há muito tempo, mas confesso que ainda alimentava alguma ilusão.”, o termo “evoluindo” está entre aspas porque
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Q2119152 Português
INSTRUÇÃO: Leia o texto I a seguir, para responder à questão.

TEXTO I

HPV: Por que vacina que ajuda a prevenir diferentes tipos de câncer tem pouca adesão no Brasil?

A cura definitiva para qualquer tipo de câncer ainda é um sonho para a Ciência. Mas já existem meios efetivos de prevenir — uma das ferramentas importantes para isso, a vacina contra o vírus HPV, que está disponível em todo o Brasil e contribui para a prevenção de ao menos seis tipos de câncer, tem pouca adesão no país.

Disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) para as meninas desde janeiro de 2014 e para meninos desde 2017, a vacina vem sofrendo quedas na adesão desde o segundo ano de sua implantação no Plano Nacional de Imunizações (PNI). Dados levantados pelo Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos (EVA) no DataSUS, do Ministério da Saúde, indicam que 72% menos meninas e 52% menos meninos foram imunizados após o primeiro ano de vacinação no Brasil (entre 2015 e 2021 e entre 2018 e 2021, respectivamente).

A imunização de ambos os sexos é necessária para quebrar a cadeia de transmissão do Papilomavírus humano (HPV), que é fator de risco para desenvolvimento de câncer de pênis, vulva, vagina, reto e de cabeça e pescoço (orofaringe / garganta) e, principalmente, de colo do útero.

Com acesso à vacina contra HPV e ao Papanicolau, considerado o principal exame preventivo, o câncer de colo do útero pode ser erradicado do país, assim como caminham países como Canadá e Austrália.

“Dependendo do tipo de HPV, o vírus pode representar baixo ou alto risco de evolução para câncer. Hoje, a vacina é quadrivalente e protege contra os quatro tipos de vírus mais frequentes”, explica a oncologista clínica Andréa Gadêlha Guimarães, coordenadora de advocacy do Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos (EVA) e médica titular do A. C. Camargo Cancer Center.

Além de meninos e meninas, o Ministério da Saúde ampliou a campanha de vacinação para homens e mulheres imunossuprimidos, de 9 a 45 anos, que vivem com HIV / Aids, transplantados de órgãos sólidos ou medula óssea e pacientes oncológicos.

Quem não faz parte do público-alvo, mas sabe que não se imunizou na infância ou adolescência, pode receber a vacina na rede privada, a depender de avaliação médica que conclua que a pessoa pode ser beneficiada. 

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), estima-se que haja de 9 a 10 milhões de infectados por esse vírus no Brasil e que, a cada ano, surjam 700 mil novos casos de infecção.

Mas se a vacinação é importante para doenças tão graves quanto o câncer, por que as famílias brasileiras não levam as crianças e adolescentes para receber as doses?

Disponível em: https://bbc.in/3gBMsfj.
Acesso em: 18 out. 2022 (adaptado).
Releia o trecho a seguir.
Dependendo do tipo de HPV, o vírus pode representar baixo ou alto risco de evolução para câncer.”
A vírgula empregada na expressão destacada foi utilizada para separar
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Q2119120 Português

O texto seguinte servirá de base para responder à questão. 


O que a Geração Z quer do trabalho? E por que saber isso é decisivo para o Brasil


Há uma equação a ser respondida urgentemente no Brasil. O que a Geração Z, nascidos entre 1997 e 2012, quer do trabalho? Apesar de o recorte geracional trazer de uma criança de 10 anos a um jovem adulto de 25, o tema será melhor afinado se ficarmos entre 16 e 25 anos. Inclui aqueles que saem do Ensino Médio até os que concluíram a universidade e entraram no mercado de trabalho. Em resumo: o que costumamos chamar de força produtiva, a próxima geração a ocupar os espaços profissionais e a construir os índices de riqueza e crescimento do país. No Brasil, representam 15% da população, cerca de 31 milhões de pessoas.

Conhecer profundamente esse contingente será decisivo num momento em que as transformações tecnológicas aceleram, em especial com avanços massivos em três grandes áreas: o 5G, a computação em nuvem e as soluções de Inteligência Artificial. Empregos e carreiras desaparecerão ou estarão sob soluções computacionais e robóticas. Por outro lado, novas habilidades comportamentais serão exigidas nas vagas ocupadas pelas pessoas.

Por isso, será decisivo estudar, conhecer e enxergar as expectativas dessa geração. Só com esse tipo de informação, poderemos debater políticas educacionais e profissionais que prevejam gargalos e escassez no médio prazo. Nos Estados Unidos, a National Society of High School Scholars realiza, sistematicamente, uma pesquisa para compreender jovens nessa faixa etária. No levantamento deste ano, 11,4 mil estudantes opinaram - 72% concluem o Ensino Médio entre este ano e os próximos dois. Os resultados levam a um perfil que, em termos produtivos, traz ingredientes que não eram decisivos para gerações anteriores. São respostas que valem ouro a empresas de ponta, porque são cruciais na atração e, especialmente, na manutenção de talentos.

De acordo com os autores da pesquisa, pode-se dizer que a Geração Z traz quatro pilares que aparecem o tempo inteiro nas respostas: desejo de equidade para todos, interesse crescente pelas áreas de saúde e carreiras de Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática, afeição pela aprendizagem e a ansiedade para viver um mundo pós-Covid. A questão da equidade, um clássico problema brasileiro, alastrou-se também pelos Estados Unidos, em especial após a crise imobiliária de 2008. Mais de um quinto (22%) disseram que as próprias experiências com desigualdade influenciaram na escolha da carreira, afirma o documento.

Para enfrentar o problema, eles acreditam que o papel de responsabilidade social e forma de impactar o mundo positivamente está nas áreas de direitos humanos, justiça social, saúde e inovação tecnológica. Curiosamente, a tecnologia será essencial nos campos do direito e da saúde. E, aqui, está a maior pista para empresas e recrutadores: trata-se de uma geração que chega ao mercado esperando mais que sucesso, oportunidades e desafios. Eles querem, também, flexibilidade de jornada, ambientes acolhedores e, especialmente, uma causa e um propósito. 


(Disponível em: O que a Geração Z quer do trabalho? E por que saber isso é decisivo para o Brasil (msn.com). Adaptado.)

Nos Estados Unidos, a National Society realiza, sistematicamente, uma pesquisa para compreender jovens nessa faixa etária.
Assinale a opção que contenha a nova pontuação sem perda do sentido original. 
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Q2118735 Português
Leia o texto para responder a questão.

        21 DE MAIO Passei uma noite horrivel. Sonhei que eu residia numa casa residivel, tinha banheiro, cozinha, copa e até quarto de criada. Eu ia festejar o aniversario de minha filha Vera Eunice. Eu ia comprar-lhe umas panelinhas que há muito ela vive pedindo. Porque eu estava em condições de comprar. Sentei na mesa para comer. A toalha era alva ao lirio. Eu comia bife, pão com manteiga, batata frita e salada. Quando fui pegar outro bife despertei. Que realidade amarga! Eu não residia na cidade. Estava na favela. Na lama, as margens do Tietê. E com 9 cruzeiros apenas. Não tenho açucar porque ontem eu saí e os meninos comeram o pouco que eu tinha.
        ... Quem deve dirigir é quem tem capacidade. Quem tem dó e amisade ao povo. Quem governa o nosso país é quem tem dinheiro, quem não sabe o que é fome, a dor, e a aflição do pobre. Se a maioria revoltar-se, o que pode fazer a minoria? Eu estou ao lado do pobre, que é o braço. O braço desnutrido.

(Carolina Maria de Jesus. Quarto de despejo – diário de uma favelada, 1993)
Assinale a alternativa em que a pontuação do enunciado e o emprego de pronomes estão de acordo com a norma-padrão.
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Q2118505 Português
Assinale a alternativa que contém apreciação correta dos fatos linguísticos do texto.
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Q2118504 Português
Leia a crônica de Rubem Braga para responder a questão.

Cafezinho

        Leio a reclamação de um repórter irritado que precisava falar com um delegado e lhe disseram que o homem havia ido tomar um cafezinho. Ele esperou longamente, e chegou à conclusão de que o funcionário passou o dia inteiro tomando café.

        Tinha razão o rapaz de ficar zangado. Mas com um pouco de imaginação e bom humor podemos pensar que uma das delícias do gênio carioca é exatamente esta frase:

        – Ele foi tomar café.

        A vida é triste e complicada. Diariamente é preciso falar com um número excessivo de pessoas. O remédio é ir tomar um “cafezinho”. Para quem espera nervosamente, esse “cafezinho” é qualquer coisa infinita e torturante.

        Depois de esperar duas ou três horas dá vontade de dizer:

        – Bem, cavaleiro, eu me retiro. Naturalmente o Sr. Bonifácio morreu afogado no cafezinho.

        Ah, sim, mergulhemos de corpo e alma no cafezinho. Sim, deixemos em todos os lugares este recado simples e vago:

        – Ele saiu para tomar um café e disse que volta já.

        Quando a bem-amada vier com seus olhos tristes e perguntar:

        – Ele está?

        – Alguém dará o nosso recado sem endereço.

        Quando vier o amigo e quando vier o credor, e quando vier o parente, e quando vier a tristeza, e quando a morte vier, o recado será o mesmo:

        – Ele disse que ia tomar um cafezinho...

        Podemos, ainda, deixar o chapéu. Devemos até comprar um chapéu especialmente para deixá-lo. Assim dirão:

        – Ele foi tomar um café. Com certeza volta logo. O chapéu dele está aí...

        Ah! fujamos assim, sem drama, sem tristeza, fujamos assim. A vida é complicada demais. Gastamos muito pensamento, muito sentimento, muita palavra. O melhor é não estar.

       Quando vier a grande hora de nosso destino, nós teremos saído há uns cinco minutos para tomar um café. Vamos, vamos tomar um cafezinho.

(Rubem Braga.https://www.culturagenial.com/ cronicas-famosas-comentadas/Acesso: 18.11.2021)
Na frase do texto – Para quem espera nervosamente, esse “cafezinho” é qualquer coisa infinita e torturante. (4º parágrafo) – as aspas foram empregadas com a intenção de
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Q2118378 Português
Leia o texto para responder a questão.

Nossa má educação cria um abismo entre os brasileiros e as profissões do futuro

        De tempos em tempos, vemos estudos e listas sobre as chamadas “profissões do futuro”. Elas nos enchem os olhos, com atividades incríveis e inspiradoras. Infelizmente a maior parte das pessoas jamais exercerá qualquer uma dessas carreiras, pois não tem elementos básicos em sua formação para desempenhar suas tarefas. Nosso sistema de ensino e nossa cultura não são organizados para oferecer a crianças, jovens e adultos as habilidades necessárias para isso.

        Para as profissões que debutam com grande pompa e muitas novidades, naturalmente não existe formação específica. A escola precisa de um tempo para a criação de cursos, e isso só acontece depois que um novo ofício está consolidado. Portanto, se se almeja qualquer um desses incríveis trabalhos, a habilidade mais desejada é o amor pelo aprendizado. Com ela, o candidato descobrirá e fará muitos cursos específicos, para combinar seus conteúdos e construir o arcabouço intelectual necessário.

        As “profissões do futuro” são tão incríveis porque elas saem do óbvio. Desafiam os indivíduos a pensar e a fazer diferentemente o que já existe ou criar algo completamente novo, que trará um grande benefício à sociedade.

        A digitalização já afetou todas as profissões e esse é um movimento que cresce exponencialmente. Não há como resistir à mudança. Pelo contrário, qualquer que seja a área do ofício, o domínio de habilidades normalmente associadas às Exatas, como raciocínio lógico, análise de dados, entendimento de sistemas ou estatística ficam mais e mais importantes. Da mesma forma, habilidade de Humanas, como comunicação, pensamento crítico, trabalho em equipe e empatia também se tornam essenciais para trabalhadores de todas as áreas, e não apenas nas Humanidades.

        Portanto as profissões que nascem são mais analíticas e inovadoras, e as que morrem são as mais operacionais e repetitivas. É por isso que nossas escolas precisam formar profissionais para o primeiro grupo, e não para o segundo. A discussão do futuro do trabalho deve passar necessariamente pela do futuro da educação.

(Paulo Silvestre. https://brasil.estadao.com.br/. 01.02.2021. Adaptado)
Considere a passagem redigida a partir do quarto parágrafo do texto:
Tendo em vista que já afetou todas as profissões a digitalização é um movimento que cresce exponencialmente.
Assinale a alternativa em que a inserção da vírgula na redação está em conformidade com norma-padrão de pontuação.
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Q2118015 Português
O que é Biodiversidade?


Biodiversidade é a variedade de vida na Terra. É composta por todos os seres vivos e engloba desde vírus microscópicos até os maiores animais do planeta. Humanos são parte integrante da biodiversidade.


A biodiversidade é composta por todos os genes, espécies, ecossistemas e paisagens que interagem constantemente em todos os níveis. Cada ser vivo tem uma única composição genética. Os seres humanos têm usado essa variação genética para produzir milhares de variedades de culturas de alimentos e de animais domesticados.


A biodiversidade envolve comunidades e relacionamentos. Todos os seres vivos compõem ecossistemas dinâmicos (por exemplo, florestas, lavouras, lagos) que integram uma paisagem. Nesse ambiente, suas vidas se entrelaçam numa teia de relações caracterizadas por cooperação, competição, predação, simbiose ou parasitismo.

UNESCO. Planeta, abr. 2011. Fragmento.
Identifique as frases abaixo com ( C ) se a frase apresenta uso correto da vírgula e ( E ) se a frase apresenta erro na colocação da vírgula ou apresenta ausência desse sinal de pontuação quando seria obrigatório.

( ) Em meio a esse turbilhão de notícias e enxurrada de fofocas ainda consigo me conectar com a minha essência. ( ) Chega mais perto, rapaz! ( ) João e Maria, foram felizes para sempre. ( ) Nós, que às vezes perdemos, sabemos o valor de uma boa batalha. ( ) João foi feliz, e José ganhou na loteria. ( ) Ontem fui ao trabalho mais satisfeita comigo mesma.

Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo.
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Q2117888 Português

O texto seguinte servirá de base para responder à questão.


O plágio encoberto em textos do ChatGPT

Pesquisadores da Universidade do Estado da Pensilvânia (Penn State), nos Estados Unidos, investigaram até que ponto modelos de linguagem natural como o ChatGPT, que usam inteligência artificial para formular uma prosa realista e articulada em resposta a perguntas de usuários, conseguem gerar conteúdo que não se caracterize como plágio. Isso porque esses sistemas processam, memorizam e reproduzem informações preexistentes, baseadas em gigantescos volumes de dados disponíveis na internet, tais como livros, artigos científicos, páginas da Wikipédia e notícias.

O grupo analisou 210 mil textos gerados pelo programa GPT-2, da startup OpenAI, criadora do ChatGPT, em busca de indícios de três diferentes tipos de plágio: a transcrição literal, obtida copiando e colando trechos; a paráfrase, que troca palavras por sinônimos a fim de obter resultados ligeiramente diferentes; e o uso de uma ideia elaborada por outra pessoa sem mencionar sua autoria, mesmo que formulada de maneira diferente.

A conclusão do estudo foi de que todos os três tipos de cópia estão presentes. E, quanto maior é o conjunto de parâmetros usados para treinar os modelos, mais frequentemente a má conduta foi registrada. A análise utilizou dois tipos de modelos - os pré-treinados, baseados em um amplo espectro de dados, e os de ajuste fino, aprimorados pela equipe da PennState, a fim de concentrar e refinar a análise em um conjunto menor de documentos científicos e jurídicos, artigos acadêmicos relacionados à Covid-19 e solicitações de patentes. A escolha desse tipo de conteúdo não foi ocasional - nesses textos, a prática de plágio é considerada muito problemática e não costuma ser tolerada.

No material gerado pelos pré-treinados, a ocorrência mais prevalente foi de transcrições literais, enquanto nos de ajuste fino eram mais comuns paráfrases e apropriação de ideias sem referência à fonte. "Constatamos que o plágio aparece com diferentes sabores", disse um dos autores do trabalho, Dongwon Lee, cientista da computação da Faculdade de Tecnologia e Ciências da Informação da Penn State, de acordo com o serviço de notícias Eurekalert. Os achados serão divulgados com mais detalhes na Web Conference, um evento da ACM que acontece entre 30 de abril e 4 de maio na cidade de Austin, nos Estados Unidos.

O ChatGPT é um entre vários sistemas baseados em inteligência artificial e ganhou grande notoriedade porque foi disponibilizado para uso público. Desde novembro, já foi testado por mais de 100 milhões de pessoas e impressionou por sua capacidade de gerar textos coerentes que mimetizam a escrita dos seres humanos. Uma das polêmicas que levantou envolveu justamente a originalidade de suas respostas e o receio de que se transforme em uma fonte de má conduta acadêmica.

"As pessoas perseguem grandes modelos de linguagem porque, quanto maior um modelo fica, mais suas habilidades aumentam", disse o autor principal do trabalho, Jooyoung Lee, estudante de doutorado na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Informação da Penn State. Ferramentas de escrita de inteligência artificial conseguem criar respostas únicas e individualizadas a perguntas apresentadas por usuários, mesmo extraindo as informações de um banco de dados. Essa habilidade, contudo, não livra a ferramenta de ser uma fonte de plágio, mesmo em formatos mais difíceis de detectar. "Ensinamos os modelos a imitar a escrita humana, mas não os ensinamos a não plagiar", afirmou Lee.

Várias ferramentas estão sendo desenvolvidas para detectar conteúdo gerado por softwares de inteligência artificial. A própria OpenAI desenvolveu um programa capaz de apontar textos feitos por robôs. Há outras do gênero na internet, como o Writer AI Content Detector e o Content at Scale. Como os sistemas de linguagem natural estão em desenvolvimento, também será necessário atualizar continuamente a tecnologia para rastrear sua produção.

Uma equipe da Escola de Engenharias e Ciências Aplicadas da mesma PennState mostrou que é possível treinar as pessoas para identificar esses textos, sem precisar depender exclusivamente de programas detectores. Apresentado em fevereiro em um congresso da Associação para o Avanço da Inteligência Artificial realizado em Washington, Estados Unidos, o estudo, liderado pelo cientista da computação Chris Callison-Burch, mostrou que essas ferramentas já são muito eficientes em produzir prosa fluente e seguir as regras gramaticais. "Mas eles cometem tipos distintos de erros que podemos aprender a identificar", disse ao blog Penn Engineering Today o cientista da computação Liam Dugan, aluno de doutorado da Penn State e um dos autores do artigo.

Retirado e adaptado de: MARQUES, Fabrício. O plágio encoberto em textos do ChatGPT. Revista Pesquisa FAPESP. Disponível em: gpt/ s://revistapesquisa.fapesp.br/o-plagio-encoberto-em-textos-do-chatgpt/ Acesso em: 13 mar., 2023.

Associe a segunda coluna de acordo com a primeira, que relaciona as funções dos sinais de pontuação a seus empregos no texto:
Primeira coluna: funções dos sinais de pontuação (1) Isolamento de aposto (2) Inserção de discurso direto (3) Isolamento de oração proporcional
Segunda coluna: exemplos de emprego no texto (__)E, quanto maior é o conjunto de parâmetros usados para treinar os modelos, mais frequentemente a má conduta foi registrada.
(__)O estudo, liderado pelo cientista da computação Chris Callison-Burch, mostrou que essas ferramentas já são muito eficientes em produzir prosa fluente e seguir as regras gramaticais.
(__)"Mas eles cometem tipos distintos de erros que podemos aprender a identificar", disse ao blog Penn Engineering Today o cientista da computação Liam Dugan.
Assinale a alternativa que apresenta a correta associação entre as colunas:
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Ano: 2023 Banca: SELECON Órgão: Prefeitura de Nova Mutum - MT Provas: SELECON - 2023 - Prefeitura de Nova Mutum - MT - Analista Administrativo | SELECON - 2023 - Prefeitura de Nova Mutum - MT - Analista Ambiental | SELECON - 2023 - Prefeitura de Nova Mutum - MT - Arquiteto | SELECON - 2023 - Prefeitura de Nova Mutum - MT - Assistente Social | SELECON - 2023 - Prefeitura de Nova Mutum - MT - Bibliotecário | SELECON - 2023 - Prefeitura de Nova Mutum - MT - Biólogo | SELECON - 2023 - Prefeitura de Nova Mutum - MT - Bioquímico | SELECON - 2023 - Prefeitura de Nova Mutum - MT - Controlador Interno | SELECON - 2023 - Prefeitura de Nova Mutum - MT - Contador | SELECON - 2023 - Prefeitura de Nova Mutum - MT - Dentista | SELECON - 2023 - Prefeitura de Nova Mutum - MT - Enfermeiro | SELECON - 2023 - Prefeitura de Nova Mutum - MT - Engenheiro Agrônomo | SELECON - 2023 - Prefeitura de Nova Mutum - MT - Engenheiro Ambiental | SELECON - 2023 - Prefeitura de Nova Mutum - MT - Engenheiro Civil | SELECON - 2023 - Prefeitura de Nova Mutum - MT - Engenheiro de Tráfego | SELECON - 2023 - Prefeitura de Nova Mutum - MT - Engenheiro Eletricista | SELECON - 2023 - Prefeitura de Nova Mutum - MT - Engenheiro Sanitarista | SELECON - 2023 - Prefeitura de Nova Mutum - MT - Farmacêutico | SELECON - 2023 - Prefeitura de Nova Mutum - MT - Fisioterapeuta | SELECON - 2023 - Prefeitura de Nova Mutum - MT - Fonoaudiólogo | SELECON - 2023 - Prefeitura de Nova Mutum - MT - Professor - Ciências | SELECON - 2023 - Prefeitura de Nova Mutum - MT - Professor - Educação Física | SELECON - 2023 - Prefeitura de Nova Mutum - MT - Professor - Geografia |
Q2117787 Português
Leia o texto a seguir:

Japão oferece mais de R$ 40 mil reais por criança para famílias se mudarem de Tóquio

Governo dá incentivo para tentar reverter décadas de declínio demográfico em áreas rurais

O governo do Japão planeja aumentar o apoio financeiro oferecido às famílias que se mudarem da sua capital para combater o despovoamento em outras áreas do país, informam várias reportagens da mídia local.

Famílias da área metropolitana de Tóquio poderão receber 1 milhão de ienes (cerca de R$ 41 mil) por criança a partir do ano fiscal de 2023 ao se mudarem para uma área despovoada — mais do que o triplo do incentivo de 300 mil ienes (R$ 12.300) já existente, disseram as notícias.

Os incentivos financeiros evidenciam os desafios que o Japão enfrenta com sua baixa taxa de natalidade e longa expectativa de vida. As áreas rurais sofreram um rápido despovoamento à medida que os jovens se mudavam para cidades em busca de oportunidades, deixando as localidades repletas de casas vazias e com diminuição da receita tributária.

O aumento do apoio para crianças se soma a um pagamento fixo de 1 milhão de ienes que as famílias podem obter para se mudar. Ou seja, sob a nova proposta, uma família com dois filhos pode ganhar 3 milhões de ienes (R$ 123 mil) em apoio se deixar a área de Tóquio.

O governo nacional do Japão deu início aos incentivos para atrair pessoas para áreas regionais em 2019, autorizando que as famílias que moram na área metropolitana central de Tóquio por cinco anos solicitem fundos de apoio caso se mudem.

As famílias podem continuar trabalhando remotamente em seu emprego atual, trabalhar em uma pequena ou média empresa local ou iniciar um negócio na área rural – o que lhes permitiria solicitar ainda mais apoio financeiro.

A iniciativa atraiu 1.184 participantes em 2021, em comparação com 71 no primeiro ano em que foi lançada, de acordo com o jornal Nikkei.

Fonte:https://oglobo.globo.com/mundo/noticia/2023/01/japao-oferece-mais-de-r40-mil-reais-por-crianca-para-familias-se-mudarem-de-toquio.ghtml. Acesso em 03/01/2023
No trecho “Famílias da área metropolitana de Tóquio poderão receber 1 milhão de ienes (cerca de R$ 41 mil) por criança a partir do ano fiscal de 2023 ao se mudarem para uma área despovoada — mais do que o triplo do incentivo de 300 mil ienes (R$ 12.300) já existente, disseram as notícias” (2º parágrafo), a vírgula foi empregada para:
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Q2117750 Português
Leia o texto para responder à questão.

   Agora, ao Chico Bento, como único recurso, só restava arribar.
  Sem legume, sem serviço, sem meios de nenhuma espécie, não havia de ficar morrendo de fome, enquanto a seca durasse.
   Depois, o mundo é grande e no Amazonas sempre há borracha...
  Alta noite, na camarinha fechada que uma lamparina moribunda alumiava mal, combinou com a mulher o plano de partida.
   Ela ouvia chorando, enxugando, na varanda encarnada da rede, os olhos cegos de lágrimas.
   Chico Bento, na confiança do seu sonho, procurou animá-la, contando-lhe os mil casos de retirantes enriquecidos no Norte.
  A voz lenta e cansada vibrava, erguia-se, parecia outra, abarcando projetos e ambições. E a imaginação esperançosa aplanava as estradas difíceis, esquecia saudades, fome e angústias, penetrava na sombra verde do Amazonas, vencia a natureza bruta, dominava as feras e as visagens, fazia dele rico e vencedor.
   Cordulina ouvia, e abria o coração àquela esperança; mas correndo os olhos pelas paredes de taipa, pelo canto onde na redinha remendada o filho pequenino dormia, novamente sentiu um aperto de saudade, e lastimou-se:
   — Mas, Chico, eu tenho tanta pena da minha barraquinha! Onde é que a gente vai viver, por esse mundão de meu Deus?

(Rachel de Queiroz, O Quinze)
Assinale a alternativa em que o enunciado atende à norma-padrão quanto à pontuação.
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Q2117597 Português

O que é o ruído marrom, que promete acalmar o cérebro e combater o déficit de atenção


Internet:<www.super.abril.com.br>  (com adaptações).

Quanto à ortografia oficial, à correção gramatical e à coerência das substituições propostas para os vocábulos e os trechos destacados do texto, julgue o item.


“Existem alguns estudos científicos demonstrando que o ruído branco realmente pode melhorar a concentração de crianças com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH)” (linhas 13 e 14) por Há alguns estudos científicos, demonstrando que o ruído branco, de fato, pode melhorar a concentração de crianças com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH)

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Q2117584 Português

O que é o ruído marrom, que promete acalmar o cérebro e combater o déficit de atenção


Internet:<www.super.abril.com.br>  (com adaptações).

Em relação ao texto e a seus aspectos linguísticos, julgue o item.


Na linha 4, a inserção de uma vírgula após o termo “marrom” não acarretaria prejuízo à correção gramatical do texto e serviria para destacar o sujeito da oração: “o ruído marrom”.

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Q2117085 Português

Texto CB1A1-I 

    Com altos índices de evasão escolar, baixo engajamento e conteúdos pouco conectados à realidade dos alunos, o ensino médio já era, antes da pandemia de covid-19, a etapa mais desafiadora da educação básica. Com o fechamento das escolas e o distanciamento dos estudantes do convívio educacional, os últimos anos escolares passaram a trazer ainda mais dificuldades a serem enfrentadas — reforçadas pelas desigualdades raciais, socioeconômicas e de acesso à Internet.

    Nenhuma avaliação diagnóstica precisou os prejuízos totais da pandemia para a aprendizagem dos alunos, mas há alguns estudos que ajudam a entender melhor o cenário. Uma pesquisa realizada pelo Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) apontou que houve piora em todas as séries avaliadas. Segundo a pesquisa amostral, em matemática, o desempenho alcançado no 3.º ano do ensino médio foi de 255,3 pontos na escala de proficiência, inferior aos 261,7 obtidos pelos estudantes ao final do 9.º ano do ensino fundamental no Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB) de 2019. Em língua portuguesa, os estudantes do 9.º ano apresentaram uma queda de 12 pontos, e os do 3.º ano do ensino médio, de 11 pontos.

    Após o retorno presencial, estados e municípios ainda têm muito trabalho para identificar os reais prejuízos, dimensioná-los e encontrar caminhos e soluções para que professores e estudantes possam retomar a aprendizagem.

    Para Suelaine Carneiro, coordenadora de educação na Geledés, organização da sociedade civil que se posiciona em defesa de mulheres e homens negros, “há um consenso de que não foi possível atender todos os alunos” na educação pública. “Os dados indicam um baixo número de participação dos estudantes, somado à impossibilidade de os familiares acompanharem a resolução das tarefas”, afirma. Mas não fica apenas nisso. “Em termos de aprendizagem, os dados também mostram dificuldades no que diz respeito à compreensão e à resolução das tarefas.”

    De acordo com ela, a situação de alunos negros requer ainda mais atenção. “É preciso prestar atenção nessa condição: a pessoa já estava vulnerável socialmente, sem a possibilidade de realizar um isolamento dentro de casa, pois vive em uma casa pequena ou onde não há cômodos suficientes”, contextualiza Suelaine.

    Agravada pela pandemia, que engrossou o número de trabalhadores desempregados, a questão econômica foi um dos grandes fatores que impactou a vida dos estudantes do ensino médio. “Temos alunos que estão trabalhando no horário de aula, dizendo que precisam ajudar a família, e aos fins de semana assistem às atividades”, relata a professora Lucenir Ferreira, da Escola Estadual Mário Davi Andreazza, em Boa Vista (RR). Lucenir conta que muitos alunos chegam a falar que não conseguem aprender nada e desabafam por sentir que a aprendizagem foi prejudicada, principalmente os que estão em processo de preparação para o vestibular.

    Apesar dos desafios, Suelaine acredita que os impactos não são irreversíveis, como outros especialistas têm apontado. “Você pode recuperar dois anos se houver políticas públicas, compromisso público com a educação, de forma a desenvolver diferentes ações”, diz ela.


Internet: <novaescola.org.br> (com adaptações).

Em relação aos aspectos gramaticais do texto CB1A1-I, julgue o seguinte item.

A vírgula em “evasão escolar, baixo engajamento” (início do primeiro parágrafo) marca uma relação de explicação entre os termos separados por ela.
Alternativas
Q2116953 Português
Leia o texto, para responder a questão.

        Desde o fim do século XVIII, o ser humano tenta usar a tecnologia para replicar a voz. O exemplo mais antigo de que se tem notícia é o dispositivo criado por Wolfgang von Kempelen, oficial da corte austríaca e inventor amador. A máquina falante de Kempelen, como ficou conhecida, usava um fole, tubos, pedaços de madeira e uma caixa de ressonância para replicar a emissão vocal a partir da circulação de ar – é mais ou menos o mesmo processo do corpo humano. O sistema, embora primitivo, era capaz de emitir alguns fonemas e até palavras simples, como “mama” e “papa”. Duzentos e cinquenta anos depois da invenção de Kempelen, a tecnologia de reprodução da voz humana avançou tanto que, agora, é quase impossível para um leigo diferenciar um discurso real, feito por uma pessoa de carne, osso e cordas vocais, de outro criado em computador.
        O notável desenvolvimento de vozes sintéticas deu origem, por sinal, a um mercado bilionário – e perigoso. De acordo com dados do instituto de pesquisa MarketsandMarkets, o setor movimentou 8,3 bilhões de dólares em 2021 e deverá alcançar 22 bilhões de dólares até 2026. É uma área que inclui assistentes virtuais como Siri e Alexa, sistemas de atendimento virtual de bancos e até celebridades que emprestam a voz para aplicativos. O perigo reside na possibilidade de replicar vozes reais para, por exemplo, fins políticos, fraudes ou ataques a reputações.
      No vale-tudo da arena política, as vozes sintéticas podem causar enormes estragos. O cineasta Jordan Peele, do aclamado Corra!, criou um vídeo do ex-presidente Barack Obama usando a tecnologia deepfake, que mescla imagens reais com falas falsas, para alertar sobre os riscos. “Estamos entrando em uma era em que nossos inimigos podem fazer com que qualquer um pareça dizer qualquer coisa”, disse a voz fake de Obama.
       Nesse contexto, plataformas como WhatsApp e Telegram, nas quais mensagens de áudio são amplamente usadas, representam um perigo adicional.
           A tecnologia tem sido explorada também na área da saúde. Foi graças aos avanços na criação de vozes sintéticas que o ator Val Kilmer, vitimado por um câncer na garganta, recuperou parte da capacidade de se expressar. As novas tecnologias, vale ressaltar, são capazes de realizar feitos únicos – e positivos. O que não é certo é usá-la para propagar mentiras. Cada vez mais será preciso manter os ouvidos bem atentos.

(André Sollitto, Voz ativa. Veja, 23.02.2022. Adaptado)
O efeito de sentido do emprego do travessão na passagem “O notável desenvolvimento de vozes sintéticas deu origem, por sinal, a um mercado bilionário – e perigoso.” é
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Q2116908 Português
A desafiadora etapa do ensino na pré-adolescência

    Quem acompanha o crescimento de uma criança sabe que uma das fases em que ocorre a maior transformação é a pré-adolescência, período entre os 11 anos e 14 anos. Grandes mudanças físicas, emocionais e comportamentais na passagem da infância para o início da puberdade desafiam todos: aqueles que passam por ela e também os que estão próximos, como família e amigos.
    Neste contexto estão os estudantes dos anos finais do ensino fundamental – também conhecido por fundamental 2 e compreendido entre o 6o e o 9o anos. Essa etapa é uma das mais complexas da educação e precisa urgentemente ser priorizada nas políticas públicas em busca de soluções práticas. São 12 milhões de estudantes.
    Os desafios já começam na transição do 5o para o 6o ano. Há uma ruptura significativa quando estudantes deixam de ter vínculo com apenas um professor, para se relacionar com diversos docentes especialistas. Além disso, é quando os alunos se transferem de escolas e, muitas vezes, de rede municipal para a estadual. Para que a transição ocorra com sucesso, recomenda-se construir um sentimento de pertencimento à nova fase.

(Angela Dannemann. O Estado de S.Paulo, 29 de agosto de 2022. Adaptado) 
No trecho “Grandes mudanças físicas, emocionais e comportamentais na passagem da infância para o início da puberdade desafiam todos: aqueles que passam por ela e também os que estão próximos, como família e amigos.” os dois-pontos servem para 
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Q2116803 Português
        Desculpe-me pelo trocadilho, caro leitor, mas muitos estudos no campo da nutrição são indigeríveis. Há os que sugerem que consumir um ovo por dia encurtaria nossa expectativa de vida em seis anos, e, por outro lado, os que apontam que ingerir 12 avelãs diariamente nos faria 12 anos mais longevos. Seriam esses resultados minimamente plausíveis?
    Tendo essa pergunta como pano de fundo, John Ioannidis, proeminente cientista de uma universidade americana, tem duramente criticado não somente os achados pouco admissíveis de famosos estudos nutricionais populacionais, mas especialmente suas falhas metodológicas.
     Segundo Ioannidis, as conclusões exorbitantes geradas por esses estudos devem-se, antes de tudo, a uma falha de análise e interpretação. Em geral, estudos populacionais são de natureza associativa, e a associação entre duas variáveis não necessariamente implica causalidade entre elas. Vejamos este exemplo. No passado, o consumo de café foi correlacionado com risco aumentado de câncer. À época, muitos concluíram que a bebida seria a responsável pela doença. As suspeitas somente seriam encerradas com a constatação de que o hábito de tomar um cafezinho frequentemente acompanha o do tabagismo – este sim o fator causal por trás da inverídica associação.

(Bruno Gualano. Por que o ovo que te faz bem hoje te mata amanhã. www1.folha.uol.com.br, 01.11.2021. Adaptado) 
Assinale a alternativa em que as vírgulas foram inseridas em um trecho do texto sem prejuízo da norma-padrão de pontuação:
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Q2116750 Português
    Há 18 meses, todas as escolas do País fecharam as portas, o ensino remoto e mediado pela tecnologia foi o único caminho possível para que o aprendizado não fosse paralisado. O uso das ferramentas tecnológicas, que ainda engatinhava no sistema educacional brasileiro, foi disseminado. Mas do jeito que deu.
    Você e outros especialistas são categóricos ao afirmar que, por mais sedutora e avançada que pareça, nenhuma s olução tecnológica é capaz de substituir a mediação humana na educação. Acreditou-se que isso seria possível?
    Havia a ilusão, principalmente no mundo das empre sas de tecnologia, de que, quando o aluno pudesse estudar no seu tempo e no lugar que escolhesse, isso o liberaria das amarras da educação tradicional, iria personalizar a educação. Isso foi um grande fracasso, porque o que determina a quali dade da educação é a pedagogia, não a tecnologia.
    Pesquisas mostram que, para as crianças, a mediação humana é muito importante. Nessa fase, não se aprendem somente conteúdos, mas também práticas de aprendizagem. Ainda se está aprendendo a aprender, ou seja, como monitorar o próprio aprendizado, quais fontes de conhecimento são mais adequadas para diferentes situações. Quando você é adulto e faz um mestrado a distância, tais habilidades já estão estabelecidas, por isso um modelo de aprendizagem autônomo funciona. O que vemos nas pesquisas é que, para alunos com melhor desempenho, a questão entre usar ou não o ensino digital representa pouca diferença. Já para os estudantes com mais dificuldade, a transição do modo presencial para o remoto ou híbrido é mais difícil; eles precisam mais da mediação humana. Não podemos tratar todos os alunos da mesma forma. Se a gente está pensando em soluções híbridas, precisa desenhar mecanismos de compensação, como tutoriais e diagnósticos mais rápidos.
    O professor deve estar no centro do processo que mescla interação e aprendizado mediado pela tecnologia. Ele é o maestro que combina diferentes mídias e formas de aprendizagem. Por isso, me preocupo bastante com sistemas que pensam em fórmulas únicas de ensino híbrido.
    Quais ações práticas as redes de ensino devem adotar para manter professores em sintonia com o universo digital?
É preciso criar uma integração com universidade, terceiro setor, governo… Tudo para gerar pesquisa e programas para formação de professores e gestores. Há 15 anos, dar formação em tecnologia educacional era fácil. Você ensinava o professor a usar duas tecnologias e pronto. Hoje a exigência é um treinamento muito avançado. As teorias educacionais continuam com seu papel essencial, podendo agora se v aler do universo digital para complementar o que já sabemos s obre aprendizagem humana e expandir nossas possibilidades. Por isso, volto a frisar: o professor, que deve ser o arquiteto das experiências de aprendizagem, tem de conhecer as ferramentas tecnológicas para aplicar um sólido desenho pedagógico.

(O Estado de S.Paulo, 24 set. 2021. Adaptado) 
Assinale a alternativa em que as vírgulas foram empregadas pelo mesmo motivo que na passagem: O uso das ferramentas tecnológicas, que ainda engatinhava no sistema educacional brasileiro, foi disseminado.
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Q2116520 Português

Texto 20A2-II


    Estou prestes a sair de casa. Abro o armário. Urge escolher a máscara, das muitas que eu tenho, para ir à rua. Com ela enfrentarei os dissabores e as aventuras do meu cotidiano. Afinal, ela é a ponte que cruzo para alcançar os demais seres.

    Minhas máscaras acomodam-se na prateleira, em meio às bolsas. Todas parecidas, elas diferenciam-se entre si apenas em detalhes imperceptíveis aos olhos alheios. São raros aqueles que surpreendem a natureza da minha máscara. Reconhecem que rio, choro ou encontro-me na iminência de velejar para um hemisfério longínquo, de onde, quem sabe, não regresso tão cedo.

    Enquanto muitos confessam, em consonância, com triste adágio, que suas vidas são um livro aberto, nada tenho a esconder dos homens, sou justo o contrário, não sei viver sem as máscaras, que me protegem, são a salvaguarda da minha liberdade. E ainda que se provem elas em muitos momentos incapazes de me proteger, não importa. Afinal, a vida não permite previsões, lances antecipados. Para enfrentar certos conflitos, seria necessário revestir-se da máscara de ferro, que traz consigo o sopro da morte.

    Duvido que alguém prescinda do uso da máscara. Ande inadvertido pelo mundo, oferecendo o rosto cru dos seus sentimentos. Desajeitado e pobre, quando poderia dispor, a qualquer hora, de mais de mil máscaras, capazes todas de impulsionar o espetáculo humano, de corresponder à natureza do seu dono, de encharcar de vinagre e esperança qualquer coração.

    As máscaras, sem dúvida, ajudam-me a viver. Levam-me às cerimônias solenes, onde confirmo educação recebida. Acompanham-me nos momentos em que sangro, a despeito da minha aparente indiferença. E são elas ainda que me perguntam qual das máscaras usar em determinada festa. Acaso a máscara que engendrei ao longo dos anos, e que me serve como um chinelo velho? Aquela que é dissimulada, cujo desassombro assusta-me, pois revela aos vizinhos o que eu mantinha sob resguardo? Ou a outra, que aspira sobrepor-se à tirania das convenções, quer rasgar o véu da hipocrisia, emitir as palavras acomodadas no baú dos enigmas? Será a máscara que alardeia arrogância, ansiosa por deixar consignada nas paredes do mundo uma única mensagem que justifique sua existência?

    Olho-me ao espelho. Estarei usando máscara mesmo quando estou sozinha? Acaso já não vivo sem ela, só respiro por meio de artifícios? É ela que me deixa ser alada e terrestre, me permite voar e contornar seres e objetos de cristal? É a máscara que pousa desajeitada no meu próprio rosto, onde há de ficar para sempre, até derreter um dia como se fora feita de cera?


Nélida Piñon. A máscara do meu rosto. In: O Estado de São Paulo, Suplemento Feminino, 29/9/1997.

Julgue o próximo item, referentes a aspectos gramaticais e de estilo do texto 20A2-II. 


O emprego das vírgulas que isolam os termos “quem sabe” (final do segundo parágrafo) e “com triste adágio” (início do terceiro parágrafo) justifica-se pela função sintática que ambos exercem e sua posição nos períodos em que ocorrem. 
Alternativas
Ano: 2023 Banca: FGV Órgão: CGM - RJ Prova: FGV - 2023 - CGM - RJ - Contador |
Q2115737 Português
Texto – O futuro do plástico (fragmento)

Por Bruno Garattoni e Tiago Cordeiro

“[...]
           Em setembro, um estudo publicado por cientistas chineses detectou, pela primeira vez, a presença de microplásticos (partículas com menos de 5 milímetros) na placenta humana. Eles analisaram as placentas de 17 gestantes, e todas continham quantidades ‘muito abundantes’ de microplásticos. [...]

     Estamos expostos ao plástico antes mesmo de nascer. E, ao chegar a este mundo, somos bombardeados por ele. Literalmente. Em 2020, cientistas da Universidade Cornell, nos EUA, coletaram amostras de ar em 11 pontos do país – e descobriram que, nelas, ‘chovem’ mais de 1.000 toneladas de microplásticos por ano, o equivalente a 120 milhões de garrafas PET.
    [...]
           Mas suas principais fontes são a água e a comida. Um estudo da Universidade de Newcastle analisou a quantidade presente em alguns alimentos, como peixes, mariscos, sal, cerveja, água, mel e açúcar – e concluiu que cada adulto ingere em média 20 gramas de microplásticos, o equivalente a uma pecinha de Lego, por mês.

          E o cálculo não considera outros alimentos ou fontes, como os microplásticos presentes em cremes dentais ou liberados por panelas com o revestimento antiaderente danificado – que podem soltar mais de 9.000 pedacinhos a cada uso. Ou seja: não estamos apenas sendo soterrados pelo plástico. Ele já está dentro de nós.
    [...].

A ilha transparente

          Em 1997, o oceanógrafo Charles Moore estava voltando de uma regata entre Los Angeles e Honolulu, no Havaí, quando resolveu testar seu veleiro, o Alguita. Pegou uma rota tranquila, com pouco vento, no Giro do Pacífico Norte [...]. Mas, aí, viu pedaços de plástico boiando a esmo no meio do oceano.
         Era a primeira observação da Grande Ilha de Lixo do Pacífico, um fenômeno que havia sido teorizado em 1988 por cientistas do governo americano. A ilha fica entre a costa oeste dos EUA e o Japão, e é formada por mais de 1,8 trilhão de detritos, que somam mais de 80 mil toneladas de plástico e se estendem por 1,6 milhão de quilômetros quadrados – o tamanho do estado do Amazonas.
         Só que a ilha não é bem como as pessoas imaginam, com uma gigantesca maçaroca flutuante. Em sua maior parte, ela é invisível a olho nu. Isso porque o lixo vai se fragmentando – e 80% dele já está na forma de microplásticos.
           Eles são muito pequenos, e ficam espalhados por uma área gigantesca. Por isso, a ilha é difícil de ver – seja de barco ou por imagens de satélite.
         Mas causa um impacto ambiental enorme: afeta mais de 700 espécies. Os animais marinhos podem ficar presos na ilha de lixo, ou ingerir plástico em quantidades nocivas. Além disso, como os pedacinhos de plástico deixam a água ligeiramente turva, reduzem o acesso das algas marinhas à luz do sol, podendo desregular seriamente a cadeia alimentar.  

A bactéria mutante

          A usina nuclear de Chernobyl é um dos pontos mais contaminados do mundo. Quando seu reator 4 explodiu, em 1986, a radioatividade no local chegou a incríveis 300 sieverts por hora: o equivalente a 3 milhões de exames de raio-X, e suficiente para matar uma pessoa em cerca de 1 minuto. [...]
          Mas foi ali que, em 1991, pesquisadores acharam algo incrível: um fungo radiotrófico, ou seja, capaz de se alimentar de radiação. Ele se chama Cryptococcus neoformans, e a ciência já o conhecia; mas essa sua nova habilidade, não. [...]
        Décadas mais tarde, em 2016, algo parecido aconteceu – só que com o plástico. Um grupo de pesquisadores estava testando amostras do solo perto de uma usina de reciclagem de garrafas PET na cidade de Sakai, no Japão. Eles encontraram uma bactéria capaz de ‘comer’ esse material, transformando-o em energia para sobreviver.
            O micróbio foi batizado de Ideonella sakaiensis, e passou a ser estudado em laboratório. O segredo dessa bactéria está numa enzima que ela produz: a PETase, que decompõe esse tipo de plástico [o plástico produzido a partir do polietileno tereftalato, ou PET, e que pode ser encontrado nas garrafas plásticas que recebem esse nome]. Nos anos seguintes, outras pesquisas descobriram dezenas de PETases, fabricadas por vários microorganismos. Elas decompõem o plástico em poucos dias – acelerando muito a degradação natural, que leva séculos.
           Cientistas da Universidade do Texas criaram uma versão alterada da enzima, que se chama FAST-PETase e funciona incrivelmente bem: basta aplicá-la sobre o plástico, deixar o material numa temperatura de 30 a 50 graus (fácil de atingir e manter num galpão ou tonel levemente aquecido, por exemplo), e a natureza faz todo o resto. Um a sete dias depois, dependendo da temperatura ambiente, você tem plástico novo.
            Sem precisar derreter o material, usar aditivos nem lidar com substâncias tóxicas. E a enzima não só decompõe o plástico, ela o refaz: repolimeriza as moléculas do material, montando novamente as cadeias de átomos que formam o PET (e o tornam tão flexível e resistente).
        Também há testes com novos métodos de reaproveitamento. A empresa holandesa Ioniqa, por exemplo, inventou uma técnica que permite reciclar as garrafas PET infinitas vezes, como é feito com as latinhas de alumínio. (No método tradicional, isso não acontece: o plástico perde qualidade após cada reciclagem, e você precisa adicionar uma porcentagem cada vez maior de material ‘virgem’, ou seja, novo, para fazer as garrafas.)
    [...]
          Em suma: vem aí uma série de inovações que podem aumentar muito a reciclagem. ‘Agora dá para começar a enxergar uma verdadeira economia circular em torno do plástico’, disse o químico Hal Alper, um dos criadores da enzima FAST-PETase, ao anunciá-la.
     [...]”

Disponível em: https://super.abril.com.br/ciencia/o-futuro-doplastico. Acesso em: 04/01/2023
Todas as alternativas abaixo apresentam passagens retiradas de O futuro do plástico nas quais foi empregado o sinal gráfico das aspas. A alternativa em que a função desse sinal está INCORRETAMENTE identificada é: 
Alternativas
Respostas
2021: B
2022: A
2023: B
2024: B
2025: B
2026: C
2027: C
2028: E
2029: B
2030: B
2031: D
2032: E
2033: E
2034: E
2035: D
2036: D
2037: C
2038: A
2039: C
2040: A