Questões de Português - Pontuação para Concurso

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Q2087076 Português
Cenoura, ovo ou café

    Uma filha se queixou a seu pai sobre sua vida e de como as coisas estavam tão difíceis para ela. Ela já não sabia mais o que fazer e queria desistir. Estava cansada de lutar e combater. Parecia que assim que um problema estava resolvido um outro surgia. 

    Seu pai, um “chef”, levou‐a até a cozinha. Encheu três panelas com água e colocou cada uma delas em fogo alto.

    Logo as panelas começaram a ferver.

    Em uma ele colocou cenouras, em outra colocou ovos e, na última, pó de café.

    Deixou que tudo fervesse, sem dizer uma palavra.

    A filha deu um suspiro e esperou impacientemente, imaginando o que ele estaria fazendo.

    Cerca de vinte minutos depois, ele apagou as bocas de gás. Pescou as cenouras e as colocou em uma tigela. Retirou os ovos e os colocou em uma tigela. Então pegou o café com uma concha e o colocou igualmente em uma tigela.

    Virando‐se para ela, perguntou “Querida, o que você está vendo?” “Cenouras, ovos e café”, ela respondeu.

    Ele a trouxe para mais perto e pediu‐lhe para experimentar as cenouras. Ela obedeceu e notou que as cenouras estavam macias.

    Ele, então, pediu‐lhe que pegasse um ovo e o quebrasse. Ela obedeceu e depois de retirar a casca verificou que o ovo endurecera com a fervura.

    Finalmente, ele lhe pediu que tomasse um gole do café.

     Ela sorriu ao provar seu aroma delicioso.

      Ela perguntou humildemente: “O que isto significa, pai?”

    Ele explicou que cada um deles havia enfrentado a mesma adversidade, água fervendo, mas que cada um reagira de maneira diferente.

     A cenoura entrara forte, firme e inflexível. Mas depois de ter sido submetida à água fervendo, ela amolecera e se tornara frágil.

    Os ovos eram frágeis. Sua casca fina havia protegido o líquido interior. Mas depois de terem sido colocados na água fervendo, seu interior se tornou mais rígido.

    O pó de café, contudo, era incomparável. Depois que fora colocado na água fervente, ele havia mudado a água. “Qual deles é você?” ele perguntou a sua filha. “– Quando a adversidade bate a sua porta, como você responde? Você é uma cenoura, um ovo ou pó de café?”

    E você?

   Você é como a cenoura que parece forte, mas com a dor e a adversidade você murcha e se torna frágil e perde sua força? 

    Será que você é como o ovo, que começa com um coração maleável? Você teria um espírito maleável, mas depois de alguma morte, uma falência, um divórcio ou uma demissão, você se tornou mais difícil e duro? Sua casca parece a mesma, mas você está mais amargo e obstinado, com o coração e o espírito inflexíveis?
 
    Ou será que você é como o pó de café? Ele muda a água fervente, a coisa que está trazendo a dor, para conseguir o máximo de seu sabor, a cem graus centígrados. Quanto mais quente estiver a água, mais gostoso se torna o café. Se você é como o pó de café, quando as coisas se tornam piores, você se torna melhor e faz com que as coisas em torno de você também se tornem melhores.

    Como você lida com a adversidade?
 
     Você é uma cenoura, um ovo ou café?

(Retirado do livro “Às vezes você ganha, às vezes você aprende” – John C. Maxwell. Disponível em: https://pensebem.blog/2020/03/30/fabulacenouras-ovos-cafe-e-adversidades/. Em: 03/2020.)
Em “Seu pai, um ‘chef’, levou‐a até a cozinha.” (2º§), o emprego das vírgulas justifica-se por:
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Q2086761 Português

Ainda dá tempo? O interrompido sonho de futuro


Talvez resida na contradição expressa na convergência entre continuar correndo nas redes virtuais, ainda que imobilizado em casa, um jeito de não enlouquecer.


    Parar o tempo. Voltar no tempo. Avançar no tempo. Três desejos associados à felicidade que até foram realizados pela Covid-19, mas como tragédia. O ser humano sonhou errado?

    A humanidade é ambígua ao se relacionar com o tempo. Na prática, vive o presente. Na fantasia, adora o passado. De verdade, só pensa em antecipar o futuro. Era assim. Mas mudou com a Covid-19. Como um hacker, o confinamento associado à longa pandemia foi desconfigurando o algoritmo do psiquismo humano: mais de 600 mil mortes, mais de 500 dias e toneladas de dor, raiva e frustração depois, a saída é dar ctrl+alt+del e reiniciar a relação com este deus – ou deusa – chamado tempo.

    Exagerada, a humanidade sonhou tão intensamente com o futuro que estressou o próprio tempo, que agora nos revela o modelito híbrido – um tipo de tempo mais confuso ainda. Teremos saúde mental para lidar com a instabilidade que reside nele?

    A pandemia interrompeu o fluxo livre dos nossos desejos. Nessa medida, foi bom. Isso porque o sonho humano de controlar o tempo nunca foi inócuo. Apontava para a determinação da espécie humana em estar no controle das vidas, de todas as vidas, incluindo a vida das outras espécies que habitam o planeta, também para além da vida, na governança do legado de quem já faleceu. Nem na ficção científica isto costuma dar certo.

    É tudo delírio da humanidade, porque o tempo sempre fluiu a seu capricho, poderoso e soberano. Mas imaginávamos que fosse sempre para a frente, na direção do futuro. Não foi. Veio o passado. Ou a nítida sensação de que voltamos ao passado. De tal modo que hoje estamos entre o futuro e o passado, construindo um presente volátil e, ao mesmo tempo, permanente.

    Povos ancestrais marcam o tempo com fenômenos naturais dos quais participam ao vivo. Nós também. Sem aulas presenciais – decisão necessária – as crianças isoladas em casa não viram, por exemplo, os dentinhos de leite das outras crianças da turma caírem. Nem tiveram a alegria de lhes mostrar suas bocas banguelas também. Um ritual da infância. Meninas menstruaram pela primeira vez sem ter como compartilhar essa emoção com as amigas, ao vivo. Um ritual da adolescência. E como terá sido relacionar-se sexualmente com alguém pela primeira vez nas fases mais críticas da pandemia? Paixão, prazer, insegurança e possivelmente medos – incluindo, agora, o de se contaminar.

    Na pandemia, rituais naturais e auspiciosos que registram a passagem do tempo foram substituídos por outros, mórbidos, como acompanhar o ciclo de 14 dias do coronavírus de pessoas próximas. Ou o ciclo de uma intubação, com final feliz ou não. Rituais ao vivo são marcadores de tempo da vida. E tanto a vida como seus marcadores de tempo têm sido maculados desde 2020.

    O isolamento social e o receio da contaminação também agravaram as intolerâncias. Quem ainda aguenta se olhar no espelho? Descobri que o verbo olhar, em “olhar-se no espelho”, não é intransitivo coisa nenhuma. É transitivo: uma ação de início, meio e fim, e com complemento verbal. Olhar-se no espelho precisa ter um objetivo não narcísico ou íntimo, como sair de casa ou receber alguém. Na pandemia, olhar-se no espelho foi perdendo a graça.

    Abrir os armários de roupa hoje me provoca uma sensação estranha. As peças perderam a anima e, fantasmagoricamente, parecem ser de uma outra pessoa que viveu remotamente, e que não sou eu. Que aberração psíquica é esta de construir o seu próprio e indesejável museu? Um museu que ninguém visita.

    Passamos a dedicar mais amor aos banheiros e a verificar a quantidade de rejuntes necessários nos azulejos no box, no piso e ao redor da pia. Esfregamos com toda a força qualquer sujeirinha recém-descoberta, para depois ignorála de novo. Vida que segue.

    Vestir-se ficou automático – o esmero é só da cintura pra cima, parte que aparece nas lives. Os batons ganharam insignificância por causa das máscaras. E os sapatos novos mofaram ou deixaram de caber nos pés – cujas plantas alargaram – de tanto ficarem descalços. A ortopedia vem registrando um número inédito de dedinhos mínimos fraturados por topadas em móveis. Na pandemia, todo mundo ficou mais corcunda, grisalho, careca e… perdido no tempo. A esperança? Agilizar tudo para que um futuro melhor chegue depressa.

    É sobretudo no mundo digital que a urgência em alcançar o futuro se manifesta. A paixão pela velocidade virtual inebria, vicia e concretiza a obstinação da humanidade em prematurar o tempo. Confinados, ficamos ainda mais ávidos por experienciar processos que fluem com rapidez, como quando consumimos online. E talvez resida justamente nessa contradição, expressa na convergência entre continuar correndo nas redes virtuais, ainda que imobilizado em casa, um jeito de não enlouquecer.

    Não há previsão de como a humanidade irá se relacionar com o tempo após esse rewind, que drasticamente conectou passado e presente, e, como se não bastasse, estragou o futuro imediato que parecia tão promissor. Nessa direção, imagino também que o tema do idadismo se expandirá com novas reflexões relacionadas a percepções díspares do tempo entre quem é pessoa adulta hoje e as crianças nascidas em 2020 e 2021. Conflitos intergeracionais irão se agravar em casa e no ambiente de trabalho?

    Enfim, em qual matemática a humanidade poderá confiar, se a história parou e o tempo voltou? Cem anos não serão mais 100 anos. Podem ser bem mais ou bem menos. Busca-se desesperadamente um algoritmo novo. Evoluído o suficiente para calcular a distância temporal que, agora se sabe, é mutante.


(WERNECK, Claudia. Ainda dá tempo? O interrompido sonho de futuro. Nexo, 2021. Disponível em: https://www.nexojornal.com.br/ensaio /2021/Ainda-d%C3%A1-tempo-O-interrompido-sonho-defuturo. Acesso em: 31/12/2021.)

Em “Na pandemia, todo mundo ficou mais corcunda, grisalho, careca e… perdido no tempo.” (11º§), o emprego das reticências tem a função de:
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Q2086553 Português

Aquilo por que vivi


    Três paixões, simples, mas irresistivelmente fortes, governaram-me a vida: o anseio de amor, a busca do conhecimento e a dolorosa piedade pelo sofrimento da humanidade. Tais paixões, como grandes vendavais, impeliram-me para aqui e acolá, em curso instável, por sobre profundo oceano de angústia, chegando às raias do desespero. 

     Busquei, primeiro, o amor, porque ele produz êxtase – um êxtase tão grande que, não raro, eu sacrificava todo o resto da minha vida por umas poucas horas dessa alegria. Ambicionava-o, ainda, porque o amor nos liberta da solidão – essa solidão terrível através da qual a nossa trêmula percepção observa, além dos limites do mundo, esse abismo frio e exânime.

    Com paixão igual, busquei o conhecimento. Eu queria compreender o coração dos homens. Gostaria de saber por que cintilam as estrelas. E procurei apreender a força pitagórica pela qual o número permanece acima do fluxo dos acontecimentos. Um pouco disto, mas não muito, eu o consegui. 

    Amor e conhecimento, até ao ponto em que são possíveis, conduzem para o alto, rumo ao céu. Mas a piedade sempre me trazia de volta a terra. Ecos de gritos de dor ecoavam em meu coração. Crianças famintas, vítimas torturadas por opressores, velhos desvalidos a constituir um fardo para seus filhos, e todo o mundo de solidão, pobreza e sofrimentos, convertem numa irrisão o que deveria de ser a vida humana. Anseio por aliviar o mal, mas não posso, e também sofro. 

    Eis o que tem sido a minha vida. Tenho-a considerado digna de ser vivida e, de bom grado, tornaria a vivê-la, se me fosse dada tal oportunidade.


(Bertrand Russel. Autobiografia. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1967. Adaptado.)


No fragmento “Três paixões, simples, mas irresistivelmente fortes, governaram-me a vida: o anseio de amor, a busca do conhecimento e a dolorosa piedade pelo sofrimento da humanidade.” (1º§), os dois-pontos têm como finalidade:
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Q2086128 Português
Leia este trecho.
     As políticas públicas de transferência de renda, uma das principais tendências de políticas públicas de combate à fome, concedem ao Estado a responsabilidade de garantir aos seus cidadãos mais vulneráveis socialmente uma renda mínima para as necessidades mais importantes.
As vírgulas usadas nesse trecho servem para
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Q2084698 Português
Quem está “on”?



Martha Medeiros. In: NSC Total. Acesso em:https://www.nsctotal.com.br/colunistas/martha-medeiros/quem-esta-on , 14 out., 2022.
“Dizem que é o tal do “Fear of Missing Out”, ou em bom português, “medo de ficar por fora”.(Linhas 15 e 16)
O uso das aspas no trecho sublinhado explica-se por
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Q2084690 Português
Quem está “on”?



Martha Medeiros. In: NSC Total. Acesso em:https://www.nsctotal.com.br/colunistas/martha-medeiros/quem-esta-on , 14 out., 2022.
Dias antes, havia postado sobre o lançamento do meu novo livro no Rio, em fevereiro próximo, e disse na legenda: “Não há outras cidades confirmadas. Quando houver, avisarei”. (linhas 4 e 5). O uso dos dois pontos se explica 
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Q2082067 Português
   A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou hoje (28) a fabricação, no Brasil, de um novo produto medicinal à base de cannabis, o Canabidiol Ease Labs 100 mg/ml. O remédio será fabricado pela Ease Labs Laboratório Farmacêutico sob a forma de solução de uso oral.
Disponível em:<https://veja.abril.com.br/saude/anvisa-autoriza-fabricacao-de-novo-medicamento-a-base-de-cannabis/>. Acesso em: 10. dez. 2022. 
O uso da vírgula no trecho “...um novo produto medicinal à base de cannabis, o Canabidiol Ease Labs 100 mg/ml” justifica-se por se tratar de um(a)
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Q2081014 Português
No item que se segue, o fragmento constitui trecho sucessivo de um texto. Julgue-o quanto à correção gramatical.
Itens adaptados de Internet: <www.noticiaspetrobras.com.br>.
O valor do investimento chega à 65 milhões em mídia e patrocínio direto, além de R$ 5,8 milhões em dois anos para a Confederação Brasileira de Handebol.
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Q2080996 Português
1_- 6.png (403×236) 
Internet: <www2.petrobras.com.br>.
Em relação ao texto acima, julgue o item a seguir. 
As vírgulas logo após “PETROBRAS” (ℓ.2) e “Estrella” (ℓ.3) isolam aposto.
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Q2080657 Português

O perigo das vacinas caseiras contra o coronavírus

Vários pesquisadores vinculados à Universidade Harvard promovem uma imunização sem aval para que os cidadãos a fabriquem e administrem em casa 


Um grupo de cientistas, profissionais da biotecnologia e cidadãos que nem sequer querem ser identificados está testando na própria carne uma suposta vacina contra o coronavírus que eles mesmos desenvolveram. Trata-se de um coquetel de proteínas sem eficácia comprovada, cuja primeira versão foi preparada por Preston Estep, um cientista que já esteve ligado à Universidade Harvard e cuja principal motivação é conseguir uma imunização antes que sejam lançadas as vacinas oficiais promovidas por governos e empresas farmacêuticas. Este projeto, chamado Radvac – sigla em inglês de “vacina colaborativa de implantação rápida” – se define como “um necessário ato de compaixão”.


Esta é uma das várias vacinas caseiras que estão circulando pelo mundo. Algumas não têm fins lucrativos, como a Radvac, e outras chegam a custar o equivalente a R$ 1.900. Nos EUA são conhecidas como vacinas DIY (sigla em inglês de “faça você mesmo”).


Muitos especialistas mostram preocupação com um fenômeno que pode causar danos e dinamitar a confiança nas vacinas convencionais. O mais inquietante talvez seja que, com a lei na mão, é impossível proibir alguém de obter e inocular esses preparados. Na prática pode ser muito complicado inclusive impedir que sejam distribuídas ou que seus adeptos ca


usem infecções por Covid-19, de forma deliberada ou acidental, por se julgarem imunizados.


Muitos de seus promotores iniciais estavam vinculados à prestigiosa Universidade Harvard (EUA). Um dos principais é o conhecido geneticista George Church, um dos pesquisadores mais respeitados em seu campo. Church admitiu ter usado em si mesmo a suposta vacina, e inclusive tirou uma foto enquanto a administrava, conforme revelou o veículo especializado Technology Review.


A suposta vacina defendida por Church é uma mistura de peptídeos, proteínas sintéticas que imitam as proteínas que compõem o SARS-CoV-2, como a característica espícula pontiaguda que usa para se unir às células humanas, penetrá-las e sequestrar seu maquinário biológico para se multiplicar. Em um documento de 59 páginas, Estep, Church e seus colegas explicam como misturar esses peptídeos com os outros quatro ingredientes básicos do preparado. Todos eles podem ser adquiridos de “distribuidores comerciais”, afirmam.


O produto final é um vapor inalável, administrado pelo nariz. O documento também detalha como usá-lo corretamente e recomenda fazer exames de anticorpos e linfócitos para comprovar seu efeito, como se os participantes fossem cobaias humanas. “Somos os animais”, disse Estep, ex-orientando de Church, ao The New York Times. Há 30 pessoas dos EUA, Alemanha, Reino Unido, China e Suécia que já se autoinocularam, afirma.


O próprio Estep afirma ter dado a vacina caseira a seu filho de 23 anos, e outros promotores também as administraram a familiares, segundo o jornal nova-iorquino.


O documento científico da Radvac adverte que a vacina não tem nenhuma eficácia demonstrada, não foi aprovada pelas autoridades e pode causar efeitos secundários, embora não descreva uma forma de controlar as reações adversas. Os promotores a definem como “ciência cidadã” e fornecem toda a informação sobre seu preparado com uma licença aberta. O EL PAÍS tentou contato com Estep e Church sem sucesso. “Este projeto não tem nenhuma filiação à Universidade Harvard”, declarou a instituição por sua vez. “A urgência em conseguir uma vacina efetiva para a Covid-19 é enorme, mas isso não pode acarretar um relaxamento dos padrões dos ensaios clínicos, que devem fornecer provas concludentes da eficácia dessa vacina para proteger a saúde pública”, acrescenta.


[...] Se as autoridades não frearem este tipo de experimentação caseira, “estas vacinas de efetividade e segurança duvidosa porão a saúde pública em risco”, alertam. Além disso, “pode derrubar a confiança da sociedade nas verdadeiras vacinas” contra a Covid-19, escrevem. Em sua carta, especialistas pedem que as autoridades federais dos EUA tomem as rédeas do assunto, como já fizeram para impedir a difusão de exames caseiros do novo coronavírus que não tinham aval científico. “Parte do interesse nestas vacinas caseiras surge aparentemente da crença de que a experimentação consigo mesmo não precisa respeitar as normas e os critérios éticos. É uma crença totalmente falsa”, disparam.


[...] “Promover este tipo de produto como uma possível solução sem ter provas viola o método científico, é reprovável”, ressalta Federico de Montalvo Jääskeläinen, presidente do Comitê de Bioética da Espanha. “Mesmo se funcionasse, só significaria que dispararam no ar e acertaram no prato por acaso”, acrescenta. O especialista concorda com seus colegas norte-americanos sobre o perigo que estes cientistas representam na luta contra a pior pandemia deste século. “Que a vacina demore não é o nosso maior problema. Onde arriscamos a saída desta pandemia é na confiança da população em relação às vacinas. Esta gente está minando essa confiança com uma narrativa antissistema. Se uma parte da população comprar estas mensagens, pode haver um enorme dano à saúde pública”, conclui.


Disponível em: https://bityli.com/dt36e. Acesso em: 18 set. 2020 (adaptado).

Em algumas passagens, por questões estilísticas, o autor prescinde do uso de vírgulas em situações que seu uso é facultativo.


Assinale a alternativa em que a(s) vírgula(s) colocada(s) não esteja(m) correta(s) de acordo com a norma-padrão, por erro gramatical ou alteração de sentido do trecho. 

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Q2080236 Português
Intolerância política cresce, ameaça democracia e estimula uso de coletes à prova de bala na corrida eleitoral
Em dois anos, houve aumento de 17,4% no número de casos de violência contra políticos; Polícia Federal está preocupada com segurança de presidenciáveis
Por Eduardo Morgado
    
    Em meio à escalada do autoritarismo vivida em algumas regiões do mundo, a democracia é um dos regimes políticos que mais perderam força e espaço no cenário global. De maneira gradual e sem que haja uma ruptura, é possível destacar meios para que este sistema perca força. Censura, descredibilização do sistema eleitoral e ataque às instituições são algumas das formas de colocar em xeque a ideologia que prega a participação igualitária e soberana da sociedade civil. Entre as diversas ameaças, destacam-se os crimes de ódio.
    O temor é tão grande que a Polícia Federal decidiu antecipar o programa de segurança dos candidatos à Presidência. Os partidos não precisarão esperar até 16 de agosto para pedir proteção policial. Será possível fazê-lo a partir da convenção partidária. Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT), os dois favoritos à corrida presidencial, já usam coletes à prova de balas em eventos públicos. O atual presidente, aliás, chega à campanha traumatizado por um atentado que quase lhe tirou a vida há quatro anos. Em 9 de setembro de 2018, em Juiz de Fora, o então postulante ao Palácio do Planalto foi esfaqueado por Adélio Bispo e passou 23 dias internado. Segundo a PF, o autor do ataque agiu isoladamente. Bolsonaro pede que a investigação seja reaberta.
     Quem é responsável pela violência política?
    Já no último pleito presidencial, no qual o Partido dos Trabalhadores (PT) rivalizou a disputa com o então candidato Jair Bolsonaro — que se sagrou vencedor na disputa —, houve alguns crimes de ódio que abalaram o sistema democrático. Em 14 de março de 2018, a vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco (Psol) foi morta em uma emboscada no centro da capital fluminense. No período em que ocorreu seu assassinato, o Estado do Rio vivia sob intervenção federal na segurança pública. Menos de duas semanas depois, no dia 27, um ônibus da caravana do então pré-candidato Lula foi atingido por tiros na cidade de Quedas do Iguaçu, no Paraná. Mesmo sem feridos, o delegado Hélder Lauria, que capitaneou as investigações, afirmou que o ataque havia sido planejado. Meses depois, Bolsonaro foi esfaqueado na região do abdômen enquanto participava de um evento de campanha na cidade de Juiz de Fora, em Minas Gerais.
      [...]

Disponível em https://jovempan.com.br/noticias/politica/intolerancia-politica-cresce-ameaca-democracia-e-estimula-uso-de-coletes-a-prova-de-bala-na-corrida-eleitoral.html

Assinale a alternativa que apresenta a explicação correta para o uso das vírgulas no título e no subtítulo, também conhecido como lide.

Alternativas
Q2079948 Português
NSTRUÇÃO: Leia o texto a seguir para responder à questão.

DIA MUNDIAL SEM TABACO: BRASIL TEM REDUÇÃO NO NÚMERO DE FUMANTES

Mesmo com queda no consumo do tabaco e nas mortes relacionadas, Ministério da Saúde reforça a importância do combate ao tabagismo; ações de promoção à saúde e webinários marcam a data

     O número de fumantes diminuiu no Brasil, e o grupo de ex-usuários de tabaco é cada vez maior. Os dados são da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS 2019), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com o apoio do Ministério da Saúde, e divulgada nesta segunda-feira (31/05/2021), quando é celebrado o Dia Mundial sem Tabaco.

    Apesar da redução, o cenário ainda é preocupante, já que a quantidade de pessoas que tentam parar de fumar também teve queda, de 51,1% para 46,6% dos entrevistados. As informações alertam para a necessidade de reforçar ações de combate ao fumo.

    De acordo com dados do Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde, que apresenta o panorama do uso atual de produtos derivados do tabaco, no Brasil, são mais de 160 mil mortes anuais atribuíveis ao tabaco, o que representa 443 mortes por dia. O tabaco é responsável por mais de 8 milhões de mortes por ano no mundo, contudo, até 2030, pode ser responsável por 10% do total de mortes globais.

    Considerado um fator de risco importante para as doenças crônicas não transmissíveis, o tabagismo está relacionado ao desenvolvimento de aproximadamente 50 doenças, entre elas vários tipos de câncer, doenças do aparelho respiratório, como enfisema pulmonar, e doenças cardiovasculares, como infarto agudo do miocárdio, hipertensão arterial e acidente vascular cerebral.

VIGITEL 2019

    O Vigitel 2019, que realiza a vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico, apontou queda de prevalência de fumantes nas capitais brasileiras de 15,7% a 9,8% no período de 2006 a 2019. Nas 27 capitais, a frequência de adultos fumantes foi de 9,8%, sendo maior no sexo masculino (12,3%) do que no feminino (7,7%). No total da população, a frequência de fumantes foi menor entre os adultos jovens (antes dos 25 anos de idade) e entre os adultos com 65 anos e mais.

    A frequência de adultos que fumam variou entre 4,4% em Teresina e 14,6% em Porto Alegre. As maiores frequências de fumantes foram encontradas, entre homens, em Rio Branco (17,1%), no Distrito Federal (15,8%) e em São Paulo (15,6%); e, entre mulheres, em Porto Alegre (14,1%), São Paulo (11,7%) e Curitiba (11%). As menores frequências de fumantes, no sexo masculino, ocorreram em Aracaju (5,7%), Maceió (5,9%) e Teresina (6,4%); e, no sexo feminino, em Manaus (2,2%), São Luís (2,7%) e Teresina (2,8%).

PESQUISA NACIONAL DE SAÚDE 2019

    Os dados da última PNS, mostram que o percentual de usuários de derivados de tabaco é de 12,8% entre os entrevistados. O número é menor do que o registrado em 2013, de 14,9%. A região Nordeste registrou a maior redução, de 14,7% em 2013 para 11% em 2019. Nesse mesmo período, o grupo de ex-fumantes aumentou, passando de 17,5% para 26,6%.

    O perfil de usuários de produtos derivados do tabaco foi de homens na faixa etária de 40 a 50 anos, sem instrução e fundamental incompleto, entretanto, as mulheres apresentaram maior frequência de exposição ao fumo passivo, principalmente no ambiente domiciliar e de trabalho.

    Os dados apontam ainda o consumo de cigarro eletrônico, que utiliza substâncias que possuem nicotina, nos jovens, acima de 15 anos – 0,6% entre os entrevistados. O uso desses produtos está concentrado em cidades maiores e em classes sociais com maior renda, indicando a vulnerabilidade dos grupos mais jovens para a dependência de nicotina.

    A fumaça também pode matar: os fumantes passivos, que convivem de perto com o tabaco, podem desenvolver várias doenças. No mundo, mais de 1,2 milhão de pessoas morrem em decorrência do fumo passivo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, o percentual desse grupo foi de 9,2% em 2019, segundo a PNS, e as mulheres são maioria, principalmente no ambiente domiciliar e no trabalho.

TRATAMENTO NO SUS

    O Sistema Único de Saúde oferece tratamento gratuito para quem deseja parar de fumar, com medicamentos como adesivos, pastilhas, gomas de mascar (terapia de reposição de nicotina) e bupropiona.

     Para saber onde procurar atendimento, a população deve ir aos centros / postos de saúde ou à Secretaria de Saúde do município para informações sobre locais e horários de tratamento. Outras informações ainda podem ser consultadas na Coordenação de Controle do Tabagismo na Secretaria Estadual de Saúde ou, por telefone, no Disque Saúde 136.

CAMPANHA DO INCA

    O Instituto Nacional do Câncer (INCA) e a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) promovem webinário, nesta segunda-feira (31/05/2021), para celebrar o Dia Mundial sem Tabaco. O tema, definido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), é “Comprometa-se a parar de fumar”. O foco da campanha é reduzir o número de fumantes e, consequentemente, a incidência de doenças relacionadas ao tabaco e o câncer no pulmão. Já no dia 2 de junho, o INCA promove a webconferência “Tabagismo, Covid-19 e Reforma Tributária”. O encontro reunirá especialistas para debater a relação entre tabagismo e Covid-19.

Disponível em: https://bityli.com/fYuwb. Acesso em: 1 maio 2022 (adaptado)

Releia o trecho a seguir.


“Os dados da última PNS, mostram que o percentual de usuários de derivados de tabaco é de 12,8% entre os entrevistados.”


O desvio gramatical presente nesse trecho está relacionado à

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Q2079429 Português

A cidade e a segurança pública


    O debate sobre criminalidade e segurança pública no Brasil tem sido pautado pela polarização entre defensores de medidas duras contra o crime, que vão desde o endurecimento das penas e dos trâmites processuais até o salvo conduto da excludente de ilicitude para a violência policial, e críticos do sistema de segurança pública e justiça penal, pelos abusos praticados e a ineficácia do encarceramento para a contenção da criminalidade.

     Para além desta dicotomia muitas vezes contraproducente para o enfrentamento de um problema que vitimiza grande parte da população brasileira, que tem sua integridade física e/ou patrimonial ameaçada cotidianamente, a questão da prevenção ao delito tem sido pouco discutida e menos ainda priorizada. Há experiências exitosas neste âmbito, e todas elas passam pelo maior protagonismo do poder local/municipal na implementação de iniciativas e programas e na articulação da ação das polícias com outros atores sociais.

    No campo dos estudos criminológicos, a relevância do município na gestão da segurança pública é algo já constatado desde os primeiros estudos da Escola de Chicago, nas primeiras décadas do século XX. A identificação das zonas criminógenas e a implementação dos Chicago Area Projects, buscando identificar e atuar sobre os “gateways”* da criminalidade, significaram um avanço importante no debate sobre a prevenção ao delito. Desde então, tanto no contexto norte-americano como em outros países, o envolvimento de gestores municipais na coordenação de programas de prevenção, com participação comunitária, tem sido muitas vezes o caminho mais exitoso para a redução de homicídios, lesões corporais, furtos, roubos e delitos sexuais.

    Via de regra, este foi um problema considerado de responsabilidade dos governos estaduais. Contudo, a partir do final dos anos 90 a segurança pública passou a receber um tratamento especial na agenda das discussões dos compromissos da União com os municípios, deixando de se constituir como problema da segurança estritamente dos estados e de suas polícias.

    Desde então, muitas experiências importantes de políticas públicas de segurança passaram a ocorrer na esfera municipal. Vários são os municípios que, nestes últimos 20 anos, criaram secretarias municipais de segurança urbana, assumindo responsabilidades na área, produzindo diagnósticos, desenvolvendo planos municipais, formando e reestruturando suas Guardas, implementando projetos sociais com foco na prevenção das violências e da criminalidade. Tais experiências são muito diversas e se orientam por princípios e expectativas também muito variadas, sendo, no geral, pouco estudadas e conhecidas.

    No âmbito das políticas municipais de segurança, a pauta deixa de ser exclusivamente a repressão, priorizando a prevenção e a promoção de novas formas de convivência social e cidadã, focadas na garantia, no respeito e na promoção de direitos. A intenção passa a ser a implementação de políticas de segurança cidadã, balizadas por duas perspectivas, distintas e complementares: a repressão qualificada da criminalidade, com a contenção de grupos armados que dominam territórios e controlam mercados ilegais, como facções do tráfico ou milícias urbanas, e a prevenção social das violências, com a identificação de gateways e a incidência preventiva sobre os mesmos.

    As políticas municipais de segurança cidadã expressam, pois, a expectativa de que as políticas de segurança devam se adequar às realidades locais e aos anseios das populações, em uma perspectiva de integração interinstitucional, intersetorial e interagencial, através de mecanismos democráticos de controle, monitoramento e avaliação das políticas públicas.

(Rodrigo Ghiringhelli de Azevedo. Em 07 de agosto de 2021. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/965400/a-cidade-e-aseguranca-publica.)

gateways”* = “entradas” da criminalidade.


No trecho destacado a seguir: “[...] assumindo responsabilidades na área, produzindo diagnósticos, desenvolvendo planos municipais, formando e reestruturando suas Guardas, implementando projetos sociais com foco na prevenção das violências e da criminalidade.” (5º§), as vírgulas foram empregadas para:
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Q2079416 Português

A bike pelo mundo


    Se em várias partes do Brasil a bicicleta só mais recentemente começou a ser vista como opção de transporte, lá fora esse conceito já existe faz tempo. Segundo The Copenhagenize Index (2015), no ranking das melhores cidades do mundo para andar de bicicleta, Copenhague (Dinamarca) aparece em primeiro lugar, seguida de Amsterdã e Utrecht (Holanda), Estrasburgo (França) e Eindhoven (Holanda).

    Este último país é considerado por muitos (especialmente pelos próprios moradores) o melhor país do mundo para se andar de bicicleta. Já na década de 1950, 20% da população holandesa se locomoviam sobre duas rodas. Mas, na década seguinte, a prosperidade econômica aumentou e um dos resultados disso foi o crescimento no número de automóveis. Com o passar dos anos, os ciclistas foram perdendo espaço e o número de acidentes se elevou drasticamente. O trânsito se tornou um ambiente hostil, de disputas de violência. Diante da crise, os holandeses não perderam tempo, e organizaram um grande movimento para reduzir os acidentes. A campanha “Abaixo o assassinato de crianças” recebeu o apoio da população e do governo. A Holanda voltou a prestigiar o ciclismo e o número de acidentes caiu.

    A mobilidade por bicicleta não parou mais de crescer. O ciclismo foi totalmente integrado à malha de transportes holandesa, com sinalização adequada e estacionamentos de bicicletas compatíveis com a demanda crescente.

    Na Holanda, bicicletas dobráveis viajam de graça em outros meios de transporte público e as tradicionais podem ser transportadas fora dos horários de pico por uma pequena taxa. A companhia ferroviária e prefeituras oferecem estacionamento perto das estações. Desde 2003, o serviço de aluguel de bicicletas torna ainda mais acessível essa opção de transporte.


(TRIGUEIRO, André. Cidades e Soluções: como construir uma sociedade sustentável – Rio de Janeiro: LeYa, 2017.) 

O emprego de parênteses em: “Este último país é considerado por muitos (especialmente pelos próprios moradores) o melhor país do mundo para se andar de bicicleta.” (2º§) tem como objetivo:
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Q2078981 Português

Jacinda Ardern, a mãe trabalhadora, “influencer”’ e primeira-ministra da Nova Zelândia


Ela é a grande favorita para as próximas eleições do país por sua gestão eficaz da pandemia de Covid-19 e por seu carisma nas redes sociais, onde é capaz de rir de si mesma


Quando sua filha Neve fez dois anos, em junho, Jacinda Ardern assou um bolo em forma de piano que foi muito mais difícil de preparar do que ela esperava. A primeira-ministra da Nova Zelândia publicou uma selfie ao lado de sua criação em sua conta no Instagram, com o seguinte comentário: “Tem uma lata de lentilhas escorando esta coisa por trás. Feliz aniversário, Neve! Obrigada por ignorar todas as imperfeições da vida e ser uma alegria”. Desde que assumiu o cargo, em 2017, Ardern tem compartilhado com os neozelandeses os momentos marcantes e as dificuldades de combinar o poder com a maternidade, e já agradeceu várias vezes em público o trabalho feito por seu companheiro, o jornalista Clarke Gayford, que é o principal cuidador de Neve. Em uma entrevista à imprensa local, Gayford confessou que a chegada da Covid-19 foi um desafio para a família, com dias em que Ardern chegava em casa após a meia-noite para depois se levantar às cinco da manhã.

A capacidade de mostrar seu lado mais humano é um dos atributos por trás da alta popularidade da primeira-ministra, com a qual o Partido Trabalhista espera ganhar as eleições de 17 de outubro.Adeputada Priyanca Radhakrishnan explica ao EL PAÍS por que acredita que sua chefa desperta tanta admiração: “Já tivemos três primeiras-ministras na Nova Zelândia, mas Jacinda faz política de forma diferente. Ela não ataca o adversário, ela joga limpo e combina empatia com força. As pessoas se concentram em sua bondade porque é o aspecto novo, mas ela também é uma líder que toma decisões com garra”.

Jacinda Ardern não tem problemas em mostrar suas fraquezas tanto no âmbito pessoal como no político. Quando o coronavírus voltou à Nova Zelândia em meados de agosto, a primeira-ministra confessou ter ficado “abatida”, depois de celebrar mais de 100 dias sem nenhum caso de Covid-19. Ela disse à imprensa que se sentiu melhor depois de falar por telefone com a chanceler (chefa de Governo) alemã, Angela Merkel. Apesar de terem ideologias políticas distintas, as duas líderes têm uma relação calorosa — tanto que, quando um jornalista perguntou “que líder mundial visitaria primeiro”, Ardern respondeu: “Acho que não vou surpreendê-lo, é Merkel”.

O governo neozelandês foi reconhecido internacionalmente por sua estratégia de contenção da pandemia, que causou apenas 25 mortes em um país de quase cinco milhões de habitantes. A deputada Radhakrishnan explica como a primeira-ministra coloca a vida dos neozelandeses acima de qualquer outra consideração. “Não é fácil confinar uma cidade, uma região ou um país porque o impacto econômico é significativo, todos nós sabemos disso, mas, para nós, escolher entre as pessoas e a economia é uma dicotomia falsa, porque se você perde as pessoas, perde a economia”, afirma a deputada.

A região de Auckland, a mais populosa do país, continua em nível de alerta elevado pela Covid-19, com os eventos públicos da campanha eleitoral cancelados até novo aviso. É por isso que as redes sociais se transformaram em campo de batalha para os líderes políticos. Jacinda Ardern aparece quase diariamente em suas contas no Facebook e no Instagram, e combina postagens formais, nas quais promove suas promessas eleitorais, com conexões muito mais informais, a partir de sua casa e vestida com um moletom, com introduções como esta: “Saudações a todos. Estou diante de uma parede vazia porque é o único lugar da minha casa que não está desarrumado”.

A conta de Ardern no Facebook tem 1,7 milhão de seguidores, enquanto a de sua rival, a líder da oposição Judith Collins, tem 58.000. Ardern e seu companheiro não publicam fotos de sua filha, mas compartilham muitos detalhes de sua vida privada, como quando ele teve de pintar o cabelo dela (durante o confinamento), ou seu fracasso quando tentaram desfraldar a menina muito cedo.Alíder trabalhista virou sensação na internet graças à sua naturalidade diante da câmera, sua simpatia e sua capacidade de rir de si mesma, a tal ponto que os veículos de comunicação a chamam de “maior influencer política do país” e “primeira-ministra do Facebook”.

Embora sirva de inspiração para mulheres na Nova Zelândia e no resto do mundo, a primeira-ministra admitiu em uma entrevista que seu desejo é “normalizar” a figura da mãe trabalhadora. Quando uma menina se aproximou dela durante um evento de campanha, agarrando com as duas mãos um conto ilustrado sobre sua vida, Ardern parou por alguns minutos para conversar com ela e escreveu esta dedicatória no livro: “As garotas podem fazer qualquer coisa”.


Disponível em: https://bityli.com/KYmNL. Acesso em: 21 set. 2020. (Fragmento adaptado).

Releia o trecho a seguir.

“[...] a primeira-ministra admitiu em uma entrevista que seu desejo é “normalizar” a figura da mãe trabalhadora.”


Nesse contexto, as aspas da palavra destacada foram utilizadas para

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Q2078316 Português
Texto para responder à questão.

Empresa é condenada em R$ 50 mil por assédio sexual a jovem aprendiz

   A Justiça do Trabalho da 2ª região condenou duas empresas a pagar R$ 50 mil por assédio sexual praticado contra uma adolescente e extinguiu o contrato de aprendizagem da jovem por culpa do empregador.
   A decisão proferida na 17ª Vara do Trabalho de SP pela Juíza do Trabalho Lorena de Mello Rezende Colnago reconheceu a responsabilidade solidária e objetiva das companhias, considerando-se o princípio integral da proteção da criança e do adolescente e o meio ambiente de trabalho sadio.
   A jovem, que foi admitida por uma das instituições para prestar serviços na outra como aprendiz, narrou em depoimento que o gerente da firma costumava fazer elogios sobre sua boca, vestimentas e batom.
   No BO que registrou com o pai, consta que o superior hierárquico pediu que fosse levado um aparelho celular na sala dele, ocasião em que a beijou no pescoço. A vítima disse também não ter sido informada sobre os canais de denúncia na empresa e que relatou os fatos a uma colega de trabalho quando ainda prestava serviço ao estabelecimento.
   Em defesa, uma das companhias afirma que não encontrou nada que desabonasse a conduta do gerente, negou os episódios e confirmou que o homem continua trabalhando no local. Já a outra entidade argumentou que a adolescente recusou atendimento psicológico e visitas de assistentes sociais oferecidas. A terapia, porém, só foi oferecida após o ajuizamento da ação.
   Na sentença, a magistrada explica a dificuldade de se provar o assédio sexual porque “a conduta do assediador é realizada às sombras, normalmente longe dos olhos e ouvidos de outras pessoas, na clandestinidade”. E pontua que a violação praticada contra a adolescente, ainda que na ausência de outras pessoas, afeta sensivelmente o desenvolvimento psicológico da vítima. Lembra também que a importunação sexual, subtipo do assédio sexual e modalidade praticada pelo agressor, é conduta prevista no CP.
    Baseando-se no protocolo do CNJ para julgamento de casos com perspectiva de gênero, a magistrada destacou que a conduta das entidades descumpre normas da Organização Internacional do Trabalho e do Estatuto da Criança e do Adolescente. Para a julgadora, a jovem deixou de ser acolhida até mesmo pelas mulheres empregadas das duas reclamadas e a fala da aprendiz foi desqualificada, tanto no ambiente laboral quanto na audiência. Isso porque “a defesa reconhece e a preposta confessa, ainda que nas entrelinhas, que a palavra do gerente vale mais do que a da adolescente”.
   A julgadora lembra que acontecimentos do tipo, em geral, não são comunicados às autoridades “tamanha vergonha, constrangimento e humilhação causados nas vítimas”. E ao considerar o BO como indício suficiente de prova, menciona a importância do pai no desfecho do caso. Em suas palavras, a garota “teve em seu genitor um ponto de apoio seguro, que, a partir de uma escuta ativa, não só noticiou os fatos às autoridades policiais como foi à 1ª reclamada com a adolescente noticiar o ocorrido”.
  O processo corre em segredo de justiça.
(Disponível em: https://www.migalhas.com.br/quentes/378404/empresae-condenada-em-r-50-mil-por-assedio-sexual-a-jovem-aprendiz. Acesso em: dezembro de 2022.)
Em “A jovem, que foi admitida por uma das instituições para prestar serviços na outra como aprendiz, narrou em depoimento que o gerente da firma costumava fazer elogios sobre sua boca, vestimentas e batom.” (3º§), as vírgulas empregadas apresentam como justificativa: 
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Q2078314 Português
Texto para responder à questão.

Conceitos da vida cotidiana

   A metáfora é, para a maioria das pessoas, um recurso da imaginação poética e um ornamento retórico – é mais uma questão de linguagem extraordinária do que de linguagem ordinária. Mais do que isso, a metáfora é usualmente vista como uma característica restrita à linguagem, uma questão mais de palavras do que de pensamento ou ação. Por essa razão, a maioria das pessoas acha que pode viver perfeitamente bem sem a metáfora. Nós descobrimos, ao contrário, que a metáfora está infiltrada na vida cotidiana, não somente na linguagem, mas também no pensamento e na ação. Nosso sistema conceptual ordinário, em termos do qual não só pensamos, mas também agimos, é fundamentalmente metafórico por natureza.
   Os conceitos que governam nosso pensamento não são meras questões do intelecto. Eles governam também a nossa atividade cotidiana até nos detalhes mais triviais. Eles estruturam o que percebemos, a maneira como nos comportamos no mundo e o modo como nos relacionamos com outras pessoas. Tal sistema conceptual desempenha, portanto, um papel central na definição de nossa realidade cotidiana.
   Para dar uma ideia de como um conceito pode ser metafórico e estruturar uma atividade cotidiana, comecemos pelo conceito de DISCUSSÃO e pela metáfora conceitual DISCUSSÃO É GUERRA. Essa metáfora está presente em nossa linguagem cotidiana numa grande variedade de expressões: seus argumentos são indefensáveis; ele atacou todos os pontos da minha argumentação; e, destruí sua argumentação.
   É importante perceber que não somente falamos sobre discussão em termos de guerra. Podemos realmente ganhar ou perder uma discussão. Vemos as pessoas com quem discutimos como um adversário. Atacamos suas posições e defendemos as nossas. Planejamos e usamos estratégias. Se achamos uma posição indefensável, podemos abandoná-la e colocar-nos numa linha de ataque. Muitas das coisas que fazemos numa discussão são parcialmente estruturadas pelo conceito de guerra.
   Esse é um exemplo do que queremos dizer quando afirmamos que um conceito metafórico estrutura (pelo menos parcialmente) o que fazemos quando discutimos, assim como a maneira pela qual compreendemos o que fazemos.
(LAKOFF, G. & JOHNSON, M. Texto adaptado de Metáforas da vida cotidiana. Campinas: Mercado de Letras; São Paulo: Educ., 2002, p. 45- 47.)
Em “A metáfora é, para a maioria das pessoas, um recurso da imaginação poética [...]” (1º§), o emprego de vírgulas é:
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Q2078307 Português
Texto para responder à questão.

Conceitos da vida cotidiana

   A metáfora é, para a maioria das pessoas, um recurso da imaginação poética e um ornamento retórico – é mais uma questão de linguagem extraordinária do que de linguagem ordinária. Mais do que isso, a metáfora é usualmente vista como uma característica restrita à linguagem, uma questão mais de palavras do que de pensamento ou ação. Por essa razão, a maioria das pessoas acha que pode viver perfeitamente bem sem a metáfora. Nós descobrimos, ao contrário, que a metáfora está infiltrada na vida cotidiana, não somente na linguagem, mas também no pensamento e na ação. Nosso sistema conceptual ordinário, em termos do qual não só pensamos, mas também agimos, é fundamentalmente metafórico por natureza.
   Os conceitos que governam nosso pensamento não são meras questões do intelecto. Eles governam também a nossa atividade cotidiana até nos detalhes mais triviais. Eles estruturam o que percebemos, a maneira como nos comportamos no mundo e o modo como nos relacionamos com outras pessoas. Tal sistema conceptual desempenha, portanto, um papel central na definição de nossa realidade cotidiana.
   Para dar uma ideia de como um conceito pode ser metafórico e estruturar uma atividade cotidiana, comecemos pelo conceito de DISCUSSÃO e pela metáfora conceitual DISCUSSÃO É GUERRA. Essa metáfora está presente em nossa linguagem cotidiana numa grande variedade de expressões: seus argumentos são indefensáveis; ele atacou todos os pontos da minha argumentação; e, destruí sua argumentação.
   É importante perceber que não somente falamos sobre discussão em termos de guerra. Podemos realmente ganhar ou perder uma discussão. Vemos as pessoas com quem discutimos como um adversário. Atacamos suas posições e defendemos as nossas. Planejamos e usamos estratégias. Se achamos uma posição indefensável, podemos abandoná-la e colocar-nos numa linha de ataque. Muitas das coisas que fazemos numa discussão são parcialmente estruturadas pelo conceito de guerra.
   Esse é um exemplo do que queremos dizer quando afirmamos que um conceito metafórico estrutura (pelo menos parcialmente) o que fazemos quando discutimos, assim como a maneira pela qual compreendemos o que fazemos.
(LAKOFF, G. & JOHNSON, M. Texto adaptado de Metáforas da vida cotidiana. Campinas: Mercado de Letras; São Paulo: Educ., 2002, p. 45- 47.)
Reconhecendo-se a função exercida pelo emprego do travessão em “[...] um recurso da imaginação poética e um ornamento retórico – é mais uma questão de linguagem extraordinária do que de linguagem ordinária.” (1º§), assinale a afirmativa correta.
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Q2077727 Português

Exemplo de cuidado e amor ao próximo


2_.png (379×283) 


Internet: <www.uniprimedobrasil.com.br> (com adaptações).

Com relação ao texto e a seus aspectos linguísticos, julgue o item.

A vírgula utilizada após “Marilize Ana Stolarski” (linha 2) deveria ser suprimida, uma vez que não se pode separar o sujeito do verbo por vírgula, em ordem direta ou inversa. 

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Q2077510 Português

texto_1 .png (769×536)


Como era a rotina criativa de Einstein, Darwin e outros 6 gênios?

Internet: <super.abril.com.br> (com adaptações).

Em relação ao texto e a seus aspectos linguísticos, julgue o item.

O travessão empregado na linha 6 foi utilizado para isolar orações intercaladas.  

Alternativas
Respostas
1161: A
1162: A
1163: B
1164: A
1165: A
1166: B
1167: B
1168: E
1169: C
1170: D
1171: D
1172: A
1173: A
1174: A
1175: A
1176: B
1177: C
1178: A
1179: E
1180: E