Questões de Português - Pontuação para Concurso
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Manual de Procedimentos para Assessorias em Santa
Catarina (com adaptações).
Com base no texto e em seus aspectos linguísticos, julgue o item.
O uso de aspas em “nesse ritmo que estou correndo não aguento nem 10 minutos” (linhas 34 e 35) e em “overtraining” (linha 37) seguiu a mesma regra gramatical.
Leia o poema a seguir de autoria de Millôr Fernandes:
Diante de um automóvel 1958
Gasto tanto em oficina
Que inda não entendi bem
Se sou eu que tenho o carro
Ou se é ele que me tem
Caso Millôr Fernandes usasse a vírgula segundo a norma padrão da Língua Portuguesa em seu poema, ele poderia ser redigido tal como a opção:
Quanto ao uso do travessão no excerto anterior, pode-se afirmar:
Aposto que você já atinou para o problemão pré-histórico que isto representa: as pessoas que os europeus encontraram ao ancorar seus navios em Porto Seguro 517 anos atrás, por mais morenas que fossem, não tinham nada de africanas. Sua aparência – em especial o formato do crânio e os olhos que popularmente descreveríamos como “puxados” – lembra muito mais a de gente do nordeste da Ásia. [LOPES, Reinaldo José. 1499: o Brasil antes de Cabral. Rio de Janeiro: Harper Collins, 2017. P.40]
Na passagem em análise, as aspas têm a seguinte função:
A expressão após a vírgula estabelece com a anterior uma relação semântica de:
Texto para o item.
Júlio Nasário et al. Jogos lúdicos: o relato de uma vivência.
2.a edição. Editora Unidavi, 2014 (com adaptações).
Com relação ao texto e a seus aspectos gramaticais, julgue o item.
As vírgulas foram corretamente utilizadas no trecho “o
jogo tem início com os educandos na quadra, com a rede
ao centro, e com uma bola de plástico”.
Bere Adams – Prezado Dal Marcondes, é uma grande honra tê-lo como o nosso entrevistado. A sua contribuição será ímpar para todos, e certamente poderemos aprender muito a partir da sua vasta experiência. Muito obrigada por aceitar o nosso convite. Normalmente começo as minhas entrevistas perguntando: como o tema meio ambiente entrou em sua vida? Algo aconteceu que despertou o seu interesse? Conta pra gente como foi o seu ingresso nesta temática tão importante e essencial que é meio ambiente.
Se a vírgula empregada na linha 10, após “No hemisfério Sul”, for suprimida, não haverá prejuízo para a correção gramatical do período.
A inserção de vírgula após o termo “olhos” (linha 16) não prejudicaria a correção gramatical do texto, além disso, destacaria o sujeito da oração.
O outro marido
Era conferente da Alfândega — mas isso não tem importância. Somos todos alguma coisa fora de nós; o eu irredutível nada tem a ver com as classificações profissionais. Pouco importa que nos avaliem pela casca. Por dentro, sentia-se diferente, capaz de mudar sempre, enquanto a situação exterior e familiar não mudava. Nisso está o espinho do homem: ele muda, os outros não percebem.
Sua mulher não tinha percebido. Era a mesma de há 23 anos, quando se casaram (quanto ao íntimo, é claro). Por falta de filhos, os dois viveram demasiado perto um do outro, sem derivativo. Tão perto que se desconheciam mutuamente, como um objeto desconhece outro, na mesma prateleira de armário. Santos doía-se de ser um objeto aos olhos de d. Laurinha. Se ela também era um objeto aos olhos dele? Sim, mas com a diferença de que d. Laurinha não procurava fugir a essa simplificação, nem reparava; era de fato objeto. Ele, Santos, sentia-se vivo e desagradado.
Ao aparecerem nele as primeiras dores, d. Laurinha penalizou-se, mas esse interesse não beneficiou as relações do casal. Santos parecia comprazer-se em estar doente. Não propriamente em queixar-se, mas em alegar que ia mal. A doença era para ele ocupação, emprego suplementar. O médico da Alfândega dissera-lhe que certas formas reumáticas levam anos para ser dominadas, exigem adaptação e disciplina. Santos começou a cuidar do corpo como de uma planta delicada. E mostrou a d. Laurinha a nevoenta radiografia da coluna vertebral, com certo orgulho de estar assim tão afetado.
– Quando você ficar bom…
– Não vou ficar. Tenho doença para o resto da vida.
Para d. Laurinha, a melhor maneira de curar-se é tomar remédio e entregar o caso à alma do padre Eustáquio, que vela por nós. Começou a fatigar-se com a importância que o reumatismo assumira na vida do marido. E não se amolou muito quando ele anunciou que ia internar-se no Hospital Gaffrée Guinle.
– Você não sentirá falta de nada, assegurou-lhe Santos. Tirei licença com ordenado integral. Eu mesmo virei aqui todo começo de mês trazer o dinheiro.
(...) Pontualmente, Santos trazia-lhe o dinheiro da despesa, ficaram até um pouco amigos nessa breve conversa a longos intervalos. Ele chegava e saía curvado, sob a garra do reumatismo, que nem melhorava nem matava. A visita não era de todo desagradável, desde que a doença deixara de ser assunto. Ela notou como a vida de hospital pode ser distraída: os internados sabem de tudo cá de fora.
– Pelo rádio — explicou Santos. (...)
Santos veio um ano, dois, cinco. Certo dia não veio. D. Laurinha preocupou-se. Não só lhe faziam falta os cruzeiros; ele também fazia. Tomou o ônibus, foi ao hospital pela primeira vez, em alvoroço.
Lá ele não era conhecido. Na Alfândega informaram-lhe que Santos falecera havia quinze dias, a senhora quer o endereço da viúva?
– Sou eu a viúva — disse d. Laurinha, espantada.
O informante olhou-a com incredulidade. Conhecia muito bem a viúva do Santos, d. Crisália, fizera bons piqueniques com o casal na ilha do Governador. Santos fora seu parceiro de bilhar e de pescaria. Grande praça. Ele era padrinho do filho mais velho de Santos. Deixara três órfãos, coitado.
E tirou da carteira uma foto, um grupo de praia. Lá estavam Santos, muito lépido, sorrindo, a outra mulher, os três garotos. Não havia dúvida: era ele mesmo, seu marido. Contudo, a outra realidade de Santos era tão destacada da sua, que o tornava outro homem, completamente desconhecido, irreconhecível.
– Desculpe, foi engano. A pessoa a que me
refiro não é essa — disse d. Laurinha,
despedindo-se.
ANDRADE, Carlos Drummond. Disponível
em: https://contobrasileiro.com.br/o-outromarido-cronica-de-carlos-drummond-deandrade/ (Adaptado)