Questões de Concurso Sobre pronomes pessoais oblíquos em português

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Q3109128 Português
Texto I

O Etarismo no Brasil


    Infelizmente, o etarismo é uma realidade presente em diversos aspectos da vida das pessoas idosas no Brasil. No mercado de trabalho, muitas vezes, elas são excluídas de oportunidades de emprego devido a preconceitos e estereótipos negativos relacionados à sua idade. Isso ocorre apesar das experiências, habilidades e conhecimentos valiosos que muitos idosos possuem e poderiam compartilhar, lamentavelmente.

    O que é o Etarismo?

  O etarismo, também conhecido como ageísmo ou idadismo, envolve estereótipos e uma visão preconceituosa em relação às pessoas. Ele se refere à discriminação e ao preconceito às pessoas com base em sua idade.

  O etarismo contribui para a segregação da população e está vinculado a padrões sociais estabelecidos na sociedade, como a valorização da produtividade e da juventude, bem como o acesso desigual às novas tecnologias. É uma forma de discriminação que se baseia na ideia de que a idade avançada é um fator negativo ou inferior, levando a estereótipos negativos, tratamento injusto e exclusão social. O etarismo pode se manifestar de várias maneiras, tanto em níveis individuais quanto estruturais. No nível individual, pode ocorrer por meio de comentários depreciativos, ridicularização, marginalização ou tratamento desrespeitoso em relação a pessoas mais velhas. Isso pode acontecer em ambientes pessoais, sociais ou profissionais, incluindo interações cotidianas, no mercado de trabalho, nos serviços de saúde e na mídia.

   Em níveis estruturais, o etarismo se reflete em políticas, práticas e normas sociais que limitam ou negam oportunidades e direitos às pessoas idosas. Isso pode incluir a falta de acessibilidade em espaços públicos, discriminação no mercado de trabalho, estereótipos negativos nas representações midiáticas, falta de cuidados de saúde adequados e restrições nas esferas política e cultural.

   O etarismo é prejudicial não apenas para as pessoas idosas, mas também para a sociedade como um todo. Ele perpetua estereótipos negativos, impede a participação ativa e produtiva das pessoas mais velhas e contribui para a exclusão social e o isolamento. Além disso, o etarismo limita o acesso a valiosas contribuições e experiências que as pessoas idosas podem oferecer em diversas áreas da vida.

   O etarismo pode ser considerado um crime de injúria quando alguém tem sua honra ou dignidade prejudicada, porém, isso é aplicável apenas quando se trata de pessoas idosas com 60 anos ou mais. Recentemente, um caso envolvendo uma estudante de Biomedicina de 45 anos, residente em Bauru, interior de São Paulo, foi alvo de ridicularização por seus colegas de classe devido à sua idade. Em resposta a essa situação, o deputado Fábio Macedo propôs uma medida para ampliar essa proteção contra o etarismo, tornando-a aplicável a qualquer faixa etária.

   Com o envelhecimento da população e o crescente investimento em qualidade de vida, muitos países ao redor do mundo estão lidando com a produtividade, vitalidade e alegria da Terceira Idade em diversos espaços e profissões. Ainda assim, o preconceito social segue crescendo e se disseminando na sociedade.

    Mas é só com pessoas idosas?

    Os preconceitos podem afetar tanto os jovens quanto os mais velhos. De acordo com uma pesquisa, 73% dos profissionais das gerações Y (nascidos entre 1980 e 1989) e Z (nascidos entre 1990 e 2010) sentem que são subestimados devido à sua idade mais jovem. Por outro lado, 66% dos profissionais da geração X (nascidos entre meados da década de 1960 até 1979) sentem que os mais jovens duvidam de seu profissionalismo. Esses dados ilustram como os estereótipos etários podem afetar diferentes faixas etárias no ambiente de trabalho.

    No caso citado, a universitária Patrícia Linares, 45, registrou um boletim de ocorrência por injúria e difamação contra as três jovens que gravaram um vídeo e publicaram em uma rede social em que praticam discriminação etária contra ela. Nestes casos, a vítima deve procurar uma delegacia, prestar queixa e fazer valer seus direitos. Mas lembre-se de que cada situação é única, e as medidas a serem tomadas podem variar de acordo com o contexto e as leis locais. É importante cuidar do seu bem-estar emocional e buscar o suporte necessário para enfrentar o etarismo de maneira adequada. A luta contra o etarismo é dever de todos, já que praticamente ninguém quer morrer jovem.


Disponível em https://www.verifact.com.br/etarismo-e-crime/#:~:text=forma%20de%20discrimina%C3%A7%C3%A3o.- ,O%20Etarismo%20no%20Brasil,negativos%20relacionados%20%C3%A0%20sua%20idade. Com adaptações.
No período “Em resposta a essa situação, o deputado Fábio Macedo propôs uma medida para ampliar essa proteção contra o etarismo, tornando-a aplicável a qualquer faixa etária.”, a partícula “a” está exercendo, respectivamente, a função de
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Q3106815 Português
O texto seguinte servirá de base para responder à questão.

O Alasca quer receber mais imigrantes: mexicanos sustentam a economia

Em uma fábrica de processamento de peixes em Cordova, uma pequena e isolada cidade pesqueira no Golfo do Alasca, a maioria dos trabalhadores é mexicana e isso determina o cardápio.

A vida passa a maior parte do ano encurralada pelo gelo, com temperaturas abaixo de zero, chuva ou neve em mais de duzentos dias por ano, e em noites de inverno que duram semanas.

Mas, no verão, o clima dá alguns meses de descanso e muitos dos seus pouco mais de dois mil habitantes pescam salmão selvagem e outras espécies.

Os pescadores capturam tudo o que é possível no curto espaço de tempo que o clima permite. Essa corrida desencadeia uma enxurrada de atividades cruciais para uma cidade onde, segundo dados do Departamento do Trabalho, mais da metade dos empregos depende da pesca.

Mesmo no verão, há pouco mais a fazer em Cordova além de pescar e trabalhar. Não há cinemas ou centros comerciais, e nos dias em que o tempo os impede de pescar − o que acontece com frequência − os pescadores bebem e jogam sinuca no único bar da cidade, um lugar com ares de pub londrino que, por algum motivo, ninguém lembra que a placa da fachada está de cabeça para baixo.

https://www.bbc.com/portuguese/articles/crkd5djee0lo.adaptado. 
A maioria dos trabalhadores é mexicana e isso determina 'o cardápio'.
De acordo com as regras de colocação pronominal, a forma correta do pronome oblíquo para substituir o termo destacado é 
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Q3103520 Português

Leia o texto a seguir para responder a questão.


IA deixa as histórias mais genéricas? Este estudo diz que sim 


    O uso de ferramentas de IA generativa, como o ChatGPT, foi um dos tópicos debatidos durante a greve de atores e roteiristas de Hollywood, em 2023. Os escritores conseguiram um acordo que regulava o uso de inteligência artificial, barrando-a de criar e reescrever roteiros. Ficou acordado que as ferramentas podem ser usadas pelos trabalhadores, mas não por seus chefes para substituí-los.

    Um novo estudo científico d· mais base ‡s reivindicações dos trabalhadores criativos de Hollywood. Publicada na Science Advances, a pesquisa mostrou que a IA generativa pode até facilitar a tarefa de escrever um romance ou um roteiro de filme, mas ela também deixa as histórias mais genéricas e repetitivas. 

    A pesquisa queria avaliar como as ferramentas de IA podem ajudar pessoas normais com tarefas criativas. 300 voluntários, que não escreviam profissionalmente, tiveram sua criatividade avaliada por um teste psicológico que pedia que eles falassem dez palavras drasticamente diferentes. Depois disso, eles foram divididos em três grupos para escrever uma história com oito frases sobre uma aventura no mar aberto, na selva ou em outro planeta. 

    Os participantes também foram divididos aleatoriamente em outros três grupos para receber níveis variáveis de assistência da IA em suas tarefas criativas. Enquanto um grupo não teve ajuda, outro recebeu uma ideia de história de três frases feita pelo ChatGPT, e o terceiro poderia ter até cinco ideias de histórias geradas por inteligência artificial para compor seu texto. 

    Os 300 participantes e mais 600 voluntários externos julgaram as histórias que surgiram, seguindo os critérios comuns de novidade, de quão agradável o texto era e de quanto potencial aquilo tinha para se tornar um livro completo. 

    A IA aumentou a criatividade de escritores individuais em até 10%, e o quanto a história era aprazível em até 22%, atuando em aspectos como estrutura ou reviravoltas. Esses efeitos positivos foram mais significativos entre os escritores que se saíram pior no primeiro teste de criatividade. No estudo, a IA funcionou como um nivelador entre pessoas mais e menos criativas.  

    Coletivamente, porém, os efeitos da IA não foram tão positivos. As histórias desenvolvidas com esse auxílio eram muito mais parecidas entre si do que as criadas do zero pelos autores. Os voluntários ficaram muito dependentes das ideias providenciadas pela inteligência artificial, se ancorando a isso e produzindo histórias mais genéricas como consequência. 

    Ou seja, a IA até pode deixar mais fácil para algumas pessoas produzirem arte. Porêm, coletivamente, o efeito do uso dessas ferramentas È que o fator novidade diminui. Os pesquisadores acreditam que h· um perigo de que a IA generativa vire uma muleta e feche as portas para o desenvolvimento criativo das pessoas, se apoiando demais no robô-escritor.

 


LIMA, E. IA deixa as histórias mais genéricas? Este estudo diz que sim. Revista Superinteressante. Disponível em. <https://super.abril.com.br/tecnologia/ia-deixa-ashistorias-mais-genericas-este-estudo-diz-que-sim/>. 

O pronome oblíquo que ocorre no trecho “[...] as ferramentas podem ser usadas pelos trabalhadores, mas não por seus chefes para substituí-los” é empregado para retomar o referente denotado no texto por: 
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Q3097656 Português
Os estagiários

O estagiário é a alma profissional em formação, a adolescência da carreira, caracterizada pela acne no rosto e pela vontade de ser útil e notado.

Ele sequer possui crachá, sequer é visto como um colega. Encontra-se no purgatório entre o presente de estudante e o futuro do mundo adulto das obrigações.

Seu sonho é agradar e ser efetivado. Seu pesadelo é viver com tarefas secundárias e acabar abandonado num canto qualquer do escritório. Isso, quando não é usado indevidamente para mordomias da privacidade, como servir café e água.

Eu passei maus bocados na minha experiência como estagiário de jornalismo da Secretaria de Educação. Ninguém me explicou como mexer nos programas do computador. Acumulei gafes. A mais inesquecível aconteceu logo no segundo dia.

Cheguei ao serviço e percebi uma fila de cumprimentos dos colegas ao diretor, Antonio.

Entrei quietinho na fila, o último do setor a reforçar o cortejo. As pessoas abraçavam o chefe, comovidas. Concluí que ele estava de aniversário. Não conhecia os rituais, mas, preocupado em me enturmar, não desejava permanecer de fora. Ainda me chamariam de "azeite", alegando que fui o único a não o saudar na data festiva.

Quando fiquei frente a frente com Antonio, enchi o pulmão e gritei, com uma alegria um tanto forçada:

— Parabéns! Você merece ser feliz.

Ele me devolveu um olhar estranho, espantado. Achei que apenas não se lembrava de mim e não havia identificado quem eu era no meio da sala.

De modo lacônico, respondeu:

— Obrigado!

Depois descobri que o povo estava dando os pêsames pela morte da sogra.

Fabrício Carpinejar - Texto Adaptado.

https://www.otempo.com.br/opiniao/fabricio-carpinejar/2024/5/31/os-estagiarios
Em "Concluí que ele estava de aniversário. Não conhecia os rituais, mas, preocupado em me enturmar, não desejava permanecer de fora", o pronome "me" desempenha uma função específica na frase. Assinale a alternativa que descreve corretamente a função do pronome neste contexto.
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Q3093080 Português
Assinale a alternativa em que o pronome destacado foi corretamente empregado.
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Q3092643 Português
Passatempo

Carlos Drummond de Andrade

O verso não, ou sim o verso?
Eis-me perdido no universo
do dizer, que, tímido, verso,
sabendo embora que o que lavra
só encontra meia palavra.

Disponível em: <https://www.escritas.org/PT/t/54266/passatempo>. Acesso em:
24 set. 2024.
No verso “Eis-me perdido no universo do dizer”, a função sintática da palavra “me” é pronome
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Q3087446 Português
Primeira vacina para proteção de bebês contra o VSR chega ao Brasil

A primeira vacina aprovada para proteção de bebês contra o vírus sincicial respiratório (VSR) ainda no ventre materno chegou ao Brasil esta semana. O VSR é o principal causador de complicações respiratórias agudas na infância, com destaque para a bronquiolite.

A vacina Abrysvo, produzida pela Pfizer, foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em abril deste ano. Ela deve ser aplicada em dose única nas mulheres grávidas, durante o segundo ou terceiro trimestre da gestação. Ou seja, ela não é aplicada diretamente nas crianças.

"Quando a mãe recebe a vacina, os anticorpos produzidos por ela atravessam a placenta, fortalecendo o organismo do bebê, cujo sistema imunológico ainda está em desenvolvimento", explica a diretora médica da Pfizer Brasil, Adriana Ribeiro.

Dados do Boletim InfoGripe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), publicado na última quinta-feira (12/9), mostram que o VSR é a causa mais frequente de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) na população brasileira. Ele foi detectado em 40,8% dos diagnósticos positivos para algum vírus respiratório. O VSR está também entre os principais responsáveis pelas internações e mortes de crianças com até 2 anos de idade. A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) estima que o VSR seja responsável por até 40% dos casos de pneumonias e 75% dos quadros de bronquiolite nas crianças de até 2 anos de idade.

A bronquiolite é uma infecção viral que acomete a parte mais delicada do pulmão (os bronquíolos) podendo causar quadros graves.

Por enquanto, a Abrysvo está disponível apenas nos centros e clínicas de vacinação particulares do país. A Pfizer informou ao Metrópoles que solicitou a inclusão da vacina no Programa Nacional de Imunizações (PNI), do SUS, em julho deste ano. O pedido enviado à Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) está em análise pelo Ministério da Saúde.

"Continuaremos a trabalhar, tanto na rede privada quanto com o sistema público, para permitir que a nossa vacina chegue ao maior número possível de pessoas elegíveis, como forma de aumentar a proteção contra um vírus tão desafiador como o VSR", afirma a diretora de Primary Care da Pfizer Brasil, Camila Alves.

https://www.metropoles.com/saude/vacina-protecao-bebes-vsr-brasil
" Ela deve ser aplicada em dose única nas mulheres grávidas."
Não há o emprego de qualquer pronome pessoal no trecho lido acima.
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Q3086676 Português

A minha única salvação é a alegria. Uma alegria atonal dentro do it essencial. Não faz sentido? Pois tem que fazer. Porque é cruel demais saber que a vida é única e que não temos como garantia senão a fé em trevas − porque é cruel demais, então respondo com a pureza de uma alegria indomável. Recuso-me a ficar triste. Sejamos alegres. Quem não tiver medo de ficar alegre e experimentar uma só vez sequer a alegria doida e profunda terá o melhor de nossa verdade.


LISPECTOR, Clarice. Água viva. 1. ed. Rio de Janeiro: Rocco, 1973, p.         

A regra que exige o uso da ênclise com o imperativo afirmativo, como em "Recuso-me a ficar triste", não se aplica ao imperativo negativo, no qual a próclise é obrigatória: "Não me recuso a ficar triste". Essa diferença no posicionamento dos pronomes ocorre devido à mudança de contexto sintático.
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Q3079125 Português
Atenção: Leia atentamente o texto a seguir e responda a questão:

Uso de combustíveis fósseis atinge recordes em meio ao calor, fogo e tempestade.

Relatório publicado pelo Instituto de Energia mostra um cenário sombrio de um mundo que luta para se afastar de combustíveis que aquecem o planeta.

20/06/2024

O mundo consumiu quantidades recordes de petróleo, carvão e gás no ano passado, elevando a poluição por carbono do planeta a um novo patamar, de acordo com um relatório publicado na quinta-feira (20), frustrando as esperanças dos cientistas climáticos.
O crescimento dos combustíveis fósseis gerou um aumento de 2,1% nas emissões relacionadas à energia no ano passado, elevando-as acima de 40 bilhões de toneladas pela primeira vez, de acordo com o relatório publicado quinta-feira pelo Instituto de Energia. [...]
O calor extremo brutal está atualmente queimando áreas do planeta. Uma onda de calor diferente de qualquer outra já vista em décadas está varrendo grandes partes dos EUA, que também está lutando com incêndios mortais, tempestades e inundações severas.
Centenas de pessoas morreram quando as temperaturas subiram para 51 graus Celsius durante a peregrinação anual Hajj a Meca, na Arábia Saudita. E a Índia está atualmente lutando com uma onda de calor mortal de verão que matou dezenas de pessoas.
O relatório também mostra que, embora o mundo esteja adicionando energias renováveis limpas em níveis recordes, a demanda global de energia está crescendo tão rapidamente que os combustíveis fósseis estão preenchendo as lacunas.
O ano passado foi “mais um ano de altos em nosso mundo faminto por energia”, disse Juliet Davenport, presidente do Instituto de Energia. “A energia é central para o progresso humano”, acrescentou. “Também é central para a nossa própria sobrevivência.”
O consumo global de petróleo, carvão e gás aumentou 1,5% em 2023, impulsionado, em particular, por um forte crescimento do petróleo. No ano passado, o mundo consumiu mais de 100 milhões de barris por dia pela primeira vez, segundo o relatório. Os EUA continuaram a ser o maior produtor de petróleo, aumentando sua produção em 8% no ano passado. No geral, a proporção de combustíveis fósseis na matriz energética global de 2023 permaneceu em grande parte a mesma em 81,5%, uma queda de apenas 0,5% em relação ao ano anterior.
O crescimento dos combustíveis fósseis foi particularmente forte nas economias em desenvolvimento, segundo o relatório. Na Índia, o consumo destes combustíveis subiu 8% no ano passado e, pela primeira vez, o país usou mais carvão do que a Europa e a América do Norte juntas.
Na China, o uso de combustíveis fósseis atingiu um novo recorde em 2023, um aumento de 6%, com o fim de seus bloqueios prolongados da Covid levando a uma recuperação destes combustíveis. No entanto, a participação dos combustíveis fósseis na matriz energética geral do país está diminuindo, à medida que a China continua a adicionar grandes quantidades de energias renováveis. [...]
Foi constatado que o uso de combustíveis fósseis nas principais economias avançadas provavelmente atingiu um pico e está começando a cair. Nos EUA, os combustíveis fósseis caíram para 80% da energia total consumida. Na Europa, os combustíveis fósseis representaram menos de 70% da matriz energética pela primeira vez desde a Revolução Industrial, impulsionados pela redução da demanda e pelo crescimento das energias renováveis.
A geração de energia a partir de fontes renováveis, excluindo a energia hidrelétrica, aumentou 13% quase inteiramente devido a um boom de energia eólica e solar, de acordo com o relatório, embora o aumento das fontes renováveis não tenha sido suficiente para corresponder ao aumento da demanda global por energia, que aumentou 2% em 2023. [...]
Dave Jones, diretor de insights globais do think tank Ember, que não estava envolvido no relatório, disse que deveria ser um alerta para os governos agirem. “O mundo continua faminto de energia. Para que vire a maré no uso de combustíveis fósseis, as energias renováveis precisam subir muito mais rápido, mantendo um olho no uso da energia de uma forma a não desperdiçá-la”, disse ele à CNN.
Para limitar o aquecimento global a 1,5 grau Celsius acima dos níveis pré-industriais, uma meta acordada pelos países no Acordo de Paris em 2015, o mundo precisa reduzir as emissões aproximadamente pela metade até o final desta década.

Adaptado
https://www.cnnbrasil.com.br
 

“[...] mantendo um olho no uso da energia de uma forma a não desperdiçá-la [...].”. A classificação e a função sintática do termo sublinhado nessa frase é:
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Q3078878 Português
Em “... a venda evidencia a dedicação dos tietes – e ainda a mede por rapidez”, o termo em destaque exerce a função de:
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Q3073656 Português
Em relação à função sintática do pronome oblíquo átono em uma oração, assinale a alternativa correta: 
Alternativas
Q3067788 Português

Leia o texto a seguir para responder à questão.


Moda é política e reflete as transformações no mundo


        Se você fosse presidente do Brasil, que tipo de roupa usaria? Terninho com tênis como a Kamala Harris, vice-presidente dos Estados Unidos? As cores fortes dos blazers da ex-chanceler da Alemanha, Angela Merkel? Vestiria um jeans, de vez em quando, para mostrar conexão com as ruas? Ou biojoias e roupas nacionais, de marcas que ensaiam práticas sustentáveis, para ressaltar a consciência em relação ao meio ambiente e apoiar o design local?

        A cada eleição no Brasil, torço muito para ser surpreendida com candidatas mulheres assumindo governos, dominando o Congresso, em sintonia com os anseios contemporâneos e com as necessidades sociais do país – de preferência, usando a moda para ajudá-las a expressar suas convicções e propósitos.

        Acho triste ver políticos se vestindo de forma pasteurizada. O uso obrigatório do terno no Congresso tem a ver com isso, já que a moda autêntica expõe verdades – convenientes ou não. Enquanto estão de terno, aparentemente são todos iguais. Imponentes, trabalhando dentro das convenções e mantendo a estrutura patriarcal que, infelizmente, domina nossa sociedade e se reflete no governo.

        Como diria Costanza Pascolato, as aparências realmente não enganam. Repare que, quando alguém tenta se disfarçar usando uma roupa sem convicção, seu estilo nunca parece ajustado. Ao contrário: em geral, a pessoa acaba transmitindo uma imagem incoerente, falsa.

       É que a moda joga na cara nossas intenções e crenças, mesmo quando não nos damos conta disso. Assim, pode funcionar como armadilha para os políticos (honestos) que, seguindo orientações de seus marketeiros, repetem uma fórmula que não lhes cabe no vestuário – e, enquanto fingem ser quem não são, acabam escondendo suas verdades.

      [...]

        Difícil de escapar quando o Regimento Interno do Congresso, em vigor entre 2019 e 2023, aconselha às congressistas que usem tailleurs ou vestidos e sapatos sociais. Essa orientação ao público feminino tem origem no fato de que as mulheres só puderam começar a usar calças compridas no plenário (pasmem!) em 1997. Ainda hoje, o uso de jeans, tênis e sandálias rasteiras é estritamente proibido por lá.

       Espelho de uma época, a moda reflete as transformações do mundo, do novo movimento feminista à urgência por diversidade, da equidade racial às causas LGBTQIAP+. Na posse da vice-presidente norte- -americana, Kamala Harris, o grande destaque foi a variedade de looks – a maioria de designers negros e mulheres – em tons de roxo, alusão ao movimento sufragista, desfilados por convidadas e pela própria.

        Recentemente também, o movimento Time’s Up, criado por atrizes, diretoras e produtoras de Hollywood, denunciou abuso e assédio sexual no meio, no Globo de Ouro de 2018, com todas de preto no tapete vermelho.

        Moda é exatamente sobre isso. Podemos nos vestir sem pensar o que nossas escolhas significam, ou fazer das roupas uma voz para defender nossos ideais. Não só os políticos, mas cada um de nós. Vale na vida, no look de tomar vacina ou votar – mas vale mais ainda na hora de escolher as pessoas que vão representar você a partir de janeiro. E sempre.


(Texto adaptado. Maria Rita Alonso, Revista Marie Claire, 16/02/2022. Disponível em: https://revistamarieclaire.globo.com/Blogs/Maria-Rita-Alonso/noticia/2022/02/ moda-e-politica-e-reflete-transformacoes-no-mundo.html)

Assinale a alternativa em que os pronomes substituem CORRETAMENTE os termos destacados nos fragmentos a seguir, fazendo os devidos ajustes nos verbos.
“Acho triste ver POLÍTICOS se vestindo de forma pasteurizada”. “Pode funcionar como armadilha para os políticos (honestos) que repetem UMA FÓRMULA” 
Alternativas
Q3067787 Português

Leia o texto a seguir para responder à questão.


Moda é política e reflete as transformações no mundo


        Se você fosse presidente do Brasil, que tipo de roupa usaria? Terninho com tênis como a Kamala Harris, vice-presidente dos Estados Unidos? As cores fortes dos blazers da ex-chanceler da Alemanha, Angela Merkel? Vestiria um jeans, de vez em quando, para mostrar conexão com as ruas? Ou biojoias e roupas nacionais, de marcas que ensaiam práticas sustentáveis, para ressaltar a consciência em relação ao meio ambiente e apoiar o design local?

        A cada eleição no Brasil, torço muito para ser surpreendida com candidatas mulheres assumindo governos, dominando o Congresso, em sintonia com os anseios contemporâneos e com as necessidades sociais do país – de preferência, usando a moda para ajudá-las a expressar suas convicções e propósitos.

        Acho triste ver políticos se vestindo de forma pasteurizada. O uso obrigatório do terno no Congresso tem a ver com isso, já que a moda autêntica expõe verdades – convenientes ou não. Enquanto estão de terno, aparentemente são todos iguais. Imponentes, trabalhando dentro das convenções e mantendo a estrutura patriarcal que, infelizmente, domina nossa sociedade e se reflete no governo.

        Como diria Costanza Pascolato, as aparências realmente não enganam. Repare que, quando alguém tenta se disfarçar usando uma roupa sem convicção, seu estilo nunca parece ajustado. Ao contrário: em geral, a pessoa acaba transmitindo uma imagem incoerente, falsa.

       É que a moda joga na cara nossas intenções e crenças, mesmo quando não nos damos conta disso. Assim, pode funcionar como armadilha para os políticos (honestos) que, seguindo orientações de seus marketeiros, repetem uma fórmula que não lhes cabe no vestuário – e, enquanto fingem ser quem não são, acabam escondendo suas verdades.

      [...]

        Difícil de escapar quando o Regimento Interno do Congresso, em vigor entre 2019 e 2023, aconselha às congressistas que usem tailleurs ou vestidos e sapatos sociais. Essa orientação ao público feminino tem origem no fato de que as mulheres só puderam começar a usar calças compridas no plenário (pasmem!) em 1997. Ainda hoje, o uso de jeans, tênis e sandálias rasteiras é estritamente proibido por lá.

       Espelho de uma época, a moda reflete as transformações do mundo, do novo movimento feminista à urgência por diversidade, da equidade racial às causas LGBTQIAP+. Na posse da vice-presidente norte- -americana, Kamala Harris, o grande destaque foi a variedade de looks – a maioria de designers negros e mulheres – em tons de roxo, alusão ao movimento sufragista, desfilados por convidadas e pela própria.

        Recentemente também, o movimento Time’s Up, criado por atrizes, diretoras e produtoras de Hollywood, denunciou abuso e assédio sexual no meio, no Globo de Ouro de 2018, com todas de preto no tapete vermelho.

        Moda é exatamente sobre isso. Podemos nos vestir sem pensar o que nossas escolhas significam, ou fazer das roupas uma voz para defender nossos ideais. Não só os políticos, mas cada um de nós. Vale na vida, no look de tomar vacina ou votar – mas vale mais ainda na hora de escolher as pessoas que vão representar você a partir de janeiro. E sempre.


(Texto adaptado. Maria Rita Alonso, Revista Marie Claire, 16/02/2022. Disponível em: https://revistamarieclaire.globo.com/Blogs/Maria-Rita-Alonso/noticia/2022/02/ moda-e-politica-e-reflete-transformacoes-no-mundo.html)

Assinale a alternativa que classifica CORRETAMENTE as palavras destacadas no fragmento a seguir.
“Podemos NOS vestir sem pensar o que nossas escolhas significam, ou fazer DAS roupas uma voz para defender nossos ideais”.
Alternativas
Q3062024 Português

Leia o texto e responda a questão.


Divertida Mente: o que podemos tirar de lição nesse filme?



    Divertida Mente é uma animação da Disney Pixar de 2015 dirigida por Pete Docter, responsável por Up, Monstros SA e outros filmes, com consultoria de Paul Ekman, psicólogo pesquisador das emoções.

    Em resumo, o filme Divertida Mente é sobre o período entre os 11 e 12 anos de Riley, uma garotinha, e sobre as emoções que a controlam: Alegria, Medo, Tristeza, Raiva e Nojinho. Neste período Riley e suas emoções passam por muitas mudanças, não apenas porque a garotinha está crescendo, mas também porque ela está se mudando para outra cidade.

    Alegria é uma das personagens principais, mas também uma espécie de vilã, já que ela não entende até o fim do filme o que a Riley realmente precisa. Ela entende que o Medo e a Novinho são úteis para a Riley enquanto instinto de sobrevivência, como quando ela se depara com um alimento estragado ou algo perigoso, e a Raiva para estimulá-la a lutar contra injustiças, mas ela não entende a necessidade da Tristeza.

    Certamente, o erro da Alegria é o erro de muitos: achar que não devemos ficar tristes nunca. Todas as emoções são necessárias para nos preparar para os eventos da vida, elas nos guiam e têm propósito, trazendo significado às nossas experiências.

    [...]

No trecho “[...] o filme Divertida Mente é sobre o período entre os 11 e 12 anos de Riley, uma garotinha, e sobre as emoções que a controlam", o pronome "a" refere-se a:
Alternativas
Q3061746 Português
Por que dizer “não” pode ser difícil e como isso pode fazer bem para a saúde mental

Sensação é comum e está associada a diferentes fatores, incluindo o desejo por ser aceito pelo outro, de acordo com especialistas.

         Você certamente já se deparou com uma situação em que gostaria de ter dito “não”, mas evitou dar uma resposta negativa e acabou fazendo algo que não gostaria. A sensação é comum e está associada a diferentes fatores, incluindo o desejo por ser aceito pelo outro, de acordo com especialistas em comportamento e saúde mental.
      O psicólogo Maycon Rodrigo Torres, membro do Laboratório de Psicanálise e Laço Social da Universidade Federal Fluminense (UFF) e professor de psicologia na Faculdade Maria Thereza (Famath), destaca como a recusa pode afetar as relações afetivas. “O dizer não significa, de certa maneira, negar a demanda que uma outra pessoa te faz e isso faz com que a pessoa fique preocupada sobre como ela será vista por essa pessoa. De que maneira essa recusa a fazer alguma atividade ou a responder de alguma maneira pode prejudicar a opinião que a outra pessoa tem dela. Aqui, a gente tem um pouco desse movimento de preocupação excessiva com a forma como o indivíduo é visto pelo outro”, diz.
       A psicóloga Luana Ganzert, especialista em emoções, afirma que ser aceito faz parte das necessidades básicas emocionais dos indivíduos e que recusas podem interferir nesse contexto. “Quando estamos atendendo essa necessidade básica, temos medo de sermos rejeitados, de não sermos amados e aceitos. Algumas pessoas são mais sensíveis e não suportam a possibilidade de não serem aprovadas. Outras preferem evitar conflitos. Esses são os maiores motivos para que as pessoas tenham medo de dizer não”, explica.
      Para o psicólogo e professor de psicanálise Ronaldo Coelho, evitar dizer não também é uma forma encontrada de “proteger o outro”.
     “Mas, quando ‘protegemos’ o outro da frustração, estamos criando condições para que ele fique atrofiado diante da vida. Imaginemos que quando nos frustramos é como se caísse um peso sobre a gente. Para que consigamos retirar esse peso, precisamos de musculatura. Se somos protegidos da frustração, nós não desenvolvemos essa musculatura, ficamos atrofiados, e quando o peso cai sobre nós ficamos arrebatados, não conseguimos lidar”, detalha.
     Agir o tempo todo com objetivo de agradar ao outro, sem se refletir sobre o que realmente se quer pode levar a um “apagamento” sobre os próprios limites e desejos, explica Coelho. “É comum a pessoa não saber do que ela gosta e o que ela não gosta, do que faz bem e o que faz mal a ela, do que é bom e o que não é, ela perde a capacidade de realizar julgamentos importantes para sua vida. É como se ela sempre precisasse do olhar do outro, do julgamento do outro, para decidir sobre a própria vida, as próprias vontades e desejos”, afirma.
      A avaliação é compartilhada por Torres. “O grande problema de não conseguir dizer não é que, em geral, a pessoa abre mão do que ela gostaria de fazer em nome do desejo do outro. Esse processo pode levar a uma sobrecarga. A pessoa acumula tarefas ou coisas pra fazer e essa sobrecarga tende a aumentar ainda mais a ansiedade que, a longo prazo, pode criar problemas mais crônicos.” Entre as consequências, estão o desenvolvimento de problemas para dormir, impactos para o desempenho no trabalho ou estudo e limitações relacionadas à ansiedade.
    A psicóloga Luana Ganzert afirma que pessoas que não sabem dizer não tendem a ser mais inseguras ou preferem evitar a fadiga e discussões sobre ter uma opinião contrária. “Quando você fala ‘sim’ para tudo, dificilmente você vai cuidar de você. Aceitar tudo significa sofrer emocionalmente em silêncio. Ao dizer ‘sim’, quando queriam dizer o contrário, as pessoas se sujeitam a situações que lhes causam prejuízos emocionais e, em alguns casos, até financeiro. Compram coisas que não desejam por dificuldade de se impor à insistência do vendedor, arrumam compromissos indesejáveis, arrumam relacionamentos tóxicos e muitas vezes abusivos”, acrescenta.
     A psicóloga Gislene Erbs reparou que seus pacientes tinham uma grande dificuldade em dizer “não” quando precisavam e que isso os deixava frustrados e infelizes. Ao buscar fortalecê-los emocionalmente para que pudessem estabelecer-se como prioridades para si mesmos, sentindo-se seguros para negar aquilo que não lhes interessava, Gislene entrou em contato mais profundamente com suas próprias fraquezas.
    A autora afirma que não é saudável e nem lógico sacrificar o próprio bem-estar para agradar aos outros, mas que, infelizmente, em grande parte das vezes, as pessoas fazem isso, porque não sabem dizer “não”. Além disso, segundo ela, escolher a si mesmo em primeiro lugar auxilia no sentido de aumentar a autoestima, assim como a ter clareza dos motivos do seu “não”.
    Para superar a dificuldade de dizer “não”, o indivíduo precisa trazer à consciência os fatores que influenciam sua tomada de decisão para que o indivíduo se sinta mais confortável com as escolhas que precisa fazer.
    Entre eles estão: a falta de autoconhecimento; a impulsividade; a falta de habilidade social; a ansiedade; a baixa autoestima; o sentimento de pena; a falta de inteligência emocional; o medo da rejeição; a necessidade de autoafirmação; e a realidade de querer honrar pai e mãe.
   “Um não sonoro e adequado é, na verdade, um grito de liberdade – para você e, acredite, para quem o recebe”, diz a psicóloga. Conforme a autora, para negar corretamente, não é preciso ser agressivo, mas assertivo e determinado.

(Lucas Rocha. Disponível em: https:www.cnnbrasil.com.br/saude/. Acesso em: 25/01/2023. Fragmento.)
Os pronomes podem assumir diferentes funções sintáticas dentro de um enunciado. Assinale a alternativa cujo pronome apresenta a função sintática correta.
Alternativas
Q3059935 Português
 Texto para o item.


Internet: <www.repositorio.ufsc.br> (com adaptações).

Com base na estrutura linguística e no vocabulário empregados no texto, julgue o item a seguir.


Prejudicaria a correção gramatical do texto a substituição do pronome “‑la” (linha 50) por ela, da seguinte forma: reforçar ela.

Alternativas
Q3056843 Português

Leia o texto e, a seguir, responda à questão.


Por que tanta má vontade com livros que fazem sucesso?


Danilo Venticinque



    Escrever um texto criticando o chavão "o brasileiro não lê" teve um efeito imediato: nunca mais ouvi essa frase. Não que as pessoas tenham parado de dizê-la, evidentemente. Só pararam de repeti-la para mim – o que não muda o país, mas ao menos me dá um pouco de sossego.

    Digo "um pouco" porque tenho deparado, frequentemente, com outro comentário pessimista. Em vez de reclamar de quem não lê, reclamam do que as pessoas têm lido. Romances de fantasia, literatura erótica, autoajuda, séries juvenis. As pessoas até leem, mas só leem bobagens.

     A minha resposta é quase sempre a mesma: que bom. Que bom que as pessoas leem Cinquenta tons de cinza, Crepúsculo, Dan Brown e afins. O prazer da leitura começa pela liberdade para que cada um leia o que quiser.

    Nas prateleiras das livrarias, a divisão é nítida. Há os livros que disputam a atenção dos leitores habituais. Esses livros, em geral, ficam escondidos – o que não é um problema, pois seus leitores costumam saber onde achá-los. E nas posições de destaque, nas vitrines e na entrada das lojas, estão aqueles raros títulos que são capazes de trazer um novo público à livraria. Uma boa parte desse púbico é formada por pessoas que não têm o hábito de ler, mas estão dispostas a mudar de ideia graças ao apelo de uma história ou de um autor. Elas decidem dedicar aos livros parte do tempo que gastariam indo ao cinema, assistindo à televisão ou fazendo qualquer outra coisa. Quase todos os leitores vorazes já estiveram nesse lugar. Antes de ser disputado por uma infinidade de livros, o tempo de leitura precisa ser conquistado.

    Pense no primeiro livro que você leu com prazer. Provavelmente é um best-seller. Alguns têm dificuldade para admitir, mas a grande maioria dos leitores começa por eles.

    Os críticos desses livros de sucesso costumam dizer que eles ocupam um espaço que poderia ser dado a outros títulos, mais refinados. Não é preciso sequer entrar no mérito literário da obra para provar que essa ideia está errada. Não existe, convenhamos, a figura do leitor que vai à livraria para comprar Em busca do tempo perdido e acaba deixando Proust de lado para se entregar a Cinquenta tons de cinza. Mas existe, sim, o contrário: o leitor que começou com Cinquenta tons de cinza e que, um dia, poderá ser apresentado à obra de Proust. E, se não fossem as algemas de E. L. James, talvez ele jamais tivesse pisado numa livraria.

    É comum a crença de que os leitores de bestsellers só lerão outros best-sellers. Mas, o caminho de cada leitor é imprevisível. Conheço adolescentes que emendaram a leitura de Crepúsculo em O morro dos ventos uivantes (o livro favorito da personagem Bella), seguiram para a obra de Jane Austen e, a partir daí, perderam-se nos clássicos da literatura inglesa. O mundo de Sofia, um belo best-seller da minha adolescência, convenceu muitos estudantes a ler Platão e Aristóteles. Há leitores de O alquimista que se debruçaram sobre a obra do Nobel de Literatura Hermann Hesse – incentivados pelo próprio Paulo Coelho, que escreveu uma introdução a uma edição de Sidarta. Leitores de Dan Brown não precisam nem sair das prateleiras de best-sellers para encontrar Umberto Eco e, em seguida, se render a Italo Calvino e a outros autores do século XX. Leitores de Paulo Leminski, um best-seller improvável, se sentirão à vontade nas prateleiras de poesia. Fãs de E. L. James podem se aventurar na obra de Anaïs Nin, D. H. Lawrence ou do Marquês de Sade. Tudo por causa de um livro numa vitrine.

[...]


Disponível em: https://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/danilo-venticinque//2013/07/bamor-e-odiob-aos-best-sellers.html. Acesso em 15 set. 2024.

No trecho “Esses livros, em geral, ficam escondidos – o que não é um problema, pois seus leitores costumam saber onde achá-los.”, o termo “los”, atua como um mecanismo de coesão
Alternativas
Q3056380 Português
Texto 3


O aumento do limite para a emissão de carbono para a produção de hidrogênio verde previsto no marco sancionado no início deste mês atende às características do Brasil, segundo o chefe do programa de transformação industrial do Fórum Econômico Mundial. Ele é um dos responsáveis pelo relatório divulgado pela organização nesta quinta-feira (15) sobre a produção de hidrogênio verde na América Latina.


Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2024/08/potencialpoluente-maior-de-hidrogenio-verde-atende-a-criterios-do-brasil-diz-forumeconomico-mundial.shtml>. Acesso em: 16 ago. 2024. [Adaptado].
A coesão referencial entre o primeiro e o segundo período do texto é produzida por um pronome
Alternativas
Q3053732 Português
INSTRUÇÃO: Leia, com atenção, o texto 01 e, a seguir, responda a questão que a ele se refere.

Texto 01

Qual a altura do céu?
Bruna Lauer

        Uma mulher que, no auge dos seus 30 e poucos, carrega em seu currículo uma página no Instagram de sucesso, um podcast de sucesso, um livro de sucesso, inspira milhares de pessoas e, ainda, confessa querer mais. Dizem que o céu é o limite e fico me perguntando qual seria a altura do céu de cada um. O dela me parece ser bem alto e, inclusive, faz sentido.
      Com tanta vida pela frente, é preciso haver espaço para crescimento e conquistas que a motivem a ir além. Mas escutando uma entrevista com a empreendedora, ela confessa ter vivido uma recente crise de pânico devido à sobrecarga de sua agenda de trabalho, além de lidar com uma gastrite crônica. E fico imaginando se não deveria ser o corpo esse tal limite.
         Será que é a hora de discutirmos até onde vai este céu? Estamos cercados de histórias de pessoas que “deram certo”, muitas vezes assistindo a seus voos acrobáticos, desconhecendo as horas de treino e, o pior, o que de mais acontece em terra firme. Como escritora e comunicadora, via naquela carreira cheia de conquistas uma inspiração.
        Queria que a minha voz também chegasse assim, tão longe. Mas, ao ter acesso aos bastidores, após eu mesma ter passado por uma crise de ansiedade, uma infecção hospitalar e um câncer de mama, não senti vontade de experimentar suas asas.
        Acreditamos que sucesso seja este voo alto e bonito que olhamos com os dois pés no chão, apenas imaginando como seria estar ali. Mas hoje, ao pensar nesse tema, quem me vem à mente é meu amigo Carlinhos. Você provavelmente nunca ouviu falar dele, um morador da zona rural de Monteiro Lobato, que trabalha na roça e vive com sua esposa e filho no local em que nasceu.
        Nunca saiu do chão e, mesmo assim, é nele que penso. Me sinto inspirada por sua forma íntegra de agir e viver em harmonia com a natureza, por sua sabedoria aprendida com os mais velhos e sua generosidade em nos ensinar. Carlinhos diz não precisar de mais nada, pois sabe que já tem o bem mais caro: liberdade. Claro que sua vida também não é perfeita, inclusive porque apenas vidas imperfeitas podem ser reais e possíveis de serem sustentadas por anos.
        Ainda assim, se precisasse escolher, preferiria seu par de asas quebrado. Quantos exemplos de uma vida equilibrada e, em certa medida, feliz, estão caminhando anonimamente pelas ruas do seu bairro e você nunca os notou? Pessoas que poderiam nos inspirar, não pela altura de suas conquistas, mas pelo resultado de todos os anos vividos.
        Histórias desconhecidas que, exatamente pela falta de algo para exibir, sejam plenas na mesma medida em que pareçam desinteressantes para os nossos olhos que se viciaram em olhar para o alto, buscando voos ornamentais sem parar.
        Me lembro de uma citação de Clarice Lispector, de Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres (Rocco), que diz “De algum modo já aprendera que cada dia nunca era comum, era sempre extraordinário. E que a ela cabia sofrer o dia ou ter prazer nele. Ela queria o prazer do extraordinário que era tão simples de encontrar nas coisas comuns: não era necessário que a coisa fosse extraordinária para que nela se sentisse o extraordinário”. Refletindo sobre isso, o céu do Carlinhos pode parecer baixo para muitos. Fico me perguntando se este céu bem baixinho não seja exatamente a melhor forma de estar mais perto do que é divino.

Disponível em: https://vidasimples.co/colunista/. Acesso em: 22 maio 2024. 
Analise as passagens a seguir, tendo em vista a presença de marcas de coloquialidade em relação aos usos do pronome oblíquo átono “me”.
I - “Me sinto inspirada por sua forma íntegra de agir e viver em harmonia com a natureza [...].”
II - “Mas hoje, ao pensar nesse tema, quem me vem à mente é meu amigo Carlinhos.”
III - “[...] sabedoria aprendida com os mais velhos e sua generosidade em nos ensinar.”
IV - “Me lembro de uma citação de Clarice Lispector, de Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres (Rocco) [...].”
V - “O dela me parece ser bem alto e, inclusive, faz sentido.”

Estão CORRETAS as passagens
Alternativas
Q3051400 Português
Há normas que orientam para o correto uso dos pronomes pessoais em frases e textos. Eles podem ser usados antes, no meio ou após o verbo da oração. A este respeito, assinale a alternativa correta. 
Alternativas
Respostas
1: D
2: C
3: B
4: A
5: A
6: B
7: E
8: E
9: B
10: A
11: A
12: D
13: B
14: A
15: D
16: C
17: B
18: C
19: C
20: D