Questões de Português - Pronomes pessoais oblíquos para Concurso

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Q1808706 Português
Leia o trecho da crônica Zaptiqueta, de Antônio Prata, publicada em 17/11/2019, para responder à questão.

Já que estamos viciados nos celulares e autocondenados a arrastá-los por aí como as bolas de chumbo dos prisioneiros nas histórias em quadrinhos, é mister entrarmos num acordo sobre algumas mínimas normas de etiqueta. Não me refiro aos trolls do Twitter, aos ogros da dark web, às almas sebosas que dedicam a vida a aprofundar, via redes sociais, o murundu em que nos encontramos (sic). Desses cuidará o capeta no décimo nono círculo do inferno atualizado de Dante. Falo aqui das pessoas de bom coração que, por falta de um protocolo, atrapalham-se com os talheres do WhatsApp.

FONTE: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/antonioprata/2019/11/zaptiqueta.shtml

Considere as seguintes afirmações sobre o texto:


I - “Já que” denota o conformismo do autor do texto com a presença dos celulares em nossas vidas.

II - “como” estabelece uma comparação entre os celulares e as bolas de chumbo dos prisioneiros.

III - “Desses” retoma exclusivamente a expressão “almas sebosas” utilizada na frase anterior.

IV - A partícula “se” em “atrapalham-se” é um pronome reflexivo e refere-se a “talheres do WhatsApp”.


É correto apenas o que se afirma em:

Alternativas
Q1808398 Português

Texto para a questão


A NOITE EM QUE OS HOTÉIS ESTAVAM CHEIOS

Moacyr Scliar

O casal chegou à cidade tarde da noite. Estavam cansados da viagem; ela, grávida, não se sentia bem. Foram procurar um lugar onde passar a noite. Hotel, hospedaria, qualquer coisa serviria, desde que não fosse muito caro.

Não seria fácil, como eles logo descobriram. No primeiro hotel o gerente, homem de maus modos, foi logo dizendo que não havia lugar. No segundo, o encarregado da portaria olhou com desconfiança o casal e resolveu pedir documentos. O homem disse que não tinha, na pressa da viagem esquecera os documentos.

— E como pretende o senhor conseguir um lugar num hotel, se não tem documentos? — disse o encarregado.

— Eu nem sei se o senhor vai pagar a conta ou não! 

O viajante não disse nada. Tomou a esposa pelo braço e seguiu adiante. No terceiro hotel também não havia vaga. No quarto — que era mais uma modesta hospedaria — havia, mas o dono desconfiou do casal e resolveu dizer que o estabelecimento estava lotado. Contudo, para não ficar mal, resolveu dar uma desculpa:

— O senhor vê, se o governo nos desse incentivos, como dão para os grandes hotéis, eu já teria feito uma reforma aqui. Poderia até receber delegações estrangeiras. Mas até hoje não consegui nada. Se eu conhecesse alguém influente... O senhor não conhece ninguém nas altas esferas?

O viajante hesitou, depois disse que sim, que talvez conhecesse alguém nas altas esferas.

— Pois então — disse o dono da hospedaria — fale para esse seu conhecido da minha hospedaria. Assim, da próxima vez que o senhor vier, talvez já possa lhe dar um quarto de primeira classe, com banho e tudo.

O viajante agradeceu, lamentando apenas que seu problema fosse mais urgente: precisava de um quarto para aquela noite. Foi adiante.

No hotel seguinte, quase tiveram êxito. O gerente estava esperando um casal de conhecidos artistas, que viajavam incógnitos. Quando os viajantes apareceram, pensou que fossem os hóspedes que aguardava e disse que sim, que o quarto já estava pronto. Ainda fez um elogio.

— O disfarce está muito bom. Que disfarce? Perguntou o viajante. Essas roupas velhas que vocês estão usando, disse o gerente. Isso não é disfarce, disse o homem, são as roupas que nós temos. O gerente aí percebeu o engano:

— Sinto muito — desculpou-se. — Eu pensei que tinha um quarto vago, mas parece que já foi ocupado.

O casal foi adiante. No hotel seguinte, também não havia vaga, e o gerente era metido a engraçado. Ali perto havia uma manjedoura, disse, por que não se hospedavam lá? Não seria muito confortável, mas em compensação não pagariam diária. Para surpresa dele, o viajante achou a ideia boa, e até agradeceu. Saíram.

Não demorou muito, apareceram os três Reis Magos, perguntando por um casal de forasteiros. E foi aí que o gerente começou a achar que talvez tivesse perdido os hóspedes mais importantes já chegados a Belém de Nazaré.

FONTE: http://releituras.com/mscliar_noite.asp

A coesão textual é um dos elementos fundamentais para a leitura e a produção de textos. Assim, considere a passagem “Eu nem sei se o senhor vai pagar a conta ou não!”. Nela, a fim de garantir a coesão, caso o termo em destaque já tivesse sido citado antes, poderíamos substituí-lo por um pronome pessoal. Assinale a alternativa em que isso é feito, segundo as orientações da gramática normativa:
Alternativas
Q1808290 Português

TEXTO 01

O texto seguinte servirá de base para responder à questão.


DIANTE DO MAR

(1º§) Costumo me esconder de mim diante do mar, especialmente quando vou para Portugal à minha procura. Estou sempre em Portugal. Nas ruas de Coimbra. Nas igrejas de Coimbra. Nos cafés de Coimbra. A caminhar por Lisboa, olhando a senhora da rua São Nicolau a cozer suas castanhas.

(2º§) Estou diante do mar, sentado com meu guarda-chuva antigo, exatamente eu que gosto que a chuva caia no meu rosto, na minha roupa, nos meus sapatos que procuram rumos inexistentes. Vejo-me no Bairro Alto, em Lisboa, nas casas de fado.

(3º§) Todas as fadistas cantam de olhos fechados, a melhor maneira de ver todas as coisas. Poemas ao som da guitarra portuguesa, aquela declaração de um amor triste, de lágrimas e desesperos. Depois é a madrugada às margens do rio Tejo, como é a madrugada de Coimbra, às margens do rio Mondego.

(4º§) Vista da ponte de Santa Clara, Coimbra está mergulhada dentro do rio com suas luzes, suas baladas, sua guitarra, o fado de Coimbra que não é fado, é outra coisa que não sei explicar. Depois os amigos, uma noite imensa por viver, as mãos brancas das mulheres, cabelos quase sempre negros, palavras que não precisam ser compreendidas por ninguém. Estou diante do mar, com meu guarda-chuva.

(5º§) É quase certo que adormecerei daqui a pouco! É quase certo que sonharei com setembro!

(6º§) É quase certo que tentarei viver o que me cabe! É quase certo, mas eu não tenho certeza!


FARIAS, Álvaro Alves de. Colunista. Revista Literária. 2013) - Disponível - (http://wwwliteraciaemversoeprosa.blogspot.com.br/

Sobre o período: "Costumo me esconder de mim diante do mar, especialmente quando vou para Portugal à minha procura". Marque a alternativa INCORRETA.
Alternativas
Q1808092 Português

A importância da música em nossa vida:

Ernure Rodrigues Souza


    Gostaria de começar este artigo fazendo uma pergunta bem simples: quem nunca ouviu, tocou ou sentiu música na vida? Com certeza todas as pessoas no mundo já vivenciaram essa experiência. Sim, digo todo mundo, pois até aqueles que não escutam, as sentem. Mesmo aqueles que nunca ouviram um instrumento musical, já ouviram música. Mesmo porque a música não está ligada somente a notas, melodias, harmonias. A música está ligada diretamente conosco, com nossos sentimentos, nossos pensamentos, nossas ações, e até mesmo a nossas escolhas na vida.

     Falar sobre música é tão complexo quanto falar sobre sentido da vida, ou até mesmo teorias sobre o surgimento da vida em nosso planeta. Por que este tema que é tão difícil de discutir, parece ser tão fácil de entender? Simplesmente porque música se sente. Independente da melodia que é usada, do estilo musical, da letra etc, a música nos traz sensações, sensações essas que nos transmitem uma série de estímulos, os quais fazem o nosso corpo reagir sobre tal. Estes estímulos nos ajudam diariamente a ser quem somos, a sentir o que sentimos, a tomar ações que tomamos.

    A música tem um caráter em nossas vidas muito mais complexo do que entreter. Assim como todo o gênero arte, a música é um desdobramento deste núcleo. Já parou pra pensar se você já ficou sem escutar música alguma vez na sua vida? Provavelmente a resposta será: “Não sei”, porque, de fato, não lembramos, ou talvez nunca nos pegamos questionando tal fato, que aparenta ser tão comum, mas ao mesmo tempo tão complexo.

    Talvez, a música tenha tanta importância quanto o ar que respiramos, a água que bebemos, ou até mesmo os alimentos que comemos. E caso alguém fale, “você não respira, come ou bebe música”. Você já tentou viver sem música? Boa sorte!

Adaptado de https://osegredo.com.br/importancia-da-musica-em-nossa-vida/

Assinale a alternativa que apresenta um pronome pessoal do caso oblíquo.
Alternativas
Q1807539 Português
INSTRUÇÃO: Leia, com atenção, o texto abaixo para responder à questão que se segue.

A zica do Planalto

     Zica com “c” é uma gíria brasileira que significa mau agouro, azar, maldição, momento de baixoastral, quando tudo dá errado. A origem da palavra não se sabe ao certo, mas há quem jure que seria uma contração da palavra ziquizira. Faz sentido. Não tem nada a ver com a zika, triste doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. Triste porque infecta o cérebro de bebês no útero materno, triste porque atesta nossa incompetência de país subdesenvolvido diante do mosquito que também transmite a dengue, triste porque pode atingir 1,5 milhão de pessoas no Brasil neste ano, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

     Cada fala da presidente Dilma Rousseff sobre a zika vira uma festa para humoristas e um constrangimento para a maioria da população – não, claro, para os militantes dilmistas, que a perdoam sempre e atribuem esses lapsos à pressão da dieta argentina ou da “inquisição medieval” contra ela e contra Lula. Dilma já chamou o mosquito de vírus. Dilma já chamou a zika de vetor. Dilma já disse que a doença é transmitida por ovos infectados por vírus. Dilma já inventou um outro inseto que seria especializado em zika, e que não seria o mesmo da dengue.

    Dilma também disse que “o Brasil não parou e nem vai parar” – e não vai mesmo parar de piorar enquanto ela achar que o inferno são os outros. A microcefalia do Planalto não permite que criatura e criador caiam na real. Dilma e Lula estão juntos na saúde e na doença, na alegria e na tristeza. Juntos no idioma maltratado. Juntos na solidariedade a Zé Dirceu, o consultor-modelo que mais voou em jatinhos de empreiteiros e lobistas, abastecidos por propinas. Juntos no discurso de perseguição da “mídia”, da Lava Jato e dos delatores premiados.

     Pode continuar a trocar o ministro da Saúde, o ministro da Fazenda, o ministro do Planejamento, o ministro da Educação (aliás, por onde anda Aloizio Mercadante, qual será seu bloco escolar este ano?). De nada vai adiantar essa dança das cadeiras ministeriais para agradar a um ou outro partido. Não são eles os mosquitos vetores que contaminaram o Brasil com uma ziquizira da qual será muito difícil sair. O da Saúde, Marcelo Castro, formado em psiquiatria, depois de espalhar piadinhas de mau gosto com mulheres grávidas, cometeu o pecado fatal: foi sincero. Marcelo Castro disse que o Brasil “está perdendo feio” a guerra contra o mosquito – e isso é o fim da picada, não é, presidente?

     Dilma não convive com a sinceridade. Seu governo não erra. Aliás, “se erra”, como admitiu há alguns meses, erra pouco e sem maldade – e tudo tem conserto. Erra porque foi vítima. Suas amigas, do gênero Erenice Guerra, também sempre acertam. Se erram, é por ingenuidade ou por falta de memória. A ex-ministra Erenice é ingênua, dá para sentir. E nem lembra quem pagou viagens aéreas dela. Dilma também já se esqueceu de muitas canetadas nessa roda-viva de Petrobras, Casa Civil, Presidência da República. Seu problema não foi o mosquito, mas a mosca azul.

     Para a mosca azul não há antídoto nem vacina. A mosca, num passe de mágica, tira as contas do vermelho num gráfico ilusório, com a sua, a nossa ajuda. Uns bilhões do FGTS aqui, outros da CPMF ali, e pronto. O país fica cor-de-rosa, a cor dos programas eleitorais do PT. Só que não, a conta não fecha mesmo assim, porque o Estado brasileiro é voraz e gigantesco. Não há foco na redução do tamanho. Só no aumento de taxas, impostos e contas de serviços públicos. A dívida pública federal terminou 2015 em R$ 2.793 trilhões. A dívida – assim como o Brasil – não vai parar.

     Diante do Conselhão de quase uma centena de empresários, empreendedores, banqueiros e autoridades – sem a presença incômoda da imprensa –, Dilma lançou um plano de sete medidas para liberar R$ 83 bilhões em crédito para habitação, agricultura, infraestrutura, pequenas e médias empresas. A maior parte desse dinheiro viria do FGTS. Crédito para um país em recessão, que não acredita na capacidade do governo para enfrentar a crise. Dilma disse que, para “a travessia a um porto seguro”, a CPMF é “a melhor solução disponível”.

     Não existe nem espaço para o crédito moral, quando se vê Lula, o fiador de Dilma, acuado por delações que o envolvem em reformas milionárias e obscuras de imóveis como o tríplex do Guarujá ou o sítio de Atibaia – hoje amaldiçoados. Na vida real, os juros batem recorde e famílias endividadas precisam refinanciar seus débitos porque não podem lançar mão do dinheiro alheio. O Solaris não nasce para todos. A zica que contaminou o país tem origem na Capital.

(Disponível em : https://oglobo.globo.com/epoca/colunas-e-blogs/ruth-de)

Tendo em vista a gramática normativa, assinale a alternativa em que a próclise é explicada pelo fato de o pronome oblíquo átono vir antecedido pelo pronome relativo, o qual funciona como palavra atrativa.
Alternativas
Respostas
541: C
542: C
543: B
544: D
545: D