Questões de Português - Pronomes relativos para Concurso

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Q406605 Português
Atenção: Considere o texto abaixo para responder à  questão. 

                                                        Juventudes

        Pois se ainda ontem eu era jovem, conforme me asseguravam, asseguro-lhes que ainda hoje minha juventude não acabou. Se viesse a acabar, estaria tão velho que não saberia disso – o que significa que serei eternamente jovem. Preciso acrescentar: nada tenho de especial, todos os jovens da minha idade (isto é, acima dos 60) sabem disso. Não adianta os espelhos (por que se espalham por toda parte?) pretenderem mostrar o contrário, jogar-nos na cara nossa imagem envelhecida. Nós sabemos que eles mentem, sabemos que não têm como refletir nosso espírito – daí se vingarem, refletindo tão somente o que aparece.

        Vou mais longe: não é que não envelheçamos, com essa mania que tem o tempo de nunca parar; na verdade, quanto mais anos vivemos, mais remoçamos. Alguns vivem até recuperar de vez – para nunca mais largar dela – a liberdade da infância. Enquanto lá não chego (esperando chegar), vou remoçando, remoçando, a ponto dos jovens de dezenove anos me pedirem mais moderação, mais compostura. Toda vez que fazem isso, surpreendo, no fundo de seus olhos, uma inveja incomensurável: inveja da minha adolescência verdadeira.

        É verdade que a natureza, que tem lá seus caprichos, gosta de brincar com nossa juventude de sexagenários. Ela faz, por exemplo, o chão parecer mais longe: custa-nos chegar a ele, para apanhar aquela moedinha. Brinca, ainda, com nosso senso de equilíbrio: um volteio mais rápido do corpo e parece que a Terra subitamente acelerou a rotação. E já não podemos saltar imitando um saci, sobre os quadrados marcados a giz na calçada das brincadeiras: mesmo duas pernas mostram-se insuficientes para retomar o equilíbrio.

        Enfim: valha esta mensagem para todos os jovens que ainda acreditam na velhice. Bobagem, meus amiguinhos: a velhice não chega nunca, é mais uma ilusão da juventude. Não adianta o corpo insistir em dar todos os sinais de mau funcionamento, inútil insistirem as bactérias em corromper nossos tecidos, inútil os olhos perderem a luz de dentro e a luz de fora: morremos sempre jovens, espantados por morrer, atônitos com essa insistência caprichosa e absurda da natureza, de vir ceifar nossa vida exatamente quando desfrutamos do esplendor de nossa juventude mais madura.

(Adamastor Rugendas, inédito)

Está plenamente adequado o emprego de ambos os segmentos sublinhados em:

I. Os anos da velhice, em cujo peso ninguém desacredita, parecem ao autor tão ou mais amenos quanto os da juventude.

II. O preço do passar dos anos, paga-lhe o corpo com os limites e carências de que passa a acusar, mas o espírito segue inabalável.

III. A despeito da má fama de que a velhice é vítima, vivê-la bem é preferível a aproveitar mal a mocidade.

Atende ao enunciado SOMENTE o que está em
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Q405868 Português
No que se refere às ideias e aos aspectos linguísticos do texto acima, julgue o item seguinte.

O vocábulo “que” é pronome relativo nos seguintes trechos: “Estima-se que (...) dos portugueses” (l.6-8) e “o que caracteriza (...) famílias linguísticas” (l.10-12).
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Q404833 Português
Leia o texto abaixo do historiador cuiabano Rubens de Mendonça e responda à questão. 
A carestia em Cuiabá
      Cuiabá sempre foi a terra de vida mais cara do BRASIL. Quem ler “Os Anais do Senado da Câmara de Cuiabá" certifica disso. Barbosa de Sá não fez segredo. Pintou as coisas com cores realistas. Conta o nosso primeiro cronista que, no ano de 1723, um tal Joaquim Pinto comprou um jaú no Porto Geral por uma quarta de ouro, fê-lo em postas e veio vendê-lo pelas lavras, em que dobrou a parada. Sabendo-o, os deputados confiscaram-lhe os bens para pagar o quinto a El-Rei do negócio que havia feito. Esse Joaquim Pinto foi o primeiro cambionegrista que aparece na nossa história. Outros vieram depois e hoje existem muitos.

(Nos bastidores da História de Mato Grosso. Cuiabá: SEC-MT; Integrar; Defanti, 2012.) 


O pronome relativo pode estar acompanhado de preposição em função do termo ao qual se refere, como acontece no trecho Joaquim Pinto comprou um jaú no Porto Geral por uma quarta de ouro, fê-lo em postas e veio vendê-lo pelas lavras, em que dobrou a parada. Nesse trecho, o pronome relativo pode ser substituído corretamente por
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Q404827 Português
Quem descobriu Cuiabá 

      [...]
      Não houve dúvida, a riqueza estava no sertão. E os paulistas se movimentaram descendo o rio Tietê, estrada que anda e que facilitou a penetração, pois ele não é como a maioria dos rios que correm para o mar. Ele é um rio bem brasileiro, corre para o interior, por isso, graças ao Tietê, os Bandeirantes vieram à Cuiabá.
      E foi assim, chegaram, acharam ouro e ficaram. Mas, para chegar, subiram o rio e esse rio não tinha nome e daí vem a lenda de que um moço português que fazia parte da bandeira, indo beber água no rio, levou consigo uma cuia [...] . No momento em que a enchia, a cuia lhe escapou das mãos e, em seu sotaque lusitano, gritou para os companheiros vendo a cuia descer rolando água abaixo: cuia que ba, querendo dizer que se vá.
      Mas, isto é lenda.  
      [...]  

(Cuiabá: SEC-MT; Integrar; Defanti, 2012. Reedição em comemoração ao centenário de nascimento do autor.)
Os pronomes relativos exercem fundamentalmente função coesiva em um texto, pois o fazem progredir ao mesmo tempo em que retomam sentido já dito. Marque V para os trechos que apresentam pronome relativo e F para os que não apresentam.

( ) E os paulistas se movimentaram descendo o rio Tietê, estrada que anda e que facilitou a penetração.
( ) Mas, para chegar, subiram o rio e esse rio não tinha nome e daí vem a lenda de que um moço português
( ) pois ele não é como a maioria dos rios que correm para o mar.
( ) No momento em que a enchia, a cuia lhe escapou das mãos e, em seu sotaque lusitano, gritou para os companheiros vendo a cuia descer rolando água abaixo.

Assinale a sequência correta.
Alternativas
Q404755 Português
Português

Atenção: Para responder às questões de números 1 a 10,
considere o texto abaixo:

Da utilidade dos prefácios

Li outro dia em algum lugar que os prefácios são textos inúteis, já que em 100% dos casos o prefaciador é convocado com o compromisso exclusivo de falar bem do autor e da obra em questão. Garantido o tom elogioso, o prefácio ainda aponta características evidentes do texto que virá, que o leitor poderia ter muito prazer em descobrir sozinho. Nos casos mais graves, o prefácio adianta elementos da história a ser narrada (quando se trata de ficção), ou antecipa estrofes inteiras (quando poesia), ou elenca os argumentos de base a serem desenvolvidos (quando estudos ou ensaios). Quer dizer: mais do que inútil, o prefácio seria um estraga-prazeres.
Pois vou na contramão dessa crítica mal-humorada aos prefácios e prefaciadores, embora concorde que muitas vezes ela proceda - o que não justifica a generalização devastadora. Meu argumento é simples e pessoal: em muitos livros que li, a melhor coisa era o prefácio - fosse pelo estilo do prefaciador, muito melhor do que o do autor da obra, fosse pela consistência das ideias defendidas, muito mais sólidas do que as expostas no texto principal. Há casos célebres de bibliografias que indicam apenas o prefácio de uma obra, ficando claro que o restante é desnecessário. E ninguém controla a possibilidade, por exemplo, de o prefaciador ser muito mais espirituoso e inteligente do que o amigo cujo texto ele apresenta. Mas como argumento final vou glosar uma observação de Machado de Assis: quando o prefácio e o texto principal são ruins, o primeiro sempre terá sobre o segundo a vantagem de ser bem mais curto.
Há muito tempo me deparei com o prefácio que um grande poeta, dos maiores do Brasil, escreveu para um livrinho de poemas bem fraquinhos de uma jovem, linda e famosa modelo. Pois o velho poeta tratava a moça como se fosse uma Cecília Meireles (que, aliás, além de grande escritora era também linda). Não havia dúvida: o poeta, embevecido, estava mesmo era prefaciando o poder de sedução da jovem, linda e nada talentosa poetisa. Mas ele conseguiu inventar tantas qualidades para os poemas da moça que o prefácio acabou sendo, sozinho, mais uma prova da imaginação de um grande gênio poético.


(Aderbal Siqueira Justo, inédito)

As lacunas da frase Um prefácio ...... nossa inteira atenção esteja voltada certamente conterá qualidades ...... força é impossível resistir preenchem-se adequadamente, na ordem dada, pelos seguintes elementos:
Alternativas
Respostas
1461: C
1462: E
1463: D
1464: B
1465: A