Questões de Concurso Comentadas sobre português
Foram encontradas 59.306 questões
Leia o texto 1 para responder às questões de 01 a 05.
Texto 1
Quanto a isto, não tenho como mentir: nasci. Há documentos a respeito. Provam que nasci
a 23 de março de 1937, na cidade de Porto Alegre; mais precisamente, na Beneficência
Portuguesa, um dos prédios mais antigos desta cidade, que, como muitas outras cidades
brasileiras, tem escassa memória. Nasci, sim. “Logo depois que nasci correu pela
05 vizinhança que eu me chamava Mico...” Estas linhas, se bem as lembro – e bem as lembro,
sim! – faziam parte de meu primeiro texto, escrito em papel de embrulho: uma autobiografia,
muito precoce e necessariamente curta, pois eu não teria mais de seis anos. Alfabetizado
precocemente por minha mãe, que era professora primária, eu optara por escrever, ao invés
de jogar futebol (também jogava futebol, na calçada da minha rua; longas partidas, em que
10 eram marcadas dezenas de gols; mas o futebol era – é – realidade, uma realidade
terrivelmente importante neste país; e à realidade eu preferia a ficção. A narrativa). Mico.
Este apelido me marcou, pois os nomes marcam as pessoas. Todos os Brunos são fortes,
todos os Betos são irrequietos – tenho um filho chamado Beto, sei disto. Mico – o que é que
eu podia esperar da vida? Mico. Nunca conheci ninguém com este apelido. Na minha rua
15 havia um Mike, e depois tive um amigo chamado Micão, mas Mico, de macaco, era só eu.
Por causa deste apelido, acho, nunca pude me levar a sério. Felizmente. Nada mais chato
que um sujeito que se leva inteiramente a sério. Cada vez que me julgo importante, por ser
escritor, ou por ser médico, ou por escrever no jornal, uma vozinha debochada me chama à
realidade – que besteiras são essas que andas escrevendo, Mico? – e me faz lembrar que é
20 preciso ser humilde. Nascido em Porto Alegre, passei parte de minha infância na cidade de
Passo Fundo, onde meu pai tinha um bazar. (Tinha mesmo? Preciso perguntar a ele.
Preciso perguntar muitas coisas a ele. Não o faço por medo que não saiba responder. Ou
por medo de que saiba responder. Ou por medo, simplesmente. Diante de nossos pais,
somos sempre crianças. Somos sempre o Mico.)
25 De Passo Fundo lembro uma cena, que depois dei, generosamente, a um personagem
(Benjamim – Os Voluntários). Tinha – tenho – três, quatro anos. Caminho por minha rua;
vou apressado. Nuvens ameaçadoras se acumulam no céu, vem um temporal, preciso
chegar logo em casa. Os primeiros grossos pingos caem; mas neste momento avisto na
calçada coisinhas – baganas de cigarro, fósforos queimados. Pobrezinhas, ali expostas à
30 chuva, quem cuidará delas? Olho ao redor. Há uma porta aberta. Por acaso ou não, é a
porta da Delegacia de Polícia, símbolo, para mim, do Poder. Sem vacilar, sem me importar
com a chuvarada torrencial, entrego-me à tarefa de recolher baganas e fósforos para o
vestíbulo da Delegacia. Faço-o chorando; não sei se de alegria, ou de dor, ou de medo.
Choro, ao recolher os dispersos para o que agora poderá ser sua Casa.
(SCLIAR, Moacyr. Memórias de um aprendiz de escritor. São Paulo: Ed. Nacional, 1984, p. 9-11. Fragmento.) Disponível em: <http://www.lpm.com.br/livros/Imagens/minha_mae_nao_dorme_2011.pdf>. Acesso em: 29 out. 2016.
Em muitos momentos do relato, Scliar conta sobre sua infância. Que recurso de pontuação é usado pelo autor para marcar o trecho em que ele duvida de sua memória e reflete sobre a veracidade das informações relatadas por ele?
Leia o texto para responder às questões de números 01 a 05.
---
Tecnologia
---
Para começar, ele nos olha na cara. Não é como a máquina de escrever, que a gente olha de cima, com superioridade. Com ele é olho no olho ou tela no olho. Ele nos desafia. Parece estar dizendo: vamos lá, seu desprezível pré-eletrônico, mostre o que você sabe fazer. A máquina de escrever faz tudo que você manda, mesmo que seja a tapa. Com o computador é diferente. Você faz tudo que ele manda. Ou precisa fazer tudo ao modo dele, senão ele não aceita. Simplesmente ignora você. Mas se apenas ignorasse ainda seria suportável. Ele responde. Repreende. Corrige. [...]
Outra coisa: ele é mais inteligente. Esse negócio de que qualquer máquina só é tão inteligente quanto quem a usa não vale com ele. Está subentendido, nas suas relações com o computador, que você jamais aproveitará metade das coisas que ele tem para oferecer. Que ele só desenvolverá todo o seu potencial quando outro igual a ele o estiver programando. A máquina de escrever podia ter recursos que você nunca usaria, mas não tinha a mesma empáfia, o mesmo ar de quem só aguentava você. Ele sabe muito mais coisa e não tem nenhum pudor em dizer que sabe. [...]
Dito isto, é preciso dizer também que quem provou pela primeira vez suas letrinhas dificilmente voltará à máquina de escrever sem a sensação de que está desembarcando de uma Mercedes e voltando à carroça. Está certo, jamais teremos com ele a mesma confortável cumplicidade que tínhamos com a velha máquina. É outro tipo de relacionamento, mais formal e exigente. Mas é fascinante.
---
(Luís Fernando Veríssimo. Disponível em http://pensador.uol.com.br/
contos_de_luis_fernando_verissimo. Adaptado)
Considere o trecho do texto:
Simplesmente ignora você. Mas se apenas ignorasse ainda seria suportável.
Outro modo de reescrever e pontuar corretamente esse trecho, mantendo o sentido, é:
Leia o texto para responder às questões de números 01 a 05.
---
Tecnologia
---
Para começar, ele nos olha na cara. Não é como a máquina de escrever, que a gente olha de cima, com superioridade. Com ele é olho no olho ou tela no olho. Ele nos desafia. Parece estar dizendo: vamos lá, seu desprezível pré-eletrônico, mostre o que você sabe fazer. A máquina de escrever faz tudo que você manda, mesmo que seja a tapa. Com o computador é diferente. Você faz tudo que ele manda. Ou precisa fazer tudo ao modo dele, senão ele não aceita. Simplesmente ignora você. Mas se apenas ignorasse ainda seria suportável. Ele responde. Repreende. Corrige. [...]
Outra coisa: ele é mais inteligente. Esse negócio de que qualquer máquina só é tão inteligente quanto quem a usa não vale com ele. Está subentendido, nas suas relações com o computador, que você jamais aproveitará metade das coisas que ele tem para oferecer. Que ele só desenvolverá todo o seu potencial quando outro igual a ele o estiver programando. A máquina de escrever podia ter recursos que você nunca usaria, mas não tinha a mesma empáfia, o mesmo ar de quem só aguentava você. Ele sabe muito mais coisa e não tem nenhum pudor em dizer que sabe. [...]
Dito isto, é preciso dizer também que quem provou pela primeira vez suas letrinhas dificilmente voltará à máquina de escrever sem a sensação de que está desembarcando de uma Mercedes e voltando à carroça. Está certo, jamais teremos com ele a mesma confortável cumplicidade que tínhamos com a velha máquina. É outro tipo de relacionamento, mais formal e exigente. Mas é fascinante.
---
(Luís Fernando Veríssimo. Disponível em http://pensador.uol.com.br/
contos_de_luis_fernando_verissimo. Adaptado)
No final do texto – É outro tipo de relacionamento, mais formal e exigente. Mas é fascinante. –, em relação à oração anterior, o emprego da conjunção mas expressa uma
As questões de 1 a 5 têm como base o texto abaixo. Leia-o com atenção.
Amai o próximo, etc...
Atendo o telefone na minha casa. “Victor está?” diz a voz do outro lado sem sequer um alô, um por favor, nada. Eu, amável, informo que Victor não está nem pode estar porque não mora aqui. O outro bate o telefone na minha cara. Dois minutos, e o telefone toca novamente. “Quero falar com Victor” vem a mesma voz. “O senhor é muito mal-educado”, ataco logo para não lhe dar tempo de desligar. “Acabou de ligar, nem me agradeceu, nem me pediu desculpas, e bateu com o telefone. Como já lhe disse, Victor não mora aqui.” A voz se faz mais mansa, “A senhora desculpe. Muito obrigado.” E desliga.
Exulto. Ponto a favor da educação. Pois, se com medo de infligir-lhe as regras, sempre me abstenho de reprimendas desse tipo, é justamente para mantê-las vivas – as regras, não as reprimendas – que convém fazê-las.
Digo obrigada ____ caixa do supermercado, que não me responde. Peço por favor ao funcionário do guichê que nem levanta os olhos para a minha pessoa. Dou bom-dia ao sujeito do açougue que parece não entender de que dia ou de que qualidade estou falando. Sou uma otária? Não, sou uma resistente.
Minha amiga Claudine de Castro, socialite das mais elegantes, publicou um livro de etiqueta. Uma graça o livro, bem-humorado, prático. Fui ao lançamento. Todos ali éramos veteranos praticantes daquilo que se chamava “boas maneiras”. Um bando de micos-leões-dourados, pensei. Ameaçados de extinção. Uma amiga comum comentou que daria o livro ao sobrinho, ela não precisava. “Os jovens” acrescentou, “andam muito mal-educados”.
Os jovens? Não era jovem o senhor bem vestidérrimo que quase me segurou no meio da rua, interrompendo minha marcha célere, para pedir orientação ____ respeito de um endereço. Orientação fornecida, o cavalheiro, que certamente não fazia jus ____ definição, partiu sem dizer água vai. E fiquei eu, no resto da manhã, irritada pela brutalidade.
No Japão, a primeira expressão que me ensinaram quando cheguei foi sumi-masen. Equivale ao nosso por favor. Para ajudar-me a gravar essa chave fundamental em qualquer situação, sugeriram que lembrasse da nossa tão frequente corrupção e dissesse em português: sumiu mais cem. Cravou-se, indelével, na minha memória. E dela lancei mão infinitas vezes, com aquela segurança com que se saca um ás da manga. Nunca conheci povo tão bem-educado. Todos te atendem sorridentes. Todos te ajudam. Ninguém te esbarra. Ninguém te esbarra mesmo em meio ____ multidão. E multidão é coisa frequente no Japão. Sem grandes antropologismos, podemos deduzir que ____ viver tantos em país tão pequeno ou se entredevoravam ou se educavam. Preferiram educar-se.
Entre nós, os livros de etiqueta como o de Claudine vendem feito pão. Ânsia de educar-se para sobreviver? Não, necessidade de aprender as regras para ascender. Os recém-chegados ______ mesas de muitos talheres – e há sempre levas novas que chegam e mesas novas são postas – querem saber que garfo pegar. Pena que o garfo certo não seja fundamental, ou sequer importante, para a boa educação. Boa educação sendo, por exemplo, aquela que as pessoas da roça, de tão poucos talheres e tão pouca comida no prato, praticam com doçura e naturalidade. Cumprimentar o desconhecido com quem se cruza na trilha, coar café ou oferecer água ao visitante que chega.
Dar atenção é a essência da boa educação. Só isso. Em vez do humilde “por favor”, deveríamos dizer: peço a sua atenção. Pois não é favor algum atender o semelhante que precisa de nós. E nenhum contato pode ser gentil sem atenção. No entanto, em todas as línguas, quando se quer ser educado é por favor que se pede, ou desculpas, pois está estabelecido que necessitar do outro, tirar o outro do seu rumo por instantes é algo quase inconveniente, pelo qual devemos nos penitenciar. Convenhamos, há um erro de base. Ou, se quisermos ir um pouco mais além no sentido desses mínimos encontros, há uma lamentável regra de desamor.
COLASANTI, Marina. Antologia de crônicas – Crônica brasileira contemporânea. Organização de Manuel da Costa Pinto. São Paulo: Salamandra.
Leia a frase abaixo, retirada do texto:
“No entanto, em todas as línguas, quando se quer ser educado é por favor que se pede...”
A locução conjuntiva destacada estabelece a seguinte relação de sentido:
Campanha de vacinação contra a gripe começa nesta segunda-feira Objetivo é imunizar 54,4 milhões de pessoas da Influenza e Influenza B A campanha nacional de vacinação contra a gripe começa nesta segunda-feira, 23/4/2018. Seu objetivo é imunizar 54,4 milhões de pessoas da influenza A e influenza B. Podem se vacinar gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) pessoas a partir de 60 anos; crianças de seis meses a cinco anos; e gestantes. Também devem tomar a vacina trabalhadores da área da saúde; professores das redes pública e privada; indígenas; profissionais do sistema prisional; e pessoas privadas de liberdade. |
asdfasdfDisponível em < https://goo.gl/ZKQeKt >. Acesso em: 10 abr. 2018 (com adaptações).
Qual trecho utiliza estratégia de coesão referencial capaz de indicar a retomada de informações introduzidas previamente em outras passagens do texto?
Segundo o Manual de Redação da Presidência da República, “Uma das convenções estabelecidas na linguagem escrita ‘consiste em apresentar ideias similares numa forma gramatical idêntica’, o que se chama de paralelismo. Assim, incorre-se em erro ao conferir forma não paralela a elementos paralelos”. (BRASIL, 2002).
Mariana Silva, servidora pública, lotada na UNIFAL-MG, ao elaborar um memorando, observou o uso do paralelismo na produção de gêneros do discurso oficiais, conforme determina o Manual de Redação. Desse modo, qual foi o trecho escrito por Mariana?
Marque a conjunção que cabe na lacuna da oração “_________ nos visitarem, vamos preparar um jantar.”:
Indique a opção em que há uma palavra com 6 (seis) fonemas:
Assinale a opção que contém uma palavra em que ocorre encontro consonantal:
Qual das opções abaixo apresenta a separação silábica CORRETA de “ensinamento”:
Marque a opção em que todas as palavras têm ao menos um dígrafo:
Por que o céu é azul?
Eliene
A luz do Sol, ao chegar à atmosfera, possui coloração branca, porém, essa luz se movimenta por meio de ondas que permanecem espalhadas de maneira imperceptível aos olhos. Por causa do oxigênio e do nitrogênio presentes na atmosfera, a luz solar sofre algumas alterações relacionadas à cor, pois, apesar de ser branca aos olhos, é, na verdade, um misto de várias cores, que podem ser vistas, por exemplo, quando ocorre a formação de um arco-íris.
Cada cor possui uma onda com tamanho diferente. A onda correspondente à cor azul possui um dos menores comprimentos visíveis, e o maior pertence à cor vermelha.
Quando a luz solar, influenciada pelos gases atmosféricos, chega à percepção humana, ocorre um fenômeno físico nomeado espalhamento Rayleigh, que provoca a dispersão dessa luz ao passar por determinadas partículas de ar. Esse cruzamento entre a luz e as partículas de ar apresenta um reflexo da luz que possui absorção de parte de sua energia, de modo que suas cargas vibrem, emitindo mais radiação. Como a cor azul possui menor comprimento, as pequenas partículas de ar presentes na atmosfera encontram compatibilidade com elas, absorvendo-a. Ao absorver o azul, as partículas de ar liberam essa coloração por todo o espaço, dando a impressão de que o céu é azul.
Quando o Sol chega ao ocaso, sua luz se distancia da atmosfera, fazendo com que o azul seja diluído. A partir daí, consegue-se perceber o tom avermelhado no céu por causa da onda de maior comprimento dessa cor. O aparecimento do vermelho se deve à necessidade de uma onda se espalhar menos pela atmosfera por causa da distância entre ela e o astro.
Adaptado de: <http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/curiosidades/por-que-ceu-azul.htm>.
No período “Quando o Sol chega ao ocaso, sua luz se distancia da atmosfera, fazendo com que o azul seja diluído.”, a palavra “azul” é classificada como:
Na passagem “... A Região Sudeste concentra o maior número de vagas e os melhores salários...”, os adjetivos “maior” e “melhores” estão empregados no grau:
Levando em conta o processo de formação, a palavra “musculoesquelética” constitui exemplo de:
Leia o texto a seguir e responda às questões de 1 a 8.
Poluição do ar tira R$ 15,8 bi anuais do Brasil com 62 mil mortes prematuras
1 Décadas atrás, quem dirigia pelas estradas brasileiras topava com placas de mensagens lúgubres
2 como “não faça do seu carro uma arma – a vítima pode ser você”.
3 As placas sumiram, mas as mortes no trânsito, não: são mais de 40 mil por ano, e crescendo. De 19
4 óbitos por 100 mil habitantes em 2009, o país passou para 23,4/100 mil em 2013, segundo relatório da
5 Organização Mundial da Saúde (OMS).
6 Correr demais ou usar o celular enquanto se dirige não são, porém, as únicas maneiras de fazer do
7 seu carro uma arma. São apenas as mais ruidosas, como sair dando tiros por aí. Basta ligar o motor
8 para fazer dele também uma arma química.
9 O cano de escapamento cospe uma série de compostos tóxicos, como os monóxidos de nitrogênio
10 (NO) ou de carbono (CO) e precursores de ozônio (O₃). Dali sai também material particulado, com
11 destaque para a poeira fina (PM2,5) que penetra até os alvéolos dos pulmões e faz estragos neles.
12 Não faltam pesquisas a mostrar que a poluição do ar está diretamente relacionada com mortes
13 prematuras causadas por doença cardíaca isquêmica (enfarte), derrame, doença pulmonar obstrutiva
14 crônica, câncer de pulmão, infecção respiratória aguda e pneumonia. Velhos e crianças pequenas são
15 as maiores vítimas.
16 O Banco Mundial estima que 2,9 milhões morrem antes da hora no mundo, todos os anos, por causa
17 da poluição do ar. A maior parte por cozinhar dentro de casa com lenha e carvão, como fazem 2,8
18 bilhões de pessoas, principalmente na África e no Sul da Ásia. Fora daí, as mortes por poluição do ar
19 se dão por força das emissões veiculares.
20 As cifras acabrunhantes estão na publicação “O Custo da Poluição do Ar”, que teve lançamento na
21 semana passada. Em anos de vida produtiva perdidos, isso custou à economia global, em 2013, a
22 bagatela de estimados US$ 225 bilhões.
23 Outra medida feita pelo Banco Mundial diz respeito à perda de bem-estar. Aqui, o valor monetário do
24 prejuízo é calculado por meio de metodologia diversa – quanto cada pessoa se disporia a pagar para
25 livrar-se do risco de morrer por aquela causa. Neste caso, o montante sobe para US$ 5,1 trilhões.
26 Estima-se que 87% da população mundial viva em áreas acima do máximo de concentração de PM2,5
27 recomendado pela OMS, de 10 microgramas por metro cúbico. A de ozônio vem caindo no mundo,
28 mas Brasil, China, Índia, Paquistão e Bangladesh viram-na aumentar entre 10% e 20%.
29 No que toca ao PM2,5, a média do Brasil se encontrava ligeiramente abaixo do recomendado pela OMS
30 em 2009, com 9,68 micrograma/m3. Em 2013, contudo, esse valor já se encontrava em 16,5
31 micrograma/m3.
32 As mortes decorrentes, segundo a estimativa do Banco Mundial, subiram de 59,6 mil para 62,2 mil ao
33 ano no intervalo. Em matéria de produtividade perdida, o custo foi de US$ 4,9 bilhões em 2013, ou R$
34 15,8 bilhões na taxa de câmbio atual.
35 Com transporte de massa eletrificado, seria possível matar três coelhos com um único golpe de
36 progresso tecnológico: diminuir os acidentes fatais, abater as mortes prematuras por poluição e ainda
37 mitigar o aquecimento global, pois os motores a explosão também emitem gases do efeito estufa.
38 Não há por que continuar indefinidamente com essa insanidade de ênfase no deslocamento individual
39 propelido a combustíveis poluentes. Melhor seria retomar as placas dos anos 1970, com uma pequena
40 adaptação: “Não faça de seu carro uma arma – o fóssil pode ser você”.
(LEITE, Marcelo. Poluição do ar tira R$ 15,8 bi anuais do Brasil com 62 mil mortes prematuras. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/ colunas/marceloleite/2016/09/1812251-poluicao-do-ar-tira-r-158-bi-anuais-do-brasil-com-62-mil-mortes-prematuras.shtml>. Acesso em: 15 set. 2016.)
A relação de sentido estabelecida pelos termos sublinhados nos enunciados está corretamente indicada em:
Leia o texto a seguir e responda às questões de 1 a 8.
Poluição do ar tira R$ 15,8 bi anuais do Brasil com 62 mil mortes prematuras
1 Décadas atrás, quem dirigia pelas estradas brasileiras topava com placas de mensagens lúgubres
2 como “não faça do seu carro uma arma – a vítima pode ser você”.
3 As placas sumiram, mas as mortes no trânsito, não: são mais de 40 mil por ano, e crescendo. De 19
4 óbitos por 100 mil habitantes em 2009, o país passou para 23,4/100 mil em 2013, segundo relatório da
5 Organização Mundial da Saúde (OMS).
6 Correr demais ou usar o celular enquanto se dirige não são, porém, as únicas maneiras de fazer do
7 seu carro uma arma. São apenas as mais ruidosas, como sair dando tiros por aí. Basta ligar o motor
8 para fazer dele também uma arma química.
9 O cano de escapamento cospe uma série de compostos tóxicos, como os monóxidos de nitrogênio
10 (NO) ou de carbono (CO) e precursores de ozônio (O₃). Dali sai também material particulado, com
11 destaque para a poeira fina (PM2,5) que penetra até os alvéolos dos pulmões e faz estragos neles.
12 Não faltam pesquisas a mostrar que a poluição do ar está diretamente relacionada com mortes
13 prematuras causadas por doença cardíaca isquêmica (enfarte), derrame, doença pulmonar obstrutiva
14 crônica, câncer de pulmão, infecção respiratória aguda e pneumonia. Velhos e crianças pequenas são
15 as maiores vítimas.
16 O Banco Mundial estima que 2,9 milhões morrem antes da hora no mundo, todos os anos, por causa
17 da poluição do ar. A maior parte por cozinhar dentro de casa com lenha e carvão, como fazem 2,8
18 bilhões de pessoas, principalmente na África e no Sul da Ásia. Fora daí, as mortes por poluição do ar
19 se dão por força das emissões veiculares.
20 As cifras acabrunhantes estão na publicação “O Custo da Poluição do Ar”, que teve lançamento na
21 semana passada. Em anos de vida produtiva perdidos, isso custou à economia global, em 2013, a
22 bagatela de estimados US$ 225 bilhões.
23 Outra medida feita pelo Banco Mundial diz respeito à perda de bem-estar. Aqui, o valor monetário do
24 prejuízo é calculado por meio de metodologia diversa – quanto cada pessoa se disporia a pagar para
25 livrar-se do risco de morrer por aquela causa. Neste caso, o montante sobe para US$ 5,1 trilhões.
26 Estima-se que 87% da população mundial viva em áreas acima do máximo de concentração de PM2,5
27 recomendado pela OMS, de 10 microgramas por metro cúbico. A de ozônio vem caindo no mundo,
28 mas Brasil, China, Índia, Paquistão e Bangladesh viram-na aumentar entre 10% e 20%.
29 No que toca ao PM2,5, a média do Brasil se encontrava ligeiramente abaixo do recomendado pela OMS
30 em 2009, com 9,68 micrograma/m3. Em 2013, contudo, esse valor já se encontrava em 16,5
31 micrograma/m3.
32 As mortes decorrentes, segundo a estimativa do Banco Mundial, subiram de 59,6 mil para 62,2 mil ao
33 ano no intervalo. Em matéria de produtividade perdida, o custo foi de US$ 4,9 bilhões em 2013, ou R$
34 15,8 bilhões na taxa de câmbio atual.
35 Com transporte de massa eletrificado, seria possível matar três coelhos com um único golpe de
36 progresso tecnológico: diminuir os acidentes fatais, abater as mortes prematuras por poluição e ainda
37 mitigar o aquecimento global, pois os motores a explosão também emitem gases do efeito estufa.
38 Não há por que continuar indefinidamente com essa insanidade de ênfase no deslocamento individual
39 propelido a combustíveis poluentes. Melhor seria retomar as placas dos anos 1970, com uma pequena
40 adaptação: “Não faça de seu carro uma arma – o fóssil pode ser você”.
(LEITE, Marcelo. Poluição do ar tira R$ 15,8 bi anuais do Brasil com 62 mil mortes prematuras. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/ colunas/marceloleite/2016/09/1812251-poluicao-do-ar-tira-r-158-bi-anuais-do-brasil-com-62-mil-mortes-prematuras.shtml>. Acesso em: 15 set. 2016.)
Em relação às estratégias de organização do texto, é CORRETO afirmar:
Texto para as questões de 21 a 24
“Em 1975, o Generalíssimo Franco, 82, ditador da Espanha, estava em seu leito de morte em Madri, com uma antologia de mazelas – infarto, broncopneumonia, tromboflebite, falência renal, úlceras hemorrágicas e um Parkinson avançado. O desfecho era esperado para qualquer momento, mas Franco insistia em prolongar a agonia. Certa noite, do fundo de sua cama, escutou um rumor que entrava pela janela. Perguntou o que era ao enfermeiro. Este respondeu: ‘É o povo espanhol, Excelência. Ele veio se despedir’. E Franco: ‘Ué! O povo vai viajar?’
Franco morreu no fim daquele ano, e as multidões que faziam a vigília nas proximidades de sua casa acharam que ele tinha ido tarde.
[...]”.
(Folha de S.Paulo, 6/4/16 – opinião A2)
“Em 1975, o Generalíssimo Franco, 82, ditador da Espanha, estava em seu leito de morte em Madri, (...)”.
Atente para as seguintes afirmações sobre o uso das vírgulas.
I. A primeira vírgula separa um adjunto adverbial de tempo.
II. A retirada da virgula colocada imediatamente depois de “Espanha” redundaria em prejuízo para a correção e o sentido original.
III. A inserção de vírgula logo depois do termo “Franco” acarretaria prejuízo sintático e semântico ao texto.
É correto o que se afirma em:
(Texto 01)
1 No modelo atual de sociedade digital os bens já
não representam a extrema medida da riqueza.
Com efeito, em tempos de um admirável mundo
cibernético, ainda de todo não conhecido, a
5 informação e o conhecimento são as principais
fontes de poder. O direito fundamental ao acesso
a informação decorre da ampla abertura inerente
às cartas constitucionais democráticas,
revelando-se, nesse sentido, como relevante
10 instrumento de participação popular e efetivo
controle dos poderes representativos, além de
determinar singulares desdobramentos de ordem
comercial e civil no âmbito do Direito Privado.
Umbilicalmente relacionados, o direito
15 fundamental à liberdade de expressão oxigena e
impulsiona o exercício do direito à informação. A
relação entre essas duas cláusulas pétreas do
direito constitucional brasileiro é, em absoluto,
indissociável, e deriva de dispositivos expressos
20 no texto da Lei Maior, que, inicialmente, declara
ser "livre a manifestação do pensamento" e, em
seguida, garante ser "assegurado a todos o
acesso à informação".
Conforme salientam Gilmar Ferreiras Mendes e
25 Paulo Gustavo Gonet a liberdade de expressão
constitui "um dos mais relevantes e preciosos
direitos fundamentais, correspondendo a uma das
mais antigas reivindicações dos homens de todos
os tempos". Nesse sentido, tem-se, pois, que a
30 liberdade de expressão representa uma relevante
conquista da civilização, que acompanha a
própria evolução da humanidade.
(Adaptado de Jusbrasil, 28/11/2016)
Assinale a alternativa cuja conjunção sublinhada possui o mesmo valor semântico que o termo “pois” (linha 29) retirado do Texto 01:
Leia, atentamente, o texto a seguir:
UM PAÍS SE FAZ COM SAPATOS E LIVROS
Leo Cunha
Outro dia, numa palestra, eu escutei uma frase genial do Pedro Bandeira, aquele escritor que você deve estar cansado de conhecer. [...]
Pois bem: o Pedro estava num colégio carérrimo e chiquérrimo de São Paulo quando uma madame veio reclamar do preço dos livros. Nosso caro escritor - carérrimo, segundo a madame - olhou pros filhos dela e viu que os dois estavam de tênis importado.
Então o Pedro – que, apesar do nome, não costuma dar bandeira – virou pra ela e soltou a seguinte frase: “Ô, minha senhora, não é o livro que é caro. É a senhora que prefere investir no pé do que na cabeça dos seus filhos”.
O auditório aplaudiu de pé aquela história. Palmas, gritos, gargalhadas. Eu, disfarçadamente, olhei pra baixo pra ver se não estava calçando meu bom e velho Nike branco. Não tenho a menor intenção de fazer propaganda pra ninguém, pelo contrário: não perco uma chance de comentar aquelas acusações que a Nike vive recebendo, de explorar o trabalho infantil na Ásia. Mas não posso negar que me bateu um sentimento de culpa ao escutar aquela frase. Felizmente eu estava calçando um discretíssimo mocassim preto, então pude aplaudir com mais entusiasmo a tirada do Pedro.
Tirada, aliás, que me fez lembrar um caso divertido da minha infância. Foi no início da década de 80, eu e minha irmã estávamos entrando na adolescência e estudávamos num grande colégio de BH.
Um dia, estávamos em casa quando a mãe de um colega da minha irmã bateu a campainha. Abrimos a janela e vimos a tal senhora debruçada sobre o portão, em lágrimas. Pronto, morreu alguém!, pensamos logo.
Mas não. A coitada começou a explicar, aos soluços: “Eu não estou dando conta dos meus serviçais, eles não param de brigar!”. Juro, foi assim que ela falou: “meus serviçais”. Se eu me lembro bem, a casa dessa senhora era imensa e ocupava quase um quarteirão. Para manter o castelo em ordem, ela precisava de pelo menos uns oito “serviçais”. Era aí que o negócio complicava, pois controlar tanta gente se mostrava uma tarefa árdua, que exigia muito preparo e psicologia.
Ficamos muito consternados com a pobrezinha, ela agradeceu o apoio moral, mas completou que esse não era o motivo da visita. O que era então? E foi aí que veio a bomba. O colégio tinha mandado os meninos lerem um livro assim assim (esqueci o título) e ela queria saber se minha irmã já tinha terminado, pra poder emprestar pro filho dela!
Minha mãe ficou congelada, não sabia se tinha ouvido direito. Então quer dizer que a madame podia contratar oito serviçais pra se engalfinharem e não podia comprar um livro, um mísero livro, coitadinho, que nunca brigou com ninguém?
Minha mãe era livreira, professora, escrevia resenhas para a imprensa e tinha uma biblioteca imensa, inclusive com alguns livros repetidos. Deve ser por isso que, se não me falha a memória, nós não apenas emprestamos, como demos o livro para a mulher.
A frase do Pedro Bandeira completa perfeitamente o caso, e vice-versa. Ninguém está negando que o livro, ou alguns livros, poderiam ser mais baratos, mas de que adianta baixar o preço do produto se nós não dermos valor a ele, se ele não for importante em nossas vidas? Se a gente prefere entrar numa sapataria e investir no pé de nossos filhos. Se a gente entra num McDonald’s da vida e pede pelo número, pede pelo número deixando as letras para depois, ou para nunca.
Disponível em: http://dicasdeleitores.blogspot.com.br/2012/09/um-pais-se-fazcom-sapatos-e-livros.html Acesso em 28 mar. 2016 (Adaptado)
A ideia expressa pelos articuladores sintáticos está corretamente identificada entre parênteses, EXCETO em:
Leia, atentamente, o texto a seguir:
UM PAÍS SE FAZ COM SAPATOS E LIVROS
Leo Cunha
Outro dia, numa palestra, eu escutei uma frase genial do Pedro Bandeira, aquele escritor que você deve estar cansado de conhecer. [...]
Pois bem: o Pedro estava num colégio carérrimo e chiquérrimo de São Paulo quando uma madame veio reclamar do preço dos livros. Nosso caro escritor - carérrimo, segundo a madame - olhou pros filhos dela e viu que os dois estavam de tênis importado.
Então o Pedro – que, apesar do nome, não costuma dar bandeira – virou pra ela e soltou a seguinte frase: “Ô, minha senhora, não é o livro que é caro. É a senhora que prefere investir no pé do que na cabeça dos seus filhos”.
O auditório aplaudiu de pé aquela história. Palmas, gritos, gargalhadas. Eu, disfarçadamente, olhei pra baixo pra ver se não estava calçando meu bom e velho Nike branco. Não tenho a menor intenção de fazer propaganda pra ninguém, pelo contrário: não perco uma chance de comentar aquelas acusações que a Nike vive recebendo, de explorar o trabalho infantil na Ásia. Mas não posso negar que me bateu um sentimento de culpa ao escutar aquela frase. Felizmente eu estava calçando um discretíssimo mocassim preto, então pude aplaudir com mais entusiasmo a tirada do Pedro.
Tirada, aliás, que me fez lembrar um caso divertido da minha infância. Foi no início da década de 80, eu e minha irmã estávamos entrando na adolescência e estudávamos num grande colégio de BH.
Um dia, estávamos em casa quando a mãe de um colega da minha irmã bateu a campainha. Abrimos a janela e vimos a tal senhora debruçada sobre o portão, em lágrimas. Pronto, morreu alguém!, pensamos logo.
Mas não. A coitada começou a explicar, aos soluços: “Eu não estou dando conta dos meus serviçais, eles não param de brigar!”. Juro, foi assim que ela falou: “meus serviçais”. Se eu me lembro bem, a casa dessa senhora era imensa e ocupava quase um quarteirão. Para manter o castelo em ordem, ela precisava de pelo menos uns oito “serviçais”. Era aí que o negócio complicava, pois controlar tanta gente se mostrava uma tarefa árdua, que exigia muito preparo e psicologia.
Ficamos muito consternados com a pobrezinha, ela agradeceu o apoio moral, mas completou que esse não era o motivo da visita. O que era então? E foi aí que veio a bomba. O colégio tinha mandado os meninos lerem um livro assim assim (esqueci o título) e ela queria saber se minha irmã já tinha terminado, pra poder emprestar pro filho dela!
Minha mãe ficou congelada, não sabia se tinha ouvido direito. Então quer dizer que a madame podia contratar oito serviçais pra se engalfinharem e não podia comprar um livro, um mísero livro, coitadinho, que nunca brigou com ninguém?
Minha mãe era livreira, professora, escrevia resenhas para a imprensa e tinha uma biblioteca imensa, inclusive com alguns livros repetidos. Deve ser por isso que, se não me falha a memória, nós não apenas emprestamos, como demos o livro para a mulher.
A frase do Pedro Bandeira completa perfeitamente o caso, e vice-versa. Ninguém está negando que o livro, ou alguns livros, poderiam ser mais baratos, mas de que adianta baixar o preço do produto se nós não dermos valor a ele, se ele não for importante em nossas vidas? Se a gente prefere entrar numa sapataria e investir no pé de nossos filhos. Se a gente entra num McDonald’s da vida e pede pelo número, pede pelo número deixando as letras para depois, ou para nunca.
Disponível em: http://dicasdeleitores.blogspot.com.br/2012/09/um-pais-se-fazcom-sapatos-e-livros.html Acesso em 28 mar. 2016 (Adaptado)
Todos os termos destacados têm natureza adjetiva, EXCETO em: