Questões de Português para Concurso

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Q2797542 Português

Leia atentamente o texto a seguir para responder às questões de 01 a 08.


OS NAMORADOS DA FILHA


Quando a filha adolescente anunciou que ia dormir com o namorado, o pai não disse nada. Não a recriminou, não lembrou os rígidos padrões morais de sua antiga juventude. Homem avançado, já esperava que aquilo acontecesse um dia. Só não esperava que acontecesse tão cedo.

Mas tinha uma exigência, além das clássicas recomendações. A moça podia dormir com o namorado:

─ Mas aqui em casa.

Ela, por sua vez, não protestou. Até ficou contente. Aquilo resultava em inesperada comodidade. Vida amorosa em domicílio, o que mais podia desejar? Perfeito.

O namorado não se mostrou menos satisfeito. Entre outras razões, porque passaria a partilhar o abundante café da manhã da família. Aliás, seu apetite era espantoso: diante do olhar assombrado e melancólico do dono da casa, devorava toneladas do melhor requeijão, do mais fino presunto, tudo regado a litros de suco de laranja.

Um dia, o namorado sumiu. Brigamos, disse a filha, mas já estou saindo com outro. O pai pediu que ela trouxesse o rapaz. Veio, e era muito parecido com o anterior: magro, cabeludo, com apetite descomunal.

Brevemente, o homem descobriria que constância não era uma característica fundamental de sua filha. Os namorados começaram a se suceder em ritmo acelerado. Cada manhã de domingo, era uma nova surpresa: este é o Rodrigo, este é o James, este é o Tato, este é o Cabeça. Lá pelas tantas, ele desistiu de memorizar nomes ou mesmo fisionomias. Se estava na mesa do café da manhã, era namorado. Às vezes, também acontecia ─ ah, essa próstata, essa próstata ─ que ele levantava à noite para ir ao banheiro e cruzava com um dos galãs no corredor. Encontro insólito, mas os cumprimentos eram sempre gentis.

Uma noite, acordou, como de costume, e, no corredor, deu de cara com um rapaz que o olhou apavorado. Tranquilizou-o:

─ Eu sou o pai da Melissa. Não se preocupe, fique à vontade. Faça de conta que a casa é sua.

E foi deitar.

Na manhã seguinte, a filha desceu para tomar café. Sozinha.

─ E o rapaz? ─ perguntou o pai.

─ Que rapaz? ─ disse ela. Algo lhe ocorreu, e ele, nervoso, pôs-se de imediato a checar a casa. Faltava o CD player, a máquina fotográfica, a impressora do computador. O namorado não era namorado. Paixão poderia nutrir, mas era pela propriedade alheia.

Um único consolo restou ao perplexo pai: aquele, pelo menos, não fizera estrago no café da manhã.


(Moacyr Scliar. Crônica extraída da Revista Zero Hora, 26/4/1998)

Sem que haja mudança de sentido, a palavra destacada no trecho “Encontro insólito, mas os cumprimentos eram sempre gentis” pode ser substituída por:

Alternativas
Q2797540 Português

Leia atentamente o texto a seguir para responder às questões de 01 a 08.


OS NAMORADOS DA FILHA


Quando a filha adolescente anunciou que ia dormir com o namorado, o pai não disse nada. Não a recriminou, não lembrou os rígidos padrões morais de sua antiga juventude. Homem avançado, já esperava que aquilo acontecesse um dia. Só não esperava que acontecesse tão cedo.

Mas tinha uma exigência, além das clássicas recomendações. A moça podia dormir com o namorado:

─ Mas aqui em casa.

Ela, por sua vez, não protestou. Até ficou contente. Aquilo resultava em inesperada comodidade. Vida amorosa em domicílio, o que mais podia desejar? Perfeito.

O namorado não se mostrou menos satisfeito. Entre outras razões, porque passaria a partilhar o abundante café da manhã da família. Aliás, seu apetite era espantoso: diante do olhar assombrado e melancólico do dono da casa, devorava toneladas do melhor requeijão, do mais fino presunto, tudo regado a litros de suco de laranja.

Um dia, o namorado sumiu. Brigamos, disse a filha, mas já estou saindo com outro. O pai pediu que ela trouxesse o rapaz. Veio, e era muito parecido com o anterior: magro, cabeludo, com apetite descomunal.

Brevemente, o homem descobriria que constância não era uma característica fundamental de sua filha. Os namorados começaram a se suceder em ritmo acelerado. Cada manhã de domingo, era uma nova surpresa: este é o Rodrigo, este é o James, este é o Tato, este é o Cabeça. Lá pelas tantas, ele desistiu de memorizar nomes ou mesmo fisionomias. Se estava na mesa do café da manhã, era namorado. Às vezes, também acontecia ─ ah, essa próstata, essa próstata ─ que ele levantava à noite para ir ao banheiro e cruzava com um dos galãs no corredor. Encontro insólito, mas os cumprimentos eram sempre gentis.

Uma noite, acordou, como de costume, e, no corredor, deu de cara com um rapaz que o olhou apavorado. Tranquilizou-o:

─ Eu sou o pai da Melissa. Não se preocupe, fique à vontade. Faça de conta que a casa é sua.

E foi deitar.

Na manhã seguinte, a filha desceu para tomar café. Sozinha.

─ E o rapaz? ─ perguntou o pai.

─ Que rapaz? ─ disse ela. Algo lhe ocorreu, e ele, nervoso, pôs-se de imediato a checar a casa. Faltava o CD player, a máquina fotográfica, a impressora do computador. O namorado não era namorado. Paixão poderia nutrir, mas era pela propriedade alheia.

Um único consolo restou ao perplexo pai: aquele, pelo menos, não fizera estrago no café da manhã.


(Moacyr Scliar. Crônica extraída da Revista Zero Hora, 26/4/1998)

“... que constância não era uma característica fundamental de sua filha”. A palavra sublinhada apresenta:

Alternativas
Q2797539 Português

Leia atentamente o texto a seguir para responder às questões de 01 a 08.


OS NAMORADOS DA FILHA


Quando a filha adolescente anunciou que ia dormir com o namorado, o pai não disse nada. Não a recriminou, não lembrou os rígidos padrões morais de sua antiga juventude. Homem avançado, já esperava que aquilo acontecesse um dia. Só não esperava que acontecesse tão cedo.

Mas tinha uma exigência, além das clássicas recomendações. A moça podia dormir com o namorado:

─ Mas aqui em casa.

Ela, por sua vez, não protestou. Até ficou contente. Aquilo resultava em inesperada comodidade. Vida amorosa em domicílio, o que mais podia desejar? Perfeito.

O namorado não se mostrou menos satisfeito. Entre outras razões, porque passaria a partilhar o abundante café da manhã da família. Aliás, seu apetite era espantoso: diante do olhar assombrado e melancólico do dono da casa, devorava toneladas do melhor requeijão, do mais fino presunto, tudo regado a litros de suco de laranja.

Um dia, o namorado sumiu. Brigamos, disse a filha, mas já estou saindo com outro. O pai pediu que ela trouxesse o rapaz. Veio, e era muito parecido com o anterior: magro, cabeludo, com apetite descomunal.

Brevemente, o homem descobriria que constância não era uma característica fundamental de sua filha. Os namorados começaram a se suceder em ritmo acelerado. Cada manhã de domingo, era uma nova surpresa: este é o Rodrigo, este é o James, este é o Tato, este é o Cabeça. Lá pelas tantas, ele desistiu de memorizar nomes ou mesmo fisionomias. Se estava na mesa do café da manhã, era namorado. Às vezes, também acontecia ─ ah, essa próstata, essa próstata ─ que ele levantava à noite para ir ao banheiro e cruzava com um dos galãs no corredor. Encontro insólito, mas os cumprimentos eram sempre gentis.

Uma noite, acordou, como de costume, e, no corredor, deu de cara com um rapaz que o olhou apavorado. Tranquilizou-o:

─ Eu sou o pai da Melissa. Não se preocupe, fique à vontade. Faça de conta que a casa é sua.

E foi deitar.

Na manhã seguinte, a filha desceu para tomar café. Sozinha.

─ E o rapaz? ─ perguntou o pai.

─ Que rapaz? ─ disse ela. Algo lhe ocorreu, e ele, nervoso, pôs-se de imediato a checar a casa. Faltava o CD player, a máquina fotográfica, a impressora do computador. O namorado não era namorado. Paixão poderia nutrir, mas era pela propriedade alheia.

Um único consolo restou ao perplexo pai: aquele, pelo menos, não fizera estrago no café da manhã.


(Moacyr Scliar. Crônica extraída da Revista Zero Hora, 26/4/1998)

As palavras destacadas nos trechos “Quando a filha adolescente anunciou que ia dormir com o namorado, o pai não disse nada” e “Se estava na mesa do café da manhã, era namorado” indicam, respectivamente:

Alternativas
Q2797537 Português

Leia atentamente o texto a seguir para responder às questões de 01 a 08.


OS NAMORADOS DA FILHA


Quando a filha adolescente anunciou que ia dormir com o namorado, o pai não disse nada. Não a recriminou, não lembrou os rígidos padrões morais de sua antiga juventude. Homem avançado, já esperava que aquilo acontecesse um dia. Só não esperava que acontecesse tão cedo.

Mas tinha uma exigência, além das clássicas recomendações. A moça podia dormir com o namorado:

─ Mas aqui em casa.

Ela, por sua vez, não protestou. Até ficou contente. Aquilo resultava em inesperada comodidade. Vida amorosa em domicílio, o que mais podia desejar? Perfeito.

O namorado não se mostrou menos satisfeito. Entre outras razões, porque passaria a partilhar o abundante café da manhã da família. Aliás, seu apetite era espantoso: diante do olhar assombrado e melancólico do dono da casa, devorava toneladas do melhor requeijão, do mais fino presunto, tudo regado a litros de suco de laranja.

Um dia, o namorado sumiu. Brigamos, disse a filha, mas já estou saindo com outro. O pai pediu que ela trouxesse o rapaz. Veio, e era muito parecido com o anterior: magro, cabeludo, com apetite descomunal.

Brevemente, o homem descobriria que constância não era uma característica fundamental de sua filha. Os namorados começaram a se suceder em ritmo acelerado. Cada manhã de domingo, era uma nova surpresa: este é o Rodrigo, este é o James, este é o Tato, este é o Cabeça. Lá pelas tantas, ele desistiu de memorizar nomes ou mesmo fisionomias. Se estava na mesa do café da manhã, era namorado. Às vezes, também acontecia ─ ah, essa próstata, essa próstata ─ que ele levantava à noite para ir ao banheiro e cruzava com um dos galãs no corredor. Encontro insólito, mas os cumprimentos eram sempre gentis.

Uma noite, acordou, como de costume, e, no corredor, deu de cara com um rapaz que o olhou apavorado. Tranquilizou-o:

─ Eu sou o pai da Melissa. Não se preocupe, fique à vontade. Faça de conta que a casa é sua.

E foi deitar.

Na manhã seguinte, a filha desceu para tomar café. Sozinha.

─ E o rapaz? ─ perguntou o pai.

─ Que rapaz? ─ disse ela. Algo lhe ocorreu, e ele, nervoso, pôs-se de imediato a checar a casa. Faltava o CD player, a máquina fotográfica, a impressora do computador. O namorado não era namorado. Paixão poderia nutrir, mas era pela propriedade alheia.

Um único consolo restou ao perplexo pai: aquele, pelo menos, não fizera estrago no café da manhã.


(Moacyr Scliar. Crônica extraída da Revista Zero Hora, 26/4/1998)

De acordo com o texto, assinale a opção CORRETA.

Alternativas
Q2797469 Português

Instrução: As questões de números 01 a 08 referem-se ao texto abaixo.


O mito da felicidade


  1. A resposta de qualquer pai ou mãe, indagado sobre o que deseja para os filhos, está sempre
  2. na ponta da língua: “só quero que sejam felizes”. A frase não deixa dúvidas de que, numa
  3. sociedade moderna, livre de muitas das restrições morais e culturais do passado, a felicidade é
  4. vista como a maior realização de um indivíduo. Até governos nacionais __________ na obrigação
  5. de fazer algo a respeito. Neste ano, a China e o Reino Unido anunciaram a intenção de medir o
  6. grau de felicidade de seus habitantes. Os governantes, espera-se, querem o melhor para seu
  7. país, assim como os pais querem o melhor para seus filhos. Mas a ambição de sempre colocar
  8. um sorriso no rosto pode ter um efeito contrário. A pressão por ser feliz, condição nada fácil de
  9. ser definida, pode acabar reduzindo as chances de as pessoas viverem bem.
  10. O americano Martin Seligman, considerado o mestre da psicologia positiva, depois de estudar
  11. a busca da felicidade por mais de 20 anos, afirma ser tolice elegê-la como a única ambição na
  12. vida. Ex-presidente da Associação Americana de Psicologia, professor da Universidade da
  13. Pensilvânia, pai de sete filhos e avô pela quarta vez, Seligman reviu suas teorias e concluiu que
  14. é preciso relativizar a importância das emoções positivas. “Perseguir apenas a felicidade é
  15. enganoso”, diz Seligman. Segundo ele, a felicidade pode tornar a vida um pouco mais agradável.
  16. E só. Em seu lugar, o ser humano deveria buscar um objetivo mais simples e fácil de ser
  17. contemplado: o bem-estar.
  18. A ideia de que a vida é mais do que a busca de sensações positivas não é nova. Ao escrever
  19. que a felicidade é o motivo por trás de todas as razões humanas, Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.)
  20. não defendia viver apenas em busca de emoções positivas e prazeres. Para o filósofo grego, ser
  21. feliz era praticar a virtude. Mesmo Thomas Jefferson, que __________ a felicidade a um direito
  22. na Declaração de Independência dos Estados Unidos, em 1776, não defendia ser feliz acima de
  23. qualquer coisa, como queremos hoje. No livro A democracia na América, Alexis de Tocqueville
  24. afirma que, para Jefferson, a felicidade envolvia conter desejos para obter objetivos de longo
  25. prazo, ou seja, o que muitos afobados de hoje resistem em fazer.
  26. A noção de que a felicidade é um objetivo tangível – e não um horizonte que norteia nossas
  27. ações – só se tornou dominante na sociedade moderna. Sua base vem do Iluminismo, que colocou
  28. o indivíduo – e suas necessidades – no centro das preocupações humanas. É dessa época a teoria
  29. utilitarista, que defendia a busca da maior quantidade de felicidade para o maior número de
  30. pessoas. Para o jurista e filósofo inglês Jeremy Bentham, a felicidade era a vitória do prazer sobre
  31. a dor. A partir do século XVIII, começou a ganhar força a ideia de que temos de evitar as
  32. sensações negativas. O principal problema dessa filosofia de vida é basear-se em princípios muito
  33. frágeis e efêmeros: as emoções. “Os sentimentos positivos e negativos não podem ser entendidos
  34. como fins em si mesmos”, afirma a pesquisadora norueguesa Ragnhild Bang Nes. “As emoções
  35. negativas, embora desagradáveis, podem servir de alerta para o indivíduo de que há um problema
  36. que precisa ser resolvido ou prepará-lo para experiências futuras”, diz ela.
  37. Uma pesquisa inédita encomendada pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo
  38. (FIESP) revelou que 61% dos entrevistados acreditam que sua felicidade depende de si mesmos.
  39. A opinião é corroborada por estudos científicos, que mostram que a personalidade é o que mais
  40. influencia a felicidade. Já com relação ao dinheiro, seu efeito positivo parece estar ligado ao
  41. aumento do contato social. Para os estudiosos, “o dinheiro tem uma relação positiva com a
  42. felicidade, mas esta é pequena diante de fatores não monetários, como as relações sociais”.


Fonte: http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,EMI236742-15228,00.html – Texto adaptado especialmente para esta prova.

As lacunas das linhas 04 e 21 NÃO podem ser preenchidas respectivamente por:

Alternativas
Respostas
1036: C
1037: C
1038: A
1039: C
1040: C