Questões de Português para Concurso

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Q2797090 Português

TEXTO I


Ouvindo a leitura


[...] ouvi um cão latir ao longe. Outros latidos foram respondendo, até que, trazido pelo vento que agora soprava de leve sobre o Passo, chegou aos meus ouvidos um urro selvagem, que parecia vir de muito longe, tão longe quanto a imaginação pode alcançar. Esse é um dos trechos de Drácula, de Bram Stoker. A descrição tenta compor um cenário sombrio, com uivos, latidos, o som do vento, mas deixa parte dessa tarefa para o leitor, para onde sua imaginação puder alcançar. O trecho destacado foi retirado de uma versão eletrônica de Drácula, feita para e-readers, uma entre tantas novidades que as tecnologias de comunicação trouxeram para o mundo dos livros. Nesse suporte o leitor pode ir além do texto, acessando links na internet relacionados ao conteúdo da obra, fazer anotações, ou comentar sobre o que está lendo nas redes sociais

Uma das novidades tecnológicas mais recentes é um aplicativo que produz ambientes sonoros para livros. Sincronizado com trechos das obras, o booktrack, nome dessa tecnologia, propõe uma espécie de trilha sonora para a leitura. Com o aplicativo, ao ler o trecho acima, ouviríamos o latido do cão ao longe, o som do vento, os uivos. Mas, que efeitos isso teria em nosso modo de ler? Como fica nossa capacidade de imaginar, de compor um cenário a partir da leitura

O filósofo e psicanalista André Martins, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), não acredita que essas tecnologias afetem nossa capacidade de imaginar. Para ele, tal receio é análogo ao que tivemos quando surgiram os primeiros livros ilustrados, ou quando o cinema floresceu. A imaginação sempre existirá com toda a sua potência. E, certamente, se a novidade das trilhas sonoras dos livros pegar, passará a haver uma grande inventividade na criação de trilhas para os mesmos livros, ou mesmo a opção de cada leitor criar sua própria trilha, diz. Além do mais, não penso que os e-books substituirão os livros; apenas tendem a ser uma nova mídia, que proporcionará prazeres diferentes, e não uma mídia substituta, que extinga a anterior, complementa.

Um caminho promissor para a compreensão dos impactos das tecnologias no mundo da leitura talvez seja admitir vários tipos de leitores, vários tipos de leituras convivendo simultaneamente. Para o presidente da Associação de Leitura do Brasil (ALB), Antonio Carlos Amorim, é certo que a leitura estimula a imaginação, assim como o fazem o cinema, e, em certa medida, as práticas culturais baseadas na oralidade. Ele aponta, no entanto, que a leitura participa da circulação de um conjunto de significações culturais que constituem imaginários sociais. Os sujeitos leitores, em contato com imagens, sons e odores, por exemplo, entrarão em contato com a leitura do livro em atravessamentos vários e distintos daquele suposto envolvimento da leitura silenciosa ou em voz alta das letras impressas em papel. E tal situação pode significar mais uma abertura do que uma restrição à experiência leitora, que estimula ou permite ou valoriza a imaginação, afirma. Ainda segundo ele, em uma sociedade que prima pelo multissensorial e pela experiência do efêmero e do inusitado, essas tecnologias serão efetivamente capazes de atrair novos leitores.


MARIUZZO, Patrícia. Revista da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, São Paulo, v.64, n.3, p. 61-62, 2012.

No que se refere a aspectos coesivos do texto, no trecho Nesse suporte o leitor pode ir além do texto [...] (primeiro parágrafo), a expressão destacada retoma

Alternativas
Q2797089 Português

TEXTO I


Ouvindo a leitura


[...] ouvi um cão latir ao longe. Outros latidos foram respondendo, até que, trazido pelo vento que agora soprava de leve sobre o Passo, chegou aos meus ouvidos um urro selvagem, que parecia vir de muito longe, tão longe quanto a imaginação pode alcançar. Esse é um dos trechos de Drácula, de Bram Stoker. A descrição tenta compor um cenário sombrio, com uivos, latidos, o som do vento, mas deixa parte dessa tarefa para o leitor, para onde sua imaginação puder alcançar. O trecho destacado foi retirado de uma versão eletrônica de Drácula, feita para e-readers, uma entre tantas novidades que as tecnologias de comunicação trouxeram para o mundo dos livros. Nesse suporte o leitor pode ir além do texto, acessando links na internet relacionados ao conteúdo da obra, fazer anotações, ou comentar sobre o que está lendo nas redes sociais

Uma das novidades tecnológicas mais recentes é um aplicativo que produz ambientes sonoros para livros. Sincronizado com trechos das obras, o booktrack, nome dessa tecnologia, propõe uma espécie de trilha sonora para a leitura. Com o aplicativo, ao ler o trecho acima, ouviríamos o latido do cão ao longe, o som do vento, os uivos. Mas, que efeitos isso teria em nosso modo de ler? Como fica nossa capacidade de imaginar, de compor um cenário a partir da leitura

O filósofo e psicanalista André Martins, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), não acredita que essas tecnologias afetem nossa capacidade de imaginar. Para ele, tal receio é análogo ao que tivemos quando surgiram os primeiros livros ilustrados, ou quando o cinema floresceu. A imaginação sempre existirá com toda a sua potência. E, certamente, se a novidade das trilhas sonoras dos livros pegar, passará a haver uma grande inventividade na criação de trilhas para os mesmos livros, ou mesmo a opção de cada leitor criar sua própria trilha, diz. Além do mais, não penso que os e-books substituirão os livros; apenas tendem a ser uma nova mídia, que proporcionará prazeres diferentes, e não uma mídia substituta, que extinga a anterior, complementa.

Um caminho promissor para a compreensão dos impactos das tecnologias no mundo da leitura talvez seja admitir vários tipos de leitores, vários tipos de leituras convivendo simultaneamente. Para o presidente da Associação de Leitura do Brasil (ALB), Antonio Carlos Amorim, é certo que a leitura estimula a imaginação, assim como o fazem o cinema, e, em certa medida, as práticas culturais baseadas na oralidade. Ele aponta, no entanto, que a leitura participa da circulação de um conjunto de significações culturais que constituem imaginários sociais. Os sujeitos leitores, em contato com imagens, sons e odores, por exemplo, entrarão em contato com a leitura do livro em atravessamentos vários e distintos daquele suposto envolvimento da leitura silenciosa ou em voz alta das letras impressas em papel. E tal situação pode significar mais uma abertura do que uma restrição à experiência leitora, que estimula ou permite ou valoriza a imaginação, afirma. Ainda segundo ele, em uma sociedade que prima pelo multissensorial e pela experiência do efêmero e do inusitado, essas tecnologias serão efetivamente capazes de atrair novos leitores.


MARIUZZO, Patrícia. Revista da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, São Paulo, v.64, n.3, p. 61-62, 2012.

O impacto das novas tecnologias no mundo da leitura, segundo o citado no texto pelo presidente da Associação de Leitura do Brasil, terá como consequência, a/o

Alternativas
Q2797087 Português

A CIÊNCIA-PROBLEMA


Há três séculos, o conhecimento científico não

faz mais do que provar suas virtudes de verificação e

de descoberta em relação a todos os outros modos

de conhecimento. É o conhecimento vivo que conduz

05 a grande aventura da descoberta do universo, da vida,

do homem. Ele trouxe, e de forma singular neste

século, fabuloso progresso ao nosso saber. Hoje,

podemos medir, pesar, analisar o Sol, avaliar o

número de partículas que constituem nosso universo,

10 decifrar a linguagem genética que informa e programa

toda organização viva. Esse conhecimento permite

extrema precisão em todos os domínios da ação,

até na condução de naves espaciais fora da órbita

terrestre.

15 Correlativamente, é evidente que o conhecimento

científico determinou progressos técnicos inéditos

como a domesticação da energia nuclear e os

princípios da engenharia genética. A ciência é,

portanto, elucidativa (resolve enigmas, dissipa

20 mistérios), enriquecedora (permite satisfazer

necessidades sociais e, assim, desabrochar

a civilização); é, de fato, e justamente, conquistadora,

triunfante.

E, no entanto, essa ciência elucidativa, enrique-

25 cedora, conquistadora e triunfante, apresenta- nos,

cada vez mais, problemas graves que se referem ao

conhecimento que produz, à ação que determina, à

sociedade que transforma. Essa ciência libertadora

traz, ao mesmo tempo, possibilidades terríveis de

30 subjugação. Esse conhecimento vivo é o mesmo que

produziu a ameaça do aniquilamento da humanida-

de. Para conceber e compreender esse problema,

há que acabar com a tola alternativa da ciência “boa”,

que só traz benefícios, ou da ciência “má”, que só

35 traz prejuízos. Pelo contrário, há que, desde a parti-

da, dispor de pensamento capaz de conceber e de

compreender a ambivalência, isto é, a complexida-

de da ciência.


MORIN, Edgard. Ciência com consciência. 3.ed. rev. e aum. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1999 (adaptado).

O texto é essencialmente:

Alternativas
Q2797078 Português

TEXTO PARA AS QUESTÕES 01 A 05

Por que não falar sobre suicídio?

Um fantasma ronda a imprensa desde os seus primórdios: o temor de reportar casos de suicídio.

As razões desse receio são perfeitamente compreensíveis. O tema é envolto por um véu de sofrimento e perplexidade. Para familiares de suicidas, o sentimento de culpa é inescapável. Como em todo luto, há negação, raiva e tristeza. E há mais: no suicídio é preciso tentar entender e aceitar as razões de quem decidiu abreviar a vida, contrariando o instinto de sobrevivência comum a todas as espécies. Falar sobre quem morreu é sempre uma tarefa delicada para a mídia, mas mesmo nas maiores tragédias humanas o sentimento que prevalece é o da consternação com a morte.

Morrer é uma certeza sobre a qual as dúvidas prevalecem: exceto alguns pacientes desenganados, quase ninguém sabe como, quando, onde ou de quê irá morrer. Matar a si próprio é impor uma certeza sobre todas as dúvidas, exceto uma: como seria o restante da vida se a escolha de morrer não triunfasse.

O suicídio, em muitos casos, pode ser um ato extremo de comunicação: uma busca sem volta de expor sentimentos antes represados. Segundo o alerta “Prevenir suicídio – um imperativo global” (2014), da Organização Mundial de Saúde, uma prevenção eficaz depende de inúmeros fatores – entre eles, informação de qualidade. Negligenciar as ocorrências pode aumentar o risco de novas tentativas.

A mídia tem o dever de dar à sociedade a melhor informação para evitar que as pessoas se desencantem com a vida.

E talvez estejamos falhando em ajudar quem sofre com a perda de um ente querido a lidar com essa angústia.

“Os Sofrimentos do Jovem Werther”, obra do poeta alemão Goethe lançada em 1774, narra como uma desilusão amorosa levou o personagem do título ao suicídio. A publicação do romance, embora ficcional, provocou uma onda de suicídios pelo mesmo motivo, no que ficou conhecido como “Efeito Werther” — uma das razões pelas quais criou-se o tabu de que a divulgação de um suicídio pode estimular novos casos. Tal crença poderia ser válida no século 18 de Goethe, mas não sobrevive aos tempos atuais de comunicação instantânea, em que tais atos são cometidos ao vivo diante de câmeras de tevê ou transmitidos em tempo real por redes sociais. Negar a existência dessas ocorrências é um equívoco tão grande quanto acreditar que torná-las públicas são decisivas para que outros escolham o mesmo destino. Um dos princípios do jornalismo é buscar a verdade.

Disponível em: https://istoe.com.br/por-que-nao-falar-sobre-suicidio/. Acesso em: 03/05/2018.

A respeito do suicídio, o texto permite afirmar que:

Alternativas
Q2796962 Português

Assinale a alternativa em que o emprego da concordância nominal está INCORRETO:

Alternativas
Respostas
1071: D
1072: D
1073: C
1074: E
1075: C