Questões de Concurso Sobre português

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Q2950018 Português

TEXTO – TECNOLOGIA QUE VEM EM BOA HORA

O Globo, junho de 2012


O mundo das telecomunicações e da informática, cada vez mais integrado, evolui com uma rapidez inacreditável, e essas transformações passaram a fazer parte do cotidiano das pessoas. Seja na produção, na prestação de serviços ou no lazer, ninguém mais pode abrir mão dessa ferramenta. O acesso a esse tipo de tecnologia não é exclusivo de países com economia avançada, cujo elevado nível de renda sustenta um amplo mercado de consumo sofisticado. A tecnologia da informação está presente no aparelho de telefone celular do cidadão comum. Hoje, no Brasil, a utilização do celular se tornou quase um serviço de primeira necessidade, não só para questões pessoais, mas também para uso profissional.

Além do aparelho de telefone celular, o microcomputador e os tablets estão presentes nos lares brasileiros, nas escolas, nos locais de trabalho. Troca-se mensagens, busca-se informações, contrata-se serviços, compra-se bens e até se fala de viva voz, razão original de ser dos aparelhos de telefone. Bibliotecas, arquivos de documentos, fotografias, filmes e músicas viraram “virtuais”, armazenados em minúsculos chips de memória ou nas “nuvens”, como se diz no jargão da informática.

Mas esse mundo só é viável com a existência de “vias” e “sistemas de processamentos de dados” que possibilitem a intercomunicação dos usuários dos serviços. A rede chamada internet, por exemplo, depende de uma infraestrutura, e tal infraestrutura deve estar preparada para demandas crescentes por transmissão de dados e imagens em alta velocidade.

O Brasil será sede de grandes eventos internacionais nos próximos anos e por isso é preciso correr na instalação dessa infraestrutura. A terceira geração (3G) de telefonia celular nem mesmo chegou aos quatro cantos do território nacional e já existe demanda efetiva para a quarta geração (4G). Esta semana a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) promoveu licitação para que empresas operadoras possam oferecer serviços com essa tecnologia, e o resultado foi bastante positivo, com as companhias vencedoras pagando ágio pelas licenças, em uma receita total que ultrapassará o valor de R$2,5 bilhões. As maiores operadoras de telefonia do país adquiriram as licenças, de modo que se pode prever que o ambiente continuará competitivo no setor. Para conquistar o usuário, a operadora terá de oferecer bons serviços e tarifas compensadoras, o que também dependerá da ideia de redução da pesada carga de impostos sobre estes serviços.

O investimento para implantação da nova tecnologia consumirá outros bilhões de reais ao longo do tempo, mas parte considerável deverá se concretizar em prazo relativamente curto, pois até a Copa do Mundo de 2014 todas as capitais onde os jogos serão realizados terão de contar com infraestrutura para o uso de equipamentos de quarta geração. A economia brasileira depende de investimentos para continuar a crescer. E investimentos em infraestrutura de telecomunicações estão entre os fundamentais.

“...ou nas “nuvens”, como se diz no jargão da informática”. Nesse segmento do texto, o vocábulo “nuvens” aparece entre aspas porque:

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Q2950016 Português

TEXTO – TECNOLOGIA QUE VEM EM BOA HORA

O Globo, junho de 2012


O mundo das telecomunicações e da informática, cada vez mais integrado, evolui com uma rapidez inacreditável, e essas transformações passaram a fazer parte do cotidiano das pessoas. Seja na produção, na prestação de serviços ou no lazer, ninguém mais pode abrir mão dessa ferramenta. O acesso a esse tipo de tecnologia não é exclusivo de países com economia avançada, cujo elevado nível de renda sustenta um amplo mercado de consumo sofisticado. A tecnologia da informação está presente no aparelho de telefone celular do cidadão comum. Hoje, no Brasil, a utilização do celular se tornou quase um serviço de primeira necessidade, não só para questões pessoais, mas também para uso profissional.

Além do aparelho de telefone celular, o microcomputador e os tablets estão presentes nos lares brasileiros, nas escolas, nos locais de trabalho. Troca-se mensagens, busca-se informações, contrata-se serviços, compra-se bens e até se fala de viva voz, razão original de ser dos aparelhos de telefone. Bibliotecas, arquivos de documentos, fotografias, filmes e músicas viraram “virtuais”, armazenados em minúsculos chips de memória ou nas “nuvens”, como se diz no jargão da informática.

Mas esse mundo só é viável com a existência de “vias” e “sistemas de processamentos de dados” que possibilitem a intercomunicação dos usuários dos serviços. A rede chamada internet, por exemplo, depende de uma infraestrutura, e tal infraestrutura deve estar preparada para demandas crescentes por transmissão de dados e imagens em alta velocidade.

O Brasil será sede de grandes eventos internacionais nos próximos anos e por isso é preciso correr na instalação dessa infraestrutura. A terceira geração (3G) de telefonia celular nem mesmo chegou aos quatro cantos do território nacional e já existe demanda efetiva para a quarta geração (4G). Esta semana a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) promoveu licitação para que empresas operadoras possam oferecer serviços com essa tecnologia, e o resultado foi bastante positivo, com as companhias vencedoras pagando ágio pelas licenças, em uma receita total que ultrapassará o valor de R$2,5 bilhões. As maiores operadoras de telefonia do país adquiriram as licenças, de modo que se pode prever que o ambiente continuará competitivo no setor. Para conquistar o usuário, a operadora terá de oferecer bons serviços e tarifas compensadoras, o que também dependerá da ideia de redução da pesada carga de impostos sobre estes serviços.

O investimento para implantação da nova tecnologia consumirá outros bilhões de reais ao longo do tempo, mas parte considerável deverá se concretizar em prazo relativamente curto, pois até a Copa do Mundo de 2014 todas as capitais onde os jogos serão realizados terão de contar com infraestrutura para o uso de equipamentos de quarta geração. A economia brasileira depende de investimentos para continuar a crescer. E investimentos em infraestrutura de telecomunicações estão entre os fundamentais.

“Seja na produção, na prestação de serviços ou no lazer, ninguém mais pode abrir mão dessa ferramenta”; ao dizer que “ninguém mais pode abrir mão dessa ferramenta”, o autor do texto quer dizer que:

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Q2950011 Português

TEXTO – TECNOLOGIA QUE VEM EM BOA HORA

O Globo, junho de 2012


O mundo das telecomunicações e da informática, cada vez mais integrado, evolui com uma rapidez inacreditável, e essas transformações passaram a fazer parte do cotidiano das pessoas. Seja na produção, na prestação de serviços ou no lazer, ninguém mais pode abrir mão dessa ferramenta. O acesso a esse tipo de tecnologia não é exclusivo de países com economia avançada, cujo elevado nível de renda sustenta um amplo mercado de consumo sofisticado. A tecnologia da informação está presente no aparelho de telefone celular do cidadão comum. Hoje, no Brasil, a utilização do celular se tornou quase um serviço de primeira necessidade, não só para questões pessoais, mas também para uso profissional.

Além do aparelho de telefone celular, o microcomputador e os tablets estão presentes nos lares brasileiros, nas escolas, nos locais de trabalho. Troca-se mensagens, busca-se informações, contrata-se serviços, compra-se bens e até se fala de viva voz, razão original de ser dos aparelhos de telefone. Bibliotecas, arquivos de documentos, fotografias, filmes e músicas viraram “virtuais”, armazenados em minúsculos chips de memória ou nas “nuvens”, como se diz no jargão da informática.

Mas esse mundo só é viável com a existência de “vias” e “sistemas de processamentos de dados” que possibilitem a intercomunicação dos usuários dos serviços. A rede chamada internet, por exemplo, depende de uma infraestrutura, e tal infraestrutura deve estar preparada para demandas crescentes por transmissão de dados e imagens em alta velocidade.

O Brasil será sede de grandes eventos internacionais nos próximos anos e por isso é preciso correr na instalação dessa infraestrutura. A terceira geração (3G) de telefonia celular nem mesmo chegou aos quatro cantos do território nacional e já existe demanda efetiva para a quarta geração (4G). Esta semana a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) promoveu licitação para que empresas operadoras possam oferecer serviços com essa tecnologia, e o resultado foi bastante positivo, com as companhias vencedoras pagando ágio pelas licenças, em uma receita total que ultrapassará o valor de R$2,5 bilhões. As maiores operadoras de telefonia do país adquiriram as licenças, de modo que se pode prever que o ambiente continuará competitivo no setor. Para conquistar o usuário, a operadora terá de oferecer bons serviços e tarifas compensadoras, o que também dependerá da ideia de redução da pesada carga de impostos sobre estes serviços.

O investimento para implantação da nova tecnologia consumirá outros bilhões de reais ao longo do tempo, mas parte considerável deverá se concretizar em prazo relativamente curto, pois até a Copa do Mundo de 2014 todas as capitais onde os jogos serão realizados terão de contar com infraestrutura para o uso de equipamentos de quarta geração. A economia brasileira depende de investimentos para continuar a crescer. E investimentos em infraestrutura de telecomunicações estão entre os fundamentais.

“O acesso a esse tipo de tecnologia não é exclusivo de países com economia avançada, cujo elevado nível de renda sustenta um amplo mercado de consumo sofisticado. // A tecnologia da informação está presente no aparelho de telefone celular do cidadão comum”.


O segundo período desse segmento do texto indica, relativamente ao período anterior, a seguinte relação:

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Q2949916 Português

Leia o texto para responder às questões de números 01 a 05.


Com ajuda dos meus amigos


A necessidade atávica do ser humano de ter amigos prova que a amizade pode ser uma das mais poderosas forças de transformação de uma sociedade. Ela é capaz de mudar trajetórias, encorajar decisões e iluminar pensamentos. É com os amigos que se espera comemorar o sucesso ou lamentar um fracasso. É com eles que valores, experiências e interesses são compartilhados sem cobrança ou obrigação. Com o apoio dos amigos, diz-se, tudo dá certo. O que sempre inspirou escritores, pensadores e filósofos passou a ser medido por estatísticas. Dezenas de estudos dos mais respeitados centros de pesquisa do mundo constatam que a amizade influencia, de maneira ainda mais decisiva do que se supunha, a vida pessoal e profissional de cada um. Está provado que um sólido círculo social é capaz de evitar doenças, amenizar o sofrimento, prolongar a vida, catapultar carreiras e até mesmo melhorar a forma física.

Um dos maiores levantamentos já feitos sobre o efeito das amizades na vida prática é o do pesquisador americano Tom Rath, coordenador de pesquisas da Gallup Organization, um dos maiores institutos de pesquisas do mundo. Segundo ele, quem tem um grande amigo no trabalho é sete vezes mais produtivo, mais criativo e mais engajado nas propostas da empresa do que aquele funcionário que não consegue se relacionar com os colegas.

A maioria das pessoas passa no trabalho 70% do tempo em que estão acordadas. Quem trabalha fora costuma conviver mais com os colegas e com o chefe do que com a própria família. Portanto, ter alguém com quem conversar, trocar confidências, pedir conselhos ou mesmo partilhar um olhar de cumplicidade faz toda a diferença. O amigo pode até desconhecer detalhes da vida íntima do outro, entretanto é um porto seguro para enfrentar intempéries da carreira.

Em qualquer idade, a amizade é tida como coisa seriíssima. Cerca de 60% das pessoas respondem que ter amigos é mais importante do que carreira, dinheiro ou família. Ainda assim, amizades verdadeiras estão cada vez mais difíceis. Como dizia Santo Agostinho, “quando uma amizade é verdadeira, nada mais santo e vantajoso se pode desejar no mundo”.

(Daniela Pinheiro, Veja, 27.12.2006. Adaptado)

De acordo com o texto, é correto afirmar que

Alternativas
Q2949638 Português

TRÂNSITO NAS GRANDES CIDADES: O PREÇO DO TEMPO PERDIDO



Quem não passou pelo pesadelo de sair de casa

para um compromisso com hora marcada e ver o

cronograma estourar por causa do trânsito? Assim se

perderam viagens, reuniões de negócios, provas na

5 escola e outras oportunidades. Resultado: prejuízo na

certa. Seja ele financeiro ou mesmo moral — afinal,

como fica a cara de quem chega atrasado ao trabalho?

Mas será que existe um mecanismo que leve ao cálcu-

lo das perdas provocadas por estes preciosos minutos

10 gastos dentro de um automóvel — ou transporte coleti-

vo — numa avenida de uma grande cidade brasileira?

Quanto custa um engarrafamento? As respostas para

estas perguntas, infelizmente, ninguém sabe ao certo.

Estudo do Denatran, em parceria com o Ipea, so-

15 bre “Impactos Sociais e Econômicos dos Acidentes de

Trânsito nas Rodovias Brasileiras” revela que — além

da perda de tempo — a retenção no trânsito provoca

ainda o aumento do custo de operação de cada veículo

— combustível e desgaste de peças. Os congestio-

20 namentos trazem danos também para os governos.

Cidades e estados gastam fortunas com esquemas de

tráfego, engenheiros, equipamentos e guardas de trân-

sito.

Quando motivado por acidente, o engarrafamento

25 fica ainda mais caro, pois envolve bombeiros, ambu-

lâncias, médicos, hospitais, internações, medicamen-

tos, lucros cessantes e, eventualmente, custos fúne-

bres, além das perdas familiares. Nos Estados Unidos,

as autoridades incluíram, no custo financeiro do engar-

30 rafamento, o estresse emocional provocado em suas

75 maiores cidades. Conta final: U$ 70 bilhões/ano. Isso

sem falar nos custos ambientais — é consenso na co-

munidade científica que a queima de combustíveis fó-

sseis, como o petróleo, pelos automóveis é uma das prin-

35 cipais causas de emissões de carbono, um dos causa-

dores do aquecimento global.

A maior cidade do Brasil tem também os maiores

engarrafamentos. A frota da Grande São Paulo atingiu,

em 2008, a marca de seis milhões de veículos. Este

40 número só aumenta: são vendidos cerca de 600 carros

por dia — segundo a Associação Nacional dos Fabri-

cantes de Veículos Automotores (Anfavea). O consul-

tor de tráfego Horácio Figueira só vê uma solução: “É

preciso priorizar o transporte coletivo. Caso contrário,

45 as cidades vão parar”, alerta. Enquanto 60% da popu-

lação do país utilizam o transporte público, apenas 47%

dos paulistanos seguem o mesmo exemplo. A falta de

conforto e os itinerários limitados dos ônibus levaram

30% dos usuários a optar pelas vans, realimentando os

50 quilométricos congestionamentos da cidade.


CARNEIRO, Claudio. In: Opinião e Notícia, 20 mar. 2008. Disponível em: http://opiniaoenoticia.com.br/vida/transito-nas-grandes-cidades-opreco-do-tempo-perdido. Acesso em: 3 ago. 2009.

“— afinal, como fica a cara de quem chega atrasado ao trabalho?” (l. 6-7)

Quem chega atrasado ao trabalho em virtude de problemas no trânsito provavelmente demonstrará

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Q2949127 Português

Acostumar-se a tudo?

A gente se acostuma praticamente a tudo.

Isso é bom? Isso é ruim?

A resposta – inevitável – é: isso é bom e é ruim.

Senão, vejamos. Nossa elasticidade, nossa capa-

5 cidade de adaptação, tem permitido que sobrevivamos em

condições muitas vezes bastante adversas.

Lembro-me de que o escritor francês Saint-Exupéry

contou, uma vez, sobre como o avião caiu em cima de

montanhas geladas e como o piloto conseguiu sobreviver

10 durante vários dias, enfrentando o frio, a fome, a dor e

inúmeros perigos, adaptando-se às circunstâncias para,

na medida do possível, poder dominá-las.

Nunca esquecerei o justificado orgulho com que ele

falou: “O que eu fiz, nenhum bicho jamais faria”.

15 Por outro lado, a capacidade de adaptação pode

funcionar como mola propulsora de um mecanismo

oportunista, de uma facilitação resignada à aceitação de

coisas inaceitáveis.

É um fenômeno que, infelizmente, não é raro.

20 Acontece nas melhores famílias. Pode estar acontecendo

agora mesmo, com você, que está lendo este jornal.

Quando nos acostumamos a ver o que se passa

em volta e começamos a achar que tudo é “normal”,

deixamos de enxergar as “anormalidades”, deixamos de

25 nos assustar e de nos preocupar com elas.

O poeta espanhol Federico Garcia Lorca esteve nos

Estados Unidos em 1929/1930 e ficou assustado com

Nova York. Enquanto os turistas, como nós, ficam maravilhados

com a imponência dos prédios, Lorca se referia a

30 eles como “montanhas de cimento”.

Enquanto os turistas admiram a qualidade da

comida nos magníficos restaurantes, Lorca se espantava

com o fato de ninguém se escandalizar com a matança

dos animais. (...)

35 A insensibilidade se generaliza, a indiferença em

relação aos animais se estende, inexoravelmente, aos

seres humanos. A mesma máquina que tritura os animais

esmaga as vacas e sufoca os seres humanos.

Lorca interpela os que se beneficiam com esse

40 sistema, investe contra a contabilidade deles: “Embaixo

das multiplicações / há uma gota de sangue de pato. /

Embaixo das divisões, há uma gota de sangue de

marinheiro”.

Acusa os detentores do poder e da riqueza de

45 camuflarem a dura realidade social para fazê-la aparecer

apenas como espaço de rudes entretenimentos e

vertiginoso progresso tecnológico. Furioso, brada:

“Cuspo-lhes na cara”.

É possível que alguns aspectos da reação do poeta

50 nos pareçam exagerados, unilaterais. Afinal, Nova York

também é lugar de cultura, tem museus maravilhosos,

encena peças magníficas, faz um excelente cinema,

apresenta espetáculos musicais fantásticos.

O exagero, porém, ajuda Garcia Lorca a chamar

55 a nossa atenção para o “lado noturno” dessa “face

luminosa” de Nova York. E Nova York, no caso, vale

como símbolo das contradições que estão enraizadas

em praticamente todas as grandes cidades modernas.

Os habitantes dessas cidades tendem a fixar sua

60 atenção em falhas que podem ser sanadas, em defeitos

que podem ser superados, em feridas que podem ser

curadas por um tratamento tópico.

Falta-lhes a percepção de que determinadas

questões só poderiam ser efetivamente resolvidas por

65 uma mudança radical, através de um novo modelo.

Só um modelo novo de cidade permitirá que sejam

pensadas e postas em prática soluções para os impasses

a que chegaram as nossas megalópoles.

O que é pior do que ter graves problemas? É ter

70 graves problemas e se recusar a reconhecê-los.

A condenação do poeta levanta questões para as

quais não temos, atualmente, soluções viáveis. Lorca nos

presta, contudo, o relevante serviço de nos cobrar que as

encaremos.

KONDER, Leandro. Jornal do Brasil. 26 maio 2005.

Assinale a opção em que o par de orações NÃO apresenta transformação da voz verbal.

Alternativas
Q2949122 Português

Acostumar-se a tudo?

A gente se acostuma praticamente a tudo.

Isso é bom? Isso é ruim?

A resposta – inevitável – é: isso é bom e é ruim.

Senão, vejamos. Nossa elasticidade, nossa capa-

5 cidade de adaptação, tem permitido que sobrevivamos em

condições muitas vezes bastante adversas.

Lembro-me de que o escritor francês Saint-Exupéry

contou, uma vez, sobre como o avião caiu em cima de

montanhas geladas e como o piloto conseguiu sobreviver

10 durante vários dias, enfrentando o frio, a fome, a dor e

inúmeros perigos, adaptando-se às circunstâncias para,

na medida do possível, poder dominá-las.

Nunca esquecerei o justificado orgulho com que ele

falou: “O que eu fiz, nenhum bicho jamais faria”.

15 Por outro lado, a capacidade de adaptação pode

funcionar como mola propulsora de um mecanismo

oportunista, de uma facilitação resignada à aceitação de

coisas inaceitáveis.

É um fenômeno que, infelizmente, não é raro.

20 Acontece nas melhores famílias. Pode estar acontecendo

agora mesmo, com você, que está lendo este jornal.

Quando nos acostumamos a ver o que se passa

em volta e começamos a achar que tudo é “normal”,

deixamos de enxergar as “anormalidades”, deixamos de

25 nos assustar e de nos preocupar com elas.

O poeta espanhol Federico Garcia Lorca esteve nos

Estados Unidos em 1929/1930 e ficou assustado com

Nova York. Enquanto os turistas, como nós, ficam maravilhados

com a imponência dos prédios, Lorca se referia a

30 eles como “montanhas de cimento”.

Enquanto os turistas admiram a qualidade da

comida nos magníficos restaurantes, Lorca se espantava

com o fato de ninguém se escandalizar com a matança

dos animais. (...)

35 A insensibilidade se generaliza, a indiferença em

relação aos animais se estende, inexoravelmente, aos

seres humanos. A mesma máquina que tritura os animais

esmaga as vacas e sufoca os seres humanos.

Lorca interpela os que se beneficiam com esse

40 sistema, investe contra a contabilidade deles: “Embaixo

das multiplicações / há uma gota de sangue de pato. /

Embaixo das divisões, há uma gota de sangue de

marinheiro”.

Acusa os detentores do poder e da riqueza de

45 camuflarem a dura realidade social para fazê-la aparecer

apenas como espaço de rudes entretenimentos e

vertiginoso progresso tecnológico. Furioso, brada:

“Cuspo-lhes na cara”.

É possível que alguns aspectos da reação do poeta

50 nos pareçam exagerados, unilaterais. Afinal, Nova York

também é lugar de cultura, tem museus maravilhosos,

encena peças magníficas, faz um excelente cinema,

apresenta espetáculos musicais fantásticos.

O exagero, porém, ajuda Garcia Lorca a chamar

55 a nossa atenção para o “lado noturno” dessa “face

luminosa” de Nova York. E Nova York, no caso, vale

como símbolo das contradições que estão enraizadas

em praticamente todas as grandes cidades modernas.

Os habitantes dessas cidades tendem a fixar sua

60 atenção em falhas que podem ser sanadas, em defeitos

que podem ser superados, em feridas que podem ser

curadas por um tratamento tópico.

Falta-lhes a percepção de que determinadas

questões só poderiam ser efetivamente resolvidas por

65 uma mudança radical, através de um novo modelo.

Só um modelo novo de cidade permitirá que sejam

pensadas e postas em prática soluções para os impasses

a que chegaram as nossas megalópoles.

O que é pior do que ter graves problemas? É ter

70 graves problemas e se recusar a reconhecê-los.

A condenação do poeta levanta questões para as

quais não temos, atualmente, soluções viáveis. Lorca nos

presta, contudo, o relevante serviço de nos cobrar que as

encaremos.

KONDER, Leandro. Jornal do Brasil. 26 maio 2005.

Em "Afinal, Nova York também é lugar de cultura," (l. 50-51), o termo destacado introduz um novo período, atribuindo a este, em relação ao anterior, a noção de:

Alternativas
Q2949112 Português

Acostumar-se a tudo?

A gente se acostuma praticamente a tudo.

Isso é bom? Isso é ruim?

A resposta – inevitável – é: isso é bom e é ruim.

Senão, vejamos. Nossa elasticidade, nossa capa-

5 cidade de adaptação, tem permitido que sobrevivamos em

condições muitas vezes bastante adversas.

Lembro-me de que o escritor francês Saint-Exupéry

contou, uma vez, sobre como o avião caiu em cima de

montanhas geladas e como o piloto conseguiu sobreviver

10 durante vários dias, enfrentando o frio, a fome, a dor e

inúmeros perigos, adaptando-se às circunstâncias para,

na medida do possível, poder dominá-las.

Nunca esquecerei o justificado orgulho com que ele

falou: “O que eu fiz, nenhum bicho jamais faria”.

15 Por outro lado, a capacidade de adaptação pode

funcionar como mola propulsora de um mecanismo

oportunista, de uma facilitação resignada à aceitação de

coisas inaceitáveis.

É um fenômeno que, infelizmente, não é raro.

20 Acontece nas melhores famílias. Pode estar acontecendo

agora mesmo, com você, que está lendo este jornal.

Quando nos acostumamos a ver o que se passa

em volta e começamos a achar que tudo é “normal”,

deixamos de enxergar as “anormalidades”, deixamos de

25 nos assustar e de nos preocupar com elas.

O poeta espanhol Federico Garcia Lorca esteve nos

Estados Unidos em 1929/1930 e ficou assustado com

Nova York. Enquanto os turistas, como nós, ficam maravilhados

com a imponência dos prédios, Lorca se referia a

30 eles como “montanhas de cimento”.

Enquanto os turistas admiram a qualidade da

comida nos magníficos restaurantes, Lorca se espantava

com o fato de ninguém se escandalizar com a matança

dos animais. (...)

35 A insensibilidade se generaliza, a indiferença em

relação aos animais se estende, inexoravelmente, aos

seres humanos. A mesma máquina que tritura os animais

esmaga as vacas e sufoca os seres humanos.

Lorca interpela os que se beneficiam com esse

40 sistema, investe contra a contabilidade deles: “Embaixo

das multiplicações / há uma gota de sangue de pato. /

Embaixo das divisões, há uma gota de sangue de

marinheiro”.

Acusa os detentores do poder e da riqueza de

45 camuflarem a dura realidade social para fazê-la aparecer

apenas como espaço de rudes entretenimentos e

vertiginoso progresso tecnológico. Furioso, brada:

“Cuspo-lhes na cara”.

É possível que alguns aspectos da reação do poeta

50 nos pareçam exagerados, unilaterais. Afinal, Nova York

também é lugar de cultura, tem museus maravilhosos,

encena peças magníficas, faz um excelente cinema,

apresenta espetáculos musicais fantásticos.

O exagero, porém, ajuda Garcia Lorca a chamar

55 a nossa atenção para o “lado noturno” dessa “face

luminosa” de Nova York. E Nova York, no caso, vale

como símbolo das contradições que estão enraizadas

em praticamente todas as grandes cidades modernas.

Os habitantes dessas cidades tendem a fixar sua

60 atenção em falhas que podem ser sanadas, em defeitos

que podem ser superados, em feridas que podem ser

curadas por um tratamento tópico.

Falta-lhes a percepção de que determinadas

questões só poderiam ser efetivamente resolvidas por

65 uma mudança radical, através de um novo modelo.

Só um modelo novo de cidade permitirá que sejam

pensadas e postas em prática soluções para os impasses

a que chegaram as nossas megalópoles.

O que é pior do que ter graves problemas? É ter

70 graves problemas e se recusar a reconhecê-los.

A condenação do poeta levanta questões para as

quais não temos, atualmente, soluções viáveis. Lorca nos

presta, contudo, o relevante serviço de nos cobrar que as

encaremos.

KONDER, Leandro. Jornal do Brasil. 26 maio 2005.

O significado da expressão "tratamento tópico" (l. 62) está, no texto, em oposição a:

Alternativas
Q2949110 Português

Acostumar-se a tudo?

A gente se acostuma praticamente a tudo.

Isso é bom? Isso é ruim?

A resposta – inevitável – é: isso é bom e é ruim.

Senão, vejamos. Nossa elasticidade, nossa capa-

5 cidade de adaptação, tem permitido que sobrevivamos em

condições muitas vezes bastante adversas.

Lembro-me de que o escritor francês Saint-Exupéry

contou, uma vez, sobre como o avião caiu em cima de

montanhas geladas e como o piloto conseguiu sobreviver

10 durante vários dias, enfrentando o frio, a fome, a dor e

inúmeros perigos, adaptando-se às circunstâncias para,

na medida do possível, poder dominá-las.

Nunca esquecerei o justificado orgulho com que ele

falou: “O que eu fiz, nenhum bicho jamais faria”.

15 Por outro lado, a capacidade de adaptação pode

funcionar como mola propulsora de um mecanismo

oportunista, de uma facilitação resignada à aceitação de

coisas inaceitáveis.

É um fenômeno que, infelizmente, não é raro.

20 Acontece nas melhores famílias. Pode estar acontecendo

agora mesmo, com você, que está lendo este jornal.

Quando nos acostumamos a ver o que se passa

em volta e começamos a achar que tudo é “normal”,

deixamos de enxergar as “anormalidades”, deixamos de

25 nos assustar e de nos preocupar com elas.

O poeta espanhol Federico Garcia Lorca esteve nos

Estados Unidos em 1929/1930 e ficou assustado com

Nova York. Enquanto os turistas, como nós, ficam maravilhados

com a imponência dos prédios, Lorca se referia a

30 eles como “montanhas de cimento”.

Enquanto os turistas admiram a qualidade da

comida nos magníficos restaurantes, Lorca se espantava

com o fato de ninguém se escandalizar com a matança

dos animais. (...)

35 A insensibilidade se generaliza, a indiferença em

relação aos animais se estende, inexoravelmente, aos

seres humanos. A mesma máquina que tritura os animais

esmaga as vacas e sufoca os seres humanos.

Lorca interpela os que se beneficiam com esse

40 sistema, investe contra a contabilidade deles: “Embaixo

das multiplicações / há uma gota de sangue de pato. /

Embaixo das divisões, há uma gota de sangue de

marinheiro”.

Acusa os detentores do poder e da riqueza de

45 camuflarem a dura realidade social para fazê-la aparecer

apenas como espaço de rudes entretenimentos e

vertiginoso progresso tecnológico. Furioso, brada:

“Cuspo-lhes na cara”.

É possível que alguns aspectos da reação do poeta

50 nos pareçam exagerados, unilaterais. Afinal, Nova York

também é lugar de cultura, tem museus maravilhosos,

encena peças magníficas, faz um excelente cinema,

apresenta espetáculos musicais fantásticos.

O exagero, porém, ajuda Garcia Lorca a chamar

55 a nossa atenção para o “lado noturno” dessa “face

luminosa” de Nova York. E Nova York, no caso, vale

como símbolo das contradições que estão enraizadas

em praticamente todas as grandes cidades modernas.

Os habitantes dessas cidades tendem a fixar sua

60 atenção em falhas que podem ser sanadas, em defeitos

que podem ser superados, em feridas que podem ser

curadas por um tratamento tópico.

Falta-lhes a percepção de que determinadas

questões só poderiam ser efetivamente resolvidas por

65 uma mudança radical, através de um novo modelo.

Só um modelo novo de cidade permitirá que sejam

pensadas e postas em prática soluções para os impasses

a que chegaram as nossas megalópoles.

O que é pior do que ter graves problemas? É ter

70 graves problemas e se recusar a reconhecê-los.

A condenação do poeta levanta questões para as

quais não temos, atualmente, soluções viáveis. Lorca nos

presta, contudo, o relevante serviço de nos cobrar que as

encaremos.

KONDER, Leandro. Jornal do Brasil. 26 maio 2005.

Assinale a afirmativa que se comprova no texto.

Alternativas
Q2949001 Português

TEXTO – TECNOLOGIA QUE VEM EM BOA HORA

O Globo, junho de 2012


O mundo das telecomunicações e da informática, cada vez mais integrado, evolui com uma rapidez inacreditável, e essas transformações passaram a fazer parte do cotidiano das pessoas. Seja na produção, na prestação de serviços ou no lazer, ninguém mais pode abrir mão dessa ferramenta. O acesso a esse tipo de tecnologia não é exclusivo de países com economia avançada, cujo elevado nível de renda sustenta um amplo mercado de consumo sofisticado. A tecnologia da informação está presente no aparelho de telefone celular do cidadão comum. Hoje, no Brasil, a utilização do celular se tornou quase um serviço de primeira necessidade, não só para questões pessoais, mas também para uso profissional.

Além do aparelho de telefone celular, o microcomputador e os tablets estão presentes nos lares brasileiros, nas escolas, nos locais de trabalho. Troca-se mensagens, busca-se informações, contrata-se serviços, compra-se bens e até se fala de viva voz, razão original de ser dos aparelhos de telefone. Bibliotecas, arquivos de documentos, fotografias, filmes e músicas viraram “virtuais”, armazenados em minúsculos chips de memória ou nas “nuvens”, como se diz no jargão da informática.

Mas esse mundo só é viável com a existência de “vias” e “sistemas de processamentos de dados” que possibilitem a intercomunicação dos usuários dos serviços. A rede chamada internet, por exemplo, depende de uma infraestrutura, e tal infraestrutura deve estar preparada para demandas crescentes por transmissão de dados e imagens em alta velocidade.

O Brasil será sede de grandes eventos internacionais nos próximos anos e por isso é preciso correr na instalação dessa infraestrutura. A terceira geração (3G) de telefonia celular nem mesmo chegou aos quatro cantos do território nacional e já existe demanda efetiva para a quarta geração (4G). Esta semana a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) promoveu licitação para que empresas operadoras possam oferecer serviços com essa tecnologia, e o resultado foi bastante positivo, com as companhias vencedoras pagando ágio pelas licenças, em uma receita total que ultrapassará o valor de R$2,5 bilhões. As maiores operadoras de telefonia do país adquiriram as licenças, de modo que se pode prever que o ambiente continuará competitivo no setor. Para conquistar o usuário, a operadora terá de oferecer bons serviços e tarifas compensadoras, o que também dependerá da ideia de redução da pesada carga de impostos sobre estes serviços.

O investimento para implantação da nova tecnologia consumirá outros bilhões de reais ao longo do tempo, mas parte considerável deverá se concretizar em prazo relativamente curto, pois até a Copa do Mundo de 2014 todas as capitais onde os jogos serão realizados terão de contar com infraestrutura para o uso de equipamentos de quarta geração. A economia brasileira depende de investimentos para continuar a crescer. E investimentos em infraestrutura de telecomunicações estão entre os fundamentais.

Lendo o primeiro parágrafo, deduz-se que NÃO caracteriza hoje o mundo das telecomunicações e da informática a seguinte alternativa:

Alternativas
Q2948948 Português

“A possibilidade de fazer o que se gosta e unir prazer ao trabalho diário pode trazer, além de muita felicidade, entusiasmo e qualidade de vida, ganhos expressivos também financeiramente.” O uso do “também” no trecho destacado indica que

Alternativas
Q2948946 Português

No fragmento do título destacado em “e seja mais feliz e bem-sucedido” podem ser identificados, quanto aos termos destacados, os seguintes efeitos de sentido, respectivamente,

Alternativas
Q2948945 Português

Assim como em “[...] nas melhores escolas americanas há 20 anos.” (2º§), o uso da forma “há” está correto em

Alternativas
Q2948942 Português

A citação da psicóloga Rosângela Casseano que encerra o texto transcrito pode ser entendida e classificada como um(a)

Alternativas
Q2948938 Português

Em “A experiência mostra que as chances de ficar milionário fazendo o que se gosta são 50 vezes maiores de quem trabalha apenas para ganhar dinheiro.” (2º§) há um problema de coesão textual no fragmento:

Alternativas
Q2948935 Português

Dentre os trechos relacionados, identifique aquele cuja linguagem apresenta como característica a subjetividade.

Alternativas
Q2948914 Português

Relacione adequadamente a justificativa quanto à acentuação gráfica ao vocábulo referente. (A mesma justificativa poderá ser aplicada a mais de um vocábulo.)


1. Acentuam-se todas as palavras proparoxítonas.

2. Acentuam-se as palavras paroxítonas terminadas em ditongo.

3. Acentuam-se as palavras oxítonas terminadas em a, e, o(s) e em(ens).

( ) Você.

( ) Único.

( ) Diário.

( ) Família.

( ) Também.

( ) Português.


A sequência está correta em


Alternativas
Q2948911 Português

De acordo com Mark Albion, autor do livro “Making a Life, Making a Living”,

Alternativas
Q2948907 Português

Em “A possibilidade de fazer o que se gosta e unir prazer ao trabalho [...]” (2º§), ao substituir a palavra “trabalho” por “atividade” pode-se afirmar que

Alternativas
Q2948901 Português

Dentre outras atribuições, os elementos de coesão textual são importantes para que as ideias e expressões sejam devidamente retomadas contribuindo também para que a mensagem atinja a compreensão desejada. A partir de tais considerações, indique, dentre os termos destacados, o que possui classificação diferente dos demais.

Alternativas
Respostas
9841: B
9842: C
9843: E
9844: E
9845: B
9846: B
9847: A
9848: C
9849: C
9850: D
9851: B
9852: C
9853: E
9854: B
9855: D
9856: B
9857: D
9858: C
9859: B
9860: C